DESTINO FORÇADO - Grávida do Ceo Cafajeste
DESTINO FORÇADO - Grávida do Ceo Cafajeste
Por: EMY FERNANDES
Capítulo 1- Paixão Unilateral

Cassidy

Anos atrás

Hoje é o meu aniversário, e toda a família se reuniu para comemorar. Em poucos meses, eu vou me formar no high school e, então, começar a faculdade — um novo capítulo da minha vida que espero ansiosamente. Meu irmão Michael já deu esse passo no ano passado, e em breve eu o acompanharei em Nova York. Tenho uma esperança secreta: que ao me mudar, minha vida mude também. Ou melhor, que eu mude.

Desde os meus quase dezesseis anos, carrego um segredo que me atormenta. Sou apaixonada pelo cunhado da minha irmã, um homem que tem o dobro da minha idade e um histórico de mulherengo assumido. Kai Hoke é o tipo de pessoa que jamais olharia para mim, e eu sei disso. Essa é a razão pela qual anseio por essa mudança. Quero me libertar desse sentimento, esquecê-lo e seguir em frente. Pelo menos, é o que eu digo para mim mesma.

– Cassidy, você está linda, querida – disse Kai, com a voz calma que sempre me desconcerta.

Respirei fundo antes de responder.

– Obrigada, Kai – agradeci, chamando-o pelo nome, como sempre. Nunca me referi a ele como "tio", embora a família Hoke nos trate como sobrinhos desde que nos conheceu. Eu tinha apenas quinze anos na época, e eles nos acolheram de maneira calorosa. Mas chamar Kai de tio? Isso nunca aconteceu. Eu queria ser qualquer coisa, menos uma sobrinha para ele.

– Está ansiosa para ir a Nova York? – ele perguntou, parecendo genuinamente interessado.

– Muito – respondi, sincera.

– Mamãe vai sentir muito a sua falta, querida – disse ele, tocando meu ombro de leve e sorrindo.

Eu o odeio por fazer isso. Por me tocar dessa forma, por me sorrir assim, por ser tão atencioso. Odeio porque isso me faz imaginar como seria se ele me tratasse como trata suas namoradas. Odiá-lo é mais fácil do que admitir que estou presa a um sentimento que não deveria existir.

– Ah, eu também vou sentir falta dela – falei, tentando disfarçar o turbilhão dentro de mim. – Mas vocês podem me visitar.

– Claro, sempre que possível, eu irei vê-los – ele afirmou.

Vê-los. Ele sempre inclui meu irmão e os outros na equação, nunca apenas eu. E por que ele viria só por mim? Eu sei que não deveria pensar assim, mas não consigo evitar. Talvez eu goste de sofrer.

A festa continuou por horas. Minha irmã Olívia e seu marido, Joshua, foram os pilares da minha vida e da de Michael. Eles assumiram a responsabilidade por nós dois em um momento crítico, e serei eternamente grata. Joshua, além de ser governador do estado, é um homem incrível, e juntos eles formaram uma família linda com três filhos: os gêmeos Kaili e Keanu, e a pequena Ivanna, que carinhosamente chamamos de Nana.

Observar a família perfeita que minha irmã construiu apenas intensifica meus sonhos. Sonhos que, por mais que eu negue, sempre terminam em uma vida com Kai.

Quando a festa acabou e todos foram embora, aproveitei para passar um tempo com Michael.

– Está ficando velha, tampinha – ele brincou, bagunçando meu cabelo. – Mas ainda é minha irmãzinha.

– Mike, você só é um ano mais velho que eu, esquisito – retruquei, rindo.

– Mas ainda sou o mais velho – ele riu. – Vai me contar por que esteve tão estranha durante a festa?

Claro que ele perceberia. Sempre fomos nós dois contra o mundo. Crescemos juntos, dividimos alegrias e tristezas, mesmo antes de saber que Olívia estava viva e morava perto de nós. Michael sempre foi meu confidente, meu melhor amigo e o melhor irmão que eu poderia pedir.

– Odeio como você me conhece tão bem – suspirei. – Não foi nada. Acho que estou ansiosa para me mudar e ficar mais perto de você – brinquei, tentando mudar de assunto.

– Então, não fique ansiosa, tampinha. Logo você vai estar reclamando das minhas manias esquisitas de novo – ele disse, rindo.

– Você é um idiota, Michael – respondi, rindo também.

– Mas você me ama, não é?

Fiz uma careta antes de cairmos na risada. Ele sabia que eu o amava, e isso nunca precisou ser dito.

Passamos o resto da noite assistindo a filmes e comendo pipoca, um dos nossos rituais favoritos. Quando finalmente fui para a cama, peguei meu telefone e abri o I*******m. Um erro.

Entre as muitas postagens, lá estava mais uma foto de Kai ao lado de uma mulher desconhecida. Já deveria estar acostumada a isso, mas ainda é desconfortável. Ele nunca repete suas acompanhantes, e os sites de fofoca não perdem a oportunidade de expô-lo. Desde que Joshua se tornou governador e passou por escândalos ao lado de Olívia, a família tem sido um prato cheio para a mídia.

Dei zoom na foto, tentando identificar a mulher, mas ela não parecia familiar. Nem me dei ao trabalho de ler a legenda. Na próxima semana, haverá outra foto com outra mulher, e o ciclo se repetira. Parte de mim se sente aliviada porque ele não está preso a ninguém; outra parte se entristece porque eu sei que nunca estarei em uma dessas fotos.

Enquanto olhava para o teto do meu quarto, me perguntei quantas vezes ainda deixarei que ele invada meus pensamentos. A mudança para Nova York é minha chance de um novo começo, de me reinventar. Longe dele, talvez eu encontre o espaço para respirar, para construir algo novo — algo que não o envolva.

Mas, enquanto isso não acontece, ainda sou a garota que sonha com o inalcançável, que se apaixona pelo improvável e que espera que a vida lhe dê um caminho mais claro. Talvez essa seja apenas uma fase, uma parte do meu amadurecimento. Ou talvez Kai seja um capítulo que eu nunca consiga fechar.

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