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Marco Villa-Lobos era um empresário que subiu na carreira rapidamente. Ele se tornou um dos empresários mais respeitados de Nova Iorque quando assumiu a função de vice-presidente da Villa-Lobos Internacional Holdings, Inc. Não satisfeito, ele abriu a própria empresa, a Villa-Lobos Land Group Inc, no ramo imobiliário e ao lado de Eduardo Villa-Lobos, era o mestre de Nova Iorque.

Ele deixou a paixão por esse tipo de negócio aflorar depois de uma viagem a Dubai, ainda como vice-presidente da empresa do seu pai. Ele estava selando um acordo com uma refinaria de petróleo e ficou muito impressionado com os edifícios impressionantes do país. Ele queria levar para sua cidade aqueles mesmo designs inovadores, o estilo e a elegância daquele país árabe.

Um ano depois, as realizações Marco tornaram-se sensação. Ele adquiriu a maioria das propriedades com pendências em bancos e transformou tudo em arranha-céus impressionantes e inovadores, fossem prédios comerciais ou hotéis cinco estrelas. Aos vinte e cinco anos, Marco era frequentemente citado como exemplo de poder e juventude nas maiores revistas e jornais do mundo.

Mas é claro que todo esse sucesso e poder tinham um custo alto. Ele chegava a trabalhar dezoito horas por dia e por isso, não tinha tempo para nada que não fosse relacionado a trabalho. Seus pais, muitas vezes, chegavam a implorar por um pouco de atenção do filho. Eles sabiam que ele não fazia por mal, mas sim porque não queria ter tempo para pensar na decepção amorosa da qual nunca se recuperou. Eles sabiam que o filho ainda tinha Charlotte McKeena entranhada dentro da sua cabeça e do seu coração.

Eduardo sempre lhe dizia que se ele abrisse um pouco a mente e seu coração para outra mulher, ele poderia facilmente esquecê-la. Mas Marco não dava ouvidos. Na verdade, a única coisa que ele acatava dos pais, era o pedido de sua mãe de não sair de casa. Ele não conseguia dizer não a ela, pois ela sempre fazia o mesmo discurso de que se ele morasse em outra casa, ela nunca mais o veria por causa da sua obsessão pelo trabalho. Mas Marco só ficava em casa durante a semana, pois no restante dos dias, ele ficava na cobertura do Villa-Lobos Land Group Inc, o maior prédio de Nova Iorque.

Mas a vida de Marco não era só trabalho, embora parecesse aos de fora. Ele também tinha alguns momentos de lazer, como quando voava em seu helicóptero ou quando bancava o copiloto no seu jatinho durante algumas viagens de negócios. E era apenas nessas viagens que ele se permitia ter uma amante ou outra durante as poucas horas que durasse o voo.

Marco estava em sua escrivaninha de mogno, estudando o relatório mensal de contabilidade da Villa-Lobos Land Group Inc e observou algumas discrepâncias com os materiais e relatórios de custos de produção. Por isso, ele ligou para o chefe do departamento de finanças, o Sr. Murphy, e exigiu que ele controlasse melhor sua equipe e mandasse novos relatórios com números certos dessa vez, ou cabeças iriam rolar.

Em seguida, ele desligou o telefone. Concentrou-se nos relatórios dos outros departamentos e depois de algumas horas, quando o novo relatório do departamento de finanças chegou à sua mesa, ele o estudou detalhadamente, não encontrando os mesmo erros de antes. Então, de repente, sua visão periférica pegou uma coisa. Seus olhos subiram das folhas de papel até a janela de vidro na parede à sua frente. Alguns homens trabalhavam em um outdoor no edifício vizinho. Não precisou de uma visão aguçada ou mais do que uma olhada breve para reconhecer a mulher na foto. Era Charlotte McKeena em tamanho gigante, sorrindo e acenando.

MISS UNIVERSO CHARLOTTE MCKEENA

VOCÊ É O ORGULHO DA AMÉRICA

E o que poderia acontecer depois? A única coisa esperada. Marco arrastou sua muito pesada mesa de mogno para o mais longe possível das janelas de vidro que davam para o outdoor. A última coisa que ele precisava era ver a foto daquela mulher todos os dias durante o trabalho. Quando terminou o árduo trabalho de reorganizar seu escritório, Marco suspirou e sorriu satisfeito. Em seguida, sentou-se e voltou a analisar os relatórios. Um e-mail chegou em seu notebook e ele se apressou em verificar, mas antes que pudesse abri-lo, uma imagem aleatória do G****e piscou em anúncios. Era a mesma m*****a foto do outdoor. A mesma m*****a Charlotte McKeena.

Droga!

Marco instantaneamente ficou com raiva. Ela ainda o assombrava. Ela era realmente uma cadela. Ela o fez se apaixonar como nenhuma mulher fez, em seguida, o traiu como se estivesse apenas brincando com o seu pobre coração juvenil. Ele se perguntou por muito tempo por que ela teria feito aquilo. Como ela pôde mentir na maior cara de pau e ainda agir como se ele fosse o vilão da história toda? Graças às suas declarações, jornais de vários lugares do país escreveram absurdos sobre ele, custando-lhe a Summa Cum Laude na Universidade de Harvard. Não que ele se importasse com isso, mas seus pais sim.

Eduardo ficou muito irritado com as calúnias dos jornais e com a entrega do título ao segundo aluno da sala de Marco apenas por causa de tais difamações. Marco Villa-Lobos era um ótimo filho e um estudante brilhante e de caráter, nenhum jornaleco deveria manchar o nome dele, então mesmo quando o garoto disse que não precisava dar muita importância ao que saía sobre ele na mídia, Eduardo moveu céus e terra para fechar o jornal pioneiro das manchetes mentirosas e processou de forma impiedosa os demais que espalharam tal infâmia.

Quando isso aconteceu, Marco voltou a procurar Charlotte. Queria dizer aos pais dela que tudo já estava esclarecido e dizer a ela que entendia o fato de ela ter mentido por ter medo do pai. Mas os McKeena sequer se dignaram a recebê-lo. O mordomo o mandou embora como se ele fosse um reles vendedor enjoativo.

Diante de um tratamento tão frio por parte do senador e sua esposa, e principalmente por parte de Charlotte, Marco não teve escolha a não ser aceitar que o que tinha acontecido não foi por medo dos pais ou por qualquer outro motivo no mínimo digno, mas sim porque Charlotte era uma vadia patética, uma criança mimada. Então ele jurou para si mesmo nunca mais colocar os pés naquele lugar. E jurou também que faria a garota pagar caro por ter quebrado seu coração.

Ele iria destruí-la até que ela rastejasse e implorasse por misericórdia.

Enquanto Marco se mantinha ocupado em seu escritório em Nova Iorque, seus pais tinham acabado de chegar da Malásia, onde comemoravam o aniversário de casamento. Vinte e cinco maravilhosos anos juntos e era como se tivessem se casado na noite anterior. Cada dia com Camila e Eduardo parecia ser o primeiro e o último ao mesmo tempo, pois todos os dias eles os viviam intensamente.

— Marco, estamos na Califórnia. Seu pai e eu decidimos visitar a Luciana. Estamos indo para o apartamento dela. — Camila disse ao filho por telefone.

Marco gemeu. — Você ligou para ela primeiro? A Lu pode estar em outro país no momento. Ela anda muito ocupada com a carreira.

— Não, nós queríamos surpreendê-la. E seu pai queria ver o que ela está aprontando.

— Ela não é mais uma criança, mãe. Ela já tem vinte e um anos.

— Eu sei, Marco. Mas você o conhece. Sabe como ele é protetor.

Camila e Marco conversaram por mais alguns minutos, enquanto ela e Eduardo se dirigiam ao apartamento de Luciana, e quando desligou o celular, Marco ficou inquieto. Sim, seu pai era muito protetor, principalmente com sua mãe e Luciana. Se ele soubesse sobre...

Marco ligou para a irmã.

— Luciana, onde está você?

— Oi irmãozinho, estou na praia. Tinha uma sessão de fotos hoje cedo. Por quê?

— Por acaso você esteve com o Roman ontem?

— Sim. Por quê? — Luciana fez uma careta.

— Olha, eu sei que não é da minha conta, mas mamãe e papai estão indo ao seu apartamento agora mesmo.

— O quê? Meu Deus! Roman ainda está lá dormindo. Apenas eu saí, e só saí porque tinha essa sessão de fotos.

— Então ligue para ele e avise sobre o nosso pai, ou ele terá uma surpresa bem furiosa. Sem contar que mamãe vai surtar se souber que vocês estão transando mesmo sendo primos.

Luciana deu um tapa na testa e ligou para Roman, mas ele não atendeu. Então lembrou que Roman tinha colocado o celular em modo silencioso para que eles não fossem incomodados e provavelmente ainda estaria até agora.

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