Aquela manhã de domingo foi inesquecível, embora não mais que uma tarde de sol, silenciosa e agradável sobre o mar... Eu e Diana estávamos vivendo o nosso momento, um instante no tempo em que nos uníamos cada vez mais. De frente ao mar, começamos nossa “Carreira das Índias” do amor.
Ligados pelo mar, ainda não sabíamos que seria sobre ele, a definição de nosso destino. Com o som das ondas a quebrar mais abaixo, naquele rochedo, admirávamos o horizonte, desejosos de que nossos dias juntos fossem eternos. Mas, como todas as coisas boas da vida, o tempo correu contra nós.
Olhando no relógio, Diana se assustou com a hora já avançada. Se eu quisesse que o tempo passasse logo, era apenas estar junto dela para isso acontecer...
— Amor, eu preciso voltar.
— Mas, já? Parece que chegamos agora.
— Infelizm
Seus cabelos negros ainda me envolviam, assim como parte de seu corpo nu, quando despertei após um cochilo breve a bordo da Desert Rose. Ainda transpirando muito, por conta do calor e de nosso amor, mirei em seu rosto avermelhado.Diana adormecera também e tinha uma respiração suave, como se estivesse em um belo sonho. Contudo, eu tinha que acordá-la para a realidade e nossa situação estava longe de ser um sonho, embora tê-la em minha vida fosse mais que isso.Despertei-a, mas ela não queria levantar. Com muito custo, após quase ter sido rendido por um abraço, a convenci ser o momento de irmos. Mas, se eu soubesse o que viria a seguir, eu teria ficado naquela cama...Mirando-me com seu maravilhoso olhar azul, Diana se declarou após “virar mulher”.— Gui, eu te amo.— Eu também, muito.— Queria ficar contigo aqui e
A longa semana se iniciou e a saudade veio com os dias que se seguiram. Como eu não ia à marina durante a semana, ficava em casa estudando ou matando o tempo. Aliás, foi logo na segunda-feira à tarde que uma das fichas caiu...— Cadê o meu livro? — disse a mim mesmo.Logo que iniciei a busca, a lembrança da Desert Rose apareceu magicamente em minha mente. Claro! Eu havia esquecido no sofá da cabine... Com um turbilhão de emoções atravessando meu cérebro, o bendito livro ficou no barco e eu nem percebi.O temor de ser pego com a filha dos Niechtenbahl´s era maior que qualquer detalhe, como esse. Assim, lamentei muito, pois, não podia pedir à minha mãe para entrar num barco particular. Meu pai então, nem se fala...Naquele dia, após a meia-noite, Diana me ligou e revelei-a o detalhe do livro. Ela se mostrou apreensiva, po
As horas demoraram a passar, enquanto Wolf e Keila curtiam a vista do estuário da Ilha de Santo Amaro. Nesse tempo, tive que passar por eles três vezes para servir os demais clientes. Tentei ignorar ao máximo, mas ele havia pedido mais cervejas, que deixei que o ajudante da cantina, Pedro, o servisse.Algum tempo depois, ele levantou e foi ao balcão, acompanhado da amante, mas, nesse momento, me retirei para a despensa da cantina. Encarar Wolf depois de tudo não era nada agradável. Minutos depois, o vi sair com ela em seu carro. Somente ali eu arfei aliviado, mas eu precisava fazer algo.Eu tinha de avisar Diana sobre a descoberta de nossa primeira vez e só poderia fazer com calma após as doze badaladas. Ainda que Wolf tivesse ido, a angústia por conta dela era enorme. Minha mãe, observando meu estado, questionou:— Gui, por que você está assim, inquieto?— N&ati
O choque de Martha ao ouvir da irmã que estava grávida foi surpreendente. Eu pensei que ela iria surtar, mas acabou emocionando-se e abraçou Diana. Viki ficou contente pela jovem, mas conteve-se em demonstrar mais sentimentos.A loira de olhos verdes então veio a mim, com lágrimas ainda no rosto e me abraçou. Contudo, a seguir, mirou-me séria e disse:— Guilherme. Você é o pai e a responsabilidade por tudo também será sua. Se não a magoá-la, eu ficarei do seu lado. Mas, se pisar na bola com ela, eu estarei com meu pai...Era a segunda vez que eu ouvia algo assim em poucos dias. Da primeira, minha mãe também falou que me apoiaria, mas somente se eu fosse correto. Ali, Martha havia se tornado uma aliada importante diante do que viria.— Martha, obrigado. Amo Diana e nunca irei abandoná-la.— Falar é fácil Gui,
Ao ouvi-lo se referir a mim, logo veio a minha mente o motivo do assunto e ele agora era um embrião. A gravidez de Diana não passaria batido para Bertha por muito tempo e até que ela demorou a descobrir.A mãe, na maioria das vezes, sabe o que ocorre com os filhos. Algumas não querem ver, outras, porém, revelam na hora. Bertha descobriu, mas guardou segredo, certamente, porque Martha apenas desconfiara na noite anterior.Foi, decerto, enorme surpresa para as irmãs, saber que iriam descer a serra após serem despertas tão cedo. Tudo já estava pronto para segunda, mas Bertha adiantou o passo rumo ao litoral. Seu motivo crescia velozmente no útero de sua filha.Imediatamente, olhei para meu pai, que ficou surpreso com o jeito sério com o qual Wolf se referiu a mim. Curioso, Manoel indagou-o:— Seu Wolf, o que acontece?Olhando-o com ar inquisidor, o alemão
Ainda chorávamos, quando uma apressada Martha chegou e nos abraçou. A loira, com seus olhos avermelhados de tanto chorar, beijou nossas cabeças e disse:— Meus amores, eu terei de voltar com eles, Wen precisa de mim. Está muito mal.Mirando na irmã, falou:— Di, deixa que de tuas coisas eu cuidarei. Vou pegar tudo o que você gosta e levarei para onde estiver.— Tata, eu não sei para aonde vamos...Martha olhou-me e eu apenas a fitei sem dar uma resposta, afinal, eu não tinha. Então, ela me disse:— Gui, sua mãe gosta de você e saberá onde vocês estarão. Então, eu combino com ela, ok?Animei-me, afinal, meu anjo alemão continuava ali, protegendo-me, ou melhor, protegendo-nos. Assenti com a cabeça, pois, ainda era difícil falar.— Di, eu te amo! Até mais minha linda...
Como pode um pai e uma mãe eliminar de suas vidas a própria filha? O ser gerado de sua paixão, de seu amor? Fiz-me essas e outras questões por muitos, muitos anos. Diana, mesmo tendo sido responsável por seus atos, não merecia ser tratada como foi.Em meu caso, ser expulso de casa era algo que eu já imaginava há algum tempo, dado o temperamento de meu pai e a infelicidade que habitava em meu ser.Naquela enorme e ainda desconhecida casa, eu e Diana viveríamos outra vida, uma em que não andávamos por nós mesmos.No mesmo dia em que chegamos àquela casa, Felipe e Andrea se dispuseram a nos atender em tudo o que precisávamos.Diana, no entanto, logo após se instalar numa das suítes, mergulhou em um choro longo. O vazio que sentia no coração era enorme, dado que nunca se separara de fato de sua família.Não era com
O despertar do primeiro dia após nosso exílio foi gratificante, afinal, eu estava ao lado daquela que amava. Sentir a presença dela e saber que um pedaço de nós, que crescia em seu ventre, foi ótimo, mas eu sabia também que a vida seria dura. Observei-a dormindo e me perguntei o que estaria sonhando.Logo após eu levantar, Diana acordou e pareceu ter mais ânimo que no dia anterior. Passamos uma noite ótima, onde novamente conectamos nossos corpos num imenso prazer. Questionei-a sobre o que esperar de nossos anfitriões, dado que pareciam animados demais.Diana, apesar do pequeno mal-estar com Andrea, acreditava que a relação com ela não teria maiores problemas. Eu, no entanto, conjecturava sobre os planos de Felipe. Ele pensava muito e parecia ter ideias para nós… Bem, pelo menos assim imaginei naquele momento.Ao descermos, por volta das 9 horas da manh