Capítulo 07.

Me coloco de pé, mesmo sentindo zumbido em meu ouvido, pego nas minhas coisas e devolvo na sacola. Olho para o corpo morto do homem  e não sinto culpa. Como se meu coração estivesse gelado.

Me aproximo de seu corpo, e começo a lhe revistar. Ele tem algumas moedas de bronze e de prata, pego para mim, como o pagamento da comida que ele comeu.

Me faço alguns curativos, e tomo analgesico.

Na outra margem vejo uma pequena lagoa. Não tenho forças para caminhar e me sinto suja com o sangue desse homem grudado em mim. Caminho em direção a lagoa. Que nem levou vinte minutos, mas me afastou da minha trilha. Caiu de frente a ela, olho para o meu reflexo na água, e tem sangue colado em meu pescoço e minha bochecha. Primeiro bebo a água e depois limpo  meu rosto.

Me sinto fraca e tonta. Me escorro até outra árvore. Abraço ao que restou da lâmina da espada e apago.

(...)

Lá fora é tão barulho

É como se meus ouvidos estivessem  sangrando

O que eu estou sentindo?

A luz é tão brilhante

É como se eu estivesse superaquecendo

Essa mente não é minha

Quem sou eu para julgar?

Abro os olhos imediatamente, sentindo o sol me picar, e essa melodia distante que canta como se estivesse falando comigo. Pensa que é alguma voz do fundo da minha mente, até que a ouço cantar novamente.

Oh, eu deveria ficar bem

Mas tudo isso é demais

O que aconteceu comigo

Parece que sou outra pessoa

Olho em volta em busca da voz, que parece uma sereia envolvida em melancolia, até que fez a silhueta de uma mulher de costas, catando lenha. Seus cabelos são como azul intenso do mar, num tom escuro, não é muito alta e tem o corpo pequeno.

Minha ansiedade me mantem em silêncio

Quando tento falar

O que aconteceu comigo

Parece que sou outra pessoa

Eu fico sobrecarregada

Todos esses rostos

Que não sabem o que é espaço

E multidões são fechadas

Ninguém entende

Eles dizem que sou sensível demais

Nao consigo ouvir porque estou de olho nas saídas

Essa mente não é minha

Quem sou eu para julgar?

Oh, eu deveria ficar bem

Mas tudo isso é demais.

A mulher se vira, então nosso olhar se cruza. Ele para de cantar.

-- Te acordei, desculpa. -- sua voz é suave.

-- Nao, ja havia acordado.—me coloco meu pé, e escondo a lâmina dentro da sacola, ela vem coçando quando vem em minha direção, e apesar de sua beleza exótica, ela tem essa difícil, em seu pé. Não sei bem o que é já que veste um vestido longo.—posso te ajudar com a lenha?

- Tem certeza?

-- Sim.—digo já pegando a lenha.—eu sou a Tulipa, e a senhora.

- Eu sou  a Jasmim.

Será que é a Jasmim, Jasmim, filha do antigo rei, ou ela é qualquer Jasmim. Mas seus cabelos azul escuro de seus cabelos, e o azul claro de seus olhos, não me deixam dúvidas.

-- Vossa alteza. -- ela ri.

-- Apenas Jasmim.

Ficamos em silêncio enquanto caminhamos, o caminho que ela leva, é o mesmo que eu ia seguindo, mas, não chegamos a aparecer no vilarejo, e já vejo uma cabana. Não tão boa quanto a casa dos meus pais, mas diferente. Seus blocos são feitos de pedra de gelo que não derrete, a estrutura da casa é retangular e tem um pequeno piso feito  de gelo liso. Com pequenas escadarias. Ela parece a Frozen.

-- Pode entrar, e tomar um café comigo.

- Eu agradeceria. Estou com muita fome.

Subimos  as escadas, e ela abre a porta.

- Estou de volta. -- Jasmim.

Então ela não vivia sozinha.

-- Licença.—digo antes de entrar.

Seja com quem for que ela esteja vivendo essa pessoa domina a água implacavelmente.

Por dentro a casa é espaçosa com mobílias feitas a gelo, mas cobertas por peles de animais. Todo o chão da casa é coberto por pelos de animais, e a casa tem um ar aconchegante.

-- Demorou como sempre. --ouço uma voz masculina séria.

-- Me distrai. -- ela abre uma outra porta que dá acesso a cozinha da casa. Entao nao acredito em quem vejo cozinhando.—Pode deixar no chão as lenhas.

-- Você não é criança para ficar se distraindo com cada pequena coisa.—no mesmo instante que ele termina de falar e nossos olhares se cruzam. Um sorriso irônico brota de seus lábios. -- Flor.

-- Tulipa. Senhor Heydrich. -- digo entre dentes.

Como assim o vilão da história cozinha, e provavelmente leva uma vida normal. Não faz sentido. Alguém me explica o que está acontecendo aqui.

- Vocês se conhecem?—Jasmim.

- Por que trouxe uma estranha para casa. Ja nao te disse para nao falar com estranhos.--Heydrich

--  Mas, vocês se conhecem.—ela aponta para mim e para Heydrich

-- Fala sério, apenas saia daqui, e me deixem cozinhar.

Aquilo que eu disse sobre a minha casa ser a melhor, eu retiro o que eu disse, a casa deles, é uma versão futurista de casas futuras. Nos sentamos no sofá. Ela cruza os pés elegantemente, e me encara.

-- E então de onde você conhece o meu filho?

Fico pasma, completamente sem reação. Incrédula. Sem ar. Não faz sentido. Alguém me mande o enredo completo da história.

-- Me desculpe pela falta de respeito, mas quantos anos tem Jasmim.

- 42 anos.

Fico instantes encarando como se tivesse levado um soco ainda pior que eu levei ontem. Como assim 42 anos. Eu juraria que ela tem 18 anos e no máximo 20 anos. Que tipo de genética é essa meu Deus, que você dá a esse povo.

-- Então vocês se conheceram quando ele se feriu. Obrigada por cuidar do meu filho.

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