04

O silêncio que tomou conta do grupo naquela tarde era pesado, mas eu não queria mais ficar ali, apavorada e cheia de incertezas. Fê foi a primeira a reagir, pegando a minha mão e dizendo, com firmeza:

— Lara, vamos resolver isso. Vamos no posto de saúde agora mesmo. Vai que é só um susto. Melhor fazer o teste de sangue pra ter certeza.

Eu respirei fundo, tentando me convencer de que estava tudo bem, de que não era nada. Mas, no fundo, eu sabia. Eu sabia que algo estava acontecendo dentro de mim, e que isso não ia ser tão fácil quanto queria acreditar.

Lívia, que não falava muito desde a minha revelação, colocou a mão no meu ombro e falou com um tom mais suave, mas ainda com preocupação:

— A gente vai ficar com você, amiga. Vamos fazer esse teste e, se der positivo, a gente resolve tudo junto. Não precisa ter medo, não.

Ju, a mais impaciente de todas, já estava dando as ordens, como sempre.

— Vamos logo, Lara. Não tem tempo a perder, não. Se você tá grávida, é melhor saber logo e tomar uma atitude. Não vai ficar nessa indecisão.

Aquelas palavras fizeram meu coração bater mais forte. Eu queria que tudo fosse apenas um pesadelo, uma ilusão, mas não era. Eu estava realmente começando a entender o que aquilo significava. E se fosse verdade? E se eu estivesse grávida de Falcão?

Não demorou muito, e lá estávamos nós no posto de saúde, esperando em uma sala fria e sem graça. Eu não conseguia parar de mexer nas minhas mãos, nervosa. As meninas estavam comigo o tempo todo, me apoiando, mas a minha cabeça estava uma bagunça. O tempo parecia ter parado enquanto a enfermeira preparava o material para o teste de sangue. Eu só conseguia pensar no futuro. Como eu ia lidar com aquilo? O que eu ia fazer com uma criança, se fosse realmente minha?

A enfermeira, depois de tirar o sangue, nos pediu para esperar um pouco. A sala parecia cada vez mais apertada. Eu tentei conversar com as meninas, mas estava tão tensa que mal conseguia articular uma frase.

— Eu só espero que não seja verdade, sabe? – falei, olhando para o chão. – Eu não sei o que fazer, não sei se sou capaz de lidar com isso. E… e Falcão? O que eu vou fazer com ele?

Lívia me olhou, um pouco mais séria agora, e disse:

— Você não vai precisar lidar com Falcão sozinha, Lara. Se você estiver grávida, vai ter nós três para te ajudar. E sobre ele… você vai ter que ser firme. Não pode deixar ele mandar na sua vida. Ele tem um poder grande, mas quem decide o que fazer com você, é você.

Eu me senti mais tranquila com as palavras de Lívia. Eu sabia que a decisão seria minha, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia tão fora de controle.

Finalmente, a enfermeira entrou na sala com o resultado. O meu coração acelerou quando ela se aproximou com o papel em mãos. Ela olhou para mim com uma expressão neutra, mas não disse nada por um momento, o que fez o suspense aumentar ainda mais.

— O teste deu positivo – ela disse, de forma simples e direta.

As palavras dela ficaram ecoando na minha cabeça como uma sentença de vida. O teste realmente deu positivo. Eu estava grávida. Eu senti minhas pernas fraquejarem, e foi só o apoio de Fê e das outras meninas que me mantiveram de pé.

Eu olhei para elas, e uma onda de emoções tomou conta de mim. Medo, tristeza, incerteza… mas também uma sensação estranha de que, de algum jeito, eu não estava sozinha. Elas estavam comigo.

Ju foi a primeira a reagir, pegando minha mão e dizendo:

— Agora a gente vai ter que agir, Lara. Não vamos deixar você sozinha nessa, vamos pensar no que fazer, mas o primeiro passo é você ficar calma. A gente vai dar um jeito, tá?

Eu respirei fundo, tentando manter a calma. Não sabia o que fazer com aquele resultado, mas sabia que tinha que tomar uma decisão. E com as minhas amigas ao meu lado, eu sentia que talvez fosse possível lidar com tudo isso.

A enfermeira nos deu algumas orientações e nos deixou sair. O caminho de volta parecia ainda mais longo do que antes, e o peso da novidade ainda estava fresco na minha mente. Eu olhei para as meninas, tentando não demonstrar o turbilhão que estava acontecendo dentro de mim.

— O que eu faço agora? – perguntei, a voz embargada.

Fê olhou pra mim com seriedade.

— O que você quiser, Lara. Mas o primeiro passo é não deixar Falcão controlar a sua vida. E a gente vai te ajudar a decidir o que fazer com isso. Mas a última palavra é sua.

Lívia, mais calma, disse:

— A gente vai pensar em tudo, amiga. Mas agora, o que importa é que você não está sozinha. Vamos juntas nessa.

Eu as olhei e, pela primeira vez desde que soube do resultado, me senti um pouco mais segura. Eu sabia que a decisão não seria fácil, mas agora eu tinha minhas amigas para me apoiar. O futuro ainda era incerto, mas uma coisa eu tinha certeza: eu não estava sozinha.

Gente eu sou nova escrevendo tô aprendendo a desenvolver uma história então desculpa os erros.

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