O caminho até a mansão foi silencioso. Aurora observava as
luzes da cidade passarem pela janela, mas seu olhar estava perdido. O medo
crescia dentro dela conforme o carro se afastava da vida que conhecia. Sem sua
amiga governanta ao lado, sentia-se completamente sozinha. Se perguntando o que
a esperava naquela casa que seria sua próxima moradia ao lado de um homem que
claramente a odiava a primeira vista.
No banco da frente, o assistente de Andrews quebrou o silêncio.
— Tem certeza de que deseja levá-la para casa esta noite, senhor?
O coração de Aurora se contraiu. Mesmo sem encará-los, podia sentir a tensão no ar.
— O que esperava? Que eu a deixasse em um hotel? — A voz de Andrews era fria, impiedosa. — Ela é minha esposa agora. Além disso, se eu facilitasse, ela fugiria, e eu perderia qualquer rastro dessa mulher.
Aurora apertou os dedos contra o tecido do vestido. Ele falava dela como se fosse um objeto, um problema a ser resolvido.
— Mas não era ela quem o senhor pretendia se casar... Isso nos pegou de surpresa. — O assistente confessou, hesitante.
Ela sentiu o peso dessas palavras como se fosse um lembrete cruel de sua posição ali. Não era desejada. Não era bem-vinda.
O silêncio retornou, quebrado apenas pelo bip do celular de Andrews. Aurora não ousou virar o rosto, mas sentiu a atmosfera mudar. Ele ficou rígido. Algo naquele telefone o incomodara.
— Ela não tem ideia de com quem está mexendo... — A voz dele saiu baixa, carregada de fúria.
Aurora desviou o olhar da janela. Um arrepio percorreu sua espinha. Não sabia o que aquele homem planejava, mas tinha certeza de que estava pisando em solo perigoso.
Quando o carro parou na propriedade, Aurora desceu sozinha. A governanta que a recebeu parecia gentil, mas havia algo nos olhos da mulher que indicava cautela. Medo, talvez?
— Suas malas já estão no quarto principal. — Informou.
Aurora hesitou. Parte dela esperava que Andrews a obrigasse a ficar no mesmo quarto, mas, pelo visto, ele estava mais ocupado remoendo sua raiva.
Um pequeno sorriso despontou em seus lábios. Não porque estivesse aliviada, mas porque, no fundo, sentia um prazer quase infantil em desafiá-lo. O que ele poderia fazer?
Enquanto seguia pelo corredor luxuoso, seus olhos se perderam na grandiosidade do lugar. A imponência da mansão a fazia se sentir pequena, mas também atiçava sua curiosidade.
— O banheiro está preparado. Seu banho morno e suas roupas estão na cama, senhora. — A governanta informou. — Se precisar de algo, basta chamar.
Aurora murmurou um agradecimento antes de entrar no quarto.
Naquele momento, percebeu que estava em um jogo cujas regras ainda desconhecia.
Aurora murmurou um agradecimento enquanto entrava no quarto. Por um breve momento, sentiu-se como uma princesa, cercada de cuidados que pareciam tão distantes de sua realidade. Havia roupas novas sobre a cama, e o quarto, embora luxuoso, tinha um cheiro peculiar. O perfume no ar lembrava algo masculino, algo que não deveria estar ali. O ambiente era sombrio e imponente, mas não tinha nenhum toque de conforto. Não era o tipo de quarto que ela imaginava para si, mas, por algum motivo, não se importou.
Ela caminhou até o banheiro, fechando a porta atrás de si. O som da água quente batendo sobre sua pele foi um alívio imediato, dissolvendo um pouco da tensão que ainda permanecia em seu corpo. Aquela noite, ela pensou, talvez fosse passar sem mais surpresas. Pelo menos, tinha esperança disso.
Vestiu a camisola que a governanta havia deixado para ela, uma peça de seda negra que se moldava perfeitamente ao seu corpo, destacando suas curvas de maneira que a fez corar. Seus cabelos ainda estavam úmidos, caindo em ondas suaves ao redor de seu rosto. O contraste entre seus fios escuros e sua pele delicada lhe dava um ar quase etéreo. Seus olhos, com uma inocência que não condizia com a situação, faziam seu rosto parecer ingenuamente belo, e sua expressão tranquila escondia o turbilhão interior que tentava não transparecer.
Ela não queria que ele soubesse o quanto a situação a incomodava. Pensou que talvez fosse possível relaxar por um momento, mas a noite ainda estava longe de terminar. Com um pequeno suspiro, abriu a porta do banheiro.
E foi quando viu a figura à sua frente que seu sorriso se desfez. Seu corpo se congelou. Sua pele empalideceu em um instante.
Ele estava ali.
Cap. 4: A cadeira não tem serventia.Sentado na cadeira de rodas, vestido com um pijama impecável de seda escura, Andrews a esperava. parece que até mesmo planejou onde se posicionaria apenas para a encurralar, bem em frente à porta do banheiro, como se já soubesse exatamente o que iria acontecer.Os olhos dele desceram lentamente pelo corpo dela, analisando-a sem pudor, e um sorriso enviesado surgiu em seus lábios.— Parece que estou atrapalhando um momento de celebração. — ele perguntou com ironia.Aurora sentiu o rosto queimar.— O que… o que você está fazendo aqui? — ela perguntou tentando cobrir o corpo.Andrews inclinou levemente a cabeça, seu olhar afiado prendendo o dela.— Onde mais eu deveria estar? Esse é o meu quarto. E, aparentemente, o seu também, ela não tinha analisado nada que estava ali e nem olhado dentro do closet.— Achei que… que você teria preparado outro quarto para mim. — ela balbuciou e ele riu.— Achei que já tivéssemos estabelecido que eu não sou um homem t
Capítulo 5– A Promessa do Ódioandrews tentou realmente a toca, e isso fez aurora tremer em pânico, ela se virou para correr, mas antes que pudesse alcançar a porta, sentiu os dedos dele tocarem sua pele.Ela gritou, puxando a camisola contra o corpo e ele a soltou sem se esforçar para realmente segurá-la, a deixando fugir pelo corredor com as lágrimas cegando sua visão, enquanto ele ria da situação.A observando fugir perdida naquele lugar desconhecido e novo, ele agora no corredor encostado na parede, Andrews riu de forma maldosa ao observá-la entrar na primeira porta que encontrou e se escondendo.— O que descobriu? — ele perguntou quando seu assistente veio até ele após assistir toda a cena em silencio sem se atrever a interferir.— O que está acontecendo? Vocês brigaram? — perguntou antes mesmo de se sentar. — Nunca estivemos de bem. Você descobriu quem é ela? — Andrews retrucou, impaciente. — Sim… em partes. Ela é meia-irmã mais nova da minha ex, uma filha fora do casamento
Capítulo 6 – Antes de se recuperar.A porta se abriu e ela suspirou aliviada.Uma silhueta entrou, e Aurora piscou algumas vezes, tentando focar a visão desejando que fosse qualquer pessoa menos aquele homem louco.— Meu Deus… o que ele fez com você? Aquele menino sem juízo! — A voz rouca da senhora invadia os ouvidos de Aurora, e então, um toque suave em seu rosto. — Céus, aguente firme. Vou cuidar da senhora agora. — ela avisou enquanto alguns empregados entravam trazendo bandejas.A segunda governanta ajudou Aurora a se alimentar e em seguida cuidou dela como se fosse uma mãe, ela não conhecia aquela mulher, mas aquele terninho azul-marinho, indicava que ela poderia ser a governanta da casa, mas então quem era a outra mulher indiferente?Aurora estava sentada sobre o tapete, o prato à sua frente agora vazio. Ela devorou a comida com uma fome insaciável, como se o simples ato de comer fosse um alívio do tormento em que se encontrava. Seu corpo, enfraquecido pelos dias de jejum força
Capítulo 7: Motivação de Andrews A governanta deslizava a escova pelos fios sedosos de Aurora, as duas conversavam em tom baixo, como velhas amigas dividindo segredos, enquanto a mulher mais velha penteava os fios da jovem com cuidado.— você deve se cuidar, eu vou estar aqui agora, assim que soube que Andrews tinha se casado... – ela hesitou por um momento. — fiquei feliz por ele não ter se casado com uma cobra que eu conheço bem.— Por que? Acho que entre ela e Andrews, ele seria o maior perigo aqui afinal ele queria se casar com ela por despeito, não é?— Apesar dele ter desejos mais sombrios quanto a ex esposa dele, a verdade é que ela tem controle sobre ele, então de toda a forma, se ele tivesse se casado com aquela cobra e não com você, ela seria a rainha dessa casa, e Andrews apenas um rei que seria um bobo da corte.— mas e agora? Então ele se casou comigo e a boba da corte sou eu. — aurora lamentou abaixando a cabeça enquanto a governanta continuava a pentear seu cabelo.— N
Capítulo 8– A Humilhação de AuroraA governanta, com um semblante sério e preocupado, veio até o quarto dela, silenciosa como uma sombra, Sem palavras, indicou que Aurora a seguisse, e, sem escolha, ela obedeceu, escovando o cabelo rapidamente e usando um vestido simples ela corria descalça para alcançar a governanta.O corredor estava imponente e vazio, e ela sentiu-se pequena diante da grandeza do lugar, Cada passo que dava, sentia o peso do seu destino, A casa agora era um labirinto de segredos, um espaço que ela mal conhecia, mas que já estava impregnado de angústia.Chegando ao escritório de Andrews, ela hesitou por um momento diante da porta pesada, antes de entrar com a governanta atrás dela.Andrews estava sentado atrás de sua mesa, de costas para ela, olhando através da janela, O silêncio que pairava no ar parecia denso, carregado de uma tensão crescente, Quando ele a ouviu entrar, não virou imediatamente, Ele parecia tão seguro, tão inabalável em seu poder.Finalmente, ele s
Capitulo 9: estranho Andrews. Quando Aurora abriu os olhos, deparou-se com Andrews, Ele estava imparcial e não esboçava qualquer emoção, Ela entrou em pânico, mas não gritou ao cair sobre a cadeira, tremendo de medo do que ele poderia fazer. Então permaneceu imóvel, os dedos ainda apertavam o telefone contra si, como se fosse um amuleto capaz de protegê-la, do que ele faria, em seguida sem nenhuma explicação ele se virou seguindo para a saida. A silhueta de Andrews desapareceu pela porta, mas o frio que ele deixou para trás parecia impregnar o ambiente, a jovem sentiu as pernas fracas, mas não ousou se mover imediatamente. Será que ele voltaria? O que ele faria? Por que simplesmente foi embora sem dizer uma única palavra? As perguntas fervilhavam em sua mente, mas nenhuma resposta parecia se formar. Engolindo em seco, ela respirou fundo e tentou recompor-se, Com as mãos trêmulas, devolveu o telefone ao gancho e se levantou devagar,Precisava sair dali antes que Andrews mudasse de
Capitulo, 10: Facas para alguém perigosoAndrews sorriu com sua reação, naquele momento ele apenas a observava sem dizer nada e sorriu sutilmente em seguida desviando o olhar como se tivesse procurando algo ao redor da cozinha quando os olhos dela se abriram o observando ainda cética.— Isso não é comestível. — Ele olhou para ela com desdém, sua voz fria. — Refaça.Ela engoliu a raiva que se formava em sua garganta, mas obedeceu sem questionar,Foi até o fogão, preparou outra refeição, está mais simples, ela não sabia o que ele queria, mas mudou por pura provocação fazendo uma comida sem sabor, sem vida.Quando ela trouxe a nova refeição até ele, ele não deu sequer uma palavra, apenas levantou-se da mesa e jogou a comida no lixo, sem sequer tentar provar,A raiva de Aurora subiu, mas ela não fez nada, nem uma palavra.A governanta, que havia observado a cena de longe, se aproximou e provou as duas refeições, olhou para Aurora e sorriu, tentando reconfortá-la, embora soubesse que tudo
11: Ele está bem?— Não! — Aurora murmurou, antecipando a dor que achava que estava prestes a sentir a sensação era como se sua vida estivesse a acabar ali, mas, em vez disso, um som suave de movimento atrás dela a fez se congelar,A mesa onde ela estava encostada, repleta de legumes frescos, parecia ter sido deslocada, ela abriu os olhos e Andrews estava em sua frente, Ela tentou se afastar, mas a presença dele estava próxima demais.Ele estava tão perto que ela podia sentir seu calor, seu corpo quase tocando o dela, ele estava diante dela, sua mão passando por cima de seu ombro de forma natural, como se fosse algo rotineiro, com a faca na outra mão baixa e imóvel, quase como se estivesse em um transe, ainda assim as pernas de Aurora tremiam que nem bambus.Seus olhos, normalmente intensos, estavam apagados, com um brilho distante e um piscar lento, como se ele estivesse sonhando acordado ou fosse movido por algo além de sua própria vontade.Aurora ergueu o olhar, seus olhos se fixan