22

Falcão

Saí do quarto puto. Minha mãe tinha que aprender a fechar a porra da boca antes de falar merda. Desci as escadas ainda fervendo de raiva e fui direto pra cozinha pegar um copo d’água, tentando esfriar a cabeça.

Sombra tava na sala, largado no sofá, com um baseado na mão. Ele me olhou e soltou um riso debochado.

— Qual foi, patrão? Tá com a cara de quem quer matar um.

Joguei o copo na pia e me encostei na parede, cruzando os braços.

— Minha mãe enchendo o saco. Meteu o louco pra cima da Lara, falou que ela quer dar golpe da barriga.

Sombra riu de canto.

— Ué, e tu já não falou essa merda também?

Revirei os olhos.

— Já, mas uma coisa é eu falar. Outra é os outros.

Ele gargalhou.

— Ah, agora entendi. Tu pode chamar de vagabunda, mas se alguém falar, o bagulho fica doido?

Peguei o beck da mão dele e dei um trago, sentindo a fumaça acalmar meu peito.

— A mina tá carregando meu filho, porra. E eu falei merda no calor do momento. Agora já era, é minha responsa.

Sombra balançou a cabe
Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App