Flashback on

O som do baile funk ainda estava no ar, mas eu mal conseguia ouvir. Minha cabeça só estava pensando nele. Falcão me puxou sem falar nada, e eu nem hesitei. Quando ele me olhou daquele jeito, eu já sabia o que ia acontecer. O clima entre a gente tava pegando fogo, só de olhar.

A gente chegou na casa dele rapidinho. A porta fechou e, sem mais nem menos, ele me beijou com tudo. Me puxou pra perto e eu já tava sem saber o que tava acontecendo, mas meu corpo já tava entendendo. Ele era diferente. E eu só queria mais.

Ele me empurrou suave pro quarto. A cama tava ali, me esperando, e eu sabia que não tinha mais volta. A respiração dele tava pesada, e o som das nossas roupas sendo tiradas misturava com o meu coração acelerado.

Falcão me deitou na cama e, no mesmo segundo, tava em cima de mim, me olhando nos olhos. A tensão no ar dava pra cortar com a faca. Ele não disse nada, mas o jeito que ele me olhava, já falava tudo. Me tocou de um jeito que eu nunca tinha sentido antes. A confiança dele me fez perder o controle. Só tinha a gente dois, e o mundo lá fora não existia mais.

A sensação do corpo dele contra o meu... O jeito que ele me guiava... Tudo aquilo me fazia esquecer do resto. Ele se movia com uma calma que me deixava sem ar, e eu só queria mais.

Eu me entreguei, sem pensar duas vezes. Não tinha medo, só tinha desejo. Foi tudo sem palavras, só o calor dos corpos se encontrando. Falcão me levou pra um lugar onde eu nunca tinha estado, e eu não me importava. Era exatamente o que eu queria.

A noite foi passando sem mais conversas. Cada toque, cada movimento... Tudo parecia certo. Eu não pensava no que ia acontecer depois, só no que tava acontecendo ali, no agora. E o que ele fazia comigo, eu não conseguia mais parar.

Eu tava completamente perdida no momento. Não havia mais nada além dele. Falcão me tocava com uma intensidade que eu nunca tinha sentido. Ele me fazia me sentir como se eu fosse a única pessoa no mundo. Cada movimento dele fazia eu perder o controle. E eu não queria voltar.

Ele era forte, mas de um jeito suave, como se soubesse exatamente o que me faria ceder. Às vezes, ele deixava minha pele marcada com seus beijos, e isso só me deixava mais envolvida. Ele não tinha pressa. A forma como ele me beijava e me tocava parecia que ele queria me consumir inteira.

Ele foi se movendo devagar, e logo eu percebi que ele aumentava o ritmo. Eu me entregava a cada toque, cada respiração dele perto de mim. Ele me fazia sentir como se estivesse em chamas. E eu não queria que aquilo acabasse nunca.

Quando ele se moveu mais rápido, eu só segui o ritmo, sem pensar. Meu corpo já sabia o que fazer. A cada empurrão, a cada suspiro, eu me entregava mais. Não tinha espaço pra mais nada, só ele e eu. E o prazer que ele me dava era tudo o que eu precisava.

O quarto tava quente. As respirações pesadas se misturavam com os sons dos nossos corpos se movendo juntos. Eu me entregava mais a cada segundo. Falcão, com aquele olhar fixo, parecia não querer me deixar ir. Ele me provocava, me tocava, e eu não sabia se tava me perdendo nele ou me encontrando.

Quando ele finalmente se afastou por um momento, eu fiquei ali, respirando com dificuldade. Não conseguia entender bem o que tinha acabado de acontecer. Ele se deitou ao meu lado, com um olhar que eu não conseguia decifrar, mas que ao mesmo tempo me fazia me sentir mais próxima dele. Algo estava acontecendo ali. Algo que eu não sabia explicar.

Eu fiquei deitada, sentindo o corpo quente dele perto de mim. Ele não tinha falado uma palavra ainda, mas a presença dele dizia tudo. O que aconteceu ali naquela noite foi mais do que eu esperava. Eu sabia que aquilo tinha mudado algo em mim, mas ao mesmo tempo, eu não sabia o que exatamente.

Eu me virei pra olhar pra ele, mas ele estava olhando pro teto, perdido em algum pensamento. Eu não sabia o que ele queria de mim. Mas, naquele momento, eu não me importava. Não sabia o que ia acontecer depois, mas eu não podia negar que, pela primeira vez em muito tempo, eu sentia algo real, algo forte.

•••

Falcão

A mina tava ali do meu lado, quieta, respirando devagar. O lençol cobria metade do corpo dela, e eu só encarava o teto, pensando.

Era só mais uma noite, nada além disso. Pelo menos era o que eu queria acreditar.

Peguei o cigarro no criado-mudo, acendi e traguei fundo. O cheiro da fumaça tomou o quarto, mas ela nem se mexeu. Fiquei ali, na minha, sem muita paciência pra conversa fiada.

Mas então ela virou pro meu lado e me olhou.

— Tu sempre fica assim depois? — a voz dela veio baixa, mas com um tom que parecia querer entender alguma coisa.

Soltei a fumaça devagar e ri de canto.

— Assim como?

— Sei lá. Parecendo que tá arrependido.

Ri de novo, mas sem achar graça.

— Não sou de me arrepender das paradas que eu faço.

Ela arqueou a sobrancelha, como se já esperasse essa resposta.

— Então por que tu tá com essa cara de quem pensou demais?

Parei de olhar pro teto e virei a cara pra ela, soltando a fumaça de lado.

— Tu fala demais, hein?

Ela riu de leve, balançando a cabeça.

— Só tô tentando entender qual foi.

— Qual foi? A gente se pegou, tu veio, fodeu e dormiu. Não tem mistério nenhum nisso.

Ela mordeu o lábio, como se quisesse dizer mais alguma coisa, mas só suspirou.

— Ah, então é assim?

— Como que tu queria que fosse? Com janta e pedido de namoro? — Soltei um riso debochado.

Ela ficou em silêncio por um tempo, me olhando daquele jeito que eu não gostava. Como se achasse que podia ler minha mente.

Levantei da cama, peguei o celular e chequei as mensagens. Os negócios nunca paravam, e eu não podia dar mole.

— Dorme aí ou rala, faz o que tu quiser. Mas amanhã cada um segue sua vida, entendeu?

Ela não respondeu de primeira. Depois de um tempo, virou pro outro lado e puxou o lençol, como se não estivesse nem aí.

Ri de novo, puxei outro trago e fui até a janela, olhando a favela lá fora.

Eu sabia que tava jogando certo, mas alguma coisa me dizia que essa mina ainda ia dar trabalho.

Flashback off

Gente não gosto de escrever capítulo grande, então vai ser bem pequeno mas vai ter bastante capítulo.