Alissa Sandoval jamais revelou seu passado. A dançarina carrega inúmeros segredos obscuros, arriscando sempre a própria felicidade em nome do passado. Mas será esse o destino de Alissa? Viver atrelada ao passado ou reescrever uma nova realidade onde ela toma o controle de sua vida?
Ler maisALISSA Tudo ainda era muito recente, nunca imaginei que seria mãe, mas agora estava me sentindo diferente, mesmo com o medo de repetir tudo que ela havia feito comigo, no fundo, eu sabia os motivos pelos quais seria uma mãe diferente; aproveitei para ir até o local onde meu pai estava, precisava contar a ele a novidade. Sol desce do carro segurando firme a minha mão, caminho sentindo as lágrimas molharem meu rosto, me abaixo colocando uma margarida na lápide dele, era a flor que ele mais gostava, pois ainda lembrava da minha mãe. — Pai, eu tenho novidades! — Sorrio entre as lágrimas. — Sua abelhinha vai ter um bebê, eu queria muito que o senhor tivesse aqui! — Tenho certeza que ele teria orgulho de você! Todos nós sentimos isso! — Sol me abraça forte, limpo as lágrimas quando sou surpreendida por uma voz. Viro rapidamente sentindo um aperto no peito, meus olhos ardem quando os fecho sentindo as lágrimas caírem ainda mais pesadas, após tanto tempo jamais imaginei que nos veríamos
Alguns dias depois… Havia percebido uma certa mudança em Alissa, com tantas coisas acontecendo na empresa, quase não tinha tempo de estar o mais presente possível para elas; enquanto assinava alguns contratos novos, recebo a visita dela. Me levanto indo até ela lhe dando um abraço apertado, Viviana se retira ao me ver beijando Alissa; ela se senta em meu colo acariciando meus cabelos. — A que devo a honra dessa surpresa? — Vim te sequestrar… — Ela sorriu animada. — E para onde vai me levar? — Surpresa! — Conhecendo bem, deveria sentir um certo medo dessas surpresas! — Vem logo! Ela se levanta puxando minha mão, saímos correndo da empresa, a risada travessa me fazia suspirar ao olhá-la; sem me deixar ir até o carro, Alissa retira meu paletó enquanto corremos pela calçada. Fecho os olhos quando ela me pede e logo ouço o barulho de uma moto, a buzina estridente ecoa em meus ouvidos me fazendo sorrir da maneira engraçada que ela estava me olhando; coloco o capacete em Alissa e s
MARCO Vê-la daquela maneira havia me deixado desnorteado, Alissa era uma mulher forte, mas naquele momento me deixou ver sua fragilidade e medos; ao amanhecer ela me olha segurando firme minhas mãos, beijo seus cabelos acariciando seu rosto. Enquanto ela se arrumava, preparo o café levando até o quarto, clara e Helena me abraçam dando bom dia; subimos os três juntos, assim que Alissa as vê corre lhes dando um abraço apertado. — Estávamos com saudades! — Eu também senti muitas saudades! — Papai disse que você estava triste, o que houve? — São apenas lembranças ruins, não se preocupem com isso! — Ela sorri graciosa. — Vamos tomar café? — Nós trouxemos seu café! — Sorrio colocando a bandeja na cama. — Queremos te mimar um pouco. — Assim vou ficar mal acostumada! — Linda! — Beijo seus lábios, e ouço as gêmeas fazerem sons de nojo. — Eca papai! Meninos não podem beijar meninas! — Continuem com esse pensamento. — Sorrio debochando. Após tomarmos café, Alissa desce até o jardim
Raramente retirava a máscara nos meus shows, mas nesse havia feito questão; Marco me olhava fixamente enquanto o tecido fino do vestido subia por meu corpo, quanto mais gritavam palavras carregadas de luxúria, seu semblante mudava. Ele se aproxima segurando firme minha mão, sem ao menos me despedir de todos, sou carregada em seus ombros até o carro; me sento subindo o vestido quando suas mãos param o que estava fazendo. — Não mandei você se vestir! — Está frio… — Olho nervosa. — Não se preocupe, vamos esquentar as coisas! — Ele sorri apertando o volante com força. — Para onde estamos indo? Marco? Ele nada diz e apenas segue viagem, meu coração acelerava cada vez mais, não estava com medo do que poderia acontecer e sim ansiosa, pois sabia que seria algo carregado de raiva e prazer. Antes de chegarmos ao local, ele venda meus olhos me deixando ainda mais nervosa; sinto suas mãos sobre minha cintura enquanto caminhávamos a passos largos, ouço uma porta abrir e o vento gélido tocar
ALISSA Na manhã seguinte acordo sentindo o toque suave dele em meu rosto, sorrio envergonhada quando ele me dá um selinho; não achei que tudo isso fosse ser dessa maneira, embora tivéssemos que fingir ser um casal apaixonado. No fundo, eu estava começando a ficar mexida com tudo isso, Marco se mostrava diferente de todos os boatos que ouvíamos. Após o banho descemos indo até o carro, iríamos a um passeio no lugar que ele mais gostava; encosto os braços na janela colocando meu rosto pra fora, o vento toca em minha pele me fazendo sorrir. — Espero que goste do lugar! Minutos depois ele desce do carro segurando minha mão, fico extasiada ao ver a beleza do lugar, a vista da cidade contemplada do alto rodeada de flores e árvores lindas. — Acho que esse foi um dos lugares mais lindos que já fui! — Suspiro animada. — Sempre gostei de vir aqui, quando éramos pequenos nossa mãe nos trazia aqui! — Ele se senta ao meu lado. — Eu sei que tudo isso é apenas um contrato, mas não imaginava q
Assim que chegamos, beijo o topo dos seus cabelos e a chamo, ela me olha dando um sorriso que logo se abre mais ainda ao ver as luzes da cidade; descemos do jatinho, ela caminha até o carro parecendo uma criança. Sorrio do jeito espalhafatoso que ela estava, alguns minutos depois chegamos a frente a minha casa, ela desce dizendo o quão lindo era o local; peço para Vicente levar as malas e subo até o quarto com ela. Ao entrar no cômodo ela me olha abrindo o zíper do vestido, salivo ao ver os seios avantajados a mostra e avanço em seus lábios. — Não sabe a vontade que eu estava de te foder… — Minhas mãos apertam suas coxas. — Então fode! — Ela geme manhosa. Jogo seu corpo na cama, ela se afasta retirando a lingerie ficando apenas de salto, trilho beijos por todo corpo enquanto ela arfa gemendo e segurando meus cabelos com força; me levanto indo até a gaveta, pego uma venda colocando em seus olhos e era nítido a ansiedade que tomava conta do seu corpo. Afasto suas pernas mordendo o
MARCO Era estranho a maneira como ela deixava tudo mais leve, há tempo não saia assim com as duas; enquanto tirava as meninas do carro, Alissa arrumava as coisas do piquenique, observava a maneira doce que ela tratava minhas filhas. Não estava acostumado com isso tudo, apesar do temperamento genioso, Alissa era uma menina meiga e carinhosa; me sento na grama ao lado dela enquanto as gêmeas corriam brincando com um cachorro. — Preparada pra casar amanhã? — Na verdade, não! — Ela sorri irônica. — Não preparamos nada. — Enquanto você cuidava das gêmeas, eu cuidava do casamento! — Sorri debochando. — Deixei Yohana e sol encarregadas disso! — Você agiu pelas minhas costas? — Ela sorriu jogando um pedaço de pão em mim. — Na verdade, é apenas uma surpresa! — Fiquei muito feliz quando elas me falaram que você iria trazê-las aqui! — Perdi muito tempo fechado em um escritório, vou tentar ser mais presente para elas! — Suspiro cansado. — Você é um bom pai, Marco! Assim que as meninas
Descemos do carro e corri até Otávio, o abraço apertado aquece meu peito de tantas saudades que estava sentindo deles; Sandra traz algumas bebidas e nos sentamos, conto a ele sobre o casamento. — Diga-me que você aceitou! — Sol me convenceu a aceitar! — Sorrio revirando os olhos. — Ela merece, ué, não conheço ninguém que tenha passado por tantas coisas como você e mesmo assim acolheu a todas nós! — Se não fosse por você, eu não estaria com o armando! — Quero todos vocês comigo! A tarde me despeço deles, Sandra me entrega uma carta e olho confusa, meu peito se aperta por imaginar que fosse dela; no caminho até em casa abro o envelope, minhas mãos ficam trêmulas ao ver as fotos de quando ainda éramos uma família feliz. Meus olhos lacrimejam ao ler as linhas escritas no papel, amasso com força jogando pela janela e respiro fundo limpando o rosto. Assim que entro em casa, clara e Helena correm até mim, me abaixo dando um abraço apertado nas duas. — Sentimos sua falta! — Também se
Dias depois… ALISSA Quando meu pai se foi, parte de mim havia ido junto levando com ele toda alegria que eu sentia, não sei ao certo como as coisas funcionam e nem o que o destino reserva para cada um de nós; mas agora tinha duas pequeninas a quem dedicava meus dias. Estávamos brincando no jardim quando ele aparece, clara corre o abraçando e puxa sua mão trazendo-lhe para perto; Marco se senta na grama apenas me observando, logo que clara começa a correr atrás de Helena, ele se aproxima de mim. — Você está melhor? — Sim, elas me ajudaram muito nesse processo de luto! — Entendo, quando perdi a mãe delas, foi exatamente o que senti! — Sinto muito, você nunca havia falado sobre isso! — Não há muito o que falar, apenas quero dizer que tudo isso passa! — Você me deixa intrigada, uma hora tem um humor completamente mandão e autoritário, outrora é calmo e paciente! — Somos uma incógnita! — Ele sorri irônico. — Você é o significado dessa palavra! — Sorrio debochando. — Parece nervo