Depois que Cailey foi embora bem cedo no domingo, Faith ficou muito ansiosa, esperando pelo contato de Steve. Pelo menos com a irmã ali, ela se sentira distraída e se esquecera um pouco do caso. Mas ao se ver sozinha, não conseguia parar de pensar no rosto bonito de Rowan, tão cheio de dor e sofrimento. Queria ajudar. Claro que ele não era o único motivo pelo qual desejava descobrir alguma coisa. Era principalmente por causa do resto da família da moça e pela estranha ligação que sentira com ela. Nunca tivera uma “visão” com alguém que não conhecia e, por esse motivo, não poderia ter sido em vão. Porém, acabou passando o dia inteiro sem resposta e foi somente na segunda-feira que recebeu qualquer notícia de Steve. Ele apareceu em sua estufa bem cedo, com duas pastas nas mãos. Com certeza tivera um imenso trabalho para juntar todas aquelas informa&
A semana passou depressa, e ainda era bem cedo quando Faith despertou. Ela estava começando a tomar seu café-da-manhã, quando sentiu aquele odor especial do Amaranto e, outra vez, viu a imagem da sepultura de Ursulla Allers. Era mais um sinal de que havia mesmo alguma ligação entre elas. E não apenas isso, era como se suas flores quisessem que ela se intrometesse na história, que ajudasse a família Allers em sua dificuldade. Era como se precisasse fazer tudo aquilo por ela mesma, por algum motivo... Tentou encontrar uma maneira de conciliar sua sexta-feira de trabalho com uma breve ida ao cemitério; para isso, chamou Thomas e ofereceu-lhe dinheiro para que ele cuidasse da floricultura por algumas horas. Ele era um pouco atrapalhado, mas nada que pudesse lhe prejudicar. Assim
Faith passou o dia inteiro ansiosa para que aquela noite chegasse. Trabalhou, olhando a todo o momento para o relógio, contando os minutos, jurando que sua ansiedade não tinha nada a ver com o fato de que veria Rowan. E ele chegou tão pontualmente que ela mal acreditou. Ficou observando-o enquanto ele saltava de seu belo carro preto, em seu terno elegante, o mesmo que usara naquela manhã. Com certeza nem tivera tempo de passar em casa, mas quando se aproximou, Faith reparou que ele ainda estava muito cheiroso, com um leve aroma de madeira de algum perfume caro. Assim que ele pisou na floricultura, teve a estranha sensação de estar entrando em um lugar mágico. Era como se todas aquelas flores conversassem entre si e lhe desejassem boas vindas. Faith se encaixava perfeitamente naquele lugar,
Uma das primeiras coisas que Faith fez no dia seguinte foi tirar cópias dos relatórios policiais dos casos de assassinato de Ursulla e Trudy e mandou-os para Rowan por intermédio de Thomas. A princípio sua ideia era levar as pastas até ele, mas desistiu e pediu para o rapazinho fazê-lo, não querendo que ele pensasse que estava se oferecendo. Em seu íntimo queria vê-lo, mas seria melhor se o evitasse o máximo possível, pois a tentação era grande demais. Focou então em seu trabalho, tentando esquecer a noite anterior. Pelo menos seu dia estava cheio; precisava preparar uma decoração para uma festa de debutante e uma entrega de um enorme buquê de Camélias para um de seus fregueses mais especiais. Todos os meses ele mandava flores para a esposa, e Faith recordava-se exatamente do primeiro dia
Faith estava emocionada. Não tivera a chance de ser mãe, pois a oportunidade lhe fora roubada naquele acidente, mas adoraria receber uma mensagem como aquela de um filho algum dia. Era impressionante que Cailey tivesse escrito aquilo em tão pouco tempo e parecesse estar dando tão pouco valor a tão belas palavras. Ela realmente não reconhecia seu próprio dom. Era como se tivesse vergonha de suas habilidades como escritora, e sua intenção fosse apenas usá-las como um desabafo. Seus textos não mereciam ficar trancados dentro de uma gaveta. Mereciam ser lidos, compartilhados. — Está maravilhoso! — foi tudo que ela conseguiu dizer. — Tem certeza? Posso fazer melhor... — Cailey insistia naquela modéstia desnecessária.<
Horas depois, pouco antes do nascer do sol, alguns policiais se reuniam em torno de um corpo. A vítima era uma jovem mulher de aproximadamente trinta anos; loira, magra, de compleição frágil e bonita, apesar do rosto estar bastante desfigurado. Ela fora apunhalada várias vezes, e seu cadáver boiava dentro de um rio quando foi encontrada. Dois policiais locais responderam primeiro ao chamado por estarem nas redondezas, mas ao verem as circunstâncias da morte, Jayce Hernandez e Debra Winney foram convocados. Ambos observaram a cena com cuidado e avaliaram o corpo superficialmente. Apenas um exame mais detalhado lhes traria pistas concretas, mas de cara, ambos repararam que o belo anel de noivado em seu dedo parecia muito recente, não havia sequer deixado uma marca no dedo da moça.&nbs
Fazia tempo que Faith não acordava se sentindo tão bem. Não se lembrava do quanto era bom estar com sua família, rir, falar besteiras e não pensar em coisas ruins. Sentia-se pelo menos uns dez anos mais jovem como acontecia quando ela, Cailey e Tatianna ficavam acordadas até tarde falando sobre namorados. Recordava-se da primeira vez que beijara Henry e fora contar para elas. Na época, seria capaz de jurar que fora a coisa mais maravilhosa que lhe acontecera. Parecia que tinha sido há séculos, em outra vida que não mais lhe pertencia. Levantara-se depois de se espreguiçar com calma, tomou café da manhã, leu o jornal, tomou banho, vestiu-se e quando estava prestes a sair para trabalhar, alguém bateu à porta. Achando que era Thomas, abriu sem nem olhar no olho mágico ou perguntar quem era. Assim que vi
Rowan prometera buscar Faith em casa bem cedo para que pudessem aproveitar o dia, pois queria que descobrissem o máximo de coisas possíveis. Mas ele não esperava encontrar aquela linda mulher cheia de olheiras e com o rosto pálido e cansado. — Você está bem, Faith? — perguntou preocupado. — Estou. Apenas não dormi direito! — Talvez devesse desistir de me acompanhar — tentou ele mais uma vez. — Não vou lhe dar esse gostinho — ela sorria ao entrar no carro, depois dele ter aberto a porta para ela. Ela logo lhe falou sobre sua
Pararam em frente à porta da casa dela, e Rowan não resistiu a olhá-la por algum tempo. Depois, saltou do carro, contornou até a porta do carona, abriu-a e percebeu que ela estava acordando. — Onde estamos? — indagou um pouco sem rumo e o fez rir. Ela nunca parecera tão linda. — Na porta da sua casa. — Deus! Estou zonza de sono! — colocou a mão na cabeça. — Minha intenção era carregá-la até sua casa. Se quiser, ainda posso fazer isso. — Não é necessário — respondeu convicta. A