Três semanas depois do aniversário de Rubi, o aguardado julgamento de Antonella finalmente começou. Eu não queria que Cassidy estivesse presente, mas ela também era uma testemunha importante. — Tem certeza de que consegue, meu amor? — perguntei antes de entrarmos, a preocupação evidente na minha voz. — Está se sentindo bem? Se não estiver... — Kai — ela tocou meu rosto, um sorriso confiante nos lábios. — Eu estou ótima. Imagina só, vamos ver essa desgraçada ser condenada. — Uma risada escapou dela, um misto de alívio e satisfação. — Sim, é isso que eu espero. — afirmei, determinado. — Então, vamos lá. — disse Cassidy, firme. Entramos e nos acomodamos logo no início da fileira. Da família, apenas Alexander estava presente; Joshua não pôde vir por conta de compromissos de trabalho. O primeiro dia de julgamento começou intenso. Felizmente, eu fui o primeiro a depor. Não senti nem um pingo de remorso ou piedade enquanto respondia às perguntas e observava as provas se empilhare
— Tudo bem, e eu faço o quê exatamente? — perguntei, a curiosidade evidente na voz. — O que quiser. Pode só conversar, dar as boas-vindas ou... sei lá, você decide, amor. — Kai respondeu, coçando a nuca com um sorriso sem jeito, como se não tivesse a menor ideia de como lidar com aquilo. Revirei os olhos, um sorriso divertido nos lábios. — Ok, vamos lá antes que você se embole mais ainda. Kai riu e me deu um beijo rápido antes de me entregar Rubi, que brincava animada com uma das bonecas preferidas, um presente do avô. — Vamos conhecer a nova vizinha, Rubi? — perguntei, tentando soar empolgada. Ela respondeu com entusiasmo, sacudindo a boneca pelos braços enquanto descíamos para o andar de baixo. Chegamos diante da porta já conhecida. Dei duas batidinhas antes que a maçaneta girasse, revelando uma mulher de expressão gentil e olhos levemente cansados. Ela era bonita, com longos cabelos escuros e um ar maternal que fazia Tyler, o garotinho tímido ao seu lado, parecer ainda
— É isso. Não vão ouvir falar dessa mulher tão cedo. Parabéns. — Joshua comentou, com um sorriso satisfeito, quase como se finalmente tivesse tirado um peso de seus ombros. — Que alívio! — respondi, a voz embargada, misturando felicidade e uma exaustão que só quem passou por algo assim pode entender. — Agora sim, estamos completamente livres dela. A condenação de Antonella havia saído. Cada acusação contra ela foi aceita, cada mentira desmascarada. E com isso, ela enfrentaria o que merecia. Tentativa de homicídio, calúnia, perseguição, ameaça… A lista era longa. Ela não veria a luz do dia por muitos, muitos anos. Finalmente, o pesadelo que nos perseguia tinha chegado ao fim. — Você foi incrível, amor — Kai sussurrou, me abraçando apertado, com aquele toque suave que sempre me trazia a sensação de que nada poderia nos separar. — Fiz o que tinha que fazer, meu amor. — respondi, os olhos ainda cheios de gratidão. Sentia como se um peso tivesse sido retirado do meu peito, e por
Meses depois Respirei fundo pela terceira vez. A ansiedade era inevitável. — Está tudo bem, Cassidy? — Kai indagou, o tom preocupado transparecendo em sua voz, enquanto seus olhos passeavam atentos pela minha expressão. — Sim, meu amor, está tudo bem. Só estou um pouco cheia, acho que comi demais. — Sorri, tentando tranquilizá-lo, mas sentia um aperto no peito que não conseguia disfarçar. — Mas você comeu bem pouco hoje — comentou, franzindo a testa. — Tem certeza que não é o caso de irmos ao hospital? — Tenho certeza, está tudo bem, meu amor. — garanti, acariciando minha barriga. O peso era constante, e o cansaço me consumia mais do que quando estive grávida de Rubi. Nosso filho seria um menino grande e forte. As contrações de treinamento haviam se intensificado, e eu tentava ignorar a sensação incômoda que se repetia. — Mama! — Rubi chamou, estendendo os bracinhos para mim. Seus olhos curiosos observavam a barriga enorme. — Sim, querida. — Ofereci a mão, enquanto ela se aprox
Era uma alegria que não cabia em mim. Nosso filho estava bem, saudável e forte. Avisei a todos que estavam em casa e também a Joshua, Olívia e Ivan, que estavam no hospital, aguardando ansiosos para verem Cassidy. — Como está se sentindo? — perguntei curioso. — Agora estou bem, você viu o nosso bebê? Ele não é lindo? — falou com um sorriso radiante. — Estou ansiosa para ir para casa e começar a cuidar dele. — Calma, gatinha, se tudo der certo e estiverem bem, amanhã vocês serão liberados. Estou impressionado, sabia? Dessa vez pareceu tão... fácil. — falei curioso. — Sim, você de saiu muito bem — riu. — Teve o controle da situação, bom garoto. — abriu os braços e eu fui até ela, para beijá-la. — Amor, seu pai, Josh e Olívia ainda estão aqui, mas eles só entram de você quiser receber e se estiver bem. — garanti. — Deixe-os entrar, quero ver minha família. — Cassidy pediu, os olhos brilhando de emoção. — Tudo bem. — Concordei, sorrindo enquanto autorizava a entrada dos três,
Dois meses depoisDessa vez, tudo estava tão intensamente mais... Mais vivo, mais emocionante, mais cheio de significado. O sol brilhava com um esplendor especial, refletindo um céu limpo e radiante, exatamente como eu havia desejado para este momento tão aguardado. Escolhi um dia ensolarado para casar novamente, acreditando que a luz do céu simbolizaria a alegria e a felicidade constante que eu almejava para nossa vida a partir de agora.Meu vestido era um sonho realizado, um tecido leve e delicado que abraçava minhas curvas e dançava suavemente com a brisa, adornado com detalhes de renda que pareciam florescer sob o sol. Rubi estava simplesmente encantadora em seu vestidinho de dama de honra, um modelo que a fazia parecer uma pequena princesa saída de um conto de fadas. Seu sorriso iluminava o ambiente mais que qualquer raio de sol. E então, havia Ethan... Meu pequeno e precioso Ethan. Não havia palavras que pudessem descrever o quanto meu coração se encheu ao vê-lo. Ele era a coisa
Seis meses depois. — Uau — Cassidy falou, os olhos arregalados de encantamento enquanto observava a vista espetacular à nossa frente. — Kai, olha isso! — sorriu animada, como uma criança diante de um presente inesperado. O sol dourado da Grécia tingia o céu com tons de laranja e rosa, refletindo nas águas cristalinas que se estendiam até onde a vista alcançava. O mar reluzia sob o brilho suave, e as casas brancas de Santorini, com suas cúpulas azuis icônicas, formavam uma paisagem digna de cartão-postal. Sorri enquanto deixava nossas malas no chão da luxuosa villa que alugamos, um espaço elegante e acolhedor, com janelas amplas que permitiam que o cenário paradisíaco invadisse cada cômodo. As paredes brancas e a decoração minimalista traziam um ar de serenidade. Uma piscina infinita se projetava na direção do mar, convidativa e tentadora. — Gostou? — perguntei, observando o brilho nos olhos dela. — Amor... é perfeito. Obrigada. É a viagem mais especial de todas. — Seus lábios
Cassidy Anos atrás — Você é linda, Cassidy. Eu sempre quis você. Posso te beijar?” Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Kai Hoke, minha paixão platônica, estava se declarando para mim. Ele segurava minha cintura, sua boca estava próxima à minha, e aquele olhar cheio de desejo me arrepiava, eu quis gritar e afirmar que sim, mas minha voz trêmula apenas conseguiu dizer: “— Me beije, Kai, por favor — supliquei.” “— Seu desejo é uma ordem, meu doce — sussurrou, inclinando o rosto para me beijar.” Não tive tempo de sentir o gosto de seus lábios. O som do alarme tocou, e aquela imagem dele me segurando começou a se dissipar. Não... não... foi um sonho? Eu sonhei de novo com Kai Hoke me beijando? Bufei, inconformada, e desliguei o alarme do telefone. Levantei-me, arrastando os pés, frustrada. — Isso está me enlouquecendo — murmurei para mim mesma. Caminhei até o banheiro, pronta para começar o dia e tentar aproveitá-lo sem fantasiar com um amor proibido. Hoje é o meu anive