Prólogo 2

O ano escolar estava quase no fim. Marco estava animado para a sua graduação, mas também estava agitado. Ele sentiria falta de estar com Charlotte, já que ela continuaria em Harvard e ele teria que voltar para Nova Iorque para assumir a empresa de seu pai. Embora ele tivesse planos de visitá-la, ocasionalmente, não seria suficiente. Ele queria vê-la e estar com ela todos os dias.

Uma noite, eles estavam passeando no parque, quando Marco parou e tocou o rosto de Charlotte com ambas as mãos.

— Tenho que ser sincero, Charlotte. Minha formatura está acabando comigo, porque sei que assim que as aulas acabarem, eu sentirei muito a sua falta.

— Vou sentir falta de você também, Marco.

Os olhos Marco escureceram um pouco. Ele não sabia se era hora de dizer, mas ele disse mesmo assim. — Eu amo você, Charlotte. Eu não quero ficar longe de você.

Em seguida, ele a beijou com avidez e paixão. E ficou surpreso quando viu que ela correspondia energicamente. Seria possível que ela também o amasse? Eles se conheciam havia poucos meses, mas o que Marco sentia parecia ser amor para a vida toda. Será se Charlotte sentia o mesmo? Ele quis perguntar, mas preferiu continuar beijando-a, até que ela mesma quebrou o beijo, ofegante.

— Oh Marco, eu também amo você. — Charlotte tirou os óculos dele e penteou seus cabelos para trás. Ele era lindo e nem notava. Ela, na verdade, ficava impressionada que as outras meninas da faculdade não notassem isso. Debaixo dos óculos de armação grossa, do cabelo de nerd e das roupas largas, ele era um grande pedaço de mau caminho.

Charlotte traçou o polegar pelo lábio inferior dele, admirando sua boca bem feita. Marco beijou o polegar dela, em seguida, a palma da mão e voltou para a boca. Ele a beijava como se esse fosse ser o último beijo entre os dois.

Charlotte nunca tinha experimentado uma sensação tão eletrizante e por isso estava em chamas. Oh Deus!

Marco parou de beijá-la e a abraçou com força.

— Temos que parar, Charlotte, estamos no parque. — Ele riu.

— Oh, eu esqueci. — Charlotte disse e abraçou-o de volta.

— Vamos lá, eu vou levá-la de volta ao seu dormitório. Você terá aula amanhã cedo.

— Sim, senhor. — Ela sorriu e os dois andaram abraçados.

Depois do último dia de aula do ano, a colega de quarto de Charlotte a convidou para ir a um bar. A maioria dos seus colegas de classe estaria lá. Charlotte estava animada, pois nunca tinha ido a um bar antes. Ela não costumava frequentar esses ambientes, pois seus pais não eram a favor.

Mas quando Marco soube dos seus planos para a noite, discordou deles.

— Eu não quero que você vá a nenhum bar, Charlie. As pessoas nesses bares perto do campus são muito selvagens, ficam bêbados além da conta e usam drogas. Não vão te fazer nenhum bem.

— Mas Marco, meus colegas vão estar lá.

— Isso não significa que você tem que ir também.

— Você está sendo muito protetor. Eu não sou mais criança.

— Charlie, eu te amo. Só estou cuidando de você.

Charlotte apenas deu de ombros.

— Por favor, me prometa que não vai ao bar mais tarde.

— Eu não posso. Johanna vai estar lá e nós não vamos nos ver até voltarmos das férias.

Os ombros de Marco caíram.

— Só me prometa, Charlotte. Se você me ama, por favor, não vá.

— Isso é injusto.

— Por favor, querida.

— OK. Eu prometo.

Mas a promessa foi feita apenas para ser quebrada. Charlotte foi com Johanna ao bar, junto com seus colegas de aula. Eles estavam se divertindo no início, mas depois de algumas horas, o bar ficou muito cheio. Os alunos estavam muito bêbados, dançando loucamente e alguns até usavam drogas. Drogas que, de vez em quando, ofereciam quase à força a ela.

Marco estava certo, pensou Charlotte. Era melhor sair dali. Seu celular tocou na hora em que ela se levantou da mesa onde estava. Oh Deus, era Marco.

— Alô?

— Charlotte? Onde você está?

Charlotte não respondeu. Sentia-se culpada por não cumprir a promessa.

— Você está no bar, não está? — Perguntou Marco.

— Lamento, Marco. Eu realmente não pude dizer não a eles.

— Tudo bem, fique aí. Eu vou pegar você. — Marco disse com raiva.

— OK.

Poucos minutos depois, o bar estava um caos. Um grupo de estudantes começou a gritar e xingar um ao outro e não demorou muito para que começassem a brigar. O lugar ficou muito tumultuado.

Charlotte ficou contente quando Marco chegou. Eles já estavam prestes a sair quando um cara o socou e ele foi derrubado sobre a mesa. Quando se levantou, Marco socou o mesmo homem duas vezes entre a boca e o nariz e ele caiu no chão como um saco de batatas.

— Vamos lá, vamos lá. — Marco agarrou a mão de Charlotte e saiu com ela antes que alguém mais procurasse confusão com ele.

— Marco...

— Amanhã conversamos, Charlotte. É tarde.

Marco estava chateado com ela. Ela quebrou a promessa de não sair com os amigos para o bar. Ele lhe contou sobre os perigos e as coisas que aconteciam ali, mas ela não lhe deu ouvidos. Ou seja, ela não confiou nele.

— Tudo bem. Eu te amo. — Charlotte disse quando saiu do SUV.

Marco não respondeu apenas balançou a cabeça e, em seguida, partiu.

Marco acordou cedo na manhã seguinte. Ele iria para sua casa em Nova Iorque dentro de algumas horas, mas não queria ir sem falar com Charlotte e dizer que sentia muito por ter bancado o possessivo ciumento. Sua intenção era dizer para ela tomar cuidado, mas que não queria mandar na sua vida.

Por volta das oito da manhã, ele bateu na porta do quarto dela e esta foi subitamente aberta por um homem mais velho, vestido com um terno fino que o fez lembrar seu pai. Os olhos de Marco se arregalaram. Inferno!

— Bom dia, senador.

— Bom dia. Você deve ser Marco Villa-Lobos. — Seus olhos diziam que ele estava muito irritado.

— Sim senhor. — Marco entrou. Charlotte estava sentada em sua cama, com a cabeça inclinada. Sua mãe estava em pé ao lado dela e seus olhos brilhavam de raiva em direção a ele.

— Então... você é o jovem responsável por aquela algazarra na noite passada. Como você ousa levar minha filha para aquele bar lotado e começar a brigar como um cachorro de rua? Eu poderia processá-lo por isso! — A Sra. McKeena disse, histérica.

— Eu... Eu não... olha... deixe-me explicar. — Marco gaguejou.

— Não negue. Olhe isso aqui. — A Sra. McKeena empurrou um jornal para ele. — Eu achei que você fosse um bom rapaz. Mas você é uma má influência para a nossa filha e eu não quero que você a veja novamente. Você me dá nojo, assim como esses seus amigos drogados do bar em que estava.

Marco viu uma foto dele no jornal, socando o cara na noite passada. Outra foto mostrava-o arrastando Charlotte para fora. A manchete não era nem de longe algo para se dar uma boa primeira impressão aos pais de uma garota.

O notório filho de Eduardo Villa-Lobos, Marco Villa-Lobos, começa baderna em bar no campus e é flagrado arrastando a princesinha do senador McKeena.

Mas a manchete mentirosa não era bastante. Na matéria, ele foi mencionado como se estivesse bêbado e sob a influência de drogas.

— Charlotte, por favor, explique aos seus pais o que realmente aconteceu. — Marco pediu à garota, mas ela parecia não estar ouvindo.

— Charlotte já nos contou tudo. Não há nenhuma necessidade de você tentar se explicar, meu jovem. Você a forçou a ir àquele bar. — disse o senador.

— Isso não é verdade, senhor.

— Confirme o que disse, filha. — O Sr. McKeena olhou para Charlotte.

Marco ficou irritado, mas forçou um sorriso. Só podia haver um mal entendido. Charlotte não tinha dito nada disso. Não era possível que ela fosse tão dissimulada.

— Charlie, fale comigo. O que o seu pai está dizendo não faz nenhum sentido. Conte a eles a verdade.

— Meu pai já disse tudo, Marco. Eu não quero mais ver você, você é uma má influência para mim e para a minha futura carreira.

Charlotte se virou de costas para ele na cama e começou a chorar, mas sem deixa ninguém perceber. Marco não podia acreditar em seus próprios ouvidos. Ele ficou chocado, magoado e principalmente, com muita raiva. Então simplesmente se virou e bateu a porta.

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