Capítulo 1: Um casamento tramado.
Implacável, Difícil de lidar, Impossível de agradar. E... cadeirante.
— Essa era a descrição completa de seu noivo, Andrews Westwood.
O homem que dominava a cidade com um poder absoluto e inquestionável.Aurora passou a mão pelo rosto, enxugando os vestígios das lágrimas que ainda não haviam secado. Não podia parecer fraca. Não agora.
Ela era resiliente, moldada pelas adversidades que a vida lhe impôs—e, mais ainda, pelos dias de humilhação na mansão que agora ficava para trás. Mas as humilhações nunca a abalaram de verdade. Seu foco sempre foi sobreviver, encontrar um caminho para a estabilidade que tanto precisava, especialmente com as responsabilidades que carregava nos ombros.
Mesmo quando tudo ao seu redor parecia desmoronar, ela se forçava a ser forte. E, por trás da fachada inabalável, suas escolhas pesavam como correntes invisíveis que não podia quebrar.
Agora, estava a caminho de um casamento que nunca escolheu. E, mesmo que o medo apertasse sua garganta como uma mão invisível, ela sabia que não podia desistir.
Mas então, um tremor incontrolável percorreu seu corpo. O medo estava lá. Vivo. Pulsante.
Medo de um homem chamado Andrews Westwood.Aurora pegou o celular e começou a ler as notícias. Andrews Westwood. Seu nome estava em todo lugar. Ela devorava cada linha, absorvendo cada palavra e descrição, enquanto sentia o nó na garganta apertar ainda mais, a aparencia dele quase não lhe importava se considerasse sua personalidade.
A lembrança da mansão, que fora sua prisão nos últimos dias, a fez cerrar os punhos. Não havia escolha. A vida a empurrou para aquele caminho.
O único alívio, ainda que pequeno, era saber que ele não poderia correr atrás dela. Mas isso pouco importava, ele não precisava correr era temido e um homem que ninguém ousava desafiar.
E ela? Não tinha nada e nem como se defender ou a quem pedir ajuda e agora estava mesmo determinada a enfrentar um jogo como aquele contra alguém como Andrews Westwood?
Aurora tinha apenas 22 anos. Jovem demais, mas a vida a forçou a amadurecer cedo.
Seus cabelos negros, longos e ondulados, caíam sobre os ombros, emoldurando um rosto delicado, desprovido de luxo ou ostentação. Seu corpo esbelto parecia frágil, mas sua essência era feita de resistência e segredos que ela mantinha a sete chaves.
As roupas que usava eram simples. Simples demais para alguém que acabara de sair de uma mansão imponente. A riqueza ao redor dela nunca a fez sentir parte daquele mundo.
E agora, prestes a se casar com um homem como Andrews Westwood, a pergunta que ecoava em sua mente era clara:
O que restaria dela quando tudo isso terminasse?Ao chegar ao salão, o carro parou em frente a um edifício imponente. A governanta a acompanhou até a sala, onde outros empregados já estavam aguardando.
Como num movimento ensaiado, começaram a arrumá-la. Aurora se deixou levar, sem reagir, enquanto a vestiam com roupas finas, que ela nunca imaginara usar, Como se fosse um sonho distante.
Quando terminaram, ela se olhou no espelho. Ali estava ela, uma noiva deslumbrante. Era uma estranha para si mesma. Uma mulher perfeita aos olhos dos outros, mas tomada pelo desespero.
Já Andrews seu futuro marido não estava tão longe, estava em outra sala de espera, ao lado de seu assistente.
Ele não parecia ansioso para seu casamento, mas contrario, se mantinha serio e impenetrável a qualquer emoção a não ser aquela expressão rígida, ele tem uma boa aparência, Os cabelos negros estavam sempre bem penteados para trás, revelando o rosto marcado por traços aristocráticos, a mandíbula firme e os olhos cinzentos. Ele era a própria definição de poder e sofisticação, mesmo sentado na cadeira de rodas que tantos julgavam ser sua ruína.
Do outro lado seu braço direito, Donovan Blake, mantinha uma postura cautelosa. Um homem de meia idade um pouco mais baixo que Andrews, ainda assim era como seu segurança e confidente, sabia que discutir assuntos sentimentais com Andrews era como pisar em terreno minado. Ainda assim, não conseguia ignorar o que estava prestes a acontecer.
— Foi uma surpresa quando Ela aceitou se casar com você — comentou Donovan, cruzando os braços, analisando cuidadosamente a expressão de Andrews.
Um sorriso frio surgiu nos lábios do bilionário, sem um traço sequer de emoção.
— Não se engane, Donovan. Ela não me escolheu. Ela estava em um beco sem saída por isso aceitou esse casamento.
— Acha que ela não está arrependida e queira mesmo voltar?
— Ela foi traída e enganada pelo ex. O homem pelo qual ela largou tudo, foi o mesmo que destruiu sua dignidade. E só aceitou esse casamento porque agora eu sou poderoso o suficiente para oferecer a ela uma nova posição na sociedade que um dia eu não podia nem mostrar a cara, se eu fosse um pobre miserável como naquela época quando ela nem mesmo se importou quando soube que eu estava em uma cadeira de rodas, ainda hoje ela não aceitaria se casar comigo é assim que ela é.
Ele deslizou os dedos pelo apoio de braço da cadeira de rodas, como se fosse um mero detalhe. Mas, no fundo, ele sabia. Ele conhecia bem o desprezo que ela sentia a ponto de o abandonar em seu momento mais difícil em sua vida há alguns anos atrás.
— Mesmo assim… Você não acha estranho que ela tenha insistido para que você só a veja no altar? — comentou Donovan ao hesitar.
Andrews soltou um riso seco, apoiando o cotovelo na mesa e descansando o queixo na mão.
— Não me importa. Pelo contrário, isso só tornará tudo ainda mais divertido. — Os olhos cinzentos de Andrews brilharam com algo sombrio. — O maior pesadelo de minha antiga parceira é estar presa a um homem deficiente, e agora, ela vai ter que me encarar diante de toda a mídia, me chamando de marido, com medo de causar um escândalo em frente as câmeras, segurar minha mão e se apresentar como minha esposa… Mas sei por dentro, estará se contorcendo de desgosto.
Ele girou lentamente a cadeira, olhando para a cidade iluminada além do vidro.
— Não sei o que será depois disso... — seu assistente disse com um tom inseguro.
— E quando os holofotes apagarem, será tarde demais, ela estará nas minhas mãos.
Donovan permaneceu em silêncio. Ele sabia que Andrews não era mais o homem que um dia acreditara no amor. Aquele homem havia morrido no mesmo dia em que foi abandonado por quem mais confiou.
— Esta na hora de ir. — Donovan avisou empurrando a cadeira. — hora de ir para o altar esperar sua noiva.
O salão da catedral estava repleto de luxo e ostentação. Lustres cristalizados espalhavam luzes douradas sobre os convidados, e cada detalhe da decoração gritava riqueza.
A imprensa estava posicionada estrategicamente, capturando cada segundo do casamento mais comentado do ano.
Ele aguardava no altar, impecável. Seu terno negro, meticulosamente ajustado, contrastava com sua pele pálida e os olhos cinzentos, que mantinham a mesma frieza de sempre. Mesmo naquela cadeira de rodas, ele não deixava que as pessoas o vissem como alguém que despertasse pena.
Então, a música começou.
Todos se levantaram, os flashes das câmeras se intensificaram, e a noiva surgiu no final do corredor, vestido extravagante e elegante digno de toda aquela atenção.
Andrews ergueu o olhar, esperando ver Janete naquele vestido luxuoso que ele mesmo tinha escolhido e a expressão forçada de felicidade. Mas assim que seus olhos pousaram sobre a mulher que caminhava em sua direção, uma corrente gelada percorreu sua espinha.
Não era sua verdadeira esposa quem vinha até ele. A mulher que ele realmente esperava não estava ali. Quem era aquela desconhecida?
Cap:2: Casamento com uma estranha.A noiva que se aproximava tinha traços semelhantes, mas era visivelmente mais jovem. O vestido caía perfeitamente em seu corpo esguio, e mesmo com o véu cobrindo parte de seu rosto, Andrews conseguia notar sua expressão hesitante, como se ela estivesse pisando em um território perigoso.O coração de Andrews não acelerou, ele não se perturbou tão facilmente. Mas o que sentiu naquele momento não foi surpresa… foi ódio, cerrou os punhos mantendo a expressão calma, mas ele estava sob a pior hipótese.Ele havia sido enganado.Sua verdadeira, a mulher que deveria estar ali, desapareceu e o entregou a uma substituta. E ele? Ele estava prestes a assinar um casamento com uma completa estranha, diante de toda a sociedade.Mas Andrews Westwood jamais seria visto como um homem humilhado e enganado.Seu rosto permaneceu impassível. Nenhuma emoção transpareceu enquanto a noiva parava ao seu lado. O véu foi retirado, revelando um rosto que ele nunca tinha visto de
Capítulo 3– O Confronto Inicial.O caminho até a mansão foi silencioso. Aurora observava asluzes da cidade passarem pela janela, mas seu olhar estava perdido. O medocrescia dentro dela conforme o carro se afastava da vida que conhecia. Sem suaamiga governanta ao lado, sentia-se completamente sozinha. Se perguntando o quea esperava naquela casa que seria sua próxima moradia ao lado de um homem queclaramente a odiava a primeira vista.No banco da frente, o assistente de Andrews quebrou o silêncio.— Tem certeza de que deseja levá-la para casa esta noite, senhor?O coração de Aurora se contraiu. Mesmo sem encará-los, podia sentir a tensão no ar.— O que esperava? Que eu a deixasse em um hotel? — A voz de Andrews era fria, impiedosa. — Ela é minha esposa agora. Além disso, se eu facilitasse, ela fugiria, e eu perderia qualquer rastro dessa mulher.Aurora apertou os dedos contra o tecido do vestido. Ele falava dela como se fosse um objeto, um problema a ser resolvido.— Mas não era el
Cap. 4: A cadeira não tem serventia.Sentado na cadeira de rodas, vestido com um pijama impecável de seda escura, Andrews a esperava. parece que até mesmo planejou onde se posicionaria apenas para a encurralar, bem em frente à porta do banheiro, como se já soubesse exatamente o que iria acontecer.Os olhos dele desceram lentamente pelo corpo dela, analisando-a sem pudor, e um sorriso enviesado surgiu em seus lábios.— Parece que estou atrapalhando um momento de celebração. — ele perguntou com ironia.Aurora sentiu o rosto queimar.— O que… o que você está fazendo aqui? — ela perguntou tentando cobrir o corpo.Andrews inclinou levemente a cabeça, seu olhar afiado prendendo o dela.— Onde mais eu deveria estar? Esse é o meu quarto. E, aparentemente, o seu também, ela não tinha analisado nada que estava ali e nem olhado dentro do closet.— Achei que… que você teria preparado outro quarto para mim. — ela balbuciou e ele riu.— Achei que já tivéssemos estabelecido que eu não sou um homem t
Capítulo 5– A Promessa do Ódioandrews tentou realmente a toca, e isso fez aurora tremer em pânico, ela se virou para correr, mas antes que pudesse alcançar a porta, sentiu os dedos dele tocarem sua pele.Ela gritou, puxando a camisola contra o corpo e ele a soltou sem se esforçar para realmente segurá-la, a deixando fugir pelo corredor com as lágrimas cegando sua visão, enquanto ele ria da situação.A observando fugir perdida naquele lugar desconhecido e novo, ele agora no corredor encostado na parede, Andrews riu de forma maldosa ao observá-la entrar na primeira porta que encontrou e se escondendo.— O que descobriu? — ele perguntou quando seu assistente veio até ele após assistir toda a cena em silencio sem se atrever a interferir.— O que está acontecendo? Vocês brigaram? — perguntou antes mesmo de se sentar. — Nunca estivemos de bem. Você descobriu quem é ela? — Andrews retrucou, impaciente. — Sim… em partes. Ela é meia-irmã mais nova da minha ex, uma filha fora do casamento
Capítulo 6 – Antes de se recuperar.A porta se abriu e ela suspirou aliviada.Uma silhueta entrou, e Aurora piscou algumas vezes, tentando focar a visão desejando que fosse qualquer pessoa menos aquele homem louco.— Meu Deus… o que ele fez com você? Aquele menino sem juízo! — A voz rouca da senhora invadia os ouvidos de Aurora, e então, um toque suave em seu rosto. — Céus, aguente firme. Vou cuidar da senhora agora. — ela avisou enquanto alguns empregados entravam trazendo bandejas.A segunda governanta ajudou Aurora a se alimentar e em seguida cuidou dela como se fosse uma mãe, ela não conhecia aquela mulher, mas aquele terninho azul-marinho, indicava que ela poderia ser a governanta da casa, mas então quem era a outra mulher indiferente?Aurora estava sentada sobre o tapete, o prato à sua frente agora vazio. Ela devorou a comida com uma fome insaciável, como se o simples ato de comer fosse um alívio do tormento em que se encontrava. Seu corpo, enfraquecido pelos dias de jejum força
Capítulo 7: Motivação de Andrews A governanta deslizava a escova pelos fios sedosos de Aurora, as duas conversavam em tom baixo, como velhas amigas dividindo segredos, enquanto a mulher mais velha penteava os fios da jovem com cuidado.— você deve se cuidar, eu vou estar aqui agora, assim que soube que Andrews tinha se casado... – ela hesitou por um momento. — fiquei feliz por ele não ter se casado com uma cobra que eu conheço bem.— Por que? Acho que entre ela e Andrews, ele seria o maior perigo aqui afinal ele queria se casar com ela por despeito, não é?— Apesar dele ter desejos mais sombrios quanto a ex esposa dele, a verdade é que ela tem controle sobre ele, então de toda a forma, se ele tivesse se casado com aquela cobra e não com você, ela seria a rainha dessa casa, e Andrews apenas um rei que seria um bobo da corte.— mas e agora? Então ele se casou comigo e a boba da corte sou eu. — aurora lamentou abaixando a cabeça enquanto a governanta continuava a pentear seu cabelo.— N
Capítulo 8– A Humilhação de AuroraA governanta, com um semblante sério e preocupado, veio até o quarto dela, silenciosa como uma sombra, Sem palavras, indicou que Aurora a seguisse, e, sem escolha, ela obedeceu, escovando o cabelo rapidamente e usando um vestido simples ela corria descalça para alcançar a governanta.O corredor estava imponente e vazio, e ela sentiu-se pequena diante da grandeza do lugar, Cada passo que dava, sentia o peso do seu destino, A casa agora era um labirinto de segredos, um espaço que ela mal conhecia, mas que já estava impregnado de angústia.Chegando ao escritório de Andrews, ela hesitou por um momento diante da porta pesada, antes de entrar com a governanta atrás dela.Andrews estava sentado atrás de sua mesa, de costas para ela, olhando através da janela, O silêncio que pairava no ar parecia denso, carregado de uma tensão crescente, Quando ele a ouviu entrar, não virou imediatamente, Ele parecia tão seguro, tão inabalável em seu poder.Finalmente, ele s
Capitulo 9: estranho Andrews. Quando Aurora abriu os olhos, deparou-se com Andrews, Ele estava imparcial e não esboçava qualquer emoção, Ela entrou em pânico, mas não gritou ao cair sobre a cadeira, tremendo de medo do que ele poderia fazer. Então permaneceu imóvel, os dedos ainda apertavam o telefone contra si, como se fosse um amuleto capaz de protegê-la, do que ele faria, em seguida sem nenhuma explicação ele se virou seguindo para a saida. A silhueta de Andrews desapareceu pela porta, mas o frio que ele deixou para trás parecia impregnar o ambiente, a jovem sentiu as pernas fracas, mas não ousou se mover imediatamente. Será que ele voltaria? O que ele faria? Por que simplesmente foi embora sem dizer uma única palavra? As perguntas fervilhavam em sua mente, mas nenhuma resposta parecia se formar. Engolindo em seco, ela respirou fundo e tentou recompor-se, Com as mãos trêmulas, devolveu o telefone ao gancho e se levantou devagar,Precisava sair dali antes que Andrews mudasse de