Calor e sombras

O céu clareou pela primeira vez em dias, o sol rompendo as nuvens com um calor que parecia decidido a recuperar o tempo perdido. A fazenda, ainda úmida da chuva, pulsava com vida – os campos verdes se firmavam, as flores silvestres de Mariana brilhavam em jarros espalhados pela casa, e os funcionários trabalhavam com uma energia que misturava alívio e cautela. Mas a leveza dos sorrisos escondia rachaduras novas, tensões que cresciam como ervas daninhas sob a terra. Mariana sentia isso em cada respiração, um peso que não vinha só do calor, mas da noite que mudara tudo – os braços de Joaquim, o calor dos corpos, as lágrimas que a fizeram fugir ao amanhecer.

Na cozinha, ela se jogava no trabalho, como se pudesse cozinhar a culpa que a consumia. Preparava um ensopado reforçado, com ervas do jardim, o aroma enchendo a casa e trazendo sorrisos tímidos dos funcionários. Mas, por dentro, ela lutava contra os fantasmas que nunca a deixavam – as palavras do ex, “Você não serve pra nada”, a culp
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