CAPITULO 4

- Então, vocês querem saber o sexo? – Matteo me olhou questionando. Eu sabia o quanto ele estava curioso sobre isso. Segundo ele, não era uma questão de preferência. Era apenas curiosidade. Ele queria pensar em tudo, planejar tudo. E saber o sexo ajudaria. Eu também queria saber, mas não tanto quanto ele. Eu havia pensado sobre manter o suspense até o dia do nascimento. Mas, por outro lado, era bom planejar.

- Sim – Eu disse e vi o alívio claro em seu semblante. 

- Bem então vamos lá. – O gel frio fora espalhado na minha barriga saliente e o aparelhinho começou a deslizar de um lado para o outro. À princípio, o médico apertou alguns botões do teclado, como se estivesse capturando imagens – Só mais um instante... você vê? – ele apontou para uma imagem um pouco disforme – tcham... tcham... tcham... tchammm – Eu queria rir com a empolgação do médico e ao mesmo tempo com todo o clima de suspense que ele criava deixando Matteo ainda mais louco. Eu podia ver que ele adorava o que fazia. Mas ele ainda não disse – Se fosse uma menina já tem um nome?

- É uma menina? – Matteo perguntou.

- Só estou especulando. Tem um nome?

- Na verdade, nós ainda não discutimos sobre isso. Queríamos saber o sexo em primeiro lugar – Matteo respondeu um pouco impaciente, mas o médico não se abalou.

- Um sei... Bem, estão preparados?

- Doutor, por favor. Diga de uma vez se você já sabe – Matteo rosnou e eu ri com o quanto ele estava agoniado. Eu estava de volta à mansão por quase duas semanas e amanhã seria o grande dia. Eu até cogitei a possibilidade de adiar a consulta para a próxima semana, mas Matteo foi taxativo. Nesse tempo todo, Matteo não falava em outra coisa que não fosse o nosso casamento e o sexo do bebê. Era um dia importante para ele, mas eu sabia também que podia ser menino ou menina, ele amaria do mesmo jeito. Estava apenas curioso a respeito. 

- Sim, claro, fique tranquilo. – O Doutor acalmou e mexeu o aparelho mais um pouco, então, quando uma imagem se formou mais clara na tela, ele deu um zoom. – Bem, temos um garotão aqui – O sorriso de Matteo era impagável.

- Tem certeza?

- Sim. Olhe bem aqui. Esse é o pequeno órgão genital do seu bebê.

- Não use “pequeno” para definir o pênis do meu bebê – ele disse no misto de alegria e irritação.

- Claro. Sinto muito. Corrigindo: Esse é o grande órgão genital do seu filho.

Eu tive uma crise de riso. Metade de mim contagiada pela alegria de Matteo e metade pela situação cômica. 

- O senhor está gravando isso? – Matteo perguntou.

- Sim. Mas se preferir também posso imprimir.

- Eu gostaria dela impressa, mas também uma imagem digital que eu possa ampliar.

O médico riu como se estivesse habituado a esse tipo de comportamento por parte dos pais – Sim, Senhor Mazza. Vou providenciar.

- Eu não acredito nisso, Matteo. Você não vai mostrar a ninguém o pênis do nosso filho, não é? – Ele apenas encolheu os ombros fugindo da minha pergunta. Em seguida, curvou-se e beijou a minha testa.

- Eu te amo – ele disse e eu respondi com a mesma frase.

Nós caminhamos pela rua após deixarmos o consultório do médico. Nosso destino era o café no qual estivemos na primeira vez que viemos a uma consulta com este médico. Eu adorava a torta de chocolate que eles serviam, embora eu não ache que devia comê-la. Eu estava ganhando peso. Meus seios estavam pesados e minha barriga havia aumentado consideravelmente. Ainda não era tão grande, mas meus quadris estavam largos o suficiente para que eu não pudesse usar boa parte das minhas calças jeans e para que o meu vestido de noiva tivesse que ser remodelado, embora a barriga não aparecesse sob ele. Ou seja, eu não era nenhum violão. Depois de sermos servidos no pequeno café, ele ainda exibia um sorriso idiota.

- Você manteve esse sorriso bobo desde que saímos do consultório. Isso tem algo a ver com o fato de ser um menino?

- Eu ainda amaria se fosse uma menina – ele disse apenas, não respondendo totalmente a minha pergunta.

- Sim, mas você está feito um bobo com um menino, não é?

- Sim. Apenas por que eu quero um segundo filho e eu vou adorar ter um menino mais velho e depois uma pequena. O time vai estar maior para protege-la, não é mesmo?

- Vocês homens são tão engraçados. Por que vocês acham que ela precisa ser protegida?

- Por que nós homens somos idiotas. E sempre tem algum idiota ao cubo para foder com tudo. Então eu e o irmão dela vamos estar lá para ensinar aos idiotas que não se mexe com uma pequena Mazza.

- Deus! Como você é machista. Ao invés de se preocupar em proteger a nossa filha, não que isso seja ruim, você deveria se preocupar a ensinar ao seu filho a respeitar as filhas dos outros.

- Mas eu vou. Quem te disse que eu não iria? Ele vai ser um Mazza. Ele vai respeitar as mulheres e cuidar delas. Protegê-las. E eu vou ensinar-lhe a não aborrecer as garotas como eu te aborreci no passado.

- Ahã – eu disse, abocanhando a minha torta e deixando a conversa de lado. Então, uma moça se aproximou, ela parecia tão empolgada e ao mesmo tempo tímida.

- Oi – ela cumprimentou como se já me conhecesse.

- Olá – respondi. Matteo me estudava atentamente.

- Você é a Gi? Giovanna Greco? A escritora?

- Oh! – olhei para Matteo apreensiva. Isso já tinha acontecido duas vezes na última semana quando saímos e eu não queria que ele ficasse chateado sobre isso – Sim. Sou eu.

- Eu me chamo Marcella – ela me ofereceu a mão e eu a segurei, cumprimentando-a – Eu li todos os seus livros. Desculpe, não quero incomodar.

- Não incomoda – eu disse, sinceramente – É um prazer, na verdade.

- Eu não quero ser inconveniente nem nada, mas você está grávida? Eu não acho que você está gorda, nem nada, pelo amor de Deus, não pense isso. É só que você sempre leva a mão à barriga de forma protetora em alguns momentos e eu sou mãe então... deduzi.

- Oh! Sim. Eu estou grávida. Acabei de saber que vamos ter um menino. Ah! À propósito, este é Matteo Mazza, meu noivo e o pai orgulhoso.

- Ah! Sim, claro. Eu sabia que o conhecia de algum lugar – ela ofereceu a mão e Matteo apertou – Sinto muito se estou atrapalhando. – então ela se voltou pra mim – Parabéns! Você já está trabalhando em um novo romance? Sabe... o “Pain” deve ter uma continuação. É muito triste para acabar daquele jeito. Não se parece como você terminaria uma história.

Eu olhei pra Teo e ele sorriu e arqueou a sobrancelha como se dissesse “eu te disse”. – Eu ainda não pensei bem sobre isso. Estou esperando que essa continuação apenas surja... ou não. Não pensei à respeito. 

- Estou na torcida para que você seja inspirada a continuar, mas não quero pressionar. Eu só queria dizer que eu li todos os seus livros e amei. Infelizmente não consegui um convite para estar no lançamento do livro novo, mas o comprei e o tenho agora comigo. Você se incomodaria de autografar?

- Na verdade seria um prazer fazer isso. Eu não tenho uma caneta comigo, no entanto.

- Sinto muito. Eu também não tenho – ela disse parecendo triste.

- Espere um pouco – fui até o balcão e pedi a atendente uma caneta emprestada – Aqui está. Marcela, não é?

- Sim – eu escrevi uma pequena dedicatória e entreguei a ela. Que agradeceu – Obrigada por isso.

- Na verdade, eu é que agradeço pelo carinho. Isso significa muito pra mim. – A mulher tirou o celular e pediu para Matteo fazer um registro do momento e depois voltou ao seu lugar, onde um rapaz a aguardava. Parecia seu marido ou namorado, já que ele a beijou quando ela parecia emocionada. Eu mesma fiquei. Era sempre assim. Apesar de receber tantas mensagens pelas redes sociais nesse tempo todo. Eu ainda não estava acostumada a receber tanto carinho pessoalmente. Era algo novo e eu estava amando toda essa energia boa.

- Então você agora é uma espécie de celebridade? – Matteo provocou.

- Não. Você e a sua família são celebridades. Eu sou apenas uma pessoa que contou algumas histórias legais.

- Tenho orgulho de você – ele disse, segurando a minha mão. Deixando-me saber o quanto ele sentia.

- Obrigada – eu disse.

- Ei! – ele chamou a minha atenção – falo sério. Tenho orgulho de você. Eu banalizei tudo que você pensava por que eu estava em um mar de dor e descrença. Eu não conseguia compreender como alguém poderia ser tão positiva quando apenas coisas ruins aconteciam na minha vida. A morte faz coisas ruins com a gente e nos leva a questionar tudo. Perder alguém... isso é duro. Mas eu consigo enxergar sob a sua ótica. Eu consigo ver as coisas boas que a vida pode nos trazer. Mesmo na dor é possível ser feliz. Hoje eu aprecio as pequenas coisas. Elas são grandiosas para mim. O seu sorriso, acordar ao seu lado, saber o sexo do bebê, assistir você enquanto dorme... tudo isso tem uma relevância hoje que eu não posso definir. Você me ensinou a apreciar as coisas boas e simples da vida e eu fico feliz que você consiga levar isso para outras pessoas.

- Obrigada. Isso, vindo de você, significa muito.

- Eu te amo.

- Eu sei. Eu também amo você.

- Eu sei que você sabe. Mas eu não me canso de dizer. Amanhã... é amanhã. – ele se referia ao nosso casamento. Apenas mais um dia e eu seria sua... oficialmente.

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