HEYDRICH BARUCHEstranha e inconsequente, é isso que ela é.Quando ela me deu aqueles tapas, houve um corte de transmissão sensorial. Como se ela interferisse nas ondas magnéticas. Sempre que adormeço a maldição se torna forte. Porque para mim ainda é difícil ter controle total sobre minha mente inconsciente que foi transportada para outro canto do mundo.Nas cavernas onde Leviatã se esconde. Eu tenho essas marcas por culpa do meu pai, que antes do meu nascimento, fez um pacto sacrificado a mim,e a minha mãe, para que ele possa ter o controle de todo o país. Como eu era apenas um bebe, acabei ficando com a maior parte da maldição enquanto minha mãe uma pequena parte que se formou em seu pé, e casou aquele tumor. A minha está em volta do meu coração, se estendendo pelo meu ombro, e antebraço.Procurei formas de tirar a maldição mas não encontrei nenhum método adequado além de saber que essa coisa encurta minha vida.O meu progenitor também tem a marca. Essa marca amplia nossos podere
O homem com aspecto de peixe tentou me segurar, e eu corri. Recordo-me da arma que guardei na sacola, com intenção de mostrar ao meu tio caso o encontrasse. E não exitei em atirar contra o homem. Meu tiro não foi certeiro atingido seu ombro. O homem sentiu dor mas não sangrou.-- Essa garota é uma anomalia aqui, deixe-me levá-la. --ouço Netuno dizer.- Você também é uma anomalia. Ainda pior, quer receber sacrifícios.-- Sou um Deus.-- Você é uma criatura defeituosa, que sequer merece a existência que lhe advém.-- Morra.-- Voce nao pode me matar, esqueceu? Eu tenho uma parte de seus poderes.Dei vários tiros nesse homem peixe, mas ele não morreu. Então ouço uma explosão. Do nada começa a chover, mas a cor da chuva é escura. Como se fosse tinta. No mesmo instante, o dragão azul claro come a cabeça do homem peixe que me seguia.Estou exausta, ofegante, e completamente confusa.-- Não é hora para descansar. Temos que voltar para casa.—olho para Heydrich que está sem nenhum corte, ou fe
HEYDRICH BARUCHAssim que me sentei na cama, ela entrou. Não está com a mesma cara confiante de antes, parece preocupada. Tirou suas botas e encostou na cabeceira da cama. Cobriu o edredom até a cintura, com os pés dobrados, abolindo sua cabeça em seus joelhos.-- De onde você vem?-- Se eu te contar voce vai me matar.—disse num tom baixo.-- Se eu quisesse te matar já teria feito. E olha que você é muito irritante, e me dá motivos para querer te matar.—o quarto foi preenchido pelo seu riso.- Então acho que você gosta de mim.—disse num tom meloso para me irritar. A encarei de cima para baixo, e ela riu, colocando a mão na cabeça.—você sabe mesmo como diminuir a autoestima de uma mulher.—Tirando a minha mãe, ela é a única pessoa que se sente à vontade na minha presença. Porque até meu avô, que dizia gostar de mim e que queria que eu fosse seu sucessor, começou a ficar desconfortável na minha presença, quando soube que dominei a alquimia, e que porto um terço dos poderes do rei do mar
TULIPA.Não acredito no que estou ouvindo. Eu já achava a família real estranha, mas não pensei que era tanto assim, e que Jasmim e Heydrich, foram vítimas de uma situação tão desumana. Heydrich, me contou que depois do casamento de sua mãe, com o Ministro Castilho, o tio de sua mãe, Lamech, irmão do rei Tulio. Lamech aproveitou num dos dias que Castilho havia feito viagem a outra região do país, alegando ir visitar sua sobrinha. A tomou à força e a engravidou. Jasmim não contou a ninguém por causa das ameaças que recebia de seu tio, dizia que ia lhe arrancar a criança, e seria lavada em público por adultério. No sétimo mês de gravidez, a mulher com quem Lamech havia se casado, convidou Jasmim para uma festa do chá, em seu palácio. Como não podia fazer desfeita a mulher de seu tio, por causa da etiqueta social, Jasmim aceitou.Chegando lá, a mulher de seu tio não estava. Lamech a guiou ate uma sala subterrania onde magos negros lhes aguardavam para o ritual.Nem depois disso Jasmim p
-- Heydrich. -- terminando desfazer o encantamento, ouço a voz de Tulipa num tom ofegante e amedrontado. Acautelado, já viro, me preparando para o ataque. Mas não há o que eu possa fazer, não nesse momento, em que uma flecha atravessou seu ventre, e ela sangrou em meus braços.Sinto o ar faltar em mim, meus olhos ardem como se tivesse colocado malagueta dentro delas.-- Porque se pôs na frente da flecha? Arriscou sua vida em vão. Acha que uma coisa como essa pode me matar.—ela tussiu sangue.-- Cuidado...—murmurou enquanto tentava estancar seu próprio sangue.-- HEYDRICH BARUCH, RENDA-SE OU PREPARE-SE PARA MORRER.—quase sinto um nó. Quando escuto a voz meu meio irmão. Atual capitão da guarda real, e cabo de Lamech.Seus cabelos são da mesma tonalidade, posso até dizer que somos minimamente parecidos, tirando a parte que ele não tem a marca da maldição.Keron Baruch, filho de Lamech com sua esposa, é dois anos mais novo que eu. Por algum motivo ele me odeia, e sente prazer em me caça
TULIPA.Em meio ao riso, Heydrich levantou-se e veio cá ter me, inclinando seu rosto sobre o meu, e me encarando profundamente.-- Tudo bem.—disse num tom suave e sério.--se você insiste em me caso com você.Meu sorriso murchou e o encarei assustada. Será que ele está falando sério? Ou essa é a forma dele demonstrar sua raiva? Coçou a garganta constrangida. Torçou o pescoço e disfarçou, olhando para qualquer canto que não fosse o azul intenso de seus olhos.-- Hahahaha.—volto-me para ele. E ele está rindo da minha cara. Céus. É o fim do mundo. Ele está rindo. Heydrich está rindo da minha cara. Essa é a primeira vez que o vejo rindo, porque o riso dele tinha de ser assim tão gostoso.—Devia, ver essa sua cara de boba.-- Malvado. -- chie, completamente constrangida.Ele bagunçou meu cabelo, e depois me encarou cínico.- Evite me provocar se não me sustentar.Ah. Ele pensa que eu sou uma lutadora barata. Sou para que conste que eu já estive em um relacionamento. Mesmo que não tenha durad
HEYDRICH BARUCHTulipa, é sempre racional, e confiante. Ela é sincera até quando é para explicar o inexplicável. Ela diz que matou muitas pessoas, mas tenho a certeza que se o fez não foi com intenção assassina. Quando fui acolhido pela família dela, ela fez questão de me dar um sermão de como a vida humana é importante. Quando matei aquela criança possuída no vilarejo, seus olhos se abriram num horror, e não foi por ter medo de sangue ou de cortes. Era como se quem tivesse matado aquela criança tivesse sido ela. Como se suas mãos estivessem sujas de sangue, e quando se afastou de mim, era como se estivesse tentando limpar as manchas de sangue.Mas, uma vez vi esse olhar.Ela se vê como se fosse um monstro sanguinário. Mas, eu não a vejo assim, ela é um tulipa de pétalas amarelas que brilha com o calor do sol.-- Não foi sua culpa.—eles estão mortos já faz alguns dias, pelo estado de decomposição em que se encontram. Não é culpa dela porque quem fez isso não fez questão de apagar se
Manhã seguinte, durante o café da manhã.- Vou te deixar com minha mãe. Já não há nada que te prenda nessa casa. E de seguida, eu vou resolver esse assunto.- Resolver como?-- Matar a família real, e todos os hereges que lhes servem.-- Mas, porque?- Estou seguindo o roteiro. Mas, não se preocupe, não afundarei o reino. Não enquanto você e minha mãe estiverem aqui.-- Mas, se você for sozinho e acontecer algo. Como sabermos? Deixe-me ir contigo.-- Não. Você está ferida e só vai me atrapalhar.-- Não nego. Mas ainda assim. Se tiver algum gatilho que te faça afundar tudo. Quero estar lá. Quero ver o fim. Aliás, eu sozinha com sua mãe. Netuno pode aparecer e me capturar nos sonhos, e você sabe que ele não aparece quando você está perto de mim.-- Certo. Mas, vai fazer tudo que eu te disser sem reclamar.(...)Mesmo que ela tenha concordado ainda me sinto meio receoso de a levar comigo. Ela ainda está ferida. E a turbulência que nos aguarda pode acabar abrindo sua ferida, que mal cica