- Que porra foi essa? – eu ouvia Tony gritar atrás de mim, enquanto eu descia as escadas enfurecido. Eu estava com tanta raiva. Como ela pode fazer isso comigo? Era a única pergunta que latejava na minha cabeça. Tony se apressou e atravessou na minha frente. Empurrando o meu peito com as duas mãos – Pare aí, Porra!
Eu o empurrei de volta – Saia do meu caminho. Saia agora. – Eu saí da casa e entrei na caminhonete que estava parada ao lado da casa, enquanto Tony batia no vidro e gritava comigo, mas eu não estava mais registrando nada. Eu só queria sair dali. Dei partida no motor o mais rápido que eu consegui e dirigi para fora da fazenda.
Havia chovido logo cedo e o caminho de terra que eu precisava passar até chegar à estrada principal estava escorregadio. Mesmo assim, eu não reduzi a velocidade e alcancei em tempo recorde a rodovia. Quando cheguei à cidade, parei na praça principal e me debrucei sobre o volante. Meu peito estava dolorido, eu estava suando e minha cabeça latejava. Eu estava tomado por uma raiva indescritível. Tão parecida com a que eu senti no dia que eu descobri sobre Anabela e sobre Tony. Eu só ergui a cabeça quando a porta da caminhonete se abriu do lado do passageiro e Tony entrou e se sentou ao meu lado.
Ele parecia mais calmo do que quando tentou me impedir de sair de casa à cerca de meia-hora – Se veio...
- Não – ele disse simplesmente me acalmando – Só vamos tomar uma bebida. Não tem que falar nada, ainda.
Uma bebida era tudo o que eu precisava. Desci do carro, ele também e nós caminhamos para o bar do outro lado da praça em silêncio. Não havia outros clientes no local. Com exceção de uma garçonete, e o dono do bar que estava por trás do balcão e já era um conhecido, não havia mais ninguém.
A ruiva se aproximou da nossa mesa trazendo duas doses de Whisky – Sei que não pediram, mas basta olhar para as suas caras para saber que um desses ainda é pouco – Então, sem mais, ela calmamente se afastou, me deixando a sós com Tony.
Meu irmão apenas segurou seu copo na mão e brincou com o gelo. Ele não me perguntou nada e nem eu queria falar. Estava revoltado demais, decepcionado demais, desesperado demais para conseguir falar qualquer coisa coerente. Sabia que bastava abrir a boca e sairia todo tipo de atrocidades. Era a maneira como as coisas aconteciam comigo. Eu era um poço de calma, mas me transformava em um furacão quando magoado.
Quando eu tomei todo o conteúdo do meu copo de uma vez, a mulher voltou trazendo uma garrafa e colocando sobre a mesa e, ao lado dela, um balde de gelo. Tony ainda brincava com o conteúdo do seu copo, sem ter tomado sequer um gole. Eu estava na terceira dose quando as palavras apenas pularam da minha boca – Como ela pode? – mais silêncio depois disso – Qual o meu problema com as mulheres? Eu fui legal para elas – Meu irmão arqueou as sobrancelhas e, finalmente, deu o seu primeiro gole – No entanto, parece que eu só atraio sua traição. Que porra é essa? Uma competição de fodam o Matteo?
- Matteo – Tony começou a falar, seu tom cuidadoso demais como se não quisesse que eu me fechasse – com todo o respeito a sua falecida ex-mulher, ela era uma cadela. Mas Giovanna pode ter cometido um erro, eu confesso que não entendi muito bem qual foi o motivo de vocês terem brigado, mas ela não é como Anabela e você sabe disso, porra! O que há de errado com você? Eu não acredito que você ouse compará-la a Anabela – Eu estava com muita raiva dela, mas eu não poderia me referir a ela como uma cadela.
- Ela me enganou, cara. Eu a admirava por sua honestidade. Depois que eu descobri sobre as traições de Anabela e sobre toda a minha família mentir pra mim – sem ofensas – Mas eu meio que me agarrei a sua honestidade como a um bote salva-vidas. Giovanna não mentia pra mim, nem escondia as coisas em hipótese alguma e prometeu que jamais o faria. No entanto, ela usou um perfil falso nas redes sociais para me manipular.
Eu podia ver o choque no rosto de Antony. Ele não acreditava que Giovanna seria capaz de fazer isso. Inferno! Nem mesmo eu conseguia acreditar. Virei mais um copo da minha bebida e comecei a contar tudo para Tony. Esse era eu no “modo desabafo”. Eu estava fodido. Terminei minha narrativa com a pergunta que não quer calar: - Por que ela fez isso comigo?
- Talvez, se você tivesse esperado para ouvi-la, tivesse a sua resposta. De qualquer maneira, ao que parece, ela não devia ter ideia de quem você era no começo. Talvez ela tenha descoberto e tenha ficado com medo, ou então ela tenha te dado sugestão antes de ter descoberto a sua identidade. O fato é que você não esperou para saber.
- Ótimo! Agora eu sou o culpado.
- Eu não estou colocando a culpa em você. É evidente que ela tem alguma responsabilidade. Mas tenho certeza que ela teve razões para agir assim, tudo que você tinha a fazer era dar a oportunidade para ela explicar.
Silêncio se instalou mais uma vez. Aos poucos a ficha ia caindo – Foda-se!
- O que foi?
- Eu a acusei de estar grávida de outra pessoa. Talvez você.
- Porra! Eu ouvi isso. Foi a pior coisa que você falou. Precisa conversar com ela imediatamente.
- Ela não vai querer me ouvir... exagerei, não é?
- Honestamente? – ele perguntou, mas não esperou resposta – Você exagerou. Tenho certeza que ela pode explicar isso, cara. Você apenas a tratou como a uma vagabunda. Pelo pouco que eu sei sobre essa autora, Gi, ela era anônima e isso devia ser importante pra ela ou quem sabe era uma exigência da editora como uma jogada de marketing... vai saber. Talvez ela quisesse apenas ter certeza de que as coisas estavam sérias entre vocês para contar pra você o seu segredo. Não justifica, mas talvez explique.
Antes que eu pensasse em uma resposta, a porta do bar se abriu e uma cara conhecida apareceu. O homem hesitou na entrada por alguns segundos, mas em seguida, estufou o peito e caminhou através da mesa na minha direção – Mazza – ele cumprimentou em falso tom de surpresa – O que tem feito? Enganando mais casais de velhos idiotas para roubar suas terras?
Eu senti o aperto do meu irmão na minha perna, ao mesmo tempo em que a minha raiva crescia em velocidade exponencial – Eu se fosse você, não o provocava, Pienezza. Hoje não é um bom dia. Além disso, essa história é velha. Ninguém aguenta mais isso. Apenas suma.
- Sou um homem livre e estou aqui para tomar uma bebida.
- Então vá tomar a porra da sua bebida do outro lado do bar.
O dono do bar se aproximou quando percebeu a tensão – Vocês não vão brigar, vão? Por que eu vou querer cada centavo pelo que for destruído aqui e pelo que eu vou deixar vender. Para os dois homens Mazza isso não será um problema, mas e quanto a você Jeremias? Todo mundo sabe que você não tem aonde cair morto.
Eu podia ver a linha dura do seu maxilar e ouvi seus dentes rangerem enquanto ele desviava o olhar de mim para o dono do bar. Esse homem me odiava e era apenas inacreditável como isso ainda não acabou em tragédia. O cara era um parasita filho da puta que passou a vida inteira dando golpes em seus próprios tios. Tudo que eu fiz foi comprar uma propriedade e assumir legalmente a porra de um negócio e, no entanto, tenho que suportar esse chato no meu saco – Eu me ergui e dei um passo em sua direção – Eu não vou ser legal com você hoje, Jeremias. Não estou em um bom dia e essa merda apenas tem que acabar em algum momento. Se você me fizer perder a paciência não vai sobrar nada de você.
- Não tenho medo de você, otário. Mas eu não estou aqui para brigar. Como eu disse, estou aqui apenas para tomar uma bebida. Eu não vou despedaçar seu rostinho bonito. Vou atacar aonde dói mais.
- Não me ameace – ele apenas ergueu as mãos e se afastou para o outro lado do bar. O proprietário do estabelecimento voltou ao trabalho e eu fiz um esforço sobre-humano para não atravessar o salão e arrebentar a cara daquele imbecil. Meu irmão nos serviu outra dose.
- Bom que você não caiu na provocação dele. Honestamente eu achava que isso já tinha sido superado.
- Eu também. Mas nos encontramos raramente, o que torna impossível pra mim saber o quanto ele me odeia, até que temos um encontro inesperado e eu fico consciente da raiva que ele ainda nutre por mim.
- Isso é apenas irracional.
- Sim, mas diga isso a ele. Ele me odeia e ponto. Não importa que os seus próprios tios tenham sido claros sobre a venda da vinícola ser uma decisão consciente. Os velhos apenas não queriam deixar nada para esse bastardo.
- Bem, eu acho que você tem problemas maiores para se preocupar. O que você vai fazer sobre Giovanna.
- Nada. Eu não quero vê-la. Eu posso até ter errado na medida, mas o fato é que ela me enganou e sabe disso.
- Você sabe que vai acordar pela manhã e se arrepender de toda a merda fodida que você falou pra ela, não é?
Ele tinha razão. Eu já estava arrependido. Eu ainda estava muito puto, mas mesmo assim, eu não acho que ela jamais me perdoaria depois de tudo que eu disse. Aos poucos as palavras iam voltando pra mim. Deus! Eu a acusei de estar grávida do meu irmão – Eu não acho que ela me perdoaria. – Eu espero que você me perdoe pelo que eu disse. Foi uma merda envolver você naquilo, mas eu estava magoado. Eu precisava magoá-la na mesma medida.
Meu irmão assentiu – Eu sei quem você é Matteo. Você é apenas uma bomba relógio. Em noventa e nove por cento do tempo, você é o cara mais amável do mundo e no outro instante você apenas perde o controle e faz coisas estúpidas quando se sente traído. Eu sei que não é um tema bom para ser trazido à tona, mas eu me pergunto como você pode aguentar tanto tempo as coisas que Anabela fazia pra você tendo esse seu temperamento.
- Eu não queria enxergar, justamente por causa do meu temperamento. Eu não sabia das traições nem dela dando em cima de você, mas sabia que ela não me amava. Eu apenas não quis admitir isso. Achava que o que eu sentia era o bastante para nós dois.
- Então no fundo você sabe que Giovanna não é como ela.
- Ela mentiu pra mim e me manipulou esse tempo todo.
- Você nunca falou pra ela sobre quem você era. Talvez ela tenha descoberto isso no meio do caminho e não tenha encontrado uma maneira de te falar. Coloque-se um pouco em seu lugar.
A verdade era que eu, naquela altura dos acontecimentos, já estava arrependido pela maneira como eu explodi para Giovanna. Ela não me perdoaria. Mesmo ela, que é sempre tão calma, paciente e compreensiva, não iria deixar isso passar. Eu a acusei das coisas mais absurdas e levantei a suspeita sobre o meu filho. Porra! Fodi tudo – Eu fodi tudo, cara. Ela não vai me perdoar.
- Ela te ama. Dê-lhe tempo então.
CHOQUE DE REALIDADEA casa estava silenciosa quando retornamos. Não havia sinal de Giovana, nem dos seus pais. Meus pais e Antonella esperavam sentados na varanda. Eu sabia o que estava por vir e era tudo que eu não queria enfrentar agora. Honestamente eu já estava muito consciente da merda que eu havia feito e a última coisa que eu precisava agora era de alguém para esfrega-la na minha cara.- Sem sermão. – cuspi acidamente para a minha família.- O que devemos esperar agora, Matteo? Uma nova fase de rebeldia? – surpreendentemente, a voz era da minha mãe. Sim. Aquela doce mulher que é incapaz de aumentar o seu tom de voz ou de proferir palavras duras para qualquer pessoa, sobretudo para seus amados filhos. Ela, que é sempre tão compreensiva, não está comigo dessa vez.- Mãe, eu não quero discutir com você.- Nem eu. O problema é que você é de extremos. Ou oito ou oitenta. Não há um meio termo com você. Nós não temos que brigar. Nós podemos conversar, Matteo. Giovanna é uma menina doc
O RECOMEÇOGiovanna- Oh meu Deus! Eu não acredito que você é a porra da Gi. Minha nossa! – Penélope repetia isso há quinze dias sem parar e, como sempre, eu não dizia nada sobre isso. Eu passei por todos os estágios que eu poderia passar dentro de um curto período de duas semanas que pareciam uma eternidade. Mas, como eu dizia na última frase do meu livro: Aquilo que não nos mata, nos fortalece.Bem, eu estava quebrada, mas iria juntar cada pequeno pedaço e ficaria forte para o meu filho – O carro está aí – ela anunciou. E pegou a minha bolsa que estava sobre a penteadeira e me entregou. Eu dei uma última olhada no meu reflexo no espelho e não me reconheci. Aquele rosto perfeitamente maquiado contrastava com a minha alma. Eu não escolhi nada, nem o vestido azul, solto abaixo do seios, nem os sapatos prateados, nem o modo como meu cabelo estava arrumado em um penteado meio preso meio solto, nem a cor do lápis que delineava os meus olhos. Nada. Penélope, Lucy e Antonella juntas, que
Matteo Enquanto eu saia do evento, uma mão me alcançou e, mesmo antes de ver quem era, eu sabia que era Tony. Ele tinha uma expressão simpática. Ele sabia o quanto eu estava destruído depois de falar com ela.- Eu não deveria ter vindo – eu disse. Desviando meu olhar para a saída onde alguns leitores que não conseguiram o convite e alguns repórteres que não foram selecionados para a coletiva esperavam.- Sim, você deveria.- Ela me odeia, Tony. Ela me disse para ficar longe por que eu fazia mal pra ela e para o bebê. Entende isso? Eu não quero machuca-lo, porra! Nem a ela.- Ela está magoada, Teo, o que é compreensível. Você sabia que essa porra não seria fácil. O que ela te disse não é nenhuma novidade. Você sabia que seria assim.- Mas talvez ela tenha razão. Talvez fosse melhor para a criança se ela não tiver que conviver com um pai tão fodido como eu estou. Meu irmão segurou meus ombros, uma mão de cada lado para chamar a minha atenção. – Nem mesmo você acredita nesta merda. É o
Giovanna- Você está bem? – Penélope perguntou quando entramos em casa. Eu não disse uma palavra durante todo trajeto. Estava exausta. Minhas pernas doíam, assim como as minhas costas e cabeça.- Sim, apenas com dores por passar tanto tempo sentada.- Eu me refiro a Matteo? Você está bem depois daquilo?- Eu não quero falar sobre isso.- Giovanna, em algum momento nós vamos ter que falar sobre isso. Quinze dias se passaram desde aquela tarde dos horrores e eu tenho tentado ser uma boa amiga e esperar o seu tempo. Mas eu preciso falar...- O que você quer dizer Penny.- Eu quero dizer que Matteo é um imbecil...- Isso eu já sei de primeira mão. Por favor, seja mais original.- Não me interrompa quando estou falando. – Ela bradou com aquela autoridade típica de mãe e o meu cansaço me obrigou a obedecer como uma filha – Eu dizia que ele é um imbecil, mas ele é louco por você. Eu não acho que ele esteja certo, mas eu também acho que você não está.- Ai que ótimo, agora a culpa é minha – A
Giovanna As palavras de Penélope martelavam na minha cabeça. Eu sei que a magoei com as minhas mentiras... quer dizer. Eu não menti, uma vez que eu dizia uma das coisas que eu fazia que era escrever para alguns jornais, sites e blogs. Mas eu omiti um detalhe importante da minha vida e eu não podia ignorar que havia magoado a minha melhor amiga e os meus pais. Sim, todos estavam orgulhosos sobre o meu trabalho, mas eu não perdi nenhum olhar de repreensão. Mesmo minha mãe me perguntou se eu não confiava nela o suficiente para compartilhar essa informação. O desabafo de Penny também não me passou despercebido na noite passada. Eu menti sim e eu magoei as pessoas. Mas com Matteo foi ainda pior por que eu usei a relação que eu criei com ele na rede social para manipulá-lo e convencê-lo a investir em nosso relacionamento e se abrir comigo. Matteo pisou na bola, mas eu também não estava orgulhosa de mim. Eu ainda não havia pedido desculpas por isso, embora não tenha mesmo tido oportunidade
- Então, vocês querem saber o sexo? – Matteo me olhou questionando. Eu sabia o quanto ele estava curioso sobre isso. Segundo ele, não era uma questão de preferência. Era apenas curiosidade. Ele queria pensar em tudo, planejar tudo. E saber o sexo ajudaria. Eu também queria saber, mas não tanto quanto ele. Eu havia pensado sobre manter o suspense até o dia do nascimento. Mas, por outro lado, era bom planejar.- Sim – Eu disse e vi o alívio claro em seu semblante. - Bem então vamos lá. – O gel frio fora espalhado na minha barriga saliente e o aparelhinho começou a deslizar de um lado para o outro. À princípio, o médico apertou alguns botões do teclado, como se estivesse capturando imagens – Só mais um instante... você vê? – ele apontou para uma imagem um pouco disforme – tcham... tcham... tcham... tchammm – Eu queria rir com a empolgação do médico e ao mesmo tempo com todo o clima de suspense que ele criava deixando Matteo ainda mais louco. Eu podia ver que ele adorava o que fazia. Mas
- Como eu estou? – Foi a primeira coisa que Penélope me perguntou quando entrou no quarto que foi designado para que eu me arrumasse na mansão. Ela vestia um modelo lilás de deixar qualquer um de boca aberta. Por que eu não tive tempo de escolher os modelos das madrinhas e deixei tudo ao encargo dela. Claro que ela queria um vermelho ou algo assim, mas teve que se contentar com o lilás, que a organizadora de casamentos designou para não fugir a paleta de cores e também havia as outras madrinhas: Antonella e Juliana, a minha amiga de infância, que veio à Itália especialmente para a cerimônia.- Você está magnífica – eu disse.- Bem, eu aceito o elogio, mas eu sei que não estou como você. Você sim está uma princesa. Eu nem acredito que você vai se casar. Ainda tem aquela sua amiga de infância que eu tive que aguentar.- Owww! Eu adoraria me ver, mas tenho que seguir a tradição de não me olhar no espelho. Juro que eu até pensei em fazê-lo, mas em seguida retirar alguma peça da minha vest
- Oh! Meu Deus, querida – Matteo me tocava em todos os lugares. – Você está bem? - Eu balancei a cabeça afirmativamente para que ele soubesse que fisicamente eu estava bem, mas as palavras apenas não saíam. – Que porra foi isso, Martinelli? – ele começou dizendo, mas então eu vi o seu rosto se transformar. Eu segui a direção do seu olhar e meu coração disparou com o que eu vi. Havia sangue, muito sangue, no braço de Martinelli – Porra! Martinelli. Oddio! Aguente firme. Vou chamar ajuda pra você.- Eu estou bem, senhor. Foi de raspão. Eu vou ficar bem. Eu não tenho ideia de onde isso veio. Eu apenas agi quando ouvi o primeiro disparo e a cobri com o meu corpo. Não tenho dúvidas de que foi direcionado à ela.- Porra! – Matteo pegou o telefone e ligou para a emergência. Tony chegou e nos guiou todos para uma sala reservada à direita da entrada para que os nossos convidados não ficassem mais assustados e onde poderíamos ter mais assistência e privacidade.- Matteo! Fique calmo. Eu estou c