Capítulo 8- Orgulhosa

Cassidy

Entre todas as vantagens de ser uma boa aluna, conseguir um estágio em uma renomada revista de moda em Nova York foi a cereja do bolo. Minha rotina se tornou mais corrida e apertada, mas é incrível; eu amo o que faço. Não tenho mais a disponibilidade de visitar a família como o Mike faz quase todos os finais de semana. Por um lado, isso é ruim, porque morro de saudades de todos. Por outro, fico tranquila por saber que não encontrarei Kai e não precisarei lidar com o mesmo clima de merda de sempre.

— Cassidy, você conseguiu publicar a matéria sobre...

— Sim, a Imperial Men’s. Aqui está. — Entreguei o tablet em sua mão.

Minha chefe, Eveline, me olhou surpresa, mas logo abriu um sorriso orgulhoso. Ela passou os olhos pelo texto. Não foi escrito por mim, claro, mas eu revisei e publiquei na revista online.

— Você é ouro, mulher! — Ela riu e agradeceu. — Vou te pagar um café, prometo.

Ela saiu rapidamente, pois alguém a chamou, e eu voltei a olhar para o computador, suspirando. Imperial Men’s, a marca criada exclusivamente por Kai. Fico feliz que tenha sido tão bem aceita. Quase todos os comentários das pessoas que compraram foram positivos e, além disso, ele conseguiu esgotar toda a coleção de apresentação.

Quando meu horário terminou, Eveline apareceu com um copo de café e me agradeceu mais uma vez. Eu me sinto muito realizada aqui e espero ser contratada definitivamente. Caminhei até o estacionamento devagar, saboreando o café. Quando entrei no carro, recebi uma mensagem de Peter pedindo para conversar comigo assim que possível.

Eu e Peter continuamos sendo os melhores amigos do mundo. Ele é o homem mais incrível que já conheci. Como namorados, talvez não sejamos perfeitos, mas até hoje não tivemos nenhum problema sério. Minha primeira vez foi com ele, e foi muito especial. Ele foi um verdadeiro cavalheiro, sempre se certificando de que eu realmente queria aquele momento.

Peter está quase se formando, e eu não queria que ele sentisse que perdeu tempo comigo. Por outro lado, eu também precisava me desprender da sensação de estar esperando por algo ou alguém. Então, tivemos uma noite maravilhosa, cheia de cumplicidade.

Quando cheguei à faculdade, caminhei diretamente até o campo onde o time estava treinando. Alguém tocou no ombro de Peter e apontou na minha direção. Ele virou, me viu e abriu aquele sorriso característico. Sem pensar duas vezes, veio correndo até mim.

— Ei, Cass. — Ele me beijou com carinho.

— Oi, Pete. Tudo bem no treino? — perguntei, desviando o olhar para o campo por um instante.

— Sim. O que você vai fazer mais tarde, amor? — Ele perguntou com um tom ligeiramente cauteloso.

— Acho que nada. Por quê? — retruquei, curiosa.

— Quero ir à sua casa para conversar com você. Tudo bem? — Ele tocou minha bochecha com delicadeza.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, franzindo a testa.

— Não, nada ruim. Eu prometo. — Ele sorriu, tentando me tranquilizar. — Preciso voltar agora. Me avisa quando chegar em casa, tá?

Ele me beijou novamente e correu de volta para o campo, deixando-me ali com os pensamentos vagando.

Voltei para minha sala, onde passei a maior parte do dia entre as aulas. Quando fui dispensada, avisei ao Mike que estava indo para casa. Meu irmão não apareceu hoje porque chegou de viagem de madrugada. O time dele foi jogar em outra cidade, venceram, é claro, mas chegaram tarde, e ele precisava descansar. A cada dia que passa, Mike ganha mais dinheiro e fica mais famoso, o que atrai muitos olhares no campus, embora ele ignore tudo isso.

— E aí. — Ele me cumprimentou quando entrei na sala.

— Seu preguiçoso! — brinquei. — Vou contar para o papai que você está faltando aula porque jogou até tarde.

— Ele já sabe. Coloquei cinco mil dólares na conta dele hoje de manhã. — Mike deu de ombros e riu. — Comprei um presente para você. Vi numa loja que você mencionou uma vez. — Ele apontou para a sacola no sofá.

— Espera, quanto você ganhou? — perguntei, surpresa e curiosa.

— Vencemos o campeonato estadual e conseguimos dois patrocinadores novos. — Falou como se fosse algo comum.

— Mike, você está me dizendo que viajou para disputar o estadual? E ainda conseguiu dois patrocinadores? Mike! — comecei a chorar.

— Ei, por que está chorando? — perguntou, confuso.

— Michael Hawkings, você venceu o estadual desse seu jogo, conseguiu patrocínio e ainda mandou cinco mil para o papai! — Sequei as lágrimas, emocionada. — Mike, estou tão orgulhosa de você! Prometo que vou aprender mais sobre essa sua profissão e que vou assistir sempre agora. — Me joguei nos braços dele.

— Estou feliz, Cass. Agora posso ajudar o papai e você, sem depender tanto da Olívia e do Joshua. — Ele me abraçou apertado. — Guardei o resto do dinheiro. Agora vá ver seu presente e me diga se eu acertei.

Peguei a sacola no sofá e abri. Lá dentro havia um kit de costura profissional com tudo o que eu precisava para criar minhas peças, além de uma nova máquina de costura. Encarei Mike, boquiaberta, e as lágrimas voltaram a cair. Joguei-me novamente em seus braços.

— Você está muito chorona hoje. — Ele riu.

— Obrigada! Prometo que vou parar de te chamar de nerd esquisito.

— Mentira. — Ele debochou, divertido.

— É, não vou parar. Mas você sabe que eu te amo, Mike. — Abracei-o novamente com força.

A campainha tocou, e fui atender. Peter estava parado na porta e arregalou os olhos ao me ver chorando. Ele correu para me amparar, segurando meu rosto com cuidado.

— O que aconteceu? — perguntou, preocupado.

— Mike vai te contar. — Falei rindo.

Entramos, e eu pedi pizzas para comemorar com Mike. Os dois conversaram bastante enquanto eu guardava meus presentes. Passei minutos admirando meu kit de costura e minha nova máquina. É por isso que Mike é o melhor irmão do mundo.

Quando as pizzas chegaram, comemos animados e conversamos até tarde.

— Vai dormir aqui hoje? — perguntei a Peter, depois que Mike quase adormeceu no sofá e foi para o quarto.

— Preciso te falar uma coisa antes. — Ele me encarou com seriedade.

Peter nunca fala assim se não for algo importante, então tentei preparar minha mente e meu coração para o que quer que fosse. E eu sentia que não era algo bom.

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