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Oh Deus, me ajude! Luciana pensava.

Eduardo Villa-Lobos apertou o botão da campainha no apartamento da sua filha. Demorou um pouco para que ela atendesse, então Eduardo ficou um pouco aborrecido. Ele já estava prestes a abrir a porta com uma chave mestra – já que o prédio era seu e ele a pedira na recepção antes de subir –, mas um belo homem, sexy e quase nu com apenas uma toalha na cintura a abriu.

Eduardo e Camila ficaram muito chocados. Oh meu Deus!

— Roman! O que você está fazendo aqui? — Eduardo rosnou.

Os olhos de Roman Valdez se arregalaram. Inferno!

— Puta merda!

— É bom você ter uma boa explicação para estar aqui, meu jovem. E vestido desse jeito ainda por cima. — Eduardo praticamente soltava fogo pelo nariz.

— Onde está a Luciana? — Camila perguntou a Roman. Mas ele ficou sem palavras, ainda em estado de choque.

Eduardo entrou como um furacão no apartamento e abriu a porta do quarto da filha, mas ela não estava lá. Ele gritou com raiva.

— Porra! Luciana! Luciana! Onde você está? — Então ele saiu do quarto e abriu as outras portas como um homem totalmente louco. — Luciana! Eu sei que você está aqui se escondendo, saia!

— Querido, acalme-se. — Camila pediu.

— Roman! Diga-me onde ela está. E escolha suas palavras para explicar porque está aqui quase nu antes de eu socar a sua cara! — Eduardo rosnou, seus olhos escurecidos com uma raiva intensa.

— Tio, acalme-se. Ela não está aqui.

Os olhos de Eduardo o encararam como duas bolas de fogo.

— Então, onde é que ela está?

— Ela saiu cedo, pois tinha uma sessão de fotos na praia.

— Me explique porque você está quase pelado no apartamento da minha filha. Não é como se você não tivesse um lugar para passar a noite já que tem a mansão dos seus pais e todos os hotéis da família. É melhor me dizer a verdade, garoto, ou vai pagar caro. Por que você está aqui? — Eduardo exigiu.

— Querido... — Camila tocou o braço do marido, mas ele só tinha olhos para Roman.

Eduardo observava com atenção as marcas vermelhas nos ombros, braços e costas de Roman. Ele tinha certeza de que Luciana tinha feito aquilo. Assim como a mãe, ela podia ser uma tigresa na cama.

— Dormi aqui ontem à noite. — Roman disse bravamente.

— Mesmo? Então você está dormindo com ela? Pelo amor de Deus, Roman, vocês dois são primos.

— Nós não somos primos. — Roman disse com firmeza. — Você e o meu pai não são primos de sangue.

— De sangue ou não, ainda somos parentes! Vocês dois cresceram como primos e nada pode mudar isso. —Eduardo disse com raiva. — Mas eu ainda não recebi uma confirmação, você está ou não dormindo com a minha filha?

— E se eu estiver? O que você vai fazer? Nos separar?

Um duro golpe na mandíbula de Roman lhe jogou no chão.

— Oh meu Deus! Eduardo, pare! — Camila gritou.

Eduardo deu-lhe outro golpe e logo o rapaz estava sangrando.

— Vamos, lute comigo! — Eduardo gritou.

— Não, eu não vou tio, eu respeito você. — Roman respondeu, tocando sua boca sangrando, e então se levantou.

— Hã! Você está falando sobre respeito agora? Você não respeita a mim nem a minha filha. Você não poderia estar dormindo com ela. Seu pai sabe disso?

— Não. Mas ele sabe como eu me sinto sobre a Luciana.

— Foda-me! — rosnou Eduardo. — Eu vou ter que quebra-lo também?

Luciana começou a lembrar da noite que tiveram enquanto voltava ao seu apartamento. Ela e Roman tinham começado a dormir juntos apenas na noite passada, apesar de já se sentirem atraídos um pelo outro havia muito tempo. Eles guardaram o desejo que sentiam a todo custo, apenas para não magoar seus familiares por causa da falsa ligação como primos. Mas é claro, que chegou uma hora em que não puderam mais se controlar. Se pelo menos papai não fosse tão antiquado...

Tudo começou anos atrás quando Luciana perguntou se Roman gostaria de acompanhá-la a uma festa de um dos seus amigos de elite na Califórnia, onde o escritório de negócios dele ficava. Ela ficou sem graça de aparecer na festa sozinha, pois, por mais bonita que fosse, não tinha muito jeito com os rapazes, graças a superproteção do seu pai. Ela estudou em um internato para meninas regido por freiras durante toda a vida acadêmica e por isso, nunca havia namorado ninguém.

Mas a verdadeira razão era também porque Luciana queria apenas um homem, e esse homem era Roman. Era inútil tentar algo com qualquer cara que ela conhecesse, por exemplo, durante as férias, porque toda vez que conhecia alguém, acabava comparando-o com o primo. Toda vez que estava com ele, ela se sentia como uma princesa, pois ele a tratava assim. Ele a fazia se sentir feliz e especial.

Eles tinham acabado de sair da festa e entrado na Lamborghini de Roman quando ela lhe confessou que nunca tinha sido beijada.

— Isso é sério? — Roman perguntou, rindo.

— Não ria de mim, Roman.

— Não, eu não estou. É que eu nunca imaginaria isso. Você é tão bonita... é simplesmente impossível de acreditar que ninguém nunca te beijou.

— É ridículo, tendo em vista que eu já tenho dezoito anos, mas é verdade. — ela disse tristemente. — Afinal, você conhece o papai.

Roman riu. Ela olhou para ele com a cara feia.

— Você está realmente rindo de mim, Roman. Isso não é engraçado.

— Não é disso que eu estou rindo, Lu. É que... será que o seu pai não percebe que a sua boca foi feita para ser beijada? Se eu não fosse seu primo, eu mesmo te beijaria agora. Deixaria seus lábios inchados, pois eles são tão rosados e parecem tão deliciosos...

Roman calou a boca antes que revelasse mais do que deveria. Ele tinha que se lembrar de que ela era sua prima, e que seu tio era um homem difícil e muito protetor. Ele a manteve em um colégio de meninas apenas para deixá-la protegida dos homens à sua volta. Roman sorriu com o pensamento de que seria uma boa lição para Eduardo Villa-Lobos se sua querida Luciana se revelasse lésbica. Mas descartou o pensamento logo, pois não queria de nenhuma forma no mundo, que ela não o achasse atraente como homem. Ainda que só em seus pensamentos.

— Está falando sério, Roman?

— É claro que estou.

Luciana mordeu os lábios de uma forma inocente que deixou Roman vidrado.

— Você me acha atraente mesmo sendo sua prima?

— Não se subestime, Luciana. Você é uma mulher muito atraente. Qualquer homem cairia de quatro por você.

— Então por que ninguém nunca fez isso?

— Acho que todo mundo tem medo do seu pai. Fico pensando o que ele faria se soubesse que eu gosto de você. — Roman disse baixinho, na intenção de não fazer Luciana ouvir, mas ela ouviu.

— Você gosta?

Roman sorriu, tímido. — Infelizmente, sim.

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