Meses depois Respirei fundo pela terceira vez. A ansiedade era inevitável. — Está tudo bem, Cassidy? — Kai indagou, o tom preocupado transparecendo em sua voz, enquanto seus olhos passeavam atentos pela minha expressão. — Sim, meu amor, está tudo bem. Só estou um pouco cheia, acho que comi demais. — Sorri, tentando tranquilizá-lo, mas sentia um aperto no peito que não conseguia disfarçar. — Mas você comeu bem pouco hoje — comentou, franzindo a testa. — Tem certeza que não é o caso de irmos ao hospital? — Tenho certeza, está tudo bem, meu amor. — garanti, acariciando minha barriga. O peso era constante, e o cansaço me consumia mais do que quando estive grávida de Rubi. Nosso filho seria um menino grande e forte. As contrações de treinamento haviam se intensificado, e eu tentava ignorar a sensação incômoda que se repetia. — Mama! — Rubi chamou, estendendo os bracinhos para mim. Seus olhos curiosos observavam a barriga enorme. — Sim, querida. — Ofereci a mão, enquanto ela se aprox
Era uma alegria que não cabia em mim. Nosso filho estava bem, saudável e forte. Avisei a todos que estavam em casa e também a Joshua, Olívia e Ivan, que estavam no hospital, aguardando ansiosos para verem Cassidy. — Como está se sentindo? — perguntei curioso. — Agora estou bem, você viu o nosso bebê? Ele não é lindo? — falou com um sorriso radiante. — Estou ansiosa para ir para casa e começar a cuidar dele. — Calma, gatinha, se tudo der certo e estiverem bem, amanhã vocês serão liberados. Estou impressionado, sabia? Dessa vez pareceu tão... fácil. — falei curioso. — Sim, você de saiu muito bem — riu. — Teve o controle da situação, bom garoto. — abriu os braços e eu fui até ela, para beijá-la. — Amor, seu pai, Josh e Olívia ainda estão aqui, mas eles só entram de você quiser receber e se estiver bem. — garanti. — Deixe-os entrar, quero ver minha família. — Cassidy pediu, os olhos brilhando de emoção. — Tudo bem. — Concordei, sorrindo enquanto autorizava a entrada dos três,
Dois meses depoisDessa vez, tudo estava tão intensamente mais... Mais vivo, mais emocionante, mais cheio de significado. O sol brilhava com um esplendor especial, refletindo um céu limpo e radiante, exatamente como eu havia desejado para este momento tão aguardado. Escolhi um dia ensolarado para casar novamente, acreditando que a luz do céu simbolizaria a alegria e a felicidade constante que eu almejava para nossa vida a partir de agora.Meu vestido era um sonho realizado, um tecido leve e delicado que abraçava minhas curvas e dançava suavemente com a brisa, adornado com detalhes de renda que pareciam florescer sob o sol. Rubi estava simplesmente encantadora em seu vestidinho de dama de honra, um modelo que a fazia parecer uma pequena princesa saída de um conto de fadas. Seu sorriso iluminava o ambiente mais que qualquer raio de sol. E então, havia Ethan... Meu pequeno e precioso Ethan. Não havia palavras que pudessem descrever o quanto meu coração se encheu ao vê-lo. Ele era a coisa
Seis meses depois. — Uau — Cassidy falou, os olhos arregalados de encantamento enquanto observava a vista espetacular à nossa frente. — Kai, olha isso! — sorriu animada, como uma criança diante de um presente inesperado. O sol dourado da Grécia tingia o céu com tons de laranja e rosa, refletindo nas águas cristalinas que se estendiam até onde a vista alcançava. O mar reluzia sob o brilho suave, e as casas brancas de Santorini, com suas cúpulas azuis icônicas, formavam uma paisagem digna de cartão-postal. Sorri enquanto deixava nossas malas no chão da luxuosa villa que alugamos, um espaço elegante e acolhedor, com janelas amplas que permitiam que o cenário paradisíaco invadisse cada cômodo. As paredes brancas e a decoração minimalista traziam um ar de serenidade. Uma piscina infinita se projetava na direção do mar, convidativa e tentadora. — Gostou? — perguntei, observando o brilho nos olhos dela. — Amor... é perfeito. Obrigada. É a viagem mais especial de todas. — Seus lábios
Cassidy Anos atrás — Você é linda, Cassidy. Eu sempre quis você. Posso te beijar?” Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Kai Hoke, minha paixão platônica, estava se declarando para mim. Ele segurava minha cintura, sua boca estava próxima à minha, e aquele olhar cheio de desejo me arrepiava, eu quis gritar e afirmar que sim, mas minha voz trêmula apenas conseguiu dizer: “— Me beije, Kai, por favor — supliquei.” “— Seu desejo é uma ordem, meu doce — sussurrou, inclinando o rosto para me beijar.” Não tive tempo de sentir o gosto de seus lábios. O som do alarme tocou, e aquela imagem dele me segurando começou a se dissipar. Não... não... foi um sonho? Eu sonhei de novo com Kai Hoke me beijando? Bufei, inconformada, e desliguei o alarme do telefone. Levantei-me, arrastando os pés, frustrada. — Isso está me enlouquecendo — murmurei para mim mesma. Caminhei até o banheiro, pronta para começar o dia e tentar aproveitá-lo sem fantasiar com um amor proibido. Hoje é o meu anive
Kai Hoke— Kai, vamos precisar viajar em breve, tudo bem? — Dylan, meu irmão, entrou na minha sala e afirmou. — Para onde? — Nova York, irmão. Início da fiscalização das obras do empreendimento do hospital. Teremos que ir, porque o cliente quer os responsáveis diretos lá, e não apenas "algum encarregado". — Fez aspas com os dedos e revirou os olhos. — Insuportável — murmurei. — Concordo, mas assinamos o contrato. Temos que ir — enfatizou. — Quando? — Semana que vem. Podemos passar no apartamento e ver como os meninos estão — sugeriu. — Sim, pelo menos não vai ser uma viagem totalmente perdida — ri. Mike já está lá há quase dois anos, e Cassidy foi no início desse ano, os dois são irmãos da minha cunhada e eu gostei deles logo que os conheci. Faz bastante tempo que não vejo os dois. Aqueles irmãos são como sobrinhos de verdade. Eu os amo como se fossem parte da minha família. Ir visitá-los não será tão chato assim. Podemos ver se estão precisando de alguma co
Cassidy Algumas coisas não mudam. O tempo passa, eu tenho mais oportunidades de viver minha vida, mas continuo presa nos meus pensamentos, imaginando como deve ser estar no lugar das mulheres nas fotos ao lado de Kai. Minha última aula terminou e eu estava indo para casa quando senti uma mão em meu ombro. Parei e me virei. — Cass. — Oi, Peter. — sorri, surpresa. Peter e eu trocamos poucas palavras neste ano, e quase não tivemos interações além de olhares e, como Mike diria, "um clima". — Então, vai rolar uma festa hoje. Topa? — perguntou. Pisquei, surpresa com o convite. Nunca tivemos intimidade além de um simples "bom dia". — Ah, obrigada, mas não sei se vou conseguir, tenho muito o que estudar — respondi, sorrindo sem graça. — Tudo bem, se mudar de ideia, esse é meu número. Até mais. — Ele me entregou um papel e sorriu. Peter tocou meu ombro antes de se afastar. Fiquei alguns segundos tentando entender a situação, mas logo dei de ombros e segui meu caminho.
Já faz uma semana que cometi a maior burrada da minha vida. O que eu tinha na cabeça para achar que Kai simplesmente iria sorrir para mim e me beijar apaixonadamente? Claro que ele fez o completo oposto. Estou exausta de sentir isso, de ficar olhando as notícias dele e vê-lo saindo com mulheres diferentes a cada fim de semana. Preciso acabar com esse sentimento de uma vez por todas. Mike percebeu minha tristeza nos últimos dias, mas disfarcei e disse que era apenas preocupação com as matérias difíceis. — Você parece muito triste, quer fazer algo? Olha, sei que não curto essas coisas, mas... — ele respirou fundo. — Vai ter uma festa amanhã à noite. Vai querer ir? — Quem é você e o que fez com meu irmão recluso? — sorri. — Está tudo bem, Mike. Não quero ir, vamos em outro lugar. Talvez ao shopping? — Você é a melhor irmã. Eu odiaria ficar mais de trinta minutos com aquele bando de idiotas se esfregando uns nos outros, suados e bêbados. — Falando assim, parece nojento — gargalhei.