Sangue, Tinta e Ecos

A mensagem de Leonardo chegou no fim da tarde, entre um e-mail ignorado do trabalho e a terceira tentativa de Yves dormir.

> [17:48] Leo: “Ei, baixinha. Vai estar livre amanhã à tarde? Tem alguém que quero te apresentar. Vai curtir.”

Sorri. “Baixinha.” Ele era o único que ainda me chamava assim. Respondi com um simples:

> [17:49] Marina: “Livre depois das 14h. Onde?”

A localização veio em seguida. Um estúdio de tatuagem discreto, no centro antigo da cidade.

No dia seguinte, deixei Yves com Vanessa. Dei as instruções habituais, com aquele aperto no peito de quem sabe que o mundo gira quando a gente vira as costas — mas fui.

O estúdio era num prédio antigo com escadas estreitas, cheiro de tinta e música baixa ecoando nos corredores. As paredes estavam cobertas por quadros e esboços. Um universo inteiro de cor, sombra e arte urbana pulsando contra o cinza da cidade.

Leo me esperava na porta, braços cruzados, com uma expressão que os anos não mudaram — o mesmo sorriso torto,
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