TULIPA.Não acredito no que estou ouvindo. Eu já achava a família real estranha, mas não pensei que era tanto assim, e que Jasmim e Heydrich, foram vítimas de uma situação tão desumana. Heydrich, me contou que depois do casamento de sua mãe, com o Ministro Castilho, o tio de sua mãe, Lamech, irmão do rei Tulio. Lamech aproveitou num dos dias que Castilho havia feito viagem a outra região do país, alegando ir visitar sua sobrinha. A tomou à força e a engravidou. Jasmim não contou a ninguém por causa das ameaças que recebia de seu tio, dizia que ia lhe arrancar a criança, e seria lavada em público por adultério. No sétimo mês de gravidez, a mulher com quem Lamech havia se casado, convidou Jasmim para uma festa do chá, em seu palácio. Como não podia fazer desfeita a mulher de seu tio, por causa da etiqueta social, Jasmim aceitou.Chegando lá, a mulher de seu tio não estava. Lamech a guiou ate uma sala subterrania onde magos negros lhes aguardavam para o ritual.Nem depois disso Jasmim p
-- Heydrich. -- terminando desfazer o encantamento, ouço a voz de Tulipa num tom ofegante e amedrontado. Acautelado, já viro, me preparando para o ataque. Mas não há o que eu possa fazer, não nesse momento, em que uma flecha atravessou seu ventre, e ela sangrou em meus braços.Sinto o ar faltar em mim, meus olhos ardem como se tivesse colocado malagueta dentro delas.-- Porque se pôs na frente da flecha? Arriscou sua vida em vão. Acha que uma coisa como essa pode me matar.—ela tussiu sangue.-- Cuidado...—murmurou enquanto tentava estancar seu próprio sangue.-- HEYDRICH BARUCH, RENDA-SE OU PREPARE-SE PARA MORRER.—quase sinto um nó. Quando escuto a voz meu meio irmão. Atual capitão da guarda real, e cabo de Lamech.Seus cabelos são da mesma tonalidade, posso até dizer que somos minimamente parecidos, tirando a parte que ele não tem a marca da maldição.Keron Baruch, filho de Lamech com sua esposa, é dois anos mais novo que eu. Por algum motivo ele me odeia, e sente prazer em me caça
TULIPA.Em meio ao riso, Heydrich levantou-se e veio cá ter me, inclinando seu rosto sobre o meu, e me encarando profundamente.-- Tudo bem.—disse num tom suave e sério.--se você insiste em me caso com você.Meu sorriso murchou e o encarei assustada. Será que ele está falando sério? Ou essa é a forma dele demonstrar sua raiva? Coçou a garganta constrangida. Torçou o pescoço e disfarçou, olhando para qualquer canto que não fosse o azul intenso de seus olhos.-- Hahahaha.—volto-me para ele. E ele está rindo da minha cara. Céus. É o fim do mundo. Ele está rindo. Heydrich está rindo da minha cara. Essa é a primeira vez que o vejo rindo, porque o riso dele tinha de ser assim tão gostoso.—Devia, ver essa sua cara de boba.-- Malvado. -- chie, completamente constrangida.Ele bagunçou meu cabelo, e depois me encarou cínico.- Evite me provocar se não me sustentar.Ah. Ele pensa que eu sou uma lutadora barata. Sou para que conste que eu já estive em um relacionamento. Mesmo que não tenha durad
HEYDRICH BARUCHTulipa, é sempre racional, e confiante. Ela é sincera até quando é para explicar o inexplicável. Ela diz que matou muitas pessoas, mas tenho a certeza que se o fez não foi com intenção assassina. Quando fui acolhido pela família dela, ela fez questão de me dar um sermão de como a vida humana é importante. Quando matei aquela criança possuída no vilarejo, seus olhos se abriram num horror, e não foi por ter medo de sangue ou de cortes. Era como se quem tivesse matado aquela criança tivesse sido ela. Como se suas mãos estivessem sujas de sangue, e quando se afastou de mim, era como se estivesse tentando limpar as manchas de sangue.Mas, uma vez vi esse olhar.Ela se vê como se fosse um monstro sanguinário. Mas, eu não a vejo assim, ela é um tulipa de pétalas amarelas que brilha com o calor do sol.-- Não foi sua culpa.—eles estão mortos já faz alguns dias, pelo estado de decomposição em que se encontram. Não é culpa dela porque quem fez isso não fez questão de apagar se
Manhã seguinte, durante o café da manhã.- Vou te deixar com minha mãe. Já não há nada que te prenda nessa casa. E de seguida, eu vou resolver esse assunto.- Resolver como?-- Matar a família real, e todos os hereges que lhes servem.-- Mas, porque?- Estou seguindo o roteiro. Mas, não se preocupe, não afundarei o reino. Não enquanto você e minha mãe estiverem aqui.-- Mas, se você for sozinho e acontecer algo. Como sabermos? Deixe-me ir contigo.-- Não. Você está ferida e só vai me atrapalhar.-- Não nego. Mas ainda assim. Se tiver algum gatilho que te faça afundar tudo. Quero estar lá. Quero ver o fim. Aliás, eu sozinha com sua mãe. Netuno pode aparecer e me capturar nos sonhos, e você sabe que ele não aparece quando você está perto de mim.-- Certo. Mas, vai fazer tudo que eu te disser sem reclamar.(...)Mesmo que ela tenha concordado ainda me sinto meio receoso de a levar comigo. Ela ainda está ferida. E a turbulência que nos aguarda pode acabar abrindo sua ferida, que mal cica
Eu saí querendo ficar.Mas seria uma jogada arriscada. A colocar no meio dessa luta.O castelo está no mar por um motivo óbvio, apenas pessoas nascidas com habilidade de se mover sobre a água podem entrar. Então, muito dificilmente, um ataque estragueiro seria possível. Porque para isso eles teriam de ser capazes de se pôr em pé no mar. Mas, nós, somos o único povo capaz de realizar tal feito.Ao redor do palácio, vários soldados me aguardam.A manipulação da água, é um poder de gerar, moldar e controlar água. É uma variação da manipulação líquida, e elementar. E a partir do momento que um homem, consegue interpretar essas fases, estará pronto para realizar suas manifestações.Uso a Hidrocinética, para evitar e passar pelos soldados evitando uma luta desnecessária. Pulando para dentro do castelo. Assim que se apercebem eles batem retaguarda, e correm sobre a água. Destruo os portões, impedindo que eles entrem. Se eles fossem habilidosos o suficiente era só usar a hidrocinética para e
- Bom te ver filho.- Não digo o mesmo.-- Espero que você saiba que o nosso reino não é aqui, neste mundo, mas sim num lugar mais vasto. Que nos represente.-- Se soubesse disso não teria matado seu próprio irmão.-- Foi necessário. Do mesmo jeito que você matou o seu.-- Não me compare consigo. Eu não sou que nem você. Que foi capaz de estuprar sua própria sobrinha. Uma mulher que você viu crescer.-- Tulio sabia que eu a amava, se ele tivesse aceitado que eu me casasse com ela nada disso teria acontecido.- Amor e obsessão são coisas diferentes. Você a magoou, e a deixou para morrer. Você condenou a mim e a ela a morte, em troca de poder.- Se vocês tivessem aceitado passar para o meu lado, a maldição não avançaria.—levantou-se, se aproximando de mim.- E você chama isso de escolha? Nos condenar e nos obrigar a ficar consigo.—falei enfurecido.—ASHIR.As correntes escuras ao redor deles se agitam, refletindo a tensão no ar.Meus olhos brilham como a noite sem estrelas, manipulo as á
Sua pele, escura como o ébano polido, brilha suavemente sob a luz, destacando-se com um brilho quase etéreo. Os traços de seu rosto são esculpidos com perfeição divina; suas maçãs do rosto altas e bem definidas, olhos profundos como poços de sabedoria, capazes de ver através das camadas da realidade. Seus olhos, grandes e expressivos, são de um tom que lembra os céus noturnos, cintilando com estrelas infinitas de conhecimento e compaixão. Os cabelos de Fariya, longos e ondulantes, caem como uma cascata azul e brilhante sobre seus ombros, envolvendo-a em uma espécie de véu natural. Decorados com ornamentos de prata e pérolas, que acentuariam ainda mais sua beleza celestial.Suas vestes são dignas de sua divindade; um manto fluido de tons profundos e ricos, como púrpura ou azul-marinho, adornado com bordados intrincados que contam histórias antigas e misteriosas. O manto flutua graciosamente ao seu redor, como se estivesse sempre em movimento, refletindo a fluidez da água, o elemento de