Capítulo 73

Ele sorriu com deboche

- É claro, que não!

Ela sorriu espontaneamente, não disse mais nada, quando chegaram no hospital, ele perguntou se podia entrar, ela foi tirando o cinto de segurança

- Não precisa, só vou ficar monitorando o coração dele ou dela.

- Não sei ainda, por ultrassom não deu pra ver.

Ele entrou no estacionamento do hospital

- Ah então eu fico na recepção esperando notícias, até você ser internada, porque pode demorar, né?

- Eu não estou trabalhando mesmo.

Ela concordou, perguntou do braço, como estava sendo a recuperação, ele disse com graça que bateu na porta, para não bater nela, ela se desculpou pelas coisas que disse, foram entrando conversando, ele explicou o que aconteceu, como era a fisioterapia.

Ele foi junto para a parte do pronto socorro de obstetrícia, pouco a pouco foi sabendo tudo o que aconteceu com ela, fez várias perguntas curioso, na hora de entrar na consulta, ela estava indo sozinha, a enfermeira da recepção disse que o acompanhante podia entrar também.

Ela começou conversar com a médica, explicando tudo o que tinha acontecido, foi tirar a roupa para ser examinada, subiu na maca, ele ficou ouvindo atento, olhando só os pés dela, a cortina cobria o resto, ouviram o coração do bebê com dificuldade, Sky ficou emotiva preocupada.

A médica a encaminhou para fazer o exame de monitoramento, quando saíram da sala, ele perguntou se estava tudo bem, acariciando as costas dela, pediu para se acalmar, ela respondeu baixinho constrangida

- Doeu muito, eu ode io fazer isso.

Ele não entendeu, perguntou o que, ela falou que o exame de toque, foi sozinha fazer o exame de monitoramento, ele ficou esperando na recepção bem perto.

Mandou uma mensagem para Rumi, perguntando se era mesmo necessário fazer aquele exame, ela já tinha comentado em casa que era contra e não ia fazer, os dois começaram a conversar, ela explicou tudo, disse que queria conversar com a cunhadinha sonsa, quando ela estivesse melhor.

Ele confessou estar com medo, também por Sky, que podia ficar pior, caso perdesse o bebê, disse que não se via pai ainda, ela até se ofereceu para ir lá, fazer companhia, deu muito apoio a ele, que preferiu ficar sozinho.

Quando Sky voltou disse que o exame estava normal, ele se manteve próximo encostado, fazendo carinho, serviu água, chá, ficou com ela mesmo quando foi internada no horário de almoço, só saiu para ir almoçar e a deixou cochilando, voltou trazendo bolacha, escondido.

No quarto tinha só ela, estava com a camisola do hospital, muito abatida, começou comer com um sorrisinho bobo, ele perguntou qual a graça, ela esticou a mão pedindo a dele

- Você é o meu único amigo agora, nunca vou esquecer que me perdoou e veio me ajudar.

Ele segurou a mão dela sutilmente, com deboche

- Não sou seu amigo e nem te perdoei de nada, você foi muito má comigo.

- Vai demorar até a minha mágoa passar.

- Uns sete meses, aproximadamente.

Ela continuou rindo

- Tenho licença poética de grávida?

Ele disse que tinha, de mãe do filho dele, alguém que querendo ou não, ele sempre iria conviver, respeitar, ajudar se fosse preciso, ela o agradeceu, comeu e voltou dormir, tomando medicação na veia.

Não chegaram a conversar muito, no final do dia Dariele foi pra dormir no hospital, ele foi embora, pediu pra ela mandar mensagem, caso quisesse alguma coisa pra comer, combinou de voltar cedo.

Quando chegou em casa, Violeta correu perguntar como foi, ele contou tudo e deixou claro que só estava cumprindo com a obrigação, de ajudar Sky, contou com detalhes como foi, comentou sobre o lugar que ela estava morando, comparou com a antiga casa.

Se emocionou falando que escutou o coração do bebê, se mostrou ansioso para fazer ultrassom, a empolgação foi tanta, que ele nem teve tanto medo, de algo ruim acontecer, ficou muito otimista com tudo.

Na hora do jantar, Sky mandou a foto da comida de hospital, apreensiva sem saber se estava incomodando, sendo chata, ele respondeu dizendo que ia levar uma blusa, com coisas gostosas dentro, escondidas, perguntou se ela estava muito enjoada ainda.

Tentou se convencer de que só estava fazendo o seu papel e nada mais, no dia seguinte foi cedo, levou barras de cereal, dentaduras fini, mini coxinhas, ela estava acordada, tinha acabado de tomar medicação e se despedir de Dariele.

O viu entrando e continuou deitada como estava, imóvel

- Oi. Bom dia!

Ele se aproximou

- Bom dia babá má, dormiu bem?

- Como passou a noite?

Ela se sentou um pouco, seria

- A noite foi difícil, tive cólica, acabei de tomar remédio, vou fazer o exame de monitoramento.

- Tive um pouco de sangramento, disseram que é normal mas...

Ficou emotiva

- Acho que não vou segurar esse neném.

- Me desculpa por te colocar no meio disso.

- Eu não queria nem te contar, pra não passar por tudo atoa.

Ele se aproximou a acariciando no cabelo

- Não fala assim, vai ficar tudo bem!

- Tenta não ficar nervosa, o que tiver que acontecer, vai.

- Coloca nas mãos de Deus, eu faço tão parte disso, quanto você.

- Só que sem o chororo, vômitos, exames que doem, se quiser eu engordo junto, quer?

Ela sorriu sutilmente enxugando os olhos

- Eu não consigo comer, só emagreci, ele não tá crescendo por minha causa.

- Eu tô tentando, mas não consigo.

Ele mostrou as coisas que levou

- No começo é assim mesmo, depois vai comer até os rebocos das paredes.

- Quer alguma coisa?

Ela se levantou com ajuda

- Vou tentar comer. Obrigada!

Foi para o banheiro comer escondida, ele ficou em pé perto da porta, disse que a Rumi e a Violeta estavam querendo vê-la, fazendo muitas perguntas, Sky abriu a porta

- Não era pra ninguém saber, eu fico feliz pela insuportável da sua irmã, mais eu não quero ficar convivendo.

- E o seu irmão vai ficar com mais raiva de mim.

- Ele já deixou bem claro, que me quer longe da família dele.

- Você eu não posso evitar, então.

Ele respondeu sério observando o comportamento dela

- Ele quem pagou o seu convênio!

- Ele disse que você fez muito, pelo filho dele e ele ia retribuir com o seu.

- Vocês vão ser obrigados a conviver, em algum momento, né?

Ela sorriu pensativa

- Sério? Acha que eu vou poder ver o Amin logo?

- Eu tô morrendo de saudades dele.

Rigel não aguentou se segurar, sorriu com deboche

- É só dele, que está com saudades?

Ela respondeu de imediato

- Não né, mas, quando eu vim embora, percebi que só sentia a sua falta.

- É claro que o seu irmão é bonito e charmoso, mal humor é atraente, né.

- Só que eu estava cega, tudo de melhor lá, foi com você, eu achei que estava doida por ele.

- Porque projetei tudo o que imaginei por meses, eu não queria ele, exatamente.

- Eu queria alguém que me enxergasse, como ele via a Agnes.

Saiu do banheiro

- Você não vai entender, eu só queria me explicar.

Ele a ajudou subir na cama, com deboche

- Não está dando certo, você só piora tudo, toda vez que tenta melhorar.

- Ele é bonito, mal humorado e atraente, é interessante gostar de homem chato, quando você é uma dodóizinha que fica chateada atoa.

Ela o afastou sutilmente querendo rir

- Não quero um filho irritante, como você.

- Não encosta em mim, aiii dói só de me mexer.

Segurou a mão dele

- Eu senti muito a sua falta, ainda mais sem falar com a Tainanda.

- Por várias vezes queria te ligar, contar o que estava acontecendo em casa, só desabafar, pra me sentir acolhida.

Foi passando a mão acariciando a cicatriz dele sutilmente

- Fiquei muito triste por te magoar e machucar.

- Você é tão bonito quanto e eu não quero bagunçar nada e nem te manipular, sei lá o que pensa de mim.

- Só queria falar a verdade, pra compensar de alguma forma o que eu fiz.

Ele fingiu não dar muita atenção, encostou na cama, a abraçou acariciando o cabelo

- Não precisa se explicar, eu percebi que fez confusão, no momento em que viu coisas que não existiam.

- Você é muito bonita e com certeza tem uma fila enorme de caras, que gostariam de ficar com você.

- Por causa do seu jeitinho mais meigo, carinhosa, distraída, safada.

Ela começou rir envergonhada, ele se afastou, foi sentar

- Não tem nada de errado com você, só que não faz o tipo dele, nem tem nada em comum com a Agnes, aliás tem sim, a determinação e o carinho pelo Amin.

- Eu sempre fiquei tipo em segundo plano, porque ele tem a personalidade mais forte.

- Em muitos momentos, eu odi ei ser gêmeo, é chato pra caramba.

- Mais a ligação que a gente sente, não tem como explicar, é surreal.

- A gente briga, fica competindo medindo forças, mas sabemos, que independente do que aconteça, um sempre vai estar lá, pro outro.

- Esquece o que já passou, ninguém nem vai lembrar disso, daqui um tempo.

- Só eu vou.

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