30. Paixão avassaladora

As palavras dele ainda ecoavam na mente de Cecília.

"Há coisas em mim que você não deveria desejar."

Mas naquele momento, naquele canto escuro da taberna, tudo o que ela conseguia sentir era o calor do corpo dele tão próximo ao seu. O cheiro de tabaco misturado ao perfume amadeirado que a entontecia. Os dedos fortes ainda em volta de seu braço, como se ele não conseguisse deixá-la partir.

E ela não queria partir.

Só uma vez.

Só uma vez e depois esqueceria. Enterraria aquele desejo no fundo da alma, se casaria com Eduardo e tudo voltaria ao lugar.

— Eu deveria ir — sussurrou, mas sem mover um único músculo.

Max sorriu – um sorriso amargo e perigoso.

— Então vá, Cecília. — Os olhos dele queimavam os dela. — Ninguém está te impedindo.

Mas ele estava. A presença dele a prendia mais do que qualquer corrente.

E quando ele soltou seu braço para provar que não a deteria, ela ficou.

A capa escorregou de seus ombros enquanto Cecília deu um passo à frente.

— Uma única vez
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