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- Capítulo 2 -

Na manhã seguinte, levando cedo e me arrumo rápido, peço que Adrian me leve até a casa de repouso onde meu pai ficava; assim que chego aos local meus olhos se enchem de lágrimas, enxugo o rosto respirando fundo.

Caminho a passos largos sentindo meu peito se apertar ao vê-lo naquela cama, há dois anos meu pai havia sofrido um acidente que o deixou “vivo” por um grande milagre, passei meses cuidando dele até ter que trabalhar; graças a Otávio eu consigo pagar os tratamentos que ele precisa, mesmo, no fundo, eu sabendo a causa. Me aproximo sentando ao seu lado e seguro suas mãos.

— Papai? Sou eu! Sua abelhinha! — Limpo os olhos sentindo ele apertar minha mão. — Eu sinto sua falta, papai, do seu sorriso, do seu abraço!

— Alissa? — Ouço a voz calma me chamar.

— Oi Carmen! — Ela me abraça forte. — Ele teve alguma melhora?

— Infelizmente não! Tudo que ele consegue é apenas apertar as mãos quando tocamos elas, sinto muito por isso!

— Vou continuar com os tratamentos, eu sei que ele vai conseguir!

— Você teve notícias dela?

— Não! E espero que não tenha por um bom tempo! — Suspiro cansada. — Preciso ir agora, cuida dele pra mim?

— Não precisa nem me pedir! Se cuide.

— Obrigada!

Dou um beijo em meu pai, sigo até a portaria acompanhada de Carmen, me despeço dela entrando no carro e sinto meu peito se apertar cada vez mais por saber que ele não tinha melhorado; chego em casa sentindo uma dor de cabeça infernal, pego o celular vendo que Otávio havia mandando uma mensagem avisando que a boate estaria fechada.

Aproveito o dia de folga para arrumar algumas coisas enquanto sol ia até a clínica fazer alguns exames, coloco um short fino de tecido e retiro a blusa ficando apenas de sutiã, sempre tive o corpo curvilíneo então tudo se tornava extremamente pequeno quando usava; estava terminando tudo quando ouço a campainha tocar.

Corro até a porta e ao abrir os olhos azuis me fitam, pigarreio chamando sua atenção ao ver ele olhando para o meu short.

— Marco?

— Oi!

— A boate está fechada hoje, o que você faz aqui?

— Eu… eu vim te convidar para almoçar comigo! — Ele desvia o olhar do meu corpo.

— Eu não costumo sair com os clientes da boate! — Sorrio irônica.

— Vai fazer essa desfeita comigo? — Ele entra sentando-se no sofá. — Eu espero você se arrumar!

— Você é muito direto!

— E odeio esperar, então seja breve! — Ele sorri pegando um charuto.

Subo até o meu quarto e retiro rapidamente a roupa que estava usando, entro no banheiro sentindo a água fria me fazer arrepiar; faço uma maquiagem leve nos olhos, coloco um vestido florido que se acentuava bem no meu corpo e pego umas sandálias confortáveis.

Ao descer ele me olha e se aproxima, suas mãos seguram minha cintura ao sentir ele me beijando de forma doce, o olho envergonhada enquanto caminhamos até o carro; assim que chegamos no restaurante ele segura minha mão enquanto todos nos olhavam curiosos.

— Você parece ser bem conhecido! — Sorrio debochando.

— Digamos que tenho alguns negócios dentro e fora do Brasil, mas não quero falar de trabalho!

— E sobre o que você quer falar? Achei estranho o seu convite!

— Não vejo motivos para ser estranho, apenas queria uma boa companhia! — Ele pisca faceiro. — Preciso atender, mas fique a vontade e peça o que quiser!

— Tudo bem!

Percebo certos olhares sobre mim, as pessoas ainda não tinham se acostumado em ver uma mulher como eu de classe média acompanhada por um homem como Marco. Assim que ele retorna para a mesa, se desculpa sentando-se ao meu lado; o almoço tinha sido bem agradável ao lado dele, Marco parecia ser um homem fechado e pouco falava sobre si mesmo.

Na volta pra casa ele para em uma praia me convidando para tomarmos um suco juntos, desço tirando as sandálias e sorrio sentindo o gelado da areia em meus pés, ele se aproxima segurando minhas mãos enquanto caminhávamos.

— Vai me dizer por que me trouxe aqui?

— Você é muito esperta! — Ele sorri gracioso. — A verdade é que eu preciso de uma tutora para minhas filhas, alguém que as ensine!

— Filhas?

— Sim, clara e Elisa são as únicas coisas boas nesse mundo! São tudo que mais amo.

— Eu nunca cuidei de crianças antes…

— Não quero que cuide delas, Alissa, apenas que seja uma espécie de professora em tempo integral!

— Por que está me pedindo isso?

— Você me passa confiança, é inteligente e sei que será uma companhia para elas!

— Marco… eu não sei, eu preciso do dinheiro da boate!

— Dinheiro não é problema para mim! Por favor, aceite! — Ele segura minhas mãos.

— Tudo bem, mas eu moro um pouco longe…

— Você vai morar na minha casa, é um lugar bem grande, um pouco afastado do movimento da cidade, mas sei que irá gostar!

— Morar com você?

— Não estou te pedindo em casamento Alissa, apenas que more na minha casa, assim ficaria melhor para todos!

— Tudo bem então!

Ao anoitecer ele me leva para casa, subo pegando minhas coisas e conto para sol sobre a proposta que ele havia me feito, ela me abraça dizendo o quanto sentirá minha falta; desço acompanhada dela que segura firme a minha mão, Marco avisa que ela será bem vinda quando quiser me ver.

Entro no carro e seguimos até sua casa, o local era bastante afastado mas era cercado por árvores lindas; após chegarmos desço extasiada ao ver o tamanho do lugar que iria morar, ele me olha sorrindo e subimos juntos. Entro um pouco envergonhada, uma senhora se aproxima me cumprimentando.

— Vívian, essa é Alissa a nova tutora das meninas!

— Muito prazer, Alissa Sandoval! — Sorrio envergonhada.

— O prazer é todo meu, você é muito bonita menina! — Ela sorri graciosa.

— Vívian leve ela até o quarto de hóspedes, prepare tudo que ela pedir! Preciso arrumar umas coisas agora. Fique a vontade!

— Obrigada! — Sorrio sem jeito.

Subo acompanhada de Vivian, seguro uma mala grande enquanto ela pega minha bolsa carregando até o quarto, o cômodo era em cores cinzas e azuis dando um ar de mistério e elegância.

Agradeço a ajuda, fecho a porta me deitando na cama e suspiro ao ver como tudo era lindo, jamais imaginei morar em um lugar assim; após tomar um banho visto meu pijama, me deito na cama pegando um livro que costumava ler sempre, ouço batidas na porta e peço que entre.

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