ALISSA Tudo ainda era muito recente, nunca imaginei que seria mãe, mas agora estava me sentindo diferente, mesmo com o medo de repetir tudo que ela havia feito comigo, no fundo, eu sabia os motivos pelos quais seria uma mãe diferente; aproveitei para ir até o local onde meu pai estava, precisava contar a ele a novidade. Sol desce do carro segurando firme a minha mão, caminho sentindo as lágrimas molharem meu rosto, me abaixo colocando uma margarida na lápide dele, era a flor que ele mais gostava, pois ainda lembrava da minha mãe. — Pai, eu tenho novidades! — Sorrio entre as lágrimas. — Sua abelhinha vai ter um bebê, eu queria muito que o senhor tivesse aqui! — Tenho certeza que ele teria orgulho de você! Todos nós sentimos isso! — Sol me abraça forte, limpo as lágrimas quando sou surpreendida por uma voz. Viro rapidamente sentindo um aperto no peito, meus olhos ardem quando os fecho sentindo as lágrimas caírem ainda mais pesadas, após tanto tempo jamais imaginei que nos veríamos
“Eu gosto do jeito que você está me olhandoEu gosto do jeito que olha de cimaSe perdendo em mim”ALISSA Desde pequena ouvia muitas meninas contando como seriam seus futuros, casas e carros elegantes, maridos ricos e filhos a rodo, bom, nunca me encaixei nesse papel de sonhar com coisas extraordinárias já que minha realidade era totalmente diferente. A vida nem sempre sorri para todos desse lado da força, e talvez eu prefira a vida que levo hoje. Nunca me apaixonei, abri mão de viver coisas como as demais adolescentes para procurar um teto e comida; foi quando encontrei sol e nos tornamos inseparáveis, há três anos trabalhávamos em uma boate muito movimentada chamada lounge e conhecida em todo Rio de Janeiro. Sempre fui apaixonada por dança, foi um dos motivos que me fez chegar até aqui. — Começou os ensaios cedo? — Otávio entra sorrindo. — Preciso me preparar melhor, Sandra me contou que hoje virá novos clientes. — Sim, essa noite será bastante movimentada e me arrisco a dizer
Na manhã seguinte, levando cedo e me arrumo rápido, peço que Adrian me leve até a casa de repouso onde meu pai ficava; assim que chego aos local meus olhos se enchem de lágrimas, enxugo o rosto respirando fundo. Caminho a passos largos sentindo meu peito se apertar ao vê-lo naquela cama, há dois anos meu pai havia sofrido um acidente que o deixou “vivo” por um grande milagre, passei meses cuidando dele até ter que trabalhar; graças a Otávio eu consigo pagar os tratamentos que ele precisa, mesmo, no fundo, eu sabendo a causa. Me aproximo sentando ao seu lado e seguro suas mãos. — Papai? Sou eu! Sua abelhinha! — Limpo os olhos sentindo ele apertar minha mão. — Eu sinto sua falta, papai, do seu sorriso, do seu abraço! — Alissa? — Ouço a voz calma me chamar. — Oi Carmen! — Ela me abraça forte. — Ele teve alguma melhora? — Infelizmente não! Tudo que ele consegue é apenas apertar as mãos quando tocamos elas, sinto muito por isso! — Vou continuar com os tratamentos, eu sei que ele vai
MARCO Ser o herdeiro de um conglomerado de empresas poderia parecer ser algo fácil, mas nem sempre é, principalmente por viver rodeado a vida toda por abutres bajuladores; durante anos trabalhei duro enquanto Frederico viajava pelo mundo, quando havia finalmente descansado a vida me pregou a pior das peças levando de mim a mulher que mais amei. Conhecer Alissa me deu a oportunidade de poder finalmente trazer minhas filhas para perto de mim; assim que elas chegaram, subimos até o quarto onde Alissa estava, bato na porta e ouço sua voz doce pedindo que entrasse. Ela se levanta envergonhada, mas logo sorri ao ver minhas filhas. — Você é a amiga do papai? — Sim! Eu não sabia que vocês eram gêmeas, são lindas! — Ela sorriu graciosa. — Eu sou Helena, a mais esperta e engraçada! — Eu sou clara, Helena gosta de implicar comigo! — Ela revira os olhos. — As duas são muito lindas e sei que são inteligentes! — A gente pode te abraçar? — Claro que sim! — Alissa se abaixa dando um abraço
Dias depois… ALISSA Quando meu pai se foi, parte de mim havia ido junto levando com ele toda alegria que eu sentia, não sei ao certo como as coisas funcionam e nem o que o destino reserva para cada um de nós; mas agora tinha duas pequeninas a quem dedicava meus dias. Estávamos brincando no jardim quando ele aparece, clara corre o abraçando e puxa sua mão trazendo-lhe para perto; Marco se senta na grama apenas me observando, logo que clara começa a correr atrás de Helena, ele se aproxima de mim. — Você está melhor? — Sim, elas me ajudaram muito nesse processo de luto! — Entendo, quando perdi a mãe delas, foi exatamente o que senti! — Sinto muito, você nunca havia falado sobre isso! — Não há muito o que falar, apenas quero dizer que tudo isso passa! — Você me deixa intrigada, uma hora tem um humor completamente mandão e autoritário, outrora é calmo e paciente! — Somos uma incógnita! — Ele sorri irônico. — Você é o significado dessa palavra! — Sorrio debochando. — Parece nervo
Descemos do carro e corri até Otávio, o abraço apertado aquece meu peito de tantas saudades que estava sentindo deles; Sandra traz algumas bebidas e nos sentamos, conto a ele sobre o casamento. — Diga-me que você aceitou! — Sol me convenceu a aceitar! — Sorrio revirando os olhos. — Ela merece, ué, não conheço ninguém que tenha passado por tantas coisas como você e mesmo assim acolheu a todas nós! — Se não fosse por você, eu não estaria com o armando! — Quero todos vocês comigo! A tarde me despeço deles, Sandra me entrega uma carta e olho confusa, meu peito se aperta por imaginar que fosse dela; no caminho até em casa abro o envelope, minhas mãos ficam trêmulas ao ver as fotos de quando ainda éramos uma família feliz. Meus olhos lacrimejam ao ler as linhas escritas no papel, amasso com força jogando pela janela e respiro fundo limpando o rosto. Assim que entro em casa, clara e Helena correm até mim, me abaixo dando um abraço apertado nas duas. — Sentimos sua falta! — Também se
MARCO Era estranho a maneira como ela deixava tudo mais leve, há tempo não saia assim com as duas; enquanto tirava as meninas do carro, Alissa arrumava as coisas do piquenique, observava a maneira doce que ela tratava minhas filhas. Não estava acostumado com isso tudo, apesar do temperamento genioso, Alissa era uma menina meiga e carinhosa; me sento na grama ao lado dela enquanto as gêmeas corriam brincando com um cachorro. — Preparada pra casar amanhã? — Na verdade, não! — Ela sorri irônica. — Não preparamos nada. — Enquanto você cuidava das gêmeas, eu cuidava do casamento! — Sorri debochando. — Deixei Yohana e sol encarregadas disso! — Você agiu pelas minhas costas? — Ela sorriu jogando um pedaço de pão em mim. — Na verdade, é apenas uma surpresa! — Fiquei muito feliz quando elas me falaram que você iria trazê-las aqui! — Perdi muito tempo fechado em um escritório, vou tentar ser mais presente para elas! — Suspiro cansado. — Você é um bom pai, Marco! Assim que as meninas
Assim que chegamos, beijo o topo dos seus cabelos e a chamo, ela me olha dando um sorriso que logo se abre mais ainda ao ver as luzes da cidade; descemos do jatinho, ela caminha até o carro parecendo uma criança. Sorrio do jeito espalhafatoso que ela estava, alguns minutos depois chegamos a frente a minha casa, ela desce dizendo o quão lindo era o local; peço para Vicente levar as malas e subo até o quarto com ela. Ao entrar no cômodo ela me olha abrindo o zíper do vestido, salivo ao ver os seios avantajados a mostra e avanço em seus lábios. — Não sabe a vontade que eu estava de te foder… — Minhas mãos apertam suas coxas. — Então fode! — Ela geme manhosa. Jogo seu corpo na cama, ela se afasta retirando a lingerie ficando apenas de salto, trilho beijos por todo corpo enquanto ela arfa gemendo e segurando meus cabelos com força; me levanto indo até a gaveta, pego uma venda colocando em seus olhos e era nítido a ansiedade que tomava conta do seu corpo. Afasto suas pernas mordendo o