Um casamento tramado, Aurora será a noiva de um Bilionário. Mas o noivo não é o que ela pensava. Implacável, Difícil de lidar, Impossível de agradar. E... cadeirante. Tudo isso são as descrições que ela já conhece do seu futuro noivo, e o pior, seus olhos frios mostram que ela terá uma vida de casamento horrível. Será que ele já sabia de tudo? Sabia que Aurora era a sua noiva substituta? Aurora agora segue em direção ao altar com o coração nervoso e um segredo sem tempo para recuar. E do outro lado, uma corrente gelada percorreu a espinha de Andrews. Ele cerrou os punhos mantendo a expressão calma, mas ele estava sob ódio ao vislumbrar Aurora e perceber que algo estava muito errado. — Bem-vinda ao inferno, querida!
Leer másCap. 106 Discórdia mais amor.Acordei com a luz do sol atravessando as janelas do quarto, banhando meu rosto com um calor suave. Por um instante, achei que ainda estava preso em algum sonho, daqueles confusos, vagos, que parecem durar para sempre. Mas a dor na nuca foi rápida em me lembrar da realidade. Definitivamente, eu não estava sonhando. Nunca imaginei que existisse outra forma de me fazer dormir além dos meus remédios. Mas aquela… foi dolorosa demais. E, por mais absurdo que pareça… Valeu a pena. A lembrança da noite anterior ainda pairava sobre mim como um véu quente e denso, impregnado na pele, nas emoções, nos pensamentos. As palavras dela, os olhos assustados, o toque trêmulo, o jeito como me empurrou antes de tudo desmoronar... nunca pensei que ela poderia ser monstruosamente forte, mesmo eu sendo quase duas vezes maior que ela. Eu merecia. Cada centímetro daquele empurrão e golpe por não ter dito logo, quando já tinha a certeza. Talvez até mais. Mas, mesmo assim, não cons
Cap. 105 Aurora golpeia Andrews.Meu mundo parou. Meus pulmões travaram, como se o ar tivesse desaparecido do quarto.— O quê…? — murmurei, paralisada, a alma se fragmentando.— Eu descobri há dois dias que isso estava acontecendo. Por que apenas aceitou? — ele perguntou com calma, enquanto eu ainda estava petrificada sobre a cama.E então, o choque explodiu dentro de mim com a força de uma tempestade. O medo, a vergonha… me atingiram todos de uma vez, numa onda avassaladora. Sem pensar, reagi. Meus braços se moveram por impulso e acertei ele com força no peito, bem no momento em que ele tentava se afastar. O golpe o pegou de surpresa. Andrews tropeçou, cambaleando, e… caiu da cama de vez. O som da cabeça dele batendo contra a mesa e no chão foi seco. Cruel. Insuportável.— ANDREWS?! — me levantei num pulo, tomada pelo pânico, o coração disparando em desespero.Ele não se mexia.— Não… não, não, não… — sussurrei, ajoelhando ao lado dele com as mãos trêmulas. — Me responde... por favor
Cap. 104 Andrews acorda.Aurora Eu não queria saber.Não queria saber se ele estava sonâmbulo ou não.Não me importava, não agora. Porque… alguma coisa estava diferente. Não era só à noite.Era o jeito como ele me olhava durante o dia. O jeito como ele falava comigo, mesmo tentando manter aquele tom firme, distante… havia algo novo. Algo que antes não existia.E estava escapando pelo olhar dele, pelos gestos, até pelo silêncio. Estava ficando difícil separar o Andrews que dormia… do Andrews que estava acordado.E isso estava me deixando… animada. Esperançosa. Com o coração batendo no mesmo ritmo de um segredo prestes a ser revelado. Pela primeira vez em muito tempo, me permiti… sonhar que poderia me aproximar dele sem que ele estivesse inconsciente.Me arrumei devagar, como se cada gesto fosse um ritual sagrado.Escovei os cabelos com calma, penteando cada fio como se estivesse indo para um encontro. Eu desejava que ele não tivesse trancado a porta.Escolhi a camisola turquesa, de te
Cap: 103: porta trancada me dá raiva.À noite, esperei por ela no estacionamento. Avisei que estaria ali. Ela franziu o cenho ao me ver parado, recostado no carro.— Você estava mesmo me esperando? Pensei que só me traria... — comentou surpresa.— Claro. Só não te levei nos outros dias por estar um pouco ocupado, mas podemos — respondi, sorrindo como se fosse a coisa mais natural do mundo.— Hey! — De repente, ouvi um grito distante, e quando olhei — assim como Aurora, que já encarava assustada — um homem de boné e capuz avançou na nossa direção.— Não! — A puxei, virando para o lado oposto para que ela não fosse atingida pela lâmina. Esperei o golpe... mas o que veio foi diferente. Não sei como, mas Aurora jogou seu corpo para o lado, puxando o meu. Foi tão rápido que o homem passou direto, tombando para a frente, e parou com a navalha vindo em nossa direção.— Aurora! — gritei, tentando puxá-la quando ela tomou a frente, mas ela me empurrou com tanta força que bati contra a porta do
Cap. 102 guarde segredoDepois de assistir tudo, me sentei por alguns minutos na sala escura, tentando entender em que ponto exato perdi o controle de mim mesmo. Não só fisicamente. Mas moralmente. Psicologicamente. Emocionalmente.Passei a mão pelos cabelos, tentando conter a raiva de mim mesmo.Levantei.Sabia o que precisava fazer.Saí da sala e fui direto atrás deles — Rodrigo, Donovan e Jacy. Os três estavam na cozinha, rindo de alguma bobagem qualquer. Aquela leveza comum deles… Entrei, e o silêncio caiu como uma lâmina.Eles me olharam, sérios. Talvez até esperando que eu explodisse.Mas eu não explodi.— Preciso que vocês guardem segredo sobre tudo isso… por enquanto.Donovan foi o primeiro a falar, baixando o olhar como se aquele pedido não fosse nada.— Claro. Se é isso que você quer…Rodrigo assentiu. Jacy apenas fez que sim com a cabeça.Parei à frente deles, cruzando os braços. Meu tom foi mais duro agora.— E antes que pensem que isso é só sobre mim… escutem bem. — Respi
Cap. 101 Culpado.— Foi você quem mandou ela me levar pra lá? — perguntei, de repente, encarando Rodrigo com um peso diferente na voz. — Só porque a sala tem gravação sem precisar de senha?Ele arregalou os olhos, surpreso pela pergunta.— Eu… mandei por proteção. Queria garantir que ela estivesse segura. Mas eu não vi nada, só fiquei perto da porta, ouvindo, caso houvesse algum barulho estranho. Além disso, você pode se certificar: eu não ousei ligar as câmeras. Até porque eu peguei vocês em uma situação bem íntima no corredor. Você é louco... nunca pensei que um sonâmbulo poderia beijar e agarrar alguém. Mas eu juro pela minha vida que não sei o que vocês fizeram lá, só sei que ficavam muito tempo.Assenti, baixando os olhos, constrangido.Voltei a fita. Dei play na primeira noite.E quando a imagem surgiu... meu corpo inteiro enrijeceu.Ela estava sentada comigo no sofá. Eu... eu a puxava para o meu colo com naturalidade. Intimidade. As mãos passavam pelas pernas dela com uma delic
Cap. 100 Romance com um sonâmbulo.Segui até a sala de vigilância — as paredes tomadas por câmeras —, mas nunca ficava alguém ali para vigiar nada. Numa época muito distante, precisei dessas câmeras por causa de alguém importante. Mas, desde que deixei a mansão, elas haviam sido desligadas… até voltarem a funcionar quando comecei a ter esse problema.Donovan, Jacy e Rodrigo estavam bem animados, como se estivessem prestes a assistir a um filme inédito. Não disse nada por ora, mas sabia que nem tudo poderia ser assistido… ainda mais se fosse dentro dos quartos.A sala estava escura, iluminada apenas pelas luzes das telas e pelos reflexos da ansiedade nos rostos de Rodrigo, Jacy e Donovan. Eles estavam acomodados em poltronas improvisadas, com um balde de pipoca no colo, como se estivessem prestes a assistir a um filme qualquer.Mas aquele filme… era sobre mim.E sobre ela.Dei play na primeira gravação. A primeira vez que comecei a andar pela casa enquanto dormia. Me vi caminhando como
Cap: 99 Por que ela está do meu lado?Ela estava encolhida ao meu lado, como se tivesse se esquecido de ir embora… ou como se tivesse voltado sem nem perceber. Dormia profundamente. A respiração serena, os lábios entreabertos.Eu não consegui me mover.Fiquei ali, imóvel, olhando. Confuso. Perdido. Ela invadiu meu quarto mais uma vez? Ela está louca? Pensei em acordá-la, mas a realidade veio como um choque. Olhei ao redor, focando nos detalhes ao meu redor, e arregalei os olhos.Aquele não era o meu quarto.Eu tinha invadido o quarto dela. E como ela não acordou com alguém a abraçando de forma tão íntima? Me afastei um pouco sem conseguir tirar meu braço de debaixo dela.O lençol mal cobria seu corpo. Meu braço a envolvia com uma naturalidade que me deixou sem ar, como se sempre tivesse feito aquilo, como se o corpo dela pertencesse àquele espaço… ao espaço que, até então, eu pensava ser só meu.Meus olhos desceram, seguindo a linha de suas pernas expostas sob a luz tímida da manhã. U
Cap: 98 acusada de assédio.— Aurora... o que você estava pensando em fazer? — Andrews perguntou, incrédulo, apontando o dedo para ela como se fosse a criminosa da história. — Você?!— Não é o que você está pensando! — ela ergueu as mãos instintivamente, apertando o robe contra o corpo como se aquilo pudesse protegê-la da vergonha. Estava exposta em todos os sentidos — de corpo, de alma, de desculpas.— Aurora... você fez algo comigo?— Não! — respondeu de imediato, balançando a cabeça com força. — Claro que não!Mas nem ela mesma sabia exatamente o que havia acontecido ali. Como explicar que, no fundo, havia acabado de entregar que não era sonâmbula? Como justificar aquela situação sem parecer ainda mais culpada?Ele se aproximou devagar. Os olhos cravados nela queimavam como uma lâmina morna, carregados de dúvida, choque... e algo mais. Curiosidade? Um resquício do que ele sentira enquanto ainda dormia?Seus dedos tocaram devagar a gola do roupão dela. E, com um gesto lento, ele pux