Capítulo 76

Ela pensou para responder e mentiu

- Sei lá, queria mudar a mim.

Ele perguntou com deboche se deu certo, ela disse que sim, igual ao cabelo, para pior.

Ele foi penteando até desembaraçar tudo, percebeu que estava muito danificado com as pontas ralas, desalinhado

- Pronto. O que dá pra fazer, no seu cabelo? Para melhorar?

- Não tem um creme, shampoo sei lá, umas coisas de salão?

Ela se levantou, entrou no quarto

- Sei lá, tem. Vou ver alguma coisa!

Ele se levantou, foi na porta do quarto

- Não vai ver nada, né?

Ela sorriu sutilmente, foi colocando outro chinelo, passou perfume, estava usando o solitário e a pulseira que ganhou dele, não tirou mais pra nada, exatamente pelo motivo que falou quando ganhou o anel.

Foi pegando a bolsa, passou por ele e foi tomar os remédios, mais de dez comprimidos

- Não posso demorar pra comer, se não vou passar mau.

- Esse lugar aí que me mostrou é longe?

Ele ficou olhando as cartelas frascos dos remédios, lendo

- É um pouco, mais podemos ir a outro lugar, pensa aí, o que você comeria tipo muito, hoje? Qualquer coisa!

Ela estava com desejo das coisas do burguer king a mais de uma semana, sorriu imaginando o lanche

- Ahhh lanche, do bk. É rápido pelo menos!

Ele começou pesquisar sobre um remédio

- Também quero, gosto muito.

- Tudo isso aqui, é liberado para grávida?

Ela foi saindo na frente

- Sim, é ansiolítico, esse.

- Fui no psiquiatra esses dias.

Ele saiu fazendo perguntas sobre os remédios, os médicos, foram conversando sobre isso, quando chegaram na lanchonete e foram fazer o pedido, ela começou olhar as opções, sorriu eufórica sugerindo que pegassem um combo, pegou dois lanches, refrigerante, batata frita com complementos, ficou sorrindo sem conseguir esconder o entusiasmo.

O pedido ficou pronto rápido, antes dele sentar, ela já começou comer as batatas, foi mordendo o lanche também, parecia faminta e desesperada, ao perceber que ele notou, falou toda sem jeito que estava com muita vontade, tipo desejo, ele ficou chateado

- Poxa Sky, porque não me disse?

- Eu levaria pra você.

Ela levantou os ombros tipo tanto faz, continuou comendo, pediu um milk shake de sobremesa, ele ficou rindo oferecendo mais, esperou um tempo pra ver se não ia passar mau e foram ao laboratório fazer o exame de sexagem fetal, foi bem rápido e o resultado ia sair em dois dias.

Ele sugeriu que fizessem um chá revelação também, ela disse que não dê imediato, ele insistiu

- Ah vai ser legal, só pra família, seus pais, avós, o meu irmão pode guardar o segredo e o Amin vai acabar sabendo de tudo.

Ela disse que não de novo, quando foram embora, ele perguntou se ela não tinha se animado ainda, com o bebê, ela respondeu séria

- Não preciso fazer festa, para demonstrar o que sinto por ele.

- Meu pai me acha uma p.u tá.

- Meus avós eu não quero ver nunca mais.

- Não tenho quem convidar, nem quero viver uma vida que eu não posso bancar.

- Pode me julgar, criticar, não vou me colocar em uma situação desconfortável, pra te agradar.

- Me leva pra casa, por favor, lembrei que vai chegar uma encomenda da minha mãe.

Ele não disse absolutamente nada, quando chegaram foi descendo junto

- Não quero ser chato com você, eu realmente entendo que não está bem.

- Só que do mesmo jeito que eu te entendo, acho que você deveria me entender.

- Não está grávida sozinha Skylar.

Ela estava entrando na frente, começou rir com deboche

- Uhum, ata, sei.

- Enquanto você vive a sua vida normalmente, eu fico aqui presa, não posso trabalhar, aproveitar a vida, sair com outras pessoas.

- Meu corpo não é o mesmo, a minha saúde também não, a minha cabeça parece que vai explodir, de tanto pensar na vida.

- Eu me cuidei, não fui uma irresponsável, nem uma interesseira.

- Sei que a sua família pensa isso, pelo menos seus irmãos.

Entraram na sala, ele sentou na beirada da cama

- Aí aí vai começar, sua preocupação é ficar com outros?

- Porque de verdade, isso é algo que eu não vou aceitar.

- Sei que você se cuidou, fizemos tudo certo, era pra acontecer e já foi.

- Não vou pela cabeça de ninguém, só pela minha e se eu quiser te dar tudo o que eu tenho, ninguém tem que falar nada.

- A gravidez vai mexer só com o seu corpo sim, mas também com a minha vida.

- Custa muito, se esforçar um pouco, pra eu curtir isso?

Ela tinha ido ao banheiro, estava ouvindo tudo, saiu escovando os dentes irritada

- Não é uma preocupação, ficar com outros, mais você acha certo, eu ficar aqui passando mau, engordando, enquanto você vai pra curtição?

- Com a Nina, a Maryan, quem mais?

- Egoísta! É isso que você é.

- Faz o chá e vai sozinho!

Voltou para o banheiro, ele começou rir surpreso

- Está com ciúmes?

- De onde tirou que eu fico com a Nina?

- Você tá doida é?

- Porque eu sou egoísta?

- Quem está me privando de ser pai, é você.

Ela voltou séria

- Aí coitadinho, quem vê era um sonho né?

- Me poupe, você é muito irritante, vai embora.

- Sai da minha cama.

Entrou no quarto, voltou de sutiã e shorts de pijama

- Sai logo.

Ele se levantou provocando

- Você não sabe se era um sonho ou não, porque não tinha interesse em me conhecer melhor.

- Só vou embora quando a encomenda da sua mãe chegar.

- Eu não sou egoísta porque quero fazer o que todo mundo faz.

- É nosso primeiro filho, não posso querer comemorar?

- A Nina é minha amiga, fez o chá da minha irmã e eu queria que fizesse o nosso, por isso estava conversando com ela.

Ofereceu o celular

- Olha aqui, pode ver. Eu não tô com cabeça e nem vontade de sair com ninguém.

- A Maryan também, não tem nada a ver.

Ela se deitou, ligou a televisão

- Não vou discutir com você, eu fui completamente ridí cula, todo o tempo que ficamos juntos.

Ficou emotiva

- Sabe porque eu não gosto que venha?

- Você é um gatilho pra mim.

Ele sentou na beirada da cama, de costas pra ela

- Porque rid ícula?

- Enquanto você não sabia quem eu era, foi tudo muito bom, não teve nada de errado.

- Você ainda acha que eu menti de propósito?

- Porque sou um gatilho?

- Skylar, dependendo o que você falar, na boa, vou embora e só volto quando nascer.

- Parece que tudo só acontece com você, a única vítima aqui.

- Acha que eu fiquei feliz com o que aconteceu?

Ela começou chorar sutilmente

- Você sabe das minhas listas, das minhas mentiras, do quanto sou lesada.

- Sabe tudo de mim e eu nada de você.

- Eu estraguei tudo.

Ele se aproximou deitando perto

- Não sabe porque não quer.

- E eu não sei tudo não, porque nunca soube de verdade, como se sente.

- Não quero te deixar irritada, quer que eu vá embora?

- Sei que não tem encomenda.

Ela se deitou de lado, virada pra ele

- Me sinto arrependida principalmente.

- Tem encomenda sim.

- Você é um gatilho, porque me mostra sempre o quanto eu errei.

- Com tudo e todos, eu queria poder voltar no tempo.

Ele tirou os tênis, a camiseta, se encostou a abraçando

- Só pra comprar camis inhas novas?

- Está tão difícil assim, ter engravidado?

- Se abre comigo.

Ela se encolheu nos braços dele

- Não! Só pra ter ficado com você, te dado mais abertura com as suas idi otices, aceitado as coisas que colocava no meu quarto.

- Queria ter te enxergado antes, porque daqui em diante, não importa o que eu faça, nada vai ser como deveria.

- Eu podia estar em uma situação completamente diferente agora, bem com você, o Amin.

Ele ficou sem reação confuso

- Não tem como saber, como as coisas vão ser no futuro.

- O que você pode fazer, é pensar no que quer, não se lamentar pelo o que fez e deu errado.

- Pode conversar comigo, sou seu amigo, pai do seu, nosso filho, sempre vou te ajudar.

- Mesmo que me od eie as vezes por isso.

Ela começou o acariciar por baixo da camiseta, cheirando o pescoço dele

- Se eu te odiasse, meus problemas estariam resolvidos.

- Deixa eu dormir, assim? É desejo de grávida!

- É a sua obrigação, saciar a minha carência.

Ele se acomodou melhor

- Não posso te negar nada, faço esse sacrifício.

Ela ficou quieta, trocando carinho, louca para falar tudo o que estava sentindo, pegou no sono e ele também, Dariele chegou mais tarde, achou estranho, o carro lá, de imediato achou que algo ruim tinha acontecido, entrou até rápido, quando abriu a porta, encontrou os dois dormindo abraçados, acordaram com a porta fechando, ela entrou no quarto

- O que de pior, pode acontecer, não é?

- Já engravidou mesmo.

Fechou a porta, ele se levantou, foi colocando a camiseta

- Quer que eu fale com ela?

Sky se sentou

- Não! É melhor ir embora, depois a gente conversa, se você quiser.

Ele sentou ao lado calçando os tênis

- Quero! A gente tem uma chance real ou tudo o que sente, é culpa?

- Você me deixa confuso, se não ser direta, não vou entender.

Dariele saiu do quarto, foi para a cozinha ignorando os dois, Sky se levantou, parou na frente dele, com as mãos em seus ombros

- Você me daria uma chance?

- Sinto sua falta!

Ele a puxou para mais perto, beijou a barriga

- Vai pelo menos fazer um chá de bebê?

- Eu tenho convidados o suficiente pra nós dois.

Ela disse que não, o acariciando no cabelo rosto, ele se levantou a abraçou

- Se eu trouxer o Amin, você faz?

Ela começou rir disse que sim, foi vestir uma camiseta, ele foi na cozinha só para dizer que fizeram o exame de sexagem, ela falou que não queria conversa mole deles dois, perguntou se iam ficar juntos, porque ela não gostava de bagunça, Sky se aproximou irritada

- Mãe para! Não aconteceu nada, a gente só estava dormindo.

- Não começa inventar coisas.

O pegou pela mão

- Vem, vou te levar no portão.

Foram saindo juntos, ela pediu desculpas pela mãe, foi até o carro junto, ele perguntou se era pra valer, ela sentou no banco da praça

- Não sei, é?

Dariele saiu e a chamou, com o celular em mãos, se despediram rápido sem conversar, com um abraço apertado, ele foi embora cheio de expectativas, ficou em dúvida se devia falar com a família ou não.

Foi até a casa de Nina conversar, queria algo minimalista, mais para surpreender os pais com a revelação, pesquisaram juntos idéias do que fazer, o resultado ia sair no dia seguinte.

Ele ligou para Sky, falou que estava conversando com a Nina, explicou as idéias que tiveram, uma era de cortar um bolo que revelasse, outra de balões, fumaça, ela estava ouvindo sem responder direito, perguntou se ele podia voltar lá, depois, não quis falar o motivo, só deu a entender que não estava bem.

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