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A casa tava estranhamente quieta. Depois da treta com a mãe do Falcão, eu achei que ia rolar guerra todo dia, mas ela sumiu pro quarto e nem olhou mais na minha cara. Melhor assim.

Eu desci pra cozinha pra beber água, ainda com a cabeça a mil. Minha vó tava dormindo no quarto que o Falcão tinha improvisado pra ela, e ele? Sei lá. Provavelmente na sala, largado no sofá ou fumando um.

Encostei no balcão, passando a mão pela barriga. Já tava começando a sentir uns incômodos, umas dores leves. A médica disse que era normal, mas toda vez que doía, eu ficava com aquele medo idiota de acontecer alguma coisa.

Minha vida tinha virado de cabeça pra baixo tão rápido que às vezes eu me perguntava como eu ainda tava de pé. Perdi meus pais, mudei de cidade, fui morar no morro, engravidei de um cara que eu mal conhecia… e agora tava aqui, tentando construir alguma coisa no meio desse caos.

Ouvi passos pesados vindo da sala e logo o Falcão apareceu na porta da cozinha, sem camisa, com o cabelo todo b
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