Este é o livro 2 da Série Seco e Suave (O primeiro livro é Desejo Tinto) Depois de terminar o relacionamento com Giovanna, Matteo está de volta ao fundo do poço. Mas ele não está sozinho, por que ela foi levada junto com ele como um lembrete de que não importa o quão bom nadador você seja, se você não adotar as medidas preventivas necessárias na tentativa de salvar alguém de um afogamento, você corre o risco de se afogar junto com ele. Mas desentendimentos amorosos à parte, o que fazer quando o que te derruba não depende de um pedido de desculpas, de reconhecer seus erros ou de uma mudança de postura? Esqueça o argumento de que pessoas de bem não se envolvem com pessoas de caráter duvidoso, porque quando a vida de alguém que você ama está por um fio, você revê seus conceitos, infringe leis e usa as armas que tem ou mesmo as que não tem. La famiglia vem aí.
Leer másA mansão estava iluminada. Durante todo o dia, carros e mais carros de entrega e equipes de serviço entraram e saíram da propriedade. Os vizinhos dos Mazzas haviam visto tantos brinquedos infláveis ao redor da propriedade. Tudo era muito colorido e alegre, em contraste com a sobriedade dos prédios históricos. A mulher havia passado o dia inteiro sentada sobre a grama no Parco Sempione, de onde poderia acompanhar toda a movimentação na propriedade da família Mazza, e o seu estoque de água e sanduíche já havia chegado ao fim. Mas a fome e a sede que sentia não podia ser saciada com comida ou com toda a água do mundo. Suas entranhas clamavam por vingança. Os desgraçados haviam acabado com a sua vida e agora ela os faria pagar. Fora uma amadora no passado, mas alguns longos meses podiam mudar a vida de uma pessoa e, consequentemente, a maneira com ela via as coisas. Tudo havia sido tirado dela: sua irmã, seus pais, seu emprego e sua possibilidade de seguir por uma vida honesta. Não é com
MatteoO SUV parou no pátio em frente à mansão e eu olhei para Giovanna antes de descer do carro. Esse momento tinha muito significado. Não era por ser essa a primeira vez que o nosso filho entrava em casa agora fora da barriga da sua mãe e também não era por que Giovanna estava voltando para casa depois de alguns dias na maternidade. Não. A verdade é que esse momento é para nós como uma reafirmação da vida. A última vez em que eu e Giovanna estivemos juntos nesta propriedade foi no dia em que embarquei para os Estados Unidos e depois disso... Santo Deus! Dói só de lembrar cada instante do pesadelo que nós vivemos. Posso dizer que nós renascemos no dia em que o nosso filho veio ao mundo. Olhando para Giovanna vi que ela tinha lágrimas não derramadas que brincavam em seus olhos – Parece um sonho que eu esteja de volta. – falou em meio a um suspiro – Em alguns momentos cheguei a pensar que eu não voltaria aqui, nem o veria de novo e, quer saber? De tudo, o que mais me preocupava era vo
Luca Sartori- Você sabe que ele tem razão – Antony disse assim que Matteo saiu. – Eu não tenho como te agradecer por isso, meu amigo.- Não tem que agradecer. Eu tinha uma dívida com você.- Você ainda teria feito isso se não achasse que tinha uma dívida comigo. – eu apenas encolhi os ombros – você sabe que teria feito. Você não é um cara mal.- Não. Você está enganado. Eu sou um cara muito mal.- Talvez...mas você também é justo.- Até quando? Às vezes eu tenho que fazer coisas que não são justas para o padrão médio da sociedade e em breve isso vai ser mais comum do que você pode imaginar.- Quem tá dando uma merda para o padrão médio da sociedade.- Pessoas de bem? Pessoas como você, como o seu irmão e a sua cunhada.- Todo mundo tem seus ossos escondidos no armário, você sabe. – ele disse e eu tive a impressão de que se referia a ele mesmo – Quanto ao meu irmão e a minha cunhada, eu tenho certeza que eles estão apenas gratos. Você estourou os miolos do desgraçado.Encolhi os ombro
Matteo - NÃAAAAAAO – foi tudo que eu consegui exprimir depois de ouvir um disparo no interior do veículo. Eu soquei o meu irmão e corri em direção ao veículo. A porta do passageiro se abriu e meu coração se encheu de esperança. Mas, então, ela não se moveu e eu senti dificuldade em respirar. Quando alcancei o carro pelo lado do passageiro, Giovanna estava em choque. Ela olhava para Jeremias que agonizava, havia sangue por todo lado e os olhos deles em pleno choque. – Eu o matei – ela disse e desabou a chorar.Os homens de Luca e os meus seguranças estavam a nossa volta. Luca abriu a porta de Jeremias e o puxou pela camisa jogando-o sobre o chão. Eu não podia deixar que Giovanna assistisse mais nada. Eu precisava tirá-la dali.- Querida, tá tudo bem. Vou tirar você daqui.- Eu o matei – repetiu – eu o matei.- Calma. Você não teve culpa. Eu vou cuidar de tudo.Eu a peguei em meus braços e me preocupei que ela estivesse tão leve para o seu estágio de gravidez. Deus! Eu não acredito qu
GiovannaDor.Muita dor.Depois de abandonar o carro que havia furtado dos mafiosos e fugir andando até encontrar outro veículo para furtar, Pienezza dirigiu em círculos por horas. Sim, ele trocou de carro outras duas vezes e optou por modelos antigos e em péssimas condições para garantir que não estariam protegidos por GPS nem nenhum dispositivo de rastreamento. Era madrugada quando ele encontrou um galpão abandonado e sujo para passarmos a noite.Eu não me alimentei nas últimas doze horas. Não tínhamos comida e ele não queria sair para comprar. Primeiro com medo de que fosse encontrado, segundo com medo de que eu pudesse fugir se fosse deixada sozinha. Tudo que havia era uma torneira que jorrava água de gosto duvidoso. Eu evitei o máximo que pude tomar aquilo, mas era isso ou morrer por falta de água. Ontem, quando Jeremias puxou uma lona velha e suja para que eu me deitasse hesitei. Estava mais do que óbvio que eu não poderia dormir em nada como isso. Mas o fato era que as minhas
Matteo- Luca está de volta – anunciou Tony enquanto olhava pela janela. Seu tom grave, preocupado coadunava com o meu... Aliás, estávamos todos preocupados. Porém, ninguém estava mais do que eu. Nervoso nem chegava perto de descrever como eu estava, nem ansioso. Eu contava os minutos para que o desgraçado do Pienezza contatasse a cadela da Alícia. Os homens de Luca haviam providenciado um equipamento capaz de identificar de onde estava vindo a chamada.A porta se abriu e então Luca entrou. Ele parecia cansado. Como se não tivesse dormido. – Bom dia – cumprimentou.- Bom dia – eu e Tony respondemos em uníssono.- Alguma novidade?- Até agora nenhuma – Tony respondeu. Estamos indo ao escritório esperar a chamada. Aliás, obrigado pelo equipamento.- Não tem problema. Fico feliz em ajudar. Não vejo a hora de ficar cara a cara com o desgraçado do Pienezza. Apenas tenham em mente que ele é um cara morto. Vou mata-lo.- Deus sabe o quanto eu sou um homem que segue a lei. Mas, nesse caso, se
A casa estava silenciosa. A única evidência de que alguém estaria de pé era o cheiro de café que me fez chegar até a cozinha. De costas, com um coque bagunçado no alto da cabeça, vestindo calça jeans e um casaquinho de linha azul, estava ela, manuseando uma cafeteira. Ela não me ouviu chegar, pois não fez qualquer movimento que indicasse que tinha notado a minha presença. Ao invés disso, cantarolava algo baixinho. Repentinamente, ela se virou segurando uma xícara de café e abafou um grito.- Sinto muito – disse – Não queria assustá-la.- Não, tudo bem. Eu estava... distraída. Não ouvi você chegar. Café? – ofereceu.- Eu adoraria.Ela colocou a sua própria xícara sobre a bancada de mármore e pegou outra xícara no armário – Então você é um madrugador... – Não era uma pergunta. Mesmo assim, respondi.- Sim. – Ela me entregou a xícara com o líquido fumegante e eu agradeci.- Quase não o reconheci com essas roupas – olhei o que estava vestindo. Um par de jeans e um suéter cinza. – O senhor
Luca SartoriCaminhei pelo corredor principal no lado leste da mansão. A despeito do horário avançado e da maioria dos ocupantes do imóvel estarem dormindo, o caminho estava totalmente iluminado, com portas fechadas em ambos os lados do longo corredor. Demétrius havia sido informado sobre a localização dos quartos. Tão prático quanto isso era, eu não podia deixar de lamentar por não ser Guilhermina a única a me mostrar o caminho.Quando finalmente paramos diante de uma das portas ao final do corredor, ele me desejou uma boa noite e hesitou em seguir para o seu próprio.- Demétrius, você não vai passar a noite de guarda na porta do meu quarto.Sua resposta já era esperada – Não estamos em casa.- Eu confio nos irmãos.- Esse não é o ponto.- E qual é, homem?Ele trocou o seu peso de uma perna para outra, visivelmente desconfortável – Ele teve a sua própria esposa subtraída de sua propriedade apesar do forte esquema de segurança, então, perdoe-me se eu me recuso a confiar que você está
MatteoEttore e Martinelli estavam demorando mais do que o esperado. Alícia não morava tão longe e eu me perguntava por que estavam demorando tanto. Quando a porta se abriu e uma Alícia nada dócil adentrou o meu escritório, seguida pelos meus seguranças eu sabia que isso não seria fácil. Mas eu estava pronto pra isso. Eu não era mais aquele Matteo que ela conheceu. Ela não iria me manipular com seu showzinho. Eu estava disposto a ir até as últimas consequências para conseguir arrancar dela toda informação que ela poderia me dar – Que porra é essa, Teo? – ela cuspiu. Seu queixo erguido e suas mãos nos quadris.- Sente-se – ordenei.- Matteo, você sabe que horas...- Senta a porra da sua bunda nessa cadeira agora, sua puta – ela disfarçou o choque tão bem quanto ela pode, mas não pra mim. Ela sabia agora que eu não estava brincando. Quando ela se sentou, eu me aproximei, mas não muito para não matá-la antes que ela pudesse me dizer qualquer coisa útil. – Onde está a minha mulher?- Como