Na manhã seguinte, levando cedo e me arrumo rápido, peço que Adrian me leve até a casa de repouso onde meu pai ficava; assim que chego aos local meus olhos se enchem de lágrimas, enxugo o rosto respirando fundo.
Caminho a passos largos sentindo meu peito se apertar ao vê-lo naquela cama, há dois anos meu pai havia sofrido um acidente que o deixou “vivo” por um grande milagre, passei meses cuidando dele até ter que trabalhar; graças a Otávio eu consigo pagar os tratamentos que ele precisa, mesmo, no fundo, eu sabendo a causa. Me aproximo sentando ao seu lado e seguro suas mãos.— Papai? Sou eu! Sua abelhinha! — Limpo os olhos sentindo ele apertar minha mão. — Eu sinto sua falta, papai, do seu sorriso, do seu abraço!— Alissa? — Ouço a voz calma me chamar.— Oi Carmen! — Ela me abraça forte. — Ele teve alguma melhora?— Infelizmente não! Tudo que ele consegue é apenas apertar as mãos quando tocamos elas, sinto muito por isso!— Vou continuar com os tratamentos, eu sei que ele vai conseguir!— Você teve notícias dela?— Não! E espero que não tenha por um bom tempo! — Suspiro cansada. — Preciso ir agora, cuida dele pra mim?— Não precisa nem me pedir! Se cuide.— Obrigada!Dou um beijo em meu pai, sigo até a portaria acompanhada de Carmen, me despeço dela entrando no carro e sinto meu peito se apertar cada vez mais por saber que ele não tinha melhorado; chego em casa sentindo uma dor de cabeça infernal, pego o celular vendo que Otávio havia mandando uma mensagem avisando que a boate estaria fechada.Aproveito o dia de folga para arrumar algumas coisas enquanto sol ia até a clínica fazer alguns exames, coloco um short fino de tecido e retiro a blusa ficando apenas de sutiã, sempre tive o corpo curvilíneo então tudo se tornava extremamente pequeno quando usava; estava terminando tudo quando ouço a campainha tocar.Corro até a porta e ao abrir os olhos azuis me fitam, pigarreio chamando sua atenção ao ver ele olhando para o meu short.— Marco?— Oi!— A boate está fechada hoje, o que você faz aqui?— Eu… eu vim te convidar para almoçar comigo! — Ele desvia o olhar do meu corpo.— Eu não costumo sair com os clientes da boate! — Sorrio irônica.— Vai fazer essa desfeita comigo? — Ele entra sentando-se no sofá. — Eu espero você se arrumar!— Você é muito direto!— E odeio esperar, então seja breve! — Ele sorri pegando um charuto.Subo até o meu quarto e retiro rapidamente a roupa que estava usando, entro no banheiro sentindo a água fria me fazer arrepiar; faço uma maquiagem leve nos olhos, coloco um vestido florido que se acentuava bem no meu corpo e pego umas sandálias confortáveis.Ao descer ele me olha e se aproxima, suas mãos seguram minha cintura ao sentir ele me beijando de forma doce, o olho envergonhada enquanto caminhamos até o carro; assim que chegamos no restaurante ele segura minha mão enquanto todos nos olhavam curiosos.— Você parece ser bem conhecido! — Sorrio debochando.— Digamos que tenho alguns negócios dentro e fora do Brasil, mas não quero falar de trabalho!— E sobre o que você quer falar? Achei estranho o seu convite!— Não vejo motivos para ser estranho, apenas queria uma boa companhia! — Ele pisca faceiro. — Preciso atender, mas fique a vontade e peça o que quiser!— Tudo bem!Percebo certos olhares sobre mim, as pessoas ainda não tinham se acostumado em ver uma mulher como eu de classe média acompanhada por um homem como Marco. Assim que ele retorna para a mesa, se desculpa sentando-se ao meu lado; o almoço tinha sido bem agradável ao lado dele, Marco parecia ser um homem fechado e pouco falava sobre si mesmo.Na volta pra casa ele para em uma praia me convidando para tomarmos um suco juntos, desço tirando as sandálias e sorrio sentindo o gelado da areia em meus pés, ele se aproxima segurando minhas mãos enquanto caminhávamos.— Vai me dizer por que me trouxe aqui?— Você é muito esperta! — Ele sorri gracioso. — A verdade é que eu preciso de uma tutora para minhas filhas, alguém que as ensine!— Filhas?— Sim, clara e Elisa são as únicas coisas boas nesse mundo! São tudo que mais amo.— Eu nunca cuidei de crianças antes…— Não quero que cuide delas, Alissa, apenas que seja uma espécie de professora em tempo integral!— Por que está me pedindo isso?— Você me passa confiança, é inteligente e sei que será uma companhia para elas!— Marco… eu não sei, eu preciso do dinheiro da boate!— Dinheiro não é problema para mim! Por favor, aceite! — Ele segura minhas mãos.— Tudo bem, mas eu moro um pouco longe…— Você vai morar na minha casa, é um lugar bem grande, um pouco afastado do movimento da cidade, mas sei que irá gostar!— Morar com você?— Não estou te pedindo em casamento Alissa, apenas que more na minha casa, assim ficaria melhor para todos!— Tudo bem então!Ao anoitecer ele me leva para casa, subo pegando minhas coisas e conto para sol sobre a proposta que ele havia me feito, ela me abraça dizendo o quanto sentirá minha falta; desço acompanhada dela que segura firme a minha mão, Marco avisa que ela será bem vinda quando quiser me ver.Entro no carro e seguimos até sua casa, o local era bastante afastado mas era cercado por árvores lindas; após chegarmos desço extasiada ao ver o tamanho do lugar que iria morar, ele me olha sorrindo e subimos juntos. Entro um pouco envergonhada, uma senhora se aproxima me cumprimentando.— Vívian, essa é Alissa a nova tutora das meninas!— Muito prazer, Alissa Sandoval! — Sorrio envergonhada.— O prazer é todo meu, você é muito bonita menina! — Ela sorri graciosa.— Vívian leve ela até o quarto de hóspedes, prepare tudo que ela pedir! Preciso arrumar umas coisas agora. Fique a vontade!— Obrigada! — Sorrio sem jeito.Subo acompanhada de Vivian, seguro uma mala grande enquanto ela pega minha bolsa carregando até o quarto, o cômodo era em cores cinzas e azuis dando um ar de mistério e elegância.Agradeço a ajuda, fecho a porta me deitando na cama e suspiro ao ver como tudo era lindo, jamais imaginei morar em um lugar assim; após tomar um banho visto meu pijama, me deito na cama pegando um livro que costumava ler sempre, ouço batidas na porta e peço que entre.MARCO Ser o herdeiro de um conglomerado de empresas poderia parecer ser algo fácil, mas nem sempre é, principalmente por viver rodeado a vida toda por abutres bajuladores; durante anos trabalhei duro enquanto Frederico viajava pelo mundo, quando havia finalmente descansado a vida me pregou a pior das peças levando de mim a mulher que mais amei. Conhecer Alissa me deu a oportunidade de poder finalmente trazer minhas filhas para perto de mim; assim que elas chegaram, subimos até o quarto onde Alissa estava, bato na porta e ouço sua voz doce pedindo que entrasse. Ela se levanta envergonhada, mas logo sorri ao ver minhas filhas. — Você é a amiga do papai? — Sim! Eu não sabia que vocês eram gêmeas, são lindas! — Ela sorriu graciosa. — Eu sou Helena, a mais esperta e engraçada! — Eu sou clara, Helena gosta de implicar comigo! — Ela revira os olhos. — As duas são muito lindas e sei que são inteligentes! — A gente pode te abraçar? — Claro que sim! — Alissa se abaixa dando um abraço
Dias depois… ALISSA Quando meu pai se foi, parte de mim havia ido junto levando com ele toda alegria que eu sentia, não sei ao certo como as coisas funcionam e nem o que o destino reserva para cada um de nós; mas agora tinha duas pequeninas a quem dedicava meus dias. Estávamos brincando no jardim quando ele aparece, clara corre o abraçando e puxa sua mão trazendo-lhe para perto; Marco se senta na grama apenas me observando, logo que clara começa a correr atrás de Helena, ele se aproxima de mim. — Você está melhor? — Sim, elas me ajudaram muito nesse processo de luto! — Entendo, quando perdi a mãe delas, foi exatamente o que senti! — Sinto muito, você nunca havia falado sobre isso! — Não há muito o que falar, apenas quero dizer que tudo isso passa! — Você me deixa intrigada, uma hora tem um humor completamente mandão e autoritário, outrora é calmo e paciente! — Somos uma incógnita! — Ele sorri irônico. — Você é o significado dessa palavra! — Sorrio debochando. — Parece nervo
Descemos do carro e corri até Otávio, o abraço apertado aquece meu peito de tantas saudades que estava sentindo deles; Sandra traz algumas bebidas e nos sentamos, conto a ele sobre o casamento. — Diga-me que você aceitou! — Sol me convenceu a aceitar! — Sorrio revirando os olhos. — Ela merece, ué, não conheço ninguém que tenha passado por tantas coisas como você e mesmo assim acolheu a todas nós! — Se não fosse por você, eu não estaria com o armando! — Quero todos vocês comigo! A tarde me despeço deles, Sandra me entrega uma carta e olho confusa, meu peito se aperta por imaginar que fosse dela; no caminho até em casa abro o envelope, minhas mãos ficam trêmulas ao ver as fotos de quando ainda éramos uma família feliz. Meus olhos lacrimejam ao ler as linhas escritas no papel, amasso com força jogando pela janela e respiro fundo limpando o rosto. Assim que entro em casa, clara e Helena correm até mim, me abaixo dando um abraço apertado nas duas. — Sentimos sua falta! — Também se
MARCO Era estranho a maneira como ela deixava tudo mais leve, há tempo não saia assim com as duas; enquanto tirava as meninas do carro, Alissa arrumava as coisas do piquenique, observava a maneira doce que ela tratava minhas filhas. Não estava acostumado com isso tudo, apesar do temperamento genioso, Alissa era uma menina meiga e carinhosa; me sento na grama ao lado dela enquanto as gêmeas corriam brincando com um cachorro. — Preparada pra casar amanhã? — Na verdade, não! — Ela sorri irônica. — Não preparamos nada. — Enquanto você cuidava das gêmeas, eu cuidava do casamento! — Sorri debochando. — Deixei Yohana e sol encarregadas disso! — Você agiu pelas minhas costas? — Ela sorriu jogando um pedaço de pão em mim. — Na verdade, é apenas uma surpresa! — Fiquei muito feliz quando elas me falaram que você iria trazê-las aqui! — Perdi muito tempo fechado em um escritório, vou tentar ser mais presente para elas! — Suspiro cansado. — Você é um bom pai, Marco! Assim que as meninas
Assim que chegamos, beijo o topo dos seus cabelos e a chamo, ela me olha dando um sorriso que logo se abre mais ainda ao ver as luzes da cidade; descemos do jatinho, ela caminha até o carro parecendo uma criança. Sorrio do jeito espalhafatoso que ela estava, alguns minutos depois chegamos a frente a minha casa, ela desce dizendo o quão lindo era o local; peço para Vicente levar as malas e subo até o quarto com ela. Ao entrar no cômodo ela me olha abrindo o zíper do vestido, salivo ao ver os seios avantajados a mostra e avanço em seus lábios. — Não sabe a vontade que eu estava de te foder… — Minhas mãos apertam suas coxas. — Então fode! — Ela geme manhosa. Jogo seu corpo na cama, ela se afasta retirando a lingerie ficando apenas de salto, trilho beijos por todo corpo enquanto ela arfa gemendo e segurando meus cabelos com força; me levanto indo até a gaveta, pego uma venda colocando em seus olhos e era nítido a ansiedade que tomava conta do seu corpo. Afasto suas pernas mordendo o
ALISSA Na manhã seguinte acordo sentindo o toque suave dele em meu rosto, sorrio envergonhada quando ele me dá um selinho; não achei que tudo isso fosse ser dessa maneira, embora tivéssemos que fingir ser um casal apaixonado. No fundo, eu estava começando a ficar mexida com tudo isso, Marco se mostrava diferente de todos os boatos que ouvíamos. Após o banho descemos indo até o carro, iríamos a um passeio no lugar que ele mais gostava; encosto os braços na janela colocando meu rosto pra fora, o vento toca em minha pele me fazendo sorrir. — Espero que goste do lugar! Minutos depois ele desce do carro segurando minha mão, fico extasiada ao ver a beleza do lugar, a vista da cidade contemplada do alto rodeada de flores e árvores lindas. — Acho que esse foi um dos lugares mais lindos que já fui! — Suspiro animada. — Sempre gostei de vir aqui, quando éramos pequenos nossa mãe nos trazia aqui! — Ele se senta ao meu lado. — Eu sei que tudo isso é apenas um contrato, mas não imaginava q
Raramente retirava a máscara nos meus shows, mas nesse havia feito questão; Marco me olhava fixamente enquanto o tecido fino do vestido subia por meu corpo, quanto mais gritavam palavras carregadas de luxúria, seu semblante mudava. Ele se aproxima segurando firme minha mão, sem ao menos me despedir de todos, sou carregada em seus ombros até o carro; me sento subindo o vestido quando suas mãos param o que estava fazendo. — Não mandei você se vestir! — Está frio… — Olho nervosa. — Não se preocupe, vamos esquentar as coisas! — Ele sorri apertando o volante com força. — Para onde estamos indo? Marco? Ele nada diz e apenas segue viagem, meu coração acelerava cada vez mais, não estava com medo do que poderia acontecer e sim ansiosa, pois sabia que seria algo carregado de raiva e prazer. Antes de chegarmos ao local, ele venda meus olhos me deixando ainda mais nervosa; sinto suas mãos sobre minha cintura enquanto caminhávamos a passos largos, ouço uma porta abrir e o vento gélido tocar
MARCO Vê-la daquela maneira havia me deixado desnorteado, Alissa era uma mulher forte, mas naquele momento me deixou ver sua fragilidade e medos; ao amanhecer ela me olha segurando firme minhas mãos, beijo seus cabelos acariciando seu rosto. Enquanto ela se arrumava, preparo o café levando até o quarto, clara e Helena me abraçam dando bom dia; subimos os três juntos, assim que Alissa as vê corre lhes dando um abraço apertado. — Estávamos com saudades! — Eu também senti muitas saudades! — Papai disse que você estava triste, o que houve? — São apenas lembranças ruins, não se preocupem com isso! — Ela sorri graciosa. — Vamos tomar café? — Nós trouxemos seu café! — Sorrio colocando a bandeja na cama. — Queremos te mimar um pouco. — Assim vou ficar mal acostumada! — Linda! — Beijo seus lábios, e ouço as gêmeas fazerem sons de nojo. — Eca papai! Meninos não podem beijar meninas! — Continuem com esse pensamento. — Sorrio debochando. Após tomarmos café, Alissa desce até o jardim