"Todo dom pode ser uma bênção ou uma maldição..." Quando Faith Connor recebe uma carta deixada por sua avó, após a morte da mesma, contendo um último pedido, ela não esperava que sua vida ganharia um rumo inesperado. Detentora de um dom especial de compreender as flores, cujos significados lhe fornecem visões de acontecimentos futuros, ela atende o pedido da avó, levando uma flor especial a seu túmulo e acaba conhecendo Rowan Allers, um homem atormentado pela morte da irmã, assassinada por um serial killer. Sentindo uma estranha conexão com aquela história, Faith o ajuda a investigar, sem nem saber que seus destinos estavam ligados de forma perigosa e até fatal.
Ler mais― Rowan, que brincadeira boba! — Faith exclamava, gargalhando de felicidade, enquanto Rowan a ajudava a saltar do carro. Ele lhe vendara os olhos, pois tinha uma surpresa. — Você vai gostar! Tenho certeza! Rowan a conduziu pela mão até um certo local, a fez subir dois degraus e pediu que ela esperasse um pouco. Já fazia um mês desde que Henry fora preso e Ursulla morrera, e tudo estava finalmente voltando ao normal. Por incrível que pareça, Rowan não quis nem saber da irmã. Fora a pessoa que mais o decepcionara em toda vida, e ele mal contara o que acontecera para sua mãe. Que ela permanecesse pensando que sua filha já estava morta há vários meses e não que e
― Para mim, não há explicação mais lógica. Um é o assassino, e o outro, a vítima. Não acredito que ambos tenham sido sequestrados por uma terceira pessoa — Jayce afirmou para Steve quando já estavam juntos na delegacia. — Merda! Nenhuma outra pessoa pode morrer por causa desse louco! Mas como vamos encontrá-lo? — Steve reclamou cansado. — Estava apenas esperando que você chegasse para irmos até a casa dos Granger. — Você acha que é ele, não acha? — Faz todo o sentido, Steve! Alguma das Kappa House matou Melinda e ele quis se vingar. Ele tentou nos enganar
Enquanto Faith dormia, tentando exorcizar seus demônios, Steve aproveitava que nenhum dos Granger estava em casa para fazer uma visita ao hospital onde ela ficara internada depois do acidente. Não sabia se descobriria alguma coisa ali, mas havia uma chance. Ele logo foi à recepção e, depois de mostrar o distintivo para conquistar um pouco mais de respeito, pediu o nome do médico que cuidou de Faith naquela época. Depois de checar no computador, a mulher lhe falou um nome, mas logo em seguida informou que ele não trabalhava mais lá. — Há quanto tempo o Dr. Lynn não faz mais parte da equipe? — perguntou ele.
Em sua floricultura, Faith estava completamente distraída. Não conseguia parar de pensar na possibilidade de Henry não ter morrido. Por várias vezes, aquele pensamento a deixava confusa. Na maioria delas, tentava se convencer que estava ficando louca e que aquilo não era possível, mas a verdade era que tudo fazia muito sentido. O corpo dele nunca fora encontrado, e sua visão com os diferentes tipos de flores era uma mensagem clara: Lembrança eterna, Arrependimento, Proteção e Ciúme. O que ela apenas não entendia era por que precisaria de proteção contra Henry, mas sabia que era algo que descobriria em breve. Entretanto, não deixou de ficar preocupada com a possibilidade de Henry não ser mais a pessoa que ela conhecera, ou pior ainda, talvez ele nunca tivesse sido o homem que ela pensava que conhecia.
Sem esperar mais nenhum segundo, os dois se dirigiram até o local onde Carla fora encontrada morta. Daquela vez, o corpo não fora jogado no mar. Ela estava em casa, confortavelmente deitada na cama. Qualquer um que olhasse para ela, de longe, pensaria que estava dormindo, mas se essa pessoa ousasse se aproximar um pouco mais, veria seus belos olhos esbugalhados, completamente apavorados, presos em um ponto fixo do teto. Esse mesmo observador, facilmente veria um imenso e profundo corte em sua garganta, que fora fatal. E a poça de sangue que manchara seus lençóis brancos era nauseante. Carla estava sozinha em casa, pois provavelmente sua companheira já não morava mais ali. Com certeza ficara assustada com a possibilidade de estar morando com uma assassina. O mais suspeito de tudo era que ela vestia uma roupa social e havia duas xícaras de café sobre
Faith estava sentada em uma grama muito verde, cercada por flores, plantadas tão caprichosamente quanto ela mesma as plantaria. O cheiro de néctar era maravilhoso, a temperatura estava agradável e seu corpo parecia leve, como se ela pudesse flutuar. A sensação de familiaridade veio como uma rajada de vento, percorrendo sua mente. Se antes estava absorvida pela beleza do local e por seus sentimentos em relação a ele, naquele momento, começou a se preocupar. Ficou com medo do que viria a seguir, com medo de ser guiada a mais alguma flor com um significado subliminar, e, talvez, até mesmo obscuro, que a deixaria ainda mais confusa. Porém, olhava ao seu redor e não via nenhuma flor ou planta em destaque, não sentia nada de diferente, não ouvia nenhum som que lhe remetesse a qualquer coisa.&nbs
Já na delegacia, Steve pegou o braço de Carla, com um pouco mais de delicadeza do que Jayce faria, e conduziu-a para uma sala onde seria interrogada. Os dois a deixaram lá dentro, sob observação de outro policial, e foram falar com o comandante, que se surpreendeu ao ver Jayce ali. — Hernandez, o que faz aqui? Pensei que estivesse de férias — o comandante desaprovava a permanência de Jayce na delegacia, enquanto a morte de Debra ainda fosse recente. — Férias que eu nunca quis tirar! — retrucou o policial, inquietando-se ao ver o olhar reprovador do comandante. — Senhor, Jayce descobriu, por conta própr
Jayce acordara bem cedo, depois de rolar na cama por horas durante a madrugada, pensando na morte de Melinda e em quem poderia ter cometido aquele crime. Vários nomes passaram por sua cabeça, mas nenhum que lhe despertasse qualquer certeza. Ao menos ainda estava lutando. Mais ainda, ele se sentia vivo, embora não soubesse por quanto tempo. Com uma ideia fixa na cabeça, ele pulou da cama e correu para o telefone. Apesar de seu apartamento estar em pura desordem, ele ainda sabia o local em que havia guardado o telefone do hotel onde Melinda fora encontrada morta. Precisava falar com aquela recepcionista, que não ficou nem um pouco feliz em atendê-lo. — Aqui é o detetive Hernandez, espero que se lembre de mim — foi firme e não demonstrou nenhuma simpatia.
Depois de recuperado da lúgubre missa em homenagem a Debra, mas ainda marcado por suas olheiras e sua morbidez, Jayce acompanhou Steve em sua visita à casa de Elmett Granger. Fizeram, portanto, o mesmo que haviam feito com Anne Palmer; mostraram-lhe o bilhete suicida de Melinda, que também o deixou bastante estupefato, e lhe perguntaram se aquela era a letra de sua ex-namorada. Mais uma vez, tiveram a constatação de que aquela caligrafia ordenada era completamente diferente da de Melinda. Contudo, sua verdadeira intenção não era essa. Sorrateiramente, enquanto Steve fazia algumas perguntas a Elmett, Jayce pegou um papel dentro de sua pasta do trabalho, com um texto manuscrito e assinado por ele. Observou-o com cuidado e o colocou de volta em seu lugar.