Capítulo 23

Desconcertada ela balançou a cabeça que sim, ficou corada de vergonha, ele começou rir

- Tô brincando, quer carona né?

- Bora lá, eu te levo.

Ela começou rir sem jeito

- É, não vou te atrapalhar?

Ele disse que não, ela entrou correndo pegar as coisas, foi no quarto de Violeta se despedir, contou que ia pegar uma carona, Violeta a acompanhou até o portão, brincou dizendo que era pra ele a levar com cuidado.

Assim que entraram no carro, Sky falou que ia encontrar uma amiga no terminal rodoviário, ele nem suspeitou de nada, começou falar sobre o trabalho, onde morava, uma festa que ia no sábado, foi muito gentil e a deixou na frente do terminal, não falou nada sobre ficarem, por achar que ela tinha alguém.

Sky o agradeceu, só respirou aliviada quando desceu do carro, foi ver quais eram os horários de ônibus, o último tinha acabado de sair, se sentindo muito burra, por não ter ligado antes, ela ficou sentada pensando, pediu um celular emprestado para uma moça, Tai já atendeu brava, assim que viu quem era, começou falar que não ia ajudar ela mentir, falou que estava em casa, porque no fim de semana era aniversário da irmã e ninguém estava entendendo, porque Sky não foi junto, ficar com a família.

Desesperada Sky pediu pra ela não contar nada, disse que ia dar um jeito de ir embora, só tinha ônibus para perto da cidade delas, no dia seguinte cedo, Tai não conseguia ir buscá-la a noite, combinaram de se encontrar de manhã, Sky falou que ia voltar para o trabalho e inventar algo.

Achou que Violeta estaria lá ainda, tinham se passado um pouco mais de uma hora, voltou de ônibus para economizar, demorou uma hora, se perdeu andando no bairro, quando chegou no trabalho, tocou o interfone, tudo estava fechado, só tinha um carro na garagem, esperou mais de meia hora no portão, começou chorar de raiva de si, sem conseguir falar com qualquer pessoa, foi para uma pracinha no final da rua, ao lado de um posto de combustível, pensou que pelo bairro ser bom, poderia passar a noite lá, o posto não era vinte e quatro horas, mais tinha segurança.

Já estava anoitecendo e esfriando cada vez mais, a blusa que ela estava, já não era mais o suficiente.

Violeta tinha ido viajar, Riven levou Amin para os outros avós, passou ver um amigo e foi para casa a noite, estava dirigindo distraído cantarolando uma música que ele e Agnes gostavam, parou no semáforo perto do posto de combustível, nem era uma rua que ele passava muito, porque sempre andava pelo outro lado do bairro.

Viu Sky falando com o segurança do posto rapidamente, ela tinha ido perguntar se algum lugar ali perto, ficava aberto até mais tarde, lanchonete ou farmácia, ele disse que lá nada ficava a noite, ela não gostou do jeito dele, pareceu sem vergonha, até ofereceu uma cadeira pra ela ficar lá no posto, mais perto dele, falou que ninguém ia lá atrapalhar, deu a entender que ficariam bem, a sós.

Ela agradeceu com medo, voltou para a pracinha, engolindo o choro, estava pensando em voltar para o terminal rodoviário, mais não sabia exatamente como se localizar, já que a noite, quase não tinham pessoas na rua, para pedir informações.

Foi para o outro lado da praça, mais longe do posto, começou chorar porque nunca saia tão sozinha e nem sabia se virar bem na rua, ainda mais em outra cidade e a noite, começou imaginar que seria assal tada, abus ada.

Riven havia dado a volta na rua, estacionou longe sem entender, ficou olhando quase dez minutos, viu que ela estava chorando, desceu do carro sem ela ver, se aproximou por trás, ouvindo ela ainda chorar sentida, quando ela ouviu barulho atrás e viu a sombra se aproximando, se levantou no susto, foi pegando a bolsa, como quem fosse sair andando, podendo correr, ele falou com ela, esticando a mão

- Skylar sou eu, o Riven.

Tocou o braço dela sutilmente

- O que está fazendo aqui?

Ela se aproximou nervosa, o abraçou sem conseguir responder nada, ele a abraçou com dó

- Calma, tá tudo bem!

- Vem, vamos embora.

Ela estava gelada, tremendo de frio, foi andando próxima, ele abriu a porta do carro, a colocou dentro

- Você conhece aquele homem ali, no posto?

O segurança estava olhando, achando estranho, ela respondeu enxugando os olhos

- Não, fui pedir informações, ele falou que eu podia ficar lá, se ficasse com ele.

Riven disse que ia lá falar, que eles se conheciam, a deixou no carro, passou a rua correndo, se aproximou do segurança sério

- Oi boa noite, tá tudo bem ali, ela trabalha em casa, eu moro nessa rua mesmo.

- Sempre abasteço aqui, faz tempo que ela estava por aí?

Se fazendo de sonso o segurança disse que muitas horas e ele ficou de olho, preocupado, porque lá era perigoso pra uma moça, sozinha, Riven concordou agradeceu e voltou para o carro, entrou irritado

- O que aconteceu Skylar?

- Já viu que horas são?

- Já pensou o que poderia acontecer, se eu não tivesse te visto?

- Ia passar a noite toda ali?

Ela estava mais calma, batendo os dentes de frio, com os lábios roxos, respondeu cabisbaixa envergonhada

- Eu não sei.

Ele olhou sem entender, parou de chamar atenção dela, chegaram na casa dele, ele guardou o carro, quando desceram, se aproximou dela reparando em tudo

- Você está bem Skylar?

- Alguém te fez alguma coisa?

- Você não foi pra casa, de carona com o Theodor?

Ela o olhou emotiva, não conseguiu nem pensar direito, para mentir melhor

- Não aconteceu nada, ele me deu a carona e foi embora.

- Eu tinha que ir para a república e não consegui, perdi o ônibus.

- Não tinha a onde ficar, vim aqui e não tinha ninguém.

Ele foi entrando, parou na cozinha

- Eles foram viajar, eu dei uma saída.

- Não tem como ficar sem celular mesmo.

Deu um copo d'água para ela

- É melhor tomar um banho quente, deve ter pego muita friagem.

- Pode dormir aqui, se quiser ou eu te levo pra casa, se preferir.

Ela balançou a cabeça que sim, foi para a lavanderia, ficou com medo dele a encher de perguntas, querer conhecer sua família, tomou banho pensando no que inventar, colocou a calça de pijama xadrez e a blusa de moletom, ele estava na cozinha, fazendo barulho, ela foi ver, toda desconcertada envergonhada

- Obrigada por tudo. As vezes eu não consigo raciocinar direito!

Ele estava atrás do balcão, batendo algo no liquidificador, encheu uma taça

- Imagina, você deu sorte, eu nem costumo sair a noite.

- Nunca mais faça isso, é muito perigoso.

- Coloca essa blusa!

Mostrou um agasalho em cima da mesa, ela estava com muito frio, colocou

- Obrigada. Já aprendi a lição!

- Posso mesmo, dormir aqui?

Ele ofereceu a taça, com um líquido marrom grosso, semelhante a leite com achocolatado

- Claro, já está tarde.

- Experimenta, vai te ajudar a esquentar.

Ela não achou que tivesse álcool, cheirava a chocolate, tomou um gole grande, começou tossir

- O que é isso?

Ele encheu outra taça

- Conhaque, danette, parece marula, conhece? Já tomou?

Ela balançou a cabeça que não, molhou a boca de novo

- É bem gostoso, eu quase não bebo.

Ele se aproximou sorrindo

- Porque os seus pais não deixam? Acertei?

- Já que estamos aqui, faz companhia pra mim e me conta o que realmente aconteceu.

- Vamos ficar na sala, também gosto de cinema.

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