Desconcertada ela balançou a cabeça que sim, ficou corada de vergonha, ele começou rir
- Tô brincando, quer carona né? - Bora lá, eu te levo. Ela começou rir sem jeito - É, não vou te atrapalhar? Ele disse que não, ela entrou correndo pegar as coisas, foi no quarto de Violeta se despedir, contou que ia pegar uma carona, Violeta a acompanhou até o portão, brincou dizendo que era pra ele a levar com cuidado. Assim que entraram no carro, Sky falou que ia encontrar uma amiga no terminal rodoviário, ele nem suspeitou de nada, começou falar sobre o trabalho, onde morava, uma festa que ia no sábado, foi muito gentil e a deixou na frente do terminal, não falou nada sobre ficarem, por achar que ela tinha alguém. Sky o agradeceu, só respirou aliviada quando desceu do carro, foi ver quais eram os horários de ônibus, o último tinha acabado de sair, se sentindo muito burra, por não ter ligado antes, ela ficou sentada pensando, pediu um celular emprestado para uma moça, Tai já atendeu brava, assim que viu quem era, começou falar que não ia ajudar ela mentir, falou que estava em casa, porque no fim de semana era aniversário da irmã e ninguém estava entendendo, porque Sky não foi junto, ficar com a família. Desesperada Sky pediu pra ela não contar nada, disse que ia dar um jeito de ir embora, só tinha ônibus para perto da cidade delas, no dia seguinte cedo, Tai não conseguia ir buscá-la a noite, combinaram de se encontrar de manhã, Sky falou que ia voltar para o trabalho e inventar algo. Achou que Violeta estaria lá ainda, tinham se passado um pouco mais de uma hora, voltou de ônibus para economizar, demorou uma hora, se perdeu andando no bairro, quando chegou no trabalho, tocou o interfone, tudo estava fechado, só tinha um carro na garagem, esperou mais de meia hora no portão, começou chorar de raiva de si, sem conseguir falar com qualquer pessoa, foi para uma pracinha no final da rua, ao lado de um posto de combustível, pensou que pelo bairro ser bom, poderia passar a noite lá, o posto não era vinte e quatro horas, mais tinha segurança. Já estava anoitecendo e esfriando cada vez mais, a blusa que ela estava, já não era mais o suficiente. Violeta tinha ido viajar, Riven levou Amin para os outros avós, passou ver um amigo e foi para casa a noite, estava dirigindo distraído cantarolando uma música que ele e Agnes gostavam, parou no semáforo perto do posto de combustível, nem era uma rua que ele passava muito, porque sempre andava pelo outro lado do bairro. Viu Sky falando com o segurança do posto rapidamente, ela tinha ido perguntar se algum lugar ali perto, ficava aberto até mais tarde, lanchonete ou farmácia, ele disse que lá nada ficava a noite, ela não gostou do jeito dele, pareceu sem vergonha, até ofereceu uma cadeira pra ela ficar lá no posto, mais perto dele, falou que ninguém ia lá atrapalhar, deu a entender que ficariam bem, a sós. Ela agradeceu com medo, voltou para a pracinha, engolindo o choro, estava pensando em voltar para o terminal rodoviário, mais não sabia exatamente como se localizar, já que a noite, quase não tinham pessoas na rua, para pedir informações. Foi para o outro lado da praça, mais longe do posto, começou chorar porque nunca saia tão sozinha e nem sabia se virar bem na rua, ainda mais em outra cidade e a noite, começou imaginar que seria assal tada, abus ada. Riven havia dado a volta na rua, estacionou longe sem entender, ficou olhando quase dez minutos, viu que ela estava chorando, desceu do carro sem ela ver, se aproximou por trás, ouvindo ela ainda chorar sentida, quando ela ouviu barulho atrás e viu a sombra se aproximando, se levantou no susto, foi pegando a bolsa, como quem fosse sair andando, podendo correr, ele falou com ela, esticando a mão - Skylar sou eu, o Riven. Tocou o braço dela sutilmente - O que está fazendo aqui? Ela se aproximou nervosa, o abraçou sem conseguir responder nada, ele a abraçou com dó - Calma, tá tudo bem! - Vem, vamos embora. Ela estava gelada, tremendo de frio, foi andando próxima, ele abriu a porta do carro, a colocou dentro - Você conhece aquele homem ali, no posto? O segurança estava olhando, achando estranho, ela respondeu enxugando os olhos - Não, fui pedir informações, ele falou que eu podia ficar lá, se ficasse com ele. Riven disse que ia lá falar, que eles se conheciam, a deixou no carro, passou a rua correndo, se aproximou do segurança sério - Oi boa noite, tá tudo bem ali, ela trabalha em casa, eu moro nessa rua mesmo. - Sempre abasteço aqui, faz tempo que ela estava por aí? Se fazendo de sonso o segurança disse que muitas horas e ele ficou de olho, preocupado, porque lá era perigoso pra uma moça, sozinha, Riven concordou agradeceu e voltou para o carro, entrou irritado - O que aconteceu Skylar? - Já viu que horas são? - Já pensou o que poderia acontecer, se eu não tivesse te visto? - Ia passar a noite toda ali? Ela estava mais calma, batendo os dentes de frio, com os lábios roxos, respondeu cabisbaixa envergonhada - Eu não sei. Ele olhou sem entender, parou de chamar atenção dela, chegaram na casa dele, ele guardou o carro, quando desceram, se aproximou dela reparando em tudo - Você está bem Skylar? - Alguém te fez alguma coisa? - Você não foi pra casa, de carona com o Theodor? Ela o olhou emotiva, não conseguiu nem pensar direito, para mentir melhor - Não aconteceu nada, ele me deu a carona e foi embora. - Eu tinha que ir para a república e não consegui, perdi o ônibus. - Não tinha a onde ficar, vim aqui e não tinha ninguém. Ele foi entrando, parou na cozinha - Eles foram viajar, eu dei uma saída. - Não tem como ficar sem celular mesmo. Deu um copo d'água para ela - É melhor tomar um banho quente, deve ter pego muita friagem. - Pode dormir aqui, se quiser ou eu te levo pra casa, se preferir. Ela balançou a cabeça que sim, foi para a lavanderia, ficou com medo dele a encher de perguntas, querer conhecer sua família, tomou banho pensando no que inventar, colocou a calça de pijama xadrez e a blusa de moletom, ele estava na cozinha, fazendo barulho, ela foi ver, toda desconcertada envergonhada - Obrigada por tudo. As vezes eu não consigo raciocinar direito! Ele estava atrás do balcão, batendo algo no liquidificador, encheu uma taça - Imagina, você deu sorte, eu nem costumo sair a noite. - Nunca mais faça isso, é muito perigoso. - Coloca essa blusa! Mostrou um agasalho em cima da mesa, ela estava com muito frio, colocou - Obrigada. Já aprendi a lição! - Posso mesmo, dormir aqui? Ele ofereceu a taça, com um líquido marrom grosso, semelhante a leite com achocolatado - Claro, já está tarde. - Experimenta, vai te ajudar a esquentar. Ela não achou que tivesse álcool, cheirava a chocolate, tomou um gole grande, começou tossir - O que é isso? Ele encheu outra taça - Conhaque, danette, parece marula, conhece? Já tomou? Ela balançou a cabeça que não, molhou a boca de novo - É bem gostoso, eu quase não bebo. Ele se aproximou sorrindo - Porque os seus pais não deixam? Acertei? - Já que estamos aqui, faz companhia pra mim e me conta o que realmente aconteceu. - Vamos ficar na sala, também gosto de cinema.Ela concordou sem dizer nada, foi indo atrás com receio de algo acontecer entre eles, apesar de estar um pouco obececada por ele, não sabia como iria reagir, caso ele tentasse fazer alguma coisa, até porque suas poucas experiências, foram com rapazes de sua idade, nunca com um homem de verdade. Ele ligou a televisão, ela sentou quase no meio do sofá, molhando a boca na taça, ele sentou ao lado - Quer escolher? O filme? Ela disse que não, ele começou escolher - É bom que tenhamos um tempo a sós, para nos conhecermos melhor, né? - No dia a dia, é tudo sempre muito corrido e tem o Amin, no nosso meio. - Não está forte, bebe mais para esquentar, quando esfria, eu adoro tomar conhaque, até puro, antes de dormir, é ótimo. Ela sorriu sutilmente, tomou um gole maior, reparando nele, parecia diferente, mais comunicativo, simpático, como se pela primeira vez, estivesse a enxergando de fato. Ele estava arquitetando um plano contra ela, aquela oportunidade pareceu perfeita,
Ele ficou sorrindo a olhando com o pensamento distante - Não, nem um pouco. - Mais me explica melhor, porque os seus pais te prenderam tanto? - Não é normal, que não tenha aprendido andar de bicicleta, ido a festas e passeios escolares. O filme acabou, a bebida dela também, ela estava cada vez mais mole, bêbada, se encostou quase deitando o olhando fixamente - Eles queriam me proteger, de mim mesma e do mundo, porque eu não era saudável e aí criaram uma filha pamonha. - Medrosa, insegura, sem noção, as vezes eu fico me perguntando, como eu poderia ter sido.- Tipo, seria mais independente ou segura, até popular, ou pelo menos rodeada de amigos?- O mais engraçado é que quando as coisas mudaram e eu ganhei um pouco de liberdade, a única coisa que passei a sentir, é a minha vida caindo em queda livre. - Não me sinto completa ou parte de nada. - No último ano, me levanto todos os dias, sem saber quem eu sou. - Acho que eu era mais feliz, quando precisava só obedecer, porque aí p
Por sorte não disse mais nada, ele foi dormir no quarto ao lado, ficou atento, para ver se ela não iria passar mau, levantou por volta das nove horas, foi espiar, ela estava dormindo, as horas foram passando, ele arrumou a cozinha, comprou comida, arrumou a mesa, foi chamar ela, a acordou tocando no braço sutilmente - Skylar, acorda, vamos almoçar. - A sua família deve estar preocupada. - Já é uma hora da tarde. Ela despertou desorientada sonolenta, sem saber a onde estava, o que tinha acontecido, havia sonhado com ele, Amin e Agnes, foi sentando confusa - Oi. Ele sorriu apreensivo - Oi, tudo bem? Como está se sentindo? Ela foi levantando se sentindo um pouco tonta - Mau. Nunca mais eu vou beber! Foi direto para a lavanderia, tirou as blusas no quarto, pegou as coisas para ir tomar banho, muito indisposta ainda vomitou, se lembrava de ter tentado o beijar, mais não exatamente tudo o que conversaram, ficou com medo de ter falado o que não devia. Arrumou
Rigel se aproximou, encostou ao lado dela - Se não vai estudar, é melhor que trabalhe, não?- Você precisa contar aos seus pais, pra depois ver o que vão achar. Violeta deu a volta no balcão - Isso menina. A abraçou consolando - Não vai se precipitando, as vezes seus pais vão gostar da novidade. - Vamos falar com eles, o que acha?Sky estava enxugando os olhos marejados, constrangida - Não vai adiantar, também é longe, vou perder um dia da folga, só indo e vindo, eu sinto muito.Violeta disse que ela estava muito quente, foi pegar o termômetro, Sky engoliu o choro sentida - Só vim me despedir. Olhou para Rigel, achando que era o irmão - Posso me despedir dele?- Não quero o deixar pensando, que foi abandonado por mim. - Ou que eu desisti, por causa dele.- Não é por isso e nem pelo o que aconteceu entre nós na sexta feira. <
Ela ficou emotiva, enxugou os olhos - Você me daria o emprego, se soubesse?Ficou séria, o " enfrentando " - Você só deu, porque a outra desistiu. - Sei que não fui sua primeira escolha. - Até acho que vai gostar, que eu desista.- Assim não precisa se dar ao trabalho de me dispensar e pode colocar a culpa em mim.- E ficar bem com ele. Só depois de falar, ela percebeu que não deveria, ele ficou até sem reação, com a grosseria, se levantou pensativo - Isso não é verdade Skylar. - Não foi honesta porque não quis.- Vou falar com a minha mãe, ver como ele está e já volto. Ela ficou cabisbaixa pensativa, Violeta largou Amin no banho, para ir no quarto conversar com Riven, ele estava irritado, confuso, fechou a porta do quarto - Mãe o que acha?- Não consigo confiar nela.Violeta estava suspeitando dos dois filhos, respondeu com ironia
Ela disse que não, sorriu sutilmente, entraram juntos, ele sentou na sala de espera, quando ela terminou de dar a entrada na recepção, sentou ao lado dele- Pelo menos não está cheio, né? Abaixou a cabeça apoiando nas mãos, cobrindo o rosto, ele concordou, começou ficar preocupado olhando a situação dela, a puxou para se encostar - Já vão chamar, quer água? Ela não quis a água, se encostou sem nem questionar, não disse nada mais já estava com medo, de piorar, algo ruim acontecer, ficou segurando a mão dele, passou na triagem e voltou sentar, logo foi chamada, estava com a saturação baixa, ficou horas lá dentro sozinha, ele ficou trocando mensagens com o irmão, ambos preocupados pela demora. Quando ela saiu de madrugada, ele se levantou, já foi pegando nela a amparando, perguntou se estava melhor e liberada, ela disse que sim, se fez de dopada para não dar detalhes do que aconteceu, ainda mentiu dizendo que lá dentro estava lotado.
Amin não voltou rápido, os dois se fecharam no quarto, Sky foi para seu quarto com vontade de chorar, deixou tudo arrumado, estava sentada esperando com o pensamento distante, se perguntando o que Agnes faria em seu lugar, já que era uma mulher forte e decidida. Rigel se aproximou sorrateiro, bateu na porta que estava aberta - Posso falar com você? Babá má?Pelo sorriso, ela soube quem era, se levantou enxugando os olhos marejados - Sim. Ele estava com uma pulseira feita a mão, nas mãos, mostrou para ela- Eu trouxe de viagem, pra você, deixei aqui na cama, aí fiquei com raiva e peguei de volta. - Já que vai embora, vou te dar, de novo. - Pra não ir achando que não sou legal. Ela sorriu surpresa, chegando mais perto da porta- Trouxe mesmo pra mim? Porque?Pegou na mão olhando com deboche - É tão simples, pra dar a alguém interesseira. - Foi feita por mendigo
Sky travou, ficou olhando sem saber como explicar, seu pai entrou no meio - Ela vai falar, é lógico que não fez nada errado. - Conta filha, como conseguiu esse celular novo? - Estava trabalhando? Dariele se aproximou, a pegou pelo braço com força - Ela vai mentir. Quero saber quem te deu isso? Sky se encolheu com medo de apanhar - Não vou mentir, eu estava trabalhando de babá, eu juro. - Para por favor mãe, está me machucando. - Pode perguntar pra Tai, ela sabe de tudo. - Meu celular estragou, porque o menino jogou na água, me deram esse. Foi indo para o quarto, pegou o celular estragado - Olha aqui, é verdade eu juro. - Fiquei uma semana lá, eu ia contar. Todas as suas coisas estavam espalhadas em cima da cama, sua mãe já tinha olhado tudo, começou mexer na carteira, pegou um preservativo que sempre estava lá, jogou no rosto dela, com a carteira junto - Isso você não usou, eu juro por Deus, que se aparecer grávida aqui, eu lavo as minhas mão