Faith estava sentada em uma grama muito verde, cercada por flores, plantadas tão caprichosamente quanto ela mesma as plantaria. O cheiro de néctar era maravilhoso, a temperatura estava agradável e seu corpo parecia leve, como se ela pudesse flutuar. A sensação de familiaridade veio como uma rajada de vento, percorrendo sua mente. Se antes estava absorvida pela beleza do local e por seus sentimentos em relação a ele, naquele momento, começou a se preocupar. Ficou com medo do que viria a seguir, com medo de ser guiada a mais alguma flor com um significado subliminar, e, talvez, até mesmo obscuro, que a deixaria ainda mais confusa.
Porém, olhava ao seu redor e não via nenhuma flor ou planta em destaque, não sentia nada de diferente, não ouvia nenhum som que lhe remetesse a qualquer coisa.
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Sem esperar mais nenhum segundo, os dois se dirigiram até o local onde Carla fora encontrada morta. Daquela vez, o corpo não fora jogado no mar. Ela estava em casa, confortavelmente deitada na cama. Qualquer um que olhasse para ela, de longe, pensaria que estava dormindo, mas se essa pessoa ousasse se aproximar um pouco mais, veria seus belos olhos esbugalhados, completamente apavorados, presos em um ponto fixo do teto. Esse mesmo observador, facilmente veria um imenso e profundo corte em sua garganta, que fora fatal. E a poça de sangue que manchara seus lençóis brancos era nauseante. Carla estava sozinha em casa, pois provavelmente sua companheira já não morava mais ali. Com certeza ficara assustada com a possibilidade de estar morando com uma assassina. O mais suspeito de tudo era que ela vestia uma roupa social e havia duas xícaras de café sobre
Em sua floricultura, Faith estava completamente distraída. Não conseguia parar de pensar na possibilidade de Henry não ter morrido. Por várias vezes, aquele pensamento a deixava confusa. Na maioria delas, tentava se convencer que estava ficando louca e que aquilo não era possível, mas a verdade era que tudo fazia muito sentido. O corpo dele nunca fora encontrado, e sua visão com os diferentes tipos de flores era uma mensagem clara: Lembrança eterna, Arrependimento, Proteção e Ciúme. O que ela apenas não entendia era por que precisaria de proteção contra Henry, mas sabia que era algo que descobriria em breve. Entretanto, não deixou de ficar preocupada com a possibilidade de Henry não ser mais a pessoa que ela conhecera, ou pior ainda, talvez ele nunca tivesse sido o homem que ela pensava que conhecia.
Enquanto Faith dormia, tentando exorcizar seus demônios, Steve aproveitava que nenhum dos Granger estava em casa para fazer uma visita ao hospital onde ela ficara internada depois do acidente. Não sabia se descobriria alguma coisa ali, mas havia uma chance. Ele logo foi à recepção e, depois de mostrar o distintivo para conquistar um pouco mais de respeito, pediu o nome do médico que cuidou de Faith naquela época. Depois de checar no computador, a mulher lhe falou um nome, mas logo em seguida informou que ele não trabalhava mais lá. — Há quanto tempo o Dr. Lynn não faz mais parte da equipe? — perguntou ele.
― Para mim, não há explicação mais lógica. Um é o assassino, e o outro, a vítima. Não acredito que ambos tenham sido sequestrados por uma terceira pessoa — Jayce afirmou para Steve quando já estavam juntos na delegacia. — Merda! Nenhuma outra pessoa pode morrer por causa desse louco! Mas como vamos encontrá-lo? — Steve reclamou cansado. — Estava apenas esperando que você chegasse para irmos até a casa dos Granger. — Você acha que é ele, não acha? — Faz todo o sentido, Steve! Alguma das Kappa House matou Melinda e ele quis se vingar. Ele tentou nos enganar
― Rowan, que brincadeira boba! — Faith exclamava, gargalhando de felicidade, enquanto Rowan a ajudava a saltar do carro. Ele lhe vendara os olhos, pois tinha uma surpresa. — Você vai gostar! Tenho certeza! Rowan a conduziu pela mão até um certo local, a fez subir dois degraus e pediu que ela esperasse um pouco. Já fazia um mês desde que Henry fora preso e Ursulla morrera, e tudo estava finalmente voltando ao normal. Por incrível que pareça, Rowan não quis nem saber da irmã. Fora a pessoa que mais o decepcionara em toda vida, e ele mal contara o que acontecera para sua mãe. Que ela permanecesse pensando que sua filha já estava morta há vários meses e não que e
Pela primeira vez em muito tempo, Lolla DeWitt sentia-se jovem novamente. Suas mãos cansadas não pareciam mais tão pesadas e sua cabeça não doía como antes. Ela quase sentia sua alma sorrir e o coração pleno. Tinha certeza de que sua hora estava chegando. Para muitos seria um momento de tensão e lamentos, mas não para uma mulher espiritualizada como ela, afinal, conhecia as leis do céu e da terra, e não tinha nada para reclamar da vida que levara – amara, fora amada, tivera lindas filhas e preciosas netas que lhe davam alegrias imensas. Sonhava apenas em poder encontrar a filha perdida que abandonara Tatianna e deixara para trás tudo que construíra. Não havia muitas coisas que lhe pertencessem, mas o pouco que tinha saberia dividir igualmente entre suas meninas, Faith, Cailey e Tatianna. E o que n&ati
Amaranto"O Amaranto é a flor que simboliza a imortalidade ou a vida eterna. É a flor do cemitério, pois nunca morre." Na verdade tudo começou com uma morte. Lolla DeWitt partiu em um sono tranquilo, sem dores nem sofrimento, exatamente como merecia. Sua doença, o câncer, nunca a impedira de nada, seus últimos anos de vida foram bem vividos, e ela soubera aproveitá-los. Tanto que seu velório estava cheio de pessoas que a amavam, admiravam, e outras até que mal a conheciam, mas que já tinham ouvido falar de sua habilidade pouco comum. Desde menina sonhava com coisas e elas aconteciam. Por esse motivo, salvou vidas e destinos, deu bons conselhos e ajudou muita gente, não im
Ainda chorando sozinha em sua estufa, Faith ouviu a voz de alguém a chamá-la. Sem demora, ela limpou as lágrimas e tentou disfarçar sua dor. Quem chamava era Thomas, um rapazinho de dezesseis anos que vivia sozinho desde que fugira de um orfanato em outra cidade, e tanto Faith quanto Lolla davam-lhe dinheiro para que ele fizesse pequenos serviços. — Thomas, hoje não vou abrir a loja. Pode ir descansar, se quiser! — Sra. Connor, sinto muito pela morte da D. Lolla. Ela era boa demais para mim — o rapazinho começou a chorar, e Faith teve certeza de que não suportaria aquela cena. Assim como ela, Thomas também já tivera perdas suficientes em sua vida, e ao invés de aquilo tudo se tornar mais fácil de suportar, ficava cada vez mais difí