MARCO
Era estranho a maneira como ela deixava tudo mais leve, há tempo não saia assim com as duas; enquanto tirava as meninas do carro, Alissa arrumava as coisas do piquenique, observava a maneira doce que ela tratava minhas filhas.Não estava acostumado com isso tudo, apesar do temperamento genioso, Alissa era uma menina meiga e carinhosa; me sento na grama ao lado dela enquanto as gêmeas corriam brincando com um cachorro.— Preparada pra casar amanhã?— Na verdade, não! — Ela sorri irônica. — Não preparamos nada.— Enquanto você cuidava das gêmeas, eu cuidava do casamento! — Sorri debochando. — Deixei Yohana e sol encarregadas disso!— Você agiu pelas minhas costas? — Ela sorriu jogando um pedaço de pão em mim.— Na verdade, é apenas uma surpresa!— Fiquei muito feliz quando elas me falaram que você iria trazê-las aqui!— Perdi muito tempo fechado em um escritório, vou tentar ser mais presente para elas! — Suspiro cansado.— Você é um bom pai, Marco!Assim que as meninas retornam ela se soltava cada vez mais, sempre que ouvia a risada leve que ela tinha meu peito vibrava; Alissa estava mexendo comigo e não sabia como disfarçar, embora ela já tivesse deixado claro que estava se casando apenas pelo contrato. Talvez, no fundo, eu quisesse amá-la verdadeiramente.Após o piquenique, deixo as gêmeas em casa sob os cuidados de Vivian e levo Alissa para experimentar seu vestido; ao chegar me sento esperando ela ver mais uma das criações de Yohana.— Você não quer vê-lo marco?— Não dá azar ver antes do casamento?— Bobagem! Vai lá ver.— Você está maravilhosa Alissa, sabia que Yohana faria um ótimo trabalho!— Obrigada! — Ela sorri envergonhada.— Marco? Você está apaixonado por ela!— Não! Somos apenas amigos eu diria!— Acho que esse casamento não será apenas de um ano! — Ela pisca sorrindo.Saímos da loja de Yohana, percebi o quão feliz Alissa tinha ficado com o vestido, embora fosse algo repentino e apenas um contrato, eu queria que ela lembrasse desse dia como o mais feliz da vida dela; ao descer do carro ela corre vendo sol na porta, as duas se abraçam e a cumprimento com um beijo no rosto.Minutos depois, Frederico chega, tentei segurar o riso ao ver a cara que ele fez quando viu sol, parada conversando com Alissa; chamei sua atenção e fomos até o escritório.— Então essa que é a famosa sol? Não me admira o nome!— É, ela é muito bonita!— Que cara é essa? Nem parece que vai casar amanhã!— Frederico preciso que você saiba a verdade, estou me casando com Alissa apenas para proteger nosso patrimônio!— Você fala sobre a chantagem que a mãe de liz fez?— Sim! Ela ameaçou contar tudo para as meninas, não posso perdê-las!— E nem vai, a mãe de liz sempre foi uma golpista, viveu durante anos pendurada nas asas da própria filha!— Só preciso de um ano! Apenas isso.Subo para o meu quarto, tomo um banho quente, sentindo meu corpo relaxar, precisava dar um jeito de fazer glória sumir de vez e me deixar em paz o quanto antes; na manhã seguinte levanto ouvindo os gritos frenéticos de sol, assim que desço até o jardim vejo Frederico fazer uma careta chamando sol de louca.Me aproximo dando um beijo nas gêmeas, Alissa me olha com um sorriso doce nos lábios, sento ao lado dela.— Preparada pra se tornar a senhora Esposito?— Isso depende! — Ela sorri irônica.— Do quê?— Se não vai me enlouquecer no decorrer desse ano!— Querida, não prometo absolutamente nada. — Sorrio debochando.Ela se levanta me dando um beijo no rosto, logo fred se aproxima sentando-se do lado das gêmeas.— A química de vocês dois nota-se de longe!— Não diga bobagens, você sabe bem o que acontece!— Sei, você está apaixonado por Alissa!— Papai tá apaixonado? — Clara sorri animada.— Não filha! Papai não está apaixonado, fred muda de assunto!— Negue o quanto quiser! — Ele sorriu debochando. — Pode me dizer quanto tempo essa maluca vai ficar aqui?— Dei folga a Vivian, então Alissa pediu que sol viesse tomar conta das meninas enquanto estivéssemos fora!— Porra, Marco, eu vou ficar aqui sozinho com essa desmiolada?Levanto indo me arrumar, aos poucos os convidados chegam e me sinto cada vez mais nervoso, nunca me imaginei casando novamente; liz havia sido a mulher da minha vida, construímos uma vida juntos e tudo simplesmente parou quando ela se foi.Conhecer Alissa havia me deixado intrigado com inúmeras questões, apesar da química e o desejo carnal que sentíamos um pelo outro, eu não descartava a possibilidade de me apaixonar por ela; assim que a música começa a tocar, Frederico se posiciona ao meu lado, sorrio ao ver como ela estava linda enquanto meu pai acompanhava ela.Logo o juiz começa a falar as mesmas palavras de todo casamento tradicional, estava extasiado com o quão linda ela era; seguro firme suas mãos enquanto dançávamos, ela me olhava envergonhada.— Tudo está tão lindo!— Fico feliz que tenha gostado.— Estou curiosa pra saber para onde vamos!— Isso é surpresa! — Aproximo o corpo dela junto ao meu. — Confesso que estou ansioso para tirar esse seu vestido!— Melhor você se conter, vai acabar do jeito que não pode na frente dos convidados! — Ela sorri irônica.— Não tenho culpa.Assim que Alissa j**a o buquê, sol começa a gritar por ter pego o arranjo de flores, sorrio ao ver a cara que fred faz; coloco nossas malas no carro e me despeço de todos. Alissa caminha até as gêmeas dando um abraço apertado nas duas, me abaixo sentindo as duas me abraçarem e dou um beijo em seu rosto.Chegamos no aeroporto e ela me olhava animada, era nítido que tudo aquilo era novo pra ela, a levaria para nossa casa em Veneza; durante o voo ela acaba adormecendo, sua cabeça encosta em meus ombros e acaricio seus cabelos.Assim que chegamos, beijo o topo dos seus cabelos e a chamo, ela me olha dando um sorriso que logo se abre mais ainda ao ver as luzes da cidade; descemos do jatinho, ela caminha até o carro parecendo uma criança. Sorrio do jeito espalhafatoso que ela estava, alguns minutos depois chegamos a frente a minha casa, ela desce dizendo o quão lindo era o local; peço para Vicente levar as malas e subo até o quarto com ela. Ao entrar no cômodo ela me olha abrindo o zíper do vestido, salivo ao ver os seios avantajados a mostra e avanço em seus lábios. — Não sabe a vontade que eu estava de te foder… — Minhas mãos apertam suas coxas. — Então fode! — Ela geme manhosa. Jogo seu corpo na cama, ela se afasta retirando a lingerie ficando apenas de salto, trilho beijos por todo corpo enquanto ela arfa gemendo e segurando meus cabelos com força; me levanto indo até a gaveta, pego uma venda colocando em seus olhos e era nítido a ansiedade que tomava conta do seu corpo. Afasto suas pernas mordendo o
ALISSA Na manhã seguinte acordo sentindo o toque suave dele em meu rosto, sorrio envergonhada quando ele me dá um selinho; não achei que tudo isso fosse ser dessa maneira, embora tivéssemos que fingir ser um casal apaixonado. No fundo, eu estava começando a ficar mexida com tudo isso, Marco se mostrava diferente de todos os boatos que ouvíamos. Após o banho descemos indo até o carro, iríamos a um passeio no lugar que ele mais gostava; encosto os braços na janela colocando meu rosto pra fora, o vento toca em minha pele me fazendo sorrir. — Espero que goste do lugar! Minutos depois ele desce do carro segurando minha mão, fico extasiada ao ver a beleza do lugar, a vista da cidade contemplada do alto rodeada de flores e árvores lindas. — Acho que esse foi um dos lugares mais lindos que já fui! — Suspiro animada. — Sempre gostei de vir aqui, quando éramos pequenos nossa mãe nos trazia aqui! — Ele se senta ao meu lado. — Eu sei que tudo isso é apenas um contrato, mas não imaginava q
Raramente retirava a máscara nos meus shows, mas nesse havia feito questão; Marco me olhava fixamente enquanto o tecido fino do vestido subia por meu corpo, quanto mais gritavam palavras carregadas de luxúria, seu semblante mudava. Ele se aproxima segurando firme minha mão, sem ao menos me despedir de todos, sou carregada em seus ombros até o carro; me sento subindo o vestido quando suas mãos param o que estava fazendo. — Não mandei você se vestir! — Está frio… — Olho nervosa. — Não se preocupe, vamos esquentar as coisas! — Ele sorri apertando o volante com força. — Para onde estamos indo? Marco? Ele nada diz e apenas segue viagem, meu coração acelerava cada vez mais, não estava com medo do que poderia acontecer e sim ansiosa, pois sabia que seria algo carregado de raiva e prazer. Antes de chegarmos ao local, ele venda meus olhos me deixando ainda mais nervosa; sinto suas mãos sobre minha cintura enquanto caminhávamos a passos largos, ouço uma porta abrir e o vento gélido tocar
MARCO Vê-la daquela maneira havia me deixado desnorteado, Alissa era uma mulher forte, mas naquele momento me deixou ver sua fragilidade e medos; ao amanhecer ela me olha segurando firme minhas mãos, beijo seus cabelos acariciando seu rosto. Enquanto ela se arrumava, preparo o café levando até o quarto, clara e Helena me abraçam dando bom dia; subimos os três juntos, assim que Alissa as vê corre lhes dando um abraço apertado. — Estávamos com saudades! — Eu também senti muitas saudades! — Papai disse que você estava triste, o que houve? — São apenas lembranças ruins, não se preocupem com isso! — Ela sorri graciosa. — Vamos tomar café? — Nós trouxemos seu café! — Sorrio colocando a bandeja na cama. — Queremos te mimar um pouco. — Assim vou ficar mal acostumada! — Linda! — Beijo seus lábios, e ouço as gêmeas fazerem sons de nojo. — Eca papai! Meninos não podem beijar meninas! — Continuem com esse pensamento. — Sorrio debochando. Após tomarmos café, Alissa desce até o jardim
Alguns dias depois… Havia percebido uma certa mudança em Alissa, com tantas coisas acontecendo na empresa, quase não tinha tempo de estar o mais presente possível para elas; enquanto assinava alguns contratos novos, recebo a visita dela. Me levanto indo até ela lhe dando um abraço apertado, Viviana se retira ao me ver beijando Alissa; ela se senta em meu colo acariciando meus cabelos. — A que devo a honra dessa surpresa? — Vim te sequestrar… — Ela sorriu animada. — E para onde vai me levar? — Surpresa! — Conhecendo bem, deveria sentir um certo medo dessas surpresas! — Vem logo! Ela se levanta puxando minha mão, saímos correndo da empresa, a risada travessa me fazia suspirar ao olhá-la; sem me deixar ir até o carro, Alissa retira meu paletó enquanto corremos pela calçada. Fecho os olhos quando ela me pede e logo ouço o barulho de uma moto, a buzina estridente ecoa em meus ouvidos me fazendo sorrir da maneira engraçada que ela estava me olhando; coloco o capacete em Alissa e s
ALISSA Tudo ainda era muito recente, nunca imaginei que seria mãe, mas agora estava me sentindo diferente, mesmo com o medo de repetir tudo que ela havia feito comigo, no fundo, eu sabia os motivos pelos quais seria uma mãe diferente; aproveitei para ir até o local onde meu pai estava, precisava contar a ele a novidade. Sol desce do carro segurando firme a minha mão, caminho sentindo as lágrimas molharem meu rosto, me abaixo colocando uma margarida na lápide dele, era a flor que ele mais gostava, pois ainda lembrava da minha mãe. — Pai, eu tenho novidades! — Sorrio entre as lágrimas. — Sua abelhinha vai ter um bebê, eu queria muito que o senhor tivesse aqui! — Tenho certeza que ele teria orgulho de você! Todos nós sentimos isso! — Sol me abraça forte, limpo as lágrimas quando sou surpreendida por uma voz. Viro rapidamente sentindo um aperto no peito, meus olhos ardem quando os fecho sentindo as lágrimas caírem ainda mais pesadas, após tanto tempo jamais imaginei que nos veríamos
“Eu gosto do jeito que você está me olhandoEu gosto do jeito que olha de cimaSe perdendo em mim”ALISSA Desde pequena ouvia muitas meninas contando como seriam seus futuros, casas e carros elegantes, maridos ricos e filhos a rodo, bom, nunca me encaixei nesse papel de sonhar com coisas extraordinárias já que minha realidade era totalmente diferente. A vida nem sempre sorri para todos desse lado da força, e talvez eu prefira a vida que levo hoje. Nunca me apaixonei, abri mão de viver coisas como as demais adolescentes para procurar um teto e comida; foi quando encontrei sol e nos tornamos inseparáveis, há três anos trabalhávamos em uma boate muito movimentada chamada lounge e conhecida em todo Rio de Janeiro. Sempre fui apaixonada por dança, foi um dos motivos que me fez chegar até aqui. — Começou os ensaios cedo? — Otávio entra sorrindo. — Preciso me preparar melhor, Sandra me contou que hoje virá novos clientes. — Sim, essa noite será bastante movimentada e me arrisco a dizer
Na manhã seguinte, levando cedo e me arrumo rápido, peço que Adrian me leve até a casa de repouso onde meu pai ficava; assim que chego aos local meus olhos se enchem de lágrimas, enxugo o rosto respirando fundo. Caminho a passos largos sentindo meu peito se apertar ao vê-lo naquela cama, há dois anos meu pai havia sofrido um acidente que o deixou “vivo” por um grande milagre, passei meses cuidando dele até ter que trabalhar; graças a Otávio eu consigo pagar os tratamentos que ele precisa, mesmo, no fundo, eu sabendo a causa. Me aproximo sentando ao seu lado e seguro suas mãos. — Papai? Sou eu! Sua abelhinha! — Limpo os olhos sentindo ele apertar minha mão. — Eu sinto sua falta, papai, do seu sorriso, do seu abraço! — Alissa? — Ouço a voz calma me chamar. — Oi Carmen! — Ela me abraça forte. — Ele teve alguma melhora? — Infelizmente não! Tudo que ele consegue é apenas apertar as mãos quando tocamos elas, sinto muito por isso! — Vou continuar com os tratamentos, eu sei que ele vai