Marco Villa-Lobos, um espécime raro de homem, lindo e sexy como o pecado. Extremamente rico, brilhante, formado em Harvard, e completamente irresistível. Amado e adorado pelas mulheres. Mas no fundo do seu coração, ele tem uma ferida que não quer curar. Ele foi quebrado por uma mulher. Uma mulher que ele pretende ter em suas mãos e destruir lentamente até que ela se arraste aos seus pés e implore por misericórdia. Ele quer vingança.
Ler maisCinco anos depoisMarco entrou em casa com um enorme sorriso no rosto. Essa noite, ele e Charlotte comemoravam cinco anos de casamento abençoado com filhos e muito amor. Parecia que a cada dia que passava, ele amava mais a esposa e o contrário também era verdadeiro. Charlotte tinha ficado ainda mais linda com o avançar da idade e mesmo depois de duas gestações, uma de gêmeas, ela ainda era considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo, perdendo o páreo para a cunhada Luciana, que tinha alavancado na carreira de modelo internacional.Marco estacionou o carro na garagem e no momento em que abriu a porta, duas meninas loirinhas, com rostos idênticos correram em sua direção.— Papa! Papa! Papa! — Beatriz e Juliana gritaram alegremente. Tinham apenas três anos de idade, mas seus pulmões pareciam maiores do que eram.— Olá anjos da minha vida. Eu senti saudade das minhas princesinhas. — Marco beijou profundamente cada uma delas, fazendo-as rirem.— Papa, você tá me fazendo cócega. — di
Então Luciana gargalhou, rindo tão alto que qualquer pessoa poderia do lado de fora do quarto poderia ouvir. Camila relaxou, provavelmente a filha estava apenas brincando, mas Eduardo estava tenso e suave frio.— Calma, papai, não tenha um infarto, tá bem. Era só uma brincadeirinha. — ela se levantou do sofá e beijou a bochecha do pai, que após alguns minutos, conseguiu respirar com mais tranquilidade.Camila revirou os olhos.— Você é tão hipócrita. Me lembro de querer que eu engravidasse de propósito pra me forçar a subir no altar.— Sim, eu podia fazer isso. Aquele moleque não tem permissão. Se ele engravidar minha filha antes de casar com ela, eu vou literalmente cortar a bolas dele, fazer um colar e usar no meu pescoço.— Obrigada pela visão desnecessária das bolas do meu irmão, tio. — Nicole disse, fazendo careta.— Então é melhor eu não cometer o mesmo descuido da Charlie aqui, pois gosto muito do lugar onde as bolas dele estão.Eduardo deu um olhar severo à filha, que apenas s
As semanas que se seguiram não foram nada fáceis para Charlotte.Na primeira, imediatamente após a morte do seu pai sair nos jornais e a causa, ou seja, a própria filha, ela teve que enfrentar sua mãe – que a renegou publicamente, dizendo que nunca a perdoaria por tirar-lhe seu marido, pouco antes de ser presa pelo FBI por corrupção passiva –, a polícia – a quem teve que dar várias explicações e descrever passo a passo o que tinha acontecido no Porto, tendo que provar que agira em legítima defesa – e a imprensa, sendo essa a pior de todas.Depois das notícias se espalharem, ela não podia dar um passo a qualquer lugar sem ser cercada por repórteres de todos os meios de comunicação. A ficha criminal do seu pai foi quase toda revelada e era extremamente extensa. Além disso, ele tinha alguns projetos que acabaram vindo à tona. Sendo um deles, uma grande ação no Harlem e parte do Brooklin que tiraria a moradia de centenas de pessoas, pois incluía demolir alguns prédios antigos, que segundo
Patrick e ElenaPatrick terminou seu banho, fez uma ligação e pegou a pequena caixinha que mantinha guardada desde o dia em que Elena voltou para a sua vida.Elena não quis aceitar a oferta do motorista de Patrick de levá-la ao JFK. Então, a última visão que teria de Nova Iorque, seria o taxista pedindo o pagamento. Isso e os casais felizes que se despediam com um beijo demorado. De qualquer forma, isso era o que menos importava, pois não tinha como sua dor se ampliar mais.Seu coração estava em pedaços. Parte dela queria que Patrick aparecesse como nos filmes e a impedisse de ir, e parte queria que ele nunca mais voltasse a ficar na sua frente. Era doloroso demais. Ele havia ido embora, depois mentido sobre sua identidade. E apenas isso era suficiente para fazê-la sangrar. Não precisava nem mesmo acrescentar o que ele fizera a seu pai.Por sorte, não foi difícil conseguir uma passagem de última hora para o Brasil. E ao passar para a sala de embarque, os minutos que faltavam para o vo
Patrick e ElenaElena não conseguia acreditar. Sua respiração falhou enquanto ela tentava absorver o que tinha acabado de descobrir. Como Felipe tinha escapado do incêndio no morro? E por que usava o nome Patrick Matarazzo agora?— Como não liguei os pontos antes? — Elena perguntou-se ao lembrar de tudo o que aquele homem tinha lhe dito. Um incêndio criminoso, não foi isso que ele contou? Como poderia não ter imaginado? Droga, ela nem sequer cogitou.Mas não podia se culpar. Nunca cogitou que Patrick pudesse ser Felipe porque no fundo imaginava que se ele tivesse sobrevivido àquela noite infernal, a teria procurado de imediato. Essa era a imagem que ela tinha do cara que conhecia e amava. Não se passou pela sua cabeça nem por um mísero momento que ele um dia se tornaria um homem tão calculista.Mas onde seu pai entrava nessa história? Por que Patrick fez o que fez com a empresa da sua família? Por que levou seu pai quase à ruína? Ou melhor, por que o odiava tanto? Mesmo que não quises
— Querido, acalme-se. — Camila pediu, temendo que o marido acabasse tendo um problema de saúde sério.— Como eu vou me acalmar? Aquele verme colocou meu filho em coma só porque levou uns sopapos. O que acha que ele vai fazer com o resto de nós quando descobrir que fui eu quem o entregou à polícia definitivamente? Isso se ele já não souber.— Marco vai ficar bem.— Sim, vai. Mas eu não quero passar o resto da vida temendo que a qualquer momento ele, você ou a Luciana acabem aqui também ou pior. Por que é claro que McKeena não vai deixar isso pra lá. Ele vai querer se vingar de mim.Um arrepio correu o corpo de Camila. Ela não podia sequer pensar em perder qualquer um dos seus filhos ou seu amado marido. Mas o que eles podiam fazer? Bernard tinha fugido e já tinha mostrado o quão longe iria para evitar a prisão. James tinha dito que não fazia ideia de para onde ele poderia ter ido. Todas as suas propriedades assim como Judith McKeena, estavam sendo vigiadas, mas o senador poderia querer
Marco foi levado para um quarto com monitoramento especial. Seu quadro não era realmente grave, os médicos haviam dito que quando seu corpo estivesse pronto ele acordaria, mas era bom estar sempre de olho nele para qualquer alteração no quadro.Não era permitido que muitas pessoas ficassem ali por muito tempo, então após cada um dos familiares vê-lo, apenas Camila, sua mãe, pôde passar a noite com ele. Charlotte gostaria de ter tido essa honra, mas entendia que a pobre mulher estava desesperada para ficar perto do filho e além do mais, ela tinha que ajudar Eduardo a pegar seu pai.Por volta das duas da madrugada, os investigadores do Patrick e do próprio Eduardo se comunicaram com ele. Já tinham as provas que precisavam para entregar Bernard à polícia. Não só as que o ligavam ao atentado a Marco, mas também um vídeo recuperado de anos atrás em que o senador tramava com dois mafiosos a morte de Thomas.Sim, mafiosos. James Hardy os identificou na gravação. Eram homens do mafioso procur
Se a história da livestream fosse mesmo verdade – levando em consideração que a câmera não tivesse dado nenhum defeito ao longo dos anos ou que o senador não a tivesse encontrado em algum momento nesse meio tempo –, ele poderia finalmente fazer Bernard McKeena pagar por seus crimes. Com certeza o senador tinha escolhido o filho do homem errado para mexer.— Você pode me dar as informações necessárias para o login na livestream?— Claro. Eu as tenho salvo no meu e-mail.— Minha empresa tem um ótimo técnico de TI. Pode ser necessário, então se precisar... — Patrick ofereceu a Eduardo.— Obrigado, Patrick. Escutem, eu tenho que voltar pra ficar com Camila, mas se não se incomodam, podem cuidar disso para mim? — Eduardo perguntou aos dois. — Verifiquem com o técnico se a prova existe mesmo e então encaminhem tudo para os investigadores.— Claro, Eduardo. Fique com sua esposa, ela precisa de você. Nós vamos cuidar disso, não é Charlotte?— É claro. — Charlotte sentiu um bolo na garganta. Q
Charlotte se ajeitou na cadeira para que pudesse olhar os dois homens nos olhos – mesmo que para isso tivesse que levantar muito a cabeça.— Posso ajudá-lo a achar o motoqueiro que atirou no Marco e colocar o responsável na cadeia.— E como você pode ajudar? Desculpe-me, não quero ser cético, mas não vejo como você pode ajudar.— Eu sei quem é o responsável por mandar o Marco para o hospital, senhor Villa-Lobos.— Como? Quem é? — Eduardo fez uma carranca, já se preparando para o que achava que iria ouvir.— Foi meu pai. Depois que o Marco me contou a verdade sobre a morte do meu irmão, eu fui falar com meu pai. Prefiro não entrar em detalhes sobre como a coisa ficou feia, mas Marco apareceu lá. E agrediu o meu pai, não que ele não merecesse.Eduardo sorriu orgulhoso.— Só que ele não deveria ter feito aquilo. — Charlotte balançou a cabeça, triste. — Meu pai, ele... não deixa as coisas impunes. Ele ameaçou o Marco. Não foi uma ameaça nítida, mas conheço o meu pai e sei do que ele é cap