Desert Rose

Desert Rose PT

Adolescente
Ricardo Moriah  concluído
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Resumo
Índice

Guilherme tem uma relação complicada com o pai e seu pensamento mais profundo é largar tudo e partir... Contudo, sua vida dará uma guinada enorme ao se deparar com os belos olhos azuis de Diana, alguém que ele acredita ser "inalcançável". Ela, uma garota que não espera por um amor de verdade, será enlaçada pela presença do rapaz. Entretanto, há um "oceano" separa seus mundos e, para ficarem juntos, terão de transpô-lo. Nisso, a "Desert Rose" será fundamental, porém, de seus próprios lados, haverá oposição. Diferenças sociais, econômicas e até raciais tentarão impedir essa paixão, que se converterá em um sentimento muito maior, algo que surpreenderá a todos.

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Capítulo 1 - Diana
O dia estava maravilhoso na manhã daquele sábado, fim de novembro de 1993, em Guarujá, litoral de São Paulo. As águas do canal que separa a ilha de Santo Amaro do continente (Santos) estavam bem calmas. Sentado numa das cadeiras de madeira, que envolviam nossas pequenas mesas, eu mantinha minha mente presa à página 118 do livro “O que ela viu em mim?” do escritor Ricardo Moriah.  Sob aquela grande cobertura do quiosque da cantina, onde mesas pequenas estavam dispostas num grande círculo, eu me mantinha fixo ao som de Snow Piece, de Vangelis. Os pequenos fones de ouvido de meu Walkman me impediam de voltar à realidade sonora do local, onde pássaros, barcos e os infelizes mosquitos davam o ar da graça. Tudo parecia bem naquela manhã tranquila, que não deixava de ser igualmente monótona. Os clientes ainda não haviam chegado e eu podia relaxar… De repente, percebo uma figura passando ao meu lado rapidamente, indo em
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Capítulo 2 - Mais linda que a Linda...
Com o pedido pronto, levei uma bela porção de fritas e o sal para as irmãs, sentadas no quiosque. Confesso que eu estava nervoso, afinal, Diana havia me desequilibrado emocionalmente, mas isto era apenas o início...Sério, coloquei a bandeja sobre a mesa e, na outra mão, depositei uma embalagem com catchup e o sal. Diana, mirou em mim, ainda sustentando aquele sorriso arrebatador e confidenciou:— Adoro batata com catchup...Como as outras duas estavam olhando para o prato, não notaram o olhar da bela irmã morena para mim, apenas a mais nova respondeu-lhe sem olhá-la diretamente.— Ah! Eu também amo isso!Diana então falou:— Ingrid, você ama tudo o que é comestível...A pequena riu e fez a mais velha comentar:— “Wen”, não sei como não engorda, comendo tanto.<
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Capítulo 3 - Blue Horizon
Ao ver a lancha sumir após as árvores, subitamente eu me senti triste. Mesmo sabendo que ela voltaria no final do dia, a garota dos olhos azuis era uma companhia que eu passara a adorar, não, necessitar. Seu sorriso era encantador, assim como o jeito de olhar. Como eu já falei, nunca procurei me envolver com as garotas ricas que apareciam na marina, mas agora eu estava me deixando levar por essa onda. Imerso em meus pensamentos, fui chamada por Eliza, minha mãe. De pele clara e cabelo bem longo, a esposa de Manoel era sim, realmente linda. Ok, eu sou suspeito em falar, mas com seus olhos verdes e feições de origem italiana, lá do interior do Paraná, Eliza encantava meu pai. Magra e alta, ela tinha um rosto fino e olhar expressivo. Com 41 anos, minha mãe nunca tivera outro filho porque teve problemas no útero, algum tempo após meu nascimento. Isso sempre a entristeceu, pois, desejava ter outros, inclusive uma menina. Pela beleza que ela continha, dentr
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Capítulo 4 - Saudades de você
O fim da tarde se aproximava velozmente e meu olhar se perdia no horizonte. As águas calmas do canal logo se agitaram com a passagem de vários barcos. Lanchas, iates e veleiros desfilavam vagarosamente naquela fronteira líquida da Ilha de Santo Amaro, buscando o refúgio das marinas da região.Já acostumado com isso, nunca liguei efetivamente para tal desfile, embora admirasse a beleza de alguns dos barcos. Contudo, naquela tarde, eu buscava um em especial, uma lancha Intermarine Oceanic de 32 pés...Claro, meu interesse não era o barco, mas quem estava nele. Então, quando faltavam poucos minutos para as 18 horas, a Desert Rose apontou na curva do canal, exuberante. Sim, embora realmente fosse bonito, o barco tinha uma importância maior para mim.Mal sabia eu que aquela Oceanic seria ainda mais especial... Para minha sorte, meu pai sempre mantinha a cantina aberta até &a
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Capítulo 5 - Quem é Leonor?
O relógio tocou às 5:30h, mas, confesso que não havia dormido direito. Se eu adormeci por duas horas, foi muito naquela noite de grande ansiedade. Levantei rapidamente e pensei em vestir uma calça, mas eu estaria na praia. Como ela estaria vestida?A questão invadiu-me, mas decidi mesmo ir arrumado, visto que não seria uma diversão propriamente dita, mas um momento importante. Assim, enfiei-me em uma calça jeans, a mais nova que eu tinha.Coloquei um tênis e uma camisa verde, devidamente posta para fora da calça, tendo ela estampa aveludada com a águia bicéfala dos Paleólogos. [Nota do autor: Heráldica da última dinastia do Império Romano do Oriente]O perfume Quasar contemplou o conjunto, que ainda contava com meu corte de cabelo curto e rosto bem liso, sem barba. Consegui a proeza de me aprontar em 30 minutos, embora tudo já estivesse arrumado,
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Capítulo 6 - Desert Rose
Aquela manhã de domingo foi inesquecível, embora não mais que uma tarde de sol, silenciosa e agradável sobre o mar... Eu e Diana estávamos vivendo o nosso momento, um instante no tempo em que nos uníamos cada vez mais. De frente ao mar, começamos nossa “Carreira das Índias” do amor.Ligados pelo mar, ainda não sabíamos que seria sobre ele, a definição de nosso destino. Com o som das ondas a quebrar mais abaixo, naquele rochedo, admirávamos o horizonte, desejosos de que nossos dias juntos fossem eternos. Mas, como todas as coisas boas da vida, o tempo correu contra nós.Olhando no relógio, Diana se assustou com a hora já avançada. Se eu quisesse que o tempo passasse logo, era apenas estar junto dela para isso acontecer...— Amor, eu preciso voltar.— Mas, já? Parece que chegamos agora.— Infelizm
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Capítulo 7 - A menina do Fusca
Seus cabelos negros ainda me envolviam, assim como parte de seu corpo nu, quando despertei após um cochilo breve a bordo da Desert Rose. Ainda transpirando muito, por conta do calor e de nosso amor, mirei em seu rosto avermelhado.Diana adormecera também e tinha uma respiração suave, como se estivesse em um belo sonho. Contudo, eu tinha que acordá-la para a realidade e nossa situação estava longe de ser um sonho, embora tê-la em minha vida fosse mais que isso.Despertei-a, mas ela não queria levantar. Com muito custo, após quase ter sido rendido por um abraço, a convenci ser o momento de irmos. Mas, se eu soubesse o que viria a seguir, eu teria ficado naquela cama...Mirando-me com seu maravilhoso olhar azul, Diana se declarou após “virar mulher”.— Gui, eu te amo.— Eu também, muito.— Queria ficar contigo aqui e
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Capítulo 8 - Prova de sangue
A longa semana se iniciou e a saudade veio com os dias que se seguiram. Como eu não ia à marina durante a semana, ficava em casa estudando ou matando o tempo. Aliás, foi logo na segunda-feira à tarde que uma das fichas caiu...— Cadê o meu livro? — disse a mim mesmo.Logo que iniciei a busca, a lembrança da Desert Rose apareceu magicamente em minha mente. Claro! Eu havia esquecido no sofá da cabine... Com um turbilhão de emoções atravessando meu cérebro, o bendito livro ficou no barco e eu nem percebi.O temor de ser pego com a filha dos Niechtenbahl´s era maior que qualquer detalhe, como esse. Assim, lamentei muito, pois, não podia pedir à minha mãe para entrar num barco particular. Meu pai então, nem se fala...Naquele dia, após a meia-noite, Diana me ligou e revelei-a o detalhe do livro. Ela se mostrou apreensiva, po
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Capítulo 9 - Martha
As horas demoraram a passar, enquanto Wolf e Keila curtiam a vista do estuário da Ilha de Santo Amaro. Nesse tempo, tive que passar por eles três vezes para servir os demais clientes. Tentei ignorar ao máximo, mas ele havia pedido mais cervejas, que deixei que o ajudante da cantina, Pedro, o servisse.Algum tempo depois, ele levantou e foi ao balcão, acompanhado da amante, mas, nesse momento, me retirei para a despensa da cantina. Encarar Wolf depois de tudo não era nada agradável. Minutos depois, o vi sair com ela em seu carro. Somente ali eu arfei aliviado, mas eu precisava fazer algo.Eu tinha de avisar Diana sobre a descoberta de nossa primeira vez e só poderia fazer com calma após as doze badaladas. Ainda que Wolf tivesse ido, a angústia por conta dela era enorme. Minha mãe, observando meu estado, questionou:— Gui, por que você está assim, inquieto?— N&ati
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Capítulo 10 - Você é minha casa
O choque de Martha ao ouvir da irmã que estava grávida foi surpreendente. Eu pensei que ela iria surtar, mas acabou emocionando-se e abraçou Diana. Viki ficou contente pela jovem, mas conteve-se em demonstrar mais sentimentos.A loira de olhos verdes então veio a mim, com lágrimas ainda no rosto e me abraçou. Contudo, a seguir, mirou-me séria e disse:— Guilherme. Você é o pai e a responsabilidade por tudo também será sua. Se não a magoá-la, eu ficarei do seu lado. Mas, se pisar na bola com ela, eu estarei com meu pai...Era a segunda vez que eu ouvia algo assim em poucos dias. Da primeira, minha mãe também falou que me apoiaria, mas somente se eu fosse correto. Ali, Martha havia se tornado uma aliada importante diante do que viria.— Martha, obrigado. Amo Diana e nunca irei abandoná-la.— Falar é fácil Gui,
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