Fim do mundo, coração aberto

Fim do mundo, coração aberto PT

Lady Dani  Recién actualizado
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Resumen
Índice

Em uma fazenda isolada, no meio de um sertão árido e esquecido, vive Joaquim, um fazendeiro viúvo de 45 anos. Bronco, de poucas palavras, com mãos calejadas pelo trabalho e um temperamento rústico que assusta à primeira vista, Joaquim carrega a dor de ter perdido a esposa há cinco anos em um acidente trágico. Ele é um homem duro, mas de coração bondoso, que cuida sozinho de sua propriedade, de seus poucos empregados e de um rebanho de gado. Apesar de sua aparência intimidadora, ele tem um código moral forte: protege os fracos, honra sua palavra e, secretamente, sente saudades de uma companhia, embora jure que nunca mais abrirá seu coração. Do outro lado, há Mariana, uma jovem de 28 anos, marcada pela vida na cidade grande. Depois de anos lutando para se estabelecer, enfrentando empregos precários, relacionamentos tóxicos e uma sociedade que a julgava, ela viveu seu maior trauma: um aborto forçado, incentivado por seu ex-namorado, um homem manipulador que a abandonou logo depois. O procedimento, feito em condições precárias e sem apoio, deixou cicatrizes físicas e emocionais em Mariana. Cheia de medo, culpa e angústia, ela decide fugir da cidade, sentindo que não há mais nada para ela ali. Em um jornal velho, ela vê um anúncio: "Cozinheira procurada para fazenda isolada. Trabalho honesto, longe da civilização." Sem hesitar, ela aplica para a vaga e, dias depois, embarca em um ônibus que a leva para o "fim do mundo".

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O fim do mundo chega
O ônibus parou com um gemido metálico no meio do nada, o som estridente cortando o silêncio opressivo do sertão. A poeira subia em redemoinhos ao redor das rodas gastas, dançando no ar quente como fantasmas invisíveis, enquanto o motor cuspiu uma última baforada de fumaça negra antes de calar, deixando apenas o zumbido distante dos insetos. Mariana agarrou sua mala surrada, os dedos suados deslizando no cabo gasto de couro rachado, e desceu os degraus com o coração na garganta, cada passo ecoando como um tambor de guerra em sua mente. O sol do meio-dia era um peso cruel, um martelo de fogo que queimava sua pele exposta, forçando-a a semicerrar os olhos contra o brilho implacável. O horizonte se estendia em uma linha infinita de terra seca, rachada pelo tempo, e céu azul tão vasto que parecia engoli-la, sem nenhuma promessa de refúgio ou redenção. Não havia nada além do vento, um sussurro baixo e ameaçador que parecia carregado de segredos, como se o próprio deserto soubesse mais do
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Um lar nas sombras
A manhã seguinte amanheceu com um céu cinzento, pesado, como se o próprio ar carregasse a ameaça de uma tempestade que nunca chegava. Mariana acordou com os músculos doloridos da cama dura, o som distante dos cavalos relinchando no curral misturando-se ao barulho dos homens trabalhando nos campos. Seu primeiro pensamento foi o mesmo de sempre: o que ela estava fazendo ali? Mas, desta vez, veio acompanhado de uma determinação feroz. Se não podia se destacar na cozinha, pelo menos faria algo para provar seu valor. Aquela fazenda, tão fria e desolada, era sua última esperança, e ela não podia falhar.Ela se arrastou até a pia, lavando o rosto com água fria que vinha de um cano rústico. Seus dedos ainda doíam do corte superficial do dia anterior, mas o desconforto era secundário diante do que precisava fazer. Na cidade, sabia fazer o básico na cozinha – um ovo frito, um macarrão simples, um café da manhã rápido –, mas ali, com o fogão a lenha imprevisível e os ingredientes rústicos, mesm
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Fogo e raízes
O sol estava alto quando Mariana chegou à casa de Dona Lúcia, o calor batendo forte na trilha poeirenta que serpenteava entre os campos secos. A cesta vazia balançava em sua mão, um gesto simbólico de cortesia que ela esperava ser suficiente para ganhar a confiança da vizinha. Quando bateu à porta da construção modesta, cercada por um pequeno pomar de árvores retorcidas, foi recebida pelo mesmo sorriso caloroso de antes. Dona Lúcia, com seu avental gasto e mãos calejadas, parecia uma figura de outro tempo, mas havia uma sabedoria em seus olhos que tranquilizava Mariana, mesmo que o nervosismo ainda a consumisse.— Entre, menina — disse Dona Lúcia, gesticulando para que ela se sentasse à mesa de madeira rústica. — Trouxe fome ou curiosidade?— Curiosidade — admitiu Mariana, sentando-se com as mãos entrelaçadas no colo. — Não sei lidar com o fogo do fogão a lenha. E... quero aprender mais.Dona Lúcia assentiu, como se já esperasse aquilo. Passou a manhã ensinando Mariana a controlar as cha
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Fissuras no Silêncio
Os dias seguintes passaram em um ritmo pesado, como se o tempo se arrastasse sob o peso do sol implacável e do silêncio opressivo da fazenda. Mariana acordava antes do amanhecer, os músculos já acostumados à cama dura, mas o coração ainda carregado de uma mistura de determinação e medo. As lições de Dona Lúcia estavam começando a surtir efeito. Ela agora conseguia controlar melhor o fogo do fogão a lenha, mantendo as chamas constantes para fritar ovos sem queimá-los nas bordas ou cozinhar o feijão até que ficasse macio, não grudento. Usava os recursos do jardim para complementar as refeições, adicionando um toque de cor e sabor que os funcionários notavam com olhares aprovadores, embora raramente dissessem algo.As ervas que plantara ao lado da cozinha, manjericão e alecrim, começavam a brotar, e seu cheiro fresco misturava-se ao perfume floral que ainda emanava de suas roupas e pele, um contraste que continuava a chamar atenção. Os homens – João, Pedro, Lucas e Mateus – trocavam comen
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Corações em chamas
A seca apertava como uma corda ao redor do pescoço da fazenda, cada dia mais cruel que o anterior. O céu, antes apenas cinzento, agora era um vazio azul ardente, sem uma nuvem para prometer alívio. Os campos de milho e sorgo murchavam, as folhas curvando-se em desespero, e os cavalos no curral batiam os cascos com uma inquietação que parecia ecoar o humor de todos. Mariana sentia o peso daquele silêncio opressivo, mas também uma determinação que crescia dentro dela, como as ervas teimosas que insistiam em brotar ao lado da cozinha.Ela acordava cedo, antes mesmo de Tereza ou dos outros funcionários, para preparar o café da manhã. O fogão a lenha, agora um aliado relutante, obedecia melhor às suas mãos, que aprenderam a ajustar as chamas com cuidado. Usava os recursos do jardim para enriquecer as refeições – um ensopado mais encorpado, pão rústico com um toque de manjericão, até uma salada simples que trazia um frescor inesperado à mesa. Os funcionários comiam com gosto, e Tereza, com s
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Chuva no horizonte
Uma brisa suave soprou pela fazenda naquela manhã, trazendo um cheiro úmido que ninguém esperava. Pela primeira vez em semanas, nuvens esparsas cruzavam o céu, carregadas com a promessa de chuva. Não era ainda a salvação, mas um vislumbre de esperança que levantou os ânimos. Os homens trabalhavam nos campos com menos peso nos ombros, e até os cavalos pareciam menos inquietos, seus relinchos mais calmos no curral. Mariana sentia isso no ar, um alívio tímido que a fazia respirar mais leve enquanto preparava o café da manhã, os movimentos na cozinha agora mais confiantes.O fogão a lenha respondia bem às suas mãos, e ela serviu uma refeição simples, mas reforçada, com ensopado e pão rústico, aproveitando as ervas do jardim. Tereza deu um aceno de aprovação, e os outros funcionários comeram com um entusiasmo que refletia o clima mais leve. Joaquim, como sempre, permaneceu calado, mas Mariana notou que ele terminou o prato, algo que raramente fazia. Era um sinal pequeno, mas suficiente para
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Água e fogo
A chuva caiu por toda a manhã, um véu fino que molhava a terra seca e trazia um alívio tão esperado que parecia quase um milagre. Os campos de milho e sorgo erguiam-se ligeiramente, as folhas menos murchas, e os cavalos no curral troteavam com uma energia renovada. Os funcionários trabalhavam com um ânimo que Mariana não via há semanas, e até Tereza parecia menos tensa, assobiando enquanto reforçava as cercas. Mas, apesar da leveza no ar, Mariana sentia uma inquietação que não explicava – a memória da noite anterior, o toque de Joaquim, o calor de seus corpos tão próximos, ainda queimava em sua pele.Na cozinha, ela se jogou no trabalho, tentando afastar os pensamentos. Preparou um café da manhã reforçado – ovos, pão rústico e uma sopa leve que aproveitava os recursos do jardim –, movendo-se com uma precisão que vinha de semanas de prática. O fogão a lenha, agora um velho amigo, obedecia às suas mãos, e o cheiro das ervas frescas enchia o ar, misturando-se ao perfume sutil que ainda
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Chuva e flores
A chuva continuou por dias, um murmúrio constante que molhava os campos e dava vida à fazenda, como se a terra, tão castigada, finalmente pudesse respirar. Os funcionários sorriam mais, suas vozes ecoando com um otimismo tímido enquanto consertavam cercas e cuidavam dos cavalos. Até Tereza parecia mais leve, contando histórias antigas enquanto trabalhava, arrancando risadas dos homens. Mariana absorvia tudo isso, sentindo uma esperança que não ousava nomear, mas que a fazia trabalhar com ainda mais dedicação, transformando a casa em algo vivo, acolhedor.Na cozinha, ela movia-se com uma confiança que vinha da prática e das lições de Dona Lúcia. Preparava refeições reforçadas – ensopados, pão rústico, tortas salgadas –, usando os recursos do jardim com uma habilidade que surpreendia até ela mesma. Mas não era só a comida que mudava a fazenda. Inspirada pelo frescor da chuva, Mariana começou a colher flores silvestres que cresciam nos arredores, pequenos pontos de cor que resistiam à se
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Raizes e segredos
A chuva caía em um ritmo hipnótico, ora forte, ora suave, como se a fazenda estivesse aprendendo a se curar com a água. Os campos de milho e sorgo ganhavam vida, o verde brilhando contra a lama, e os cavalos troteavam no curral com uma energia que contagiava os funcionários. Sorrisos pontuavam as conversas, e as flores silvestres que Mariana espalhava – jarros na sala, na cozinha, na varanda – eram como pequenas promessas de dias melhores. Elas traziam cor à casa, suavizando o peso da madeira rústica, e cada pétala parecia carregar um pedaço da alma dela, transformando o lugar em um lar que até Tereza, com seu jeito duro, parecia apreciar. Mas, para Mariana, aquela leveza era uma máscara fina sobre um vazio que crescia, alimentado por fantasmas que ela não conseguia afastar.Na cozinha, ela trabalhava com uma dedicação quase desesperada, como se cada prato pudesse silenciar as vozes em sua cabeça. Preparava uma sopa cremosa, com um toque de ervas, inspirada em uma conversa com Dona L
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Fogo e cinzas
A chuva caía leve, um sussurro que envolvia a fazenda em uma calma enganosa, enquanto Mariana permanecia no jardim, o coração disparado, lágrimas misturando-se às gotas em seu rosto. O toque de Joaquim ainda queimava em seu braço, a voz dele – “Você não é nada” – ecoando com uma sinceridade que a abalara. Ela desejava-o com uma intensidade que a assustava, mas o medo a segurava – medo de ser usada, de ser abandonada, de não ser suficiente. As palavras do ex, “Você não vale nada”, misturavam-se à culpa que carregava pelo que perdera no consultório escuro, e a cena que vira no riacho, Tereza e Mateus entregues à paixão, só intensificava o conflito dentro dela. Tremendo, ela enxugou o rosto e voltou para a casa, o vestido molhado colando na pele, cada passo carregado de incerteza.Ao entrar, a luz fraca da sala a envolveu, mas o que a fez parar foi ele – Joaquim, encostado na parede, os braços cruzados, o corpo ainda molhado pela chuva. A camisa colada destacava cada músculo, a barba por
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