CAPÍTULO 3.2

Giovanna

As palavras de Penélope martelavam na minha cabeça. Eu sei que a magoei com as minhas mentiras... quer dizer. Eu não menti, uma vez que eu dizia uma das coisas que eu fazia que era escrever para alguns jornais, sites e blogs. Mas eu omiti um detalhe importante da minha vida e eu não podia ignorar que havia magoado a minha melhor amiga e os meus pais. Sim, todos estavam orgulhosos sobre o meu trabalho, mas eu não perdi nenhum olhar de repreensão. Mesmo minha mãe me perguntou se eu não confiava nela o suficiente para compartilhar essa informação. O desabafo de Penny também não me passou despercebido na noite passada. Eu menti sim e eu magoei as pessoas. Mas com Matteo foi ainda pior por que eu usei a relação que eu criei com ele na rede social para manipulá-lo e convencê-lo a investir em nosso relacionamento e se abrir comigo. Matteo pisou na bola, mas eu também não estava orgulhosa de mim. Eu ainda não havia pedido desculpas por isso, embora não tenha mesmo tido oportunidade depois que a verdade veio à tona – Eu não fiz de propósito – comecei. Por mais magoada que eu estivesse, ele precisava de uma satisfação – À princípio eu não tinha ideia de quem você era. Eu nem mesmo tinha te conhecido ainda naquela festa na mansão quando você falou comigo pela primeira vez. Foi na vinícola, naquele primeiro final de semana que eu comecei a desconfiar, mas ainda não tinha certeza. Então nós voltamos para Milão e eu falei com Teo Pain numa noite. Ele... quer dizer, você tinha dúvidas sobre se deveria viver essa experiência com essa mulher e eu te incentivei a tomar uma atitude em relação a ela, no caso, eu. Na verdade, mesmo ali, foi um teste. Eu queria ter certeza de que você e Pain eram a mesma pessoa e eu te desafiei a me procurar. Então você fez, você me ligou naquela noite e eu tive a prova que eu necessitava. Mas aí bateu o desespero. Por que eu não queria que você pensasse o pior. Eu nunca tive a intenção de te enganar, Teo.

- Eu sei. 

- Mesmo naquele dia que você descobriu toda a verdade eu não estava te manipulando. Eu ia te contar naquele dia. Mas eu queria te dar alguma dica, sei lá. Não queria apenas soltar a bomba, mas você desconfiou e me flagrou falando com você no quarto.

- Hoje eu sei. Mas eu me senti enganado e manipulado naquele dia e perdi a cabeça – ele olhou para meu baixo ventre – Eu sei que esse filho é meu, querida.  Eu estava magoado e eu quis te ferir – ele olhou então para o meu rosto e parecia desconsertado – Sinto muito. Não me orgulho disso. Foi horrível e mesquinho – ele deu mais um passo na minha direção, mas ainda estava distante – Eu te amo e amo o nosso bebê. Eu estou fodido se você não me perdoar.

- Eu perdoo você, Teo. Mas não acho que devamos levar adiante esse casamento. No fundo eu sei que você só está casando comigo por causa...

- NÃO! – eu me assustei um pouco com o seu tom. Ele percebeu e abrandou – Não diga isso. Você sabe que eu sou um idiota e que eu estrago tudo às vezes, mas você também sabe que eu te amo e que eu jamais me casaria com você por causa de uma gravidez. Eu te amo. – repetiu – Eu sei que eu fodi tudo, mas quero consertar. Dê-me uma chance e eu vou te mostrar o quanto eu amo você. – Ele deu mais dois passos na minha direção, acabando com a distância que havia entre nós. Sua mão se fixou nas minhas costas e ele me puxou contra o seu peito. Antes que eu pudesse protestar, sua boca tomou a minha e a outra mão enrolou nos meus cabelos me prendendo onde ele queria. Eu estava perdida. Não havia uma maneira no mundo de resistir a Matteo quando ele estava me tocando. Isso já era impossível no meu estado normal, mas agora, eu tinha os hormônios da gravidez para culpar. Ele se afastou o suficiente para articular algumas palavras – Eu te amo, Giovanna. Sempre vou te amar. Não me afaste de você, nem do nosso filho. Eu não iria suportar. – Ele me beijou de novo, sem esperar uma resposta. Eu apenas senti quando ele me ergueu em seus braços e, instintivamente, envolvi minhas pernas em volta do seu quadril, enquanto ele me levava pelo apartamento. Só me dei conta de onde estávamos quando senti algo macio sob mim. Era a minha cama. Matteo caiu de joelhos no chão e prendeu minha bunda na borda da cama. Minha calcinha estava sendo arrancada antes que eu pudesse protestar e suas mãos afastaram as minhas pernas e ergueram meus joelhos. Sua língua deslizou pelo meu clitóris me fazendo perder qualquer raciocínio. 

Eu gritei o seu nome quando a língua molhada passou novamente na minha entrada e, em seguida, várias lambidas se seguiram no meu monte tenso. Quando eu pensei que não podia ficar melhor, ele abocanhou meu monte e chupou, me deixando sentir, mesmo que delicadamente seus dentes sobre a minha pele. Eu me contorcia, assumindo um nível de prazer surreal. Ele verdadeiramente saboreava meu clitóris como se fosse uma fruta saborosa e suculenta... isso era enlouquecedor. Sem tirar sua boca de mim, ele empurrou meu vestido para cima, até alcançar os meus seios. Eles estavam cada dia mais sensíveis e o toque suave da sua mão sobre o bico duro me deixou ainda mais ligada. Matteo afastou a sua boca um instante e eu senti sua respiração quente no meu núcleo. Seus dedos forçaram a entrada entre os lábios do meu sexo e eu ergui a parte superior do meu tronco para encará-lo. Ele tinha o queixo baixo, seus olhos estavam semicerrados assistindo o trabalho dos seus dedos sobre mim – Eu senti falta do cheiro da sua excitação, querida. Eu quero que você goze pra mim – Sua boca estava em mim novamente depois disso, trabalhando em parceria com os seus dedos. Meus quadris rebolavam em descontrole até que a sua mão liberou o meu seio e firmou o meu quadril na cama. Seus dedos e boca operaram uma doce tortura, até que eu gritei seu nome, enquanto as ondas do meu orgasmo reverberavam pelo meu corpo.

- Linda! – foi a única coisa que ele disse, antes que o seu pau estivesse livre e deslizando pela minha entrada. Eu não era capaz de dizer nenhuma palavra. Ele empurrou um pouco, mas parou em seguida procurando meus olhos. Ele queria saber se eu estava bem, e com um aceno de cabeça, deixei-o saber que eu estava. Seu pau seguiu seu caminho dentro de mim, dolorosamente lento. E então ele se curvou sobre mim. Seu peito quase encostando no meu, mas a distância foi mantida em proteção a minha barriga, sua respiração se misturando com a minha, que ainda ofegava, tentando se recuperar.

- Senti sua falta – ele disse. Seu rosto evidenciando a sua agonia. Ele, visivelmente, doía por mim – Não posso ficar sem vocês – ele disse, deslizando a mão espalmada sobrea minha barriga – Meu – ele disse para o nosso filho e então a sua mão deslizou para um dos meus seios e beliscou o bico duro – minha – completou. Deixando-me saber que não abriria mão de mim ou do seu filho. Tão irracional quanto parecia, era quente. Ele me beijou e estocou em mim como se me punisse pela saudade, pela distância, por tudo, e era também um pedido de desculpas. Era confuso e intenso. Era Matteo, e eu o queria desesperadamente. Ele intensificou seus movimentos, construindo uma nova onda dentro de mim. Abandonando a minha boca, enterrou seus lábios na curva do meu pescoço, ao mesmo tempo em que prendia as minhas mãos no alto da minha cabeça, sobre a colcha macia. Ele chupou minha pele e a sua língua quente, misturada com os movimentos do seu pênis ereto dentro de mim e a saudade que eu sentia dele foram mais do que suficiente para me levar até a borda novamente e, quando ele gemeu no meu pescoço e ofegou, seu corpo perdendo totalmente o controle com movimentos urgentes, senti seu gozo me preencher e me vi sendo levada com ele na névoa do prazer.

À medida que a névoa de luxúria se dissipava, fechei os meus olhos, não querendo encará-lo. Ele pareceu notar. Senti seus dedos acariciando a minha face, que ainda queimava, e em seguida, sua voz rouca soou – Ei, querida, olhe pra mim. Quero ver você. – hesitei alguns instantes, mas seu escrutínio exigia minha atenção. Meus olhos se fixaram nos seus amendoados e semicerrados – Venha comigo pra casa.

Eu juro que eu queria, mas eu não podia – eu não posso – disse. Ganhando um olhar atormentado.

- Diga-me o que eu tenho que fazer para que você me perdoe.

- Eu amo você, Matteo. Não é segredo. Você sabe. Todo mundo sabe. E eu entendo que você tenha se sentido manipulado e magoado pela minha mentira. Mas eu não posso fingir que nada disso aconteceu. Eu não posso negar que eu estou com medo que você apenas acorde amanhã aborrecido com algo que eu fiz de errado, por que eu não sou perfeita, e me coloque pra fora da sua vida. Ou pior, negue o nosso bebê. Isso, eu não posso admitir. Sou a mãe dele. É comigo que ele pode contar. Não vou deixar você fazer com que ele se sinta como eu me senti naquele dia.

Ele fechou os olhos com as minhas palavras e ficou lá – O que eu posso fazer para que você acredite em mim. Não vou fazer isso. Juro. Nunca mais vou fazer. Nem bem eu disse aquelas palavras e eu já havia me arrependido delas. Por favor... Deus! – ele enterrou o rosto novamente na curva do meu pescoço. Sua voz agora era um sussurro – Como eu queria tomar aquelas palavras de volta. Não me faça amargar o resto da minha vida de arrependimento. Eu não penso nada daquilo de você. Sou explosivo, estúpido, mas eu juro, pequena. – ele se ergueu pousando seu rosto sobre o meu novamente – Juro pela minha vida que não farei isso novamente. 

- Eu quero. Deus sabe o quanto eu quero acreditar nisso, Matteo. Mas eu estou com medo.

- Eu sei. Deixe-me provar o que eu digo.

- Você teve uma chance.

- Eu sei e estraguei tudo. Dê-me outra chance e eu juro que não vou te desapontar. Volta pra mim, pequena – Sua voz era rouca – Não me negue isso. Quero cuidar de você, quero acompanhar toda a sua gestação e me preparar para a chegada do nosso filho. Quero planejar as coisas e comprar tudo que ele precisa. Quero ir para as consultas e ouvir o seu coração. Quero estar lá quando descobrirmos o seu sexo e te carregar quando você estiver cansada o suficiente para andar e esfregar as suas pernas à noite depois de um longo dia no qual você o carregou para um lado e outro na sua barriga. Quero ser o seu homem e o seu parceiro, quero ser o pai que esperou a chegada do filho e não apenas aparecer quando ele nascer. Já sou pai. Sinto-me pai. Não tire isso de mim e nem dele, embora eu mereça coisa pior.

As lágrimas estavam deslizando pelo meu rosto antes que eu pudesse impedir. Eu fechei os olhos sentindo o poder de cada palavra. Eu queria. Muito. Mais que tudo. Por que Matteo tinha esse poder sobre mim. Eu o amava e eu o queria na minha vida mais do que qualquer outra coisa e eu estava feliz e aliviada em saber tudo que ele queria para nós. Mas eu estava com medo que isso desse errado e que eu me magoasse mais uma vez e nem queria que o nosso filho vivesse tanta instabilidade. Matteo, se retirou lentamente de mim e eu lamentei no mesmo instante a sua ausência. Ele me ergueu nos braços e me acomodou corretamente na cama, deitou-se ao meu lado e me puxou para o calor dos seus braços. Eu me deixei levar, sem resistência. 

- Não me orgulho do que eu fiz – ele voltou a falar, agora comigo aconchegada em seus braços. – As coisas que eu disse, a maneira como me comportei, nada disso foi certo. Se eu pudesse voltar no tempo, não agiria daquela maneira. Teria escutado você e tentado entender o que te levou a mentir pra mim. Mas eu não posso retornar, Giovanna. Posso apenas lamentar e pedir que você me perdoe. Além de prometer que não farei de novo. Eu me senti enganado e respondi de forma desproporcional.

Mudei a minha posição de modo a olhar pra ele enquanto falava – Como eu disse, não foi premeditado. Mas, a verdade é que depois que eu percebi quem você era, tive medo que achasse que eu te manipulei. 

- Está tudo bem. – ele disse – Eu só preciso tê-la de volta na minha vida, na nossa casa. Quero que me perdoe, por favor. – Eu devia estar me sentindo uma idiota por ceder. Por ter permitido que ele me levasse para cama e me seduzisse desta forma. Eu ainda poderia culpar os hormônios da gravidez por tudo isso, mas a verdade era que estar nos braços de Matteo parecia ser a coisa mais certa do mundo. Eu me sentia como se dias tivessem se passado sem que o sol desse o ar da sua graça e, de repente, ele se fizesse presente e aquecesse tudo em volta. Matteo era o meu sol.

- Tudo bem – eu disse. Matteo estudou meus olhos e eu sabia que ele estava em busca de certeza.

- Sei que você ainda está receosa. Mas eu vou te mostrar que eu estou sério sobre isso.

Ele me beijou lentamente e quando nos afastamos eu estava sem fôlego – Eu vi você ontem – ele disse de repente.

- Viu?

- Sim. Eu esperei até haver gente o bastante para que eu não fosse notado. E fiquei lá no canto esperando pra te ver. Depois de alguns dias eu estava sedento. Ainda estou. Então você apareceu... Tão linda! Com aquele vestido folgado sob os seus seios e aquelas pessoas nem podiam imaginar que o meu filho estava sob ele. Tudo que eu podia pensar era em tocar o seu ventre – ele mudou a mão e tocou – Eu fiquei muito orgulhoso por você.

- Mesmo?

- Sim.

- Mas você não gostava do meu trabalho.

- Eu era um homem amargurado. Eu não acreditava em nada. Mas você me mostrou o contrário. – Um longo silêncio se instalou, enquanto Matteo apenas acariciava a minha barriga e eu usufruía do seu contato – Eu li seu livro e eu sinto muito que eu tenha feito você se sentir daquela maneira. Eu li alguns dos seus outros livros antes e você era mais feliz neles. Eu quero ser aquela pessoa que te faz feliz e que te dá esperanças. Eu não quero ser aquele cara do seu último livro ou aquele cara que surtou na vinícola.

- Então não seja.

Ele me fitou e acenou – Eu não serei mais. Juro – Depois de mais alguns instantes, ele questionou – Vamos voltar comigo.

- Não posso ir para Toscana agora. Tenho alguns eventos para cobrir. Lucy me mataria.

- Mas venha para a mansão, pelo menos. Deixe-me cuidar de vocês.

- Matteo, eu penso que talvez devêssemos esperar mais um pouco.

- Não. Por favor. É como se você não me perdoasse afinal. Vamos continuar de onde paramos...

- Eu não sei. Eu preferia ir devagar dessa vez. Você é como um furacão, Matteo. Você chega e me arrasta com você, então você tem uma crise e me afasta... é confuso. Eu preciso de tranquilidade para terminar a minha gestação em paz. Eu já estou em um momento muito agitado na minha vida.

- Eu sei. Eu quero apoiar você nisso. Quero estar ao seu lado nesse momento importante pra você. Deixe-me fazer isso. Venha comigo.

- Eu tenho outro evento hoje.

- Vamos para a mansão – ele acariciou o bico do meu seio, prendendo-o entre os dedos em seguida – Eu a levarei à noite.

- Droga, Matteo. Você não j**a limpo.

- Você sentiu a minha falta. Eu senti a sua. Quero passar o dia enterrado em você.

Apesar de querer ir com ele, apesar de isso parecia a única coisa certa, eu não queria fazer isso assim de novo – Eu não vou com você hoje, Matteo.

- Querida, por favor. 

- Eu amo você, eu perdoo você e nós estamos juntos. Mas eu não quero arrastar minhas coisas pra lá e pra cá. Vamos devagar, ok.

- Eu ainda quero me casar com você. Eu não deixei minha mãe desmarcar nada.

Aquela informação era nova, pois eu pedi a mãe dele e a minha mãe que desmarcassem tudo – Droga! Nós não podemos nos casar em quinze dias.

- Sim, nós podemos. Nós vamos, na verdade.

- eu não posso fazer isso. É um momento complicado.

- Nós íamos nos casar antes. Nada mudou.

- Matteo...

- Por favor, não me peça para adiar. Eu não vou. Nós vamos nos casar nem que seja você e eu, o padre mais duas testemunhas. – Matteo me largou e mudou a sua posição ficando sobre mim, nossos rostos apenas alguns poucos centímetros distantes – Você sabe que eu te amo. Eu sou um imbecil às vezes, mas o que eu sinto por você é real. Eu vou te fazer feliz. Eu vou fazer vocês dois felizes. Confie em mim.

Esse era Matteo, uma avalanche de sentimentos. Eu amava isso nele: a forma como os sentimentos se faziam tão claros em seus olhos ratificando as suas palavras, mas o Matteo que eu amava também era confuso. Era um homem machucado pela vida, cheio de traumas e desconfianças. Eu receava o quanto isso iria ainda me machucar, mas eu estava disposta a tentar. 

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