Apreender medicina sozinha, sem ajuda de nenhum manual, vai exigir muito de mim, e do meu estoque de memórias. Quero começar o quanto antes possível, mas, no inverno, é difícil estudar ao ar livre.
-- Pai.—Corri para o alcançar na porta. Ele se virou para me encarar.—Bom, dia.—Tive de acordar cedo para o encontrar antes dele sair. -- Pode por favor, trazer para mim, tinta e papéis?
Ele me encarou com a sombra da queda, e depois assentiu.
Meu pai é ferreiro, ele fabrica enxadas, anzóis, vassouras de ferro, entre outros instrumentos e vende no mercado, que fica a alguns quilômetros de distância. Antes ele só fazia espadas, mas quando ele viu que as espadas que ele fabricava eram as mesmas que eram usadas para ferir seu povo, ele parou.
Ele saiu bem cedo, poderia dizer que ele sai, por volta das 4h e até às 12h ele está de volta. Então ele passa algum tempo conosco, quando não está trabalhando. Ansiosa, fiquei esperando ele chegar com aquilo que eu havia lhe pedido.
-- Filha, o que quer fazer?—mãe.
-- Escrever algumas anotações. -- escrevo algo para ela ver.
-- Onde aprendeu a escrever?—dou risada da sua cara de surpresa. -- o que significa isso.
-- É o seu nome Rose, como uma flor.—minha mãe pega na folha completamente chocada.—Nataniel, com N, de Natal.—mostrem para eles. Meu pai, só apalpo, para sentir a extremidade das letras. Pera. Eu aprendi braille. Faço furinhos em formato de letras.—esse é melhor. Isso se chama braile, a escrita dos que não podem ver. Pai, pode sentir, os furinhos, que foram as letras de seu nome.
-- Uau, consigo sentir mesmo.—Meu pai por ter servido ao exército sabe ler, mas não sei se está familiarizado com esse tipo de escrita.
- Tuli, me pergunto onde você aprende essas coisas.—Rose.
Eu apenas ri, porque se eu tentasse explicar eles não iriam acreditar. Depois de algumas demonstrações, sai para aprender medicina a moda antiga. Aqui existem médicos, mas eles estão trabalhando apenas para família real, e uma consulta numa curadora está muito cara, imagina aprender.
Dentre as principais substâncias encontradas com ação farmacológica em plantas podemos encontrar os alcalóides, mucilagens, flavonóides, taninos e óleos essenciais.
-- Você anda obcecada com essas plantas, o que pretende fazer?—mãe.
- Estou estudando.
-- hum, sabia que sua avó materna era curandeira? As tantas você herdou esse doce dela.
- Duvido muito, eu não consigo ver espíritos nem fazer magia. Mas sei medicina.
Coloco algumas plantas sobre a mesa, e começo a separar, suas raízes, pétalas, caule, flores, entre outras partes divisíveis. Cada uma tem sua função.
-- Medicina é preciso estudar com os grandes mestres.—minha mãe diz coberta de razão, eu dou risada porque ela tem razão, mesmo. Mas, eu não posso dizer para ela que eu aprendi medicina durante oito anos, e apenas estou tentando recordar as matérias.--enquanto curandeirismo a gente não aprende. Está no sangue. Passado de geração em geração. Caso não, você não saberia assim tão bem o que fazer. Quanto aos espíritos, se você se concentrar, interiormente, e abrir seus olhos para o invisível, tenho a certeza que consegue.
- Mãe deve ter razão. Devo ser uma curadora. -- disse ironicamente, e ela me deu um tapa na nuca nos fazendo rir.
Quem dera se na minha outra vida, minha mãe tivesse brincado assim comigo, acompanhando meu processo de perto, me incentivando. E não esperando apenas pelos resultados finais.
Peguei na mão direita da minha mãe, a mãe que sempre desejei ter, a família que sempre quis ter, e que eu não vou deixar morrer. Medi nossas mãos, que são quase do mesmo tamanho. Que suas unhas estão pálidas e destacadas.
- Mãe, está com anemia. Tem que comer comida com ferro, para aumentar seu sangue.
Ela me abraça pelo pescoço.
-- Minha pequena curadora.- dou risada.
Os alcaides atuam no sistema nervoso central e podem funcionar como calmantes anestésicos e analgésicos. As mucilagens possuem poder cicatrizante, laxante, expectorante, entre outras funções. Já os flavonoides estão relacionados com a função de anti-inflamatório, anti-hepatotóxico, entre outros. Os taninos destacam-se pela sua ação adstringente e antimicrobiana dos óleos bactericida, cicatrizante, analgésico, relaxante, entre outros.
Meu pai usou os anti-inflamatóriose os cicatrizantes, devido aos ferimentos que ele aderiu ao ferreiro.
Até às vésperas do natal eu já havia feito uma vadia das plantas medicinais que tem em torno da minha casa. Entrava um pouco na floresta que é um paraíso de plantas medicinais, inclusive raras, algumas que no tempo do qual venho já não existem, e apenas há réplicas do que elas seriam.
Fiz minhas misturas e comecei a testar em animais, tentando prolongar a vida dos que estavam muito feridos, e curar os aleijados.
-- Tuli, se continuar curado todos os animais que trago para casa vamos ficar sem comida, sabia. -- pai.
- É verdade, me entusiasmei. Melhor testar em humanos.-- falei para mim mesma.
O novo rei está relaxante, não sei qual demônios é o padrão de seus ataques contra o povo, mas tenho de arranjar formas de o deter, antes de Heydrich surgir do tártaro e afundar todo o país.
Como combater a água, essa é a questão.
O fogo muito intenso evapora a água. Mas, nesse país quase não há estrangeiros. As pessoas têm tendência de fugir do país da água, e ir para outras nações.
Meu pai, não aceita sair de sua pátria, então vai ter de ser a moda do séc. XX.
Chumbo.
Olha, eu não quero matar ninguém, mas, também não quero deixar as pessoas que eu amo morrerem na desgraça. Enquanto eu tenho uma forma de nos salvar.
Durante o natal, com a permissão dos meus pais, saí para ajudar algumas pessoas que tinham enfermidades, cuidar de animais é uma coisa, já do ser humano é outra completamente diferente, e que exige mais de mim.
Obviamente que as pessoas não aceitam bem logo de primeira, afinal sou uma criança brincando de ser médica ao ver deles.
-- Porque nos ajudaria?—pergunta o homem carrancudo. -- não tenho nada para te dar, nos deixe morrer. Você não é nenhuma santa.
Se esse homem soubesse que na minha vida passada as pessoas imploraram para ser detidas por mim, e ainda assim pagavam caro para ser adepto, um ou dois anos depois.Não estaria falando essas merdas.-- Não quero nada. Você não tem nada que eu queira, mas olha. -- esperei pelas frestas da porta.—A tuberculose é facilmente transmissível, e você tem crianças em casa. Olhando para ti vejo que já foi enfeitado. Além de querer morrer com sua esposa, quer que seus filhos morram. Você não tem nada a perder. Não sou santa, nem Deus. Mas, tenho o meu conhecimento sobre medicina.Resultante o homem me deixou entrar, sua esposa está em estado avançado, tuberculoso milenar, perigosa e mortal, já afeta o fígado, os pulmões e a medula óssea. Tenho minhas dúvidas sobre a certeza de sua melhora. Mas, quanto ao seu marido e suas crianças que descobri terem, estão na fase inicial, tenho 100% de certeza de sua melhora.Em outras residências, recebi a mesma resistência e desconfiança, e antes de ir para
- São três dias de viagem. E esse é o endereço.—meu pai, me entrega um papel, que ele mesmo desenhou os caminhos escrevendo algumas referências.-- Três dias, Tulipa. Volte o mais rápido possível, assim que fizer a arma de fogo, não se coloque em risco. Você só tem 16 anos, ainda é um bebe.—abraço minha mãe.- Tomarei cuidado. Deixei alguns medicamentos já preparados e suas funcionalidades. -- Ano passado ensinei minha mãe a ler e escrever, foi uma experiência incrível. -- a dosagem e todos os detalhes, caso alguém venha e precise.Meus pais levaram uma semana para decidir se me deixam ir ou não. Acho até que já havia decidido, só estavam me matando aqui.-- Pai.—Ele coloca sua mão em minha cabeça.-- Benção. Que Deus em qual acredito te ajude, porque naqueles que depositei minha fé, me abandonaram faz tempo.—ele segura suas mãos.--as almas têm cores, e as pessoas em geral a cor de sua alma é branca, quando a pessoa é muito perversa mas ao mesmo tempo tem um requisito de bondade, a au
Me coloco de pé, mesmo sentindo zumbido em meu ouvido, pego nas minhas coisas e devolvo na sacola. Olho para o corpo morto do homem e não sinto culpa. Como se meu coração estivesse gelado.Me aproximo de seu corpo, e começo a lhe revistar. Ele tem algumas moedas de bronze e de prata, pego para mim, como o pagamento da comida que ele comeu.Me faço alguns curativos, e tomo analgesico.Na outra margem vejo uma pequena lagoa. Não tenho forças para caminhar e me sinto suja com o sangue desse homem grudado em mim. Caminho em direção a lagoa. Que nem levou vinte minutos, mas me afastou da minha trilha. Caiu de frente a ela, olho para o meu reflexo na água, e tem sangue colado em meu pescoço e minha bochecha. Primeiro bebo a água e depois limpo meu rosto.Me sinto fraca e tonta. Me escorro até outra árvore. Abraço ao que restou da lâmina da espada e apago.(...)Lá fora é tão barulhoÉ como se meus ouvidos estivessem sangrandoO que eu estou sentindo?A luz é tão brilhanteÉ como se eu es
-- Aqui está. -- ele coloca a comida na mesa. Puxa a cadeira e se senta. Seus cabelos azuis escuros são curtos, seus olhos são da mesma intensidade, azul num tom escuro. Seu tom de pele é claro, e por estar com uma camisa de interior, consigo ver marcas em seu pescoço e seu antebraço.Será que são tatuagens? Mas que tipo tatuagem são essas que parecem apenas manchas jogadas ao acaso. Manchas negras.Chá de menta. Acompanhado com bolo de maçã.-- Então, porque estava dormindo na lagoa?—Jasmim.- Parei para descansar, e acabei pegando no sono.-- Essa zona é perigosa. Não deveria andar por aí, sozinha.-- Eu sei.-coço minha bandana que faz comichão. -- mas, tenho de chegar a casa de meu tio, de um jeito ou de outro. Meu tio vive no vilarejo.- Vai visitar? Não deveria ir com seus pais?- Quis ir sozinha. Já sou praticamente uma adulta.Comemos em silêncio. Heydrich, não disse nada. Mas eu gostaria de entender o que ele e sua mãe estão fazendo aqui no meio do nada. Assim que terminamos
HEYDRICH BARUCHNão imaginei que voltaria a cruzar com aquela criança que parecia conhecer todos os meus pecados, e me tratava como se fosse do meu tamanho. Quando a familia dela me achou eu estava fugindo dos homens que meu pai mandou para me matar.A minha história é insana, e talvez impossível de se compreender. Eu não gosto de pensar nela, porque me faz sentir menos humano. E me faz pensar que passei pela vida, apenas para ser usado como um objeto.Meu avô morreu, e o trono, ao invés de passar para minha mãe, e o seu marido, o irmão do meu avô, matou o marido da minha mãe, e propôs que se casassem para que assumissem o trono juntos. Mas, ele não é um homem confiável, já feriu minha mãe de diversas formas, matou o pai dela e o seu marido. Eu servia ao exército do meu avô, mas com a sua morte, muitos homens que estavam ao seu lado passaram para o lado do meu tio. Passando assim, a caçar a mim e a minha mãe. Levei muito tempo para despistar e camuflar minha presença.Ele quer o reino
Heydrich conseguiu captar completamente aquilo que lhe pedi. Uma AK 47.- Então para usar isso. Eu tenho que apontar o alvo, e puxar o gatilho.—o projétil perfurou uma árvore.Tive aulas de tiro ao alvo, por causa da posição que estava ocupando na minha vida passada. Mas, não cheguei a usar isso contra ninguém.Heydrich se aproxima e estica a mão. Ele pega na arma, a encara milimetricamente. Depois atirar nos pássaros que estavam voando.-- Ei.—bato na mao dele.— não teste em animais. Você é maluco?—Corri para ir ver as aves, ele acertou cinco, direto na cabeça e sem errar. Ele tem uma mira muito boa. -- escuta aqui. Você não usa isso para testar em animais okay? –pegou na arma.-- Estava pensando no jantar de hoje. -- ele começa a recolher as aves. Agarrando-os pelas asas. -- vai me agradecer por colocar comida na mesa.Ele não quis minha ajuda para cozinhar. eles fez tudo sozinho como antes. E até a hora que o jantar ficou pronto, Jasmim já havia acordado, perguntei como ela estava
HEYDRICH BARUCHEstranha e inconsequente, é isso que ela é.Quando ela me deu aqueles tapas, houve um corte de transmissão sensorial. Como se ela interferisse nas ondas magnéticas. Sempre que adormeço a maldição se torna forte. Porque para mim ainda é difícil ter controle total sobre minha mente inconsciente que foi transportada para outro canto do mundo.Nas cavernas onde Leviatã se esconde. Eu tenho essas marcas por culpa do meu pai, que antes do meu nascimento, fez um pacto sacrificado a mim,e a minha mãe, para que ele possa ter o controle de todo o país. Como eu era apenas um bebe, acabei ficando com a maior parte da maldição enquanto minha mãe uma pequena parte que se formou em seu pé, e casou aquele tumor. A minha está em volta do meu coração, se estendendo pelo meu ombro, e antebraço.Procurei formas de tirar a maldição mas não encontrei nenhum método adequado além de saber que essa coisa encurta minha vida.O meu progenitor também tem a marca. Essa marca amplia nossos podere
O homem com aspecto de peixe tentou me segurar, e eu corri. Recordo-me da arma que guardei na sacola, com intenção de mostrar ao meu tio caso o encontrasse. E não exitei em atirar contra o homem. Meu tiro não foi certeiro atingido seu ombro. O homem sentiu dor mas não sangrou.-- Essa garota é uma anomalia aqui, deixe-me levá-la. --ouço Netuno dizer.- Você também é uma anomalia. Ainda pior, quer receber sacrifícios.-- Sou um Deus.-- Você é uma criatura defeituosa, que sequer merece a existência que lhe advém.-- Morra.-- Voce nao pode me matar, esqueceu? Eu tenho uma parte de seus poderes.Dei vários tiros nesse homem peixe, mas ele não morreu. Então ouço uma explosão. Do nada começa a chover, mas a cor da chuva é escura. Como se fosse tinta. No mesmo instante, o dragão azul claro come a cabeça do homem peixe que me seguia.Estou exausta, ofegante, e completamente confusa.-- Não é hora para descansar. Temos que voltar para casa.—olho para Heydrich que está sem nenhum corte, ou fe