Ele sorriu com deboche
- É claro, que não! Ela sorriu espontaneamente, não disse mais nada, quando chegaram no hospital, ele perguntou se podia entrar, ela foi tirando o cinto de segurança - Não precisa, só vou ficar monitorando o coração dele ou dela. - Não sei ainda, por ultrassom não deu pra ver. Ele entrou no estacionamento do hospital - Ah então eu fico na recepção esperando notícias, até você ser internada, porque pode demorar, né? - Eu não estou trabalhando mesmo. Ela concordou, perguntou do braço, como estava sendo a recuperação, ele disse com graça que bateu na porta, para não bater nela, ela se desculpou pelas coisas que disse, foram entrando conversando, ele explicou o que aconteceu, como era a fisioterapia. Ele foi junto para a parte do pronto socorro de obstetrícia, pouco a pouco foi sabendo tudo o que aconteceu com ela, fez várias perguntas curioso, na hora de entrar na consulta, ela estava indo sozinha, a enfermeira da recepção disse que o acompanhante podia entrar também. Ela começou conversar com a médica, explicando tudo o que tinha acontecido, foi tirar a roupa para ser examinada, subiu na maca, ele ficou ouvindo atento, olhando só os pés dela, a cortina cobria o resto, ouviram o coração do bebê com dificuldade, Sky ficou emotiva preocupada. A médica a encaminhou para fazer o exame de monitoramento, quando saíram da sala, ele perguntou se estava tudo bem, acariciando as costas dela, pediu para se acalmar, ela respondeu baixinho constrangida - Doeu muito, eu ode io fazer isso. Ele não entendeu, perguntou o que, ela falou que o exame de toque, foi sozinha fazer o exame de monitoramento, ele ficou esperando na recepção bem perto. Mandou uma mensagem para Rumi, perguntando se era mesmo necessário fazer aquele exame, ela já tinha comentado em casa que era contra e não ia fazer, os dois começaram a conversar, ela explicou tudo, disse que queria conversar com a cunhadinha sonsa, quando ela estivesse melhor. Ele confessou estar com medo, também por Sky, que podia ficar pior, caso perdesse o bebê, disse que não se via pai ainda, ela até se ofereceu para ir lá, fazer companhia, deu muito apoio a ele, que preferiu ficar sozinho. Quando Sky voltou disse que o exame estava normal, ele se manteve próximo encostado, fazendo carinho, serviu água, chá, ficou com ela mesmo quando foi internada no horário de almoço, só saiu para ir almoçar e a deixou cochilando, voltou trazendo bolacha, escondido. No quarto tinha só ela, estava com a camisola do hospital, muito abatida, começou comer com um sorrisinho bobo, ele perguntou qual a graça, ela esticou a mão pedindo a dele - Você é o meu único amigo agora, nunca vou esquecer que me perdoou e veio me ajudar. Ele segurou a mão dela sutilmente, com deboche - Não sou seu amigo e nem te perdoei de nada, você foi muito má comigo. - Vai demorar até a minha mágoa passar. - Uns sete meses, aproximadamente. Ela continuou rindo - Tenho licença poética de grávida? Ele disse que tinha, de mãe do filho dele, alguém que querendo ou não, ele sempre iria conviver, respeitar, ajudar se fosse preciso, ela o agradeceu, comeu e voltou dormir, tomando medicação na veia. Não chegaram a conversar muito, no final do dia Dariele foi pra dormir no hospital, ele foi embora, pediu pra ela mandar mensagem, caso quisesse alguma coisa pra comer, combinou de voltar cedo. Quando chegou em casa, Violeta correu perguntar como foi, ele contou tudo e deixou claro que só estava cumprindo com a obrigação, de ajudar Sky, contou com detalhes como foi, comentou sobre o lugar que ela estava morando, comparou com a antiga casa. Se emocionou falando que escutou o coração do bebê, se mostrou ansioso para fazer ultrassom, a empolgação foi tanta, que ele nem teve tanto medo, de algo ruim acontecer, ficou muito otimista com tudo. Na hora do jantar, Sky mandou a foto da comida de hospital, apreensiva sem saber se estava incomodando, sendo chata, ele respondeu dizendo que ia levar uma blusa, com coisas gostosas dentro, escondidas, perguntou se ela estava muito enjoada ainda. Tentou se convencer de que só estava fazendo o seu papel e nada mais, no dia seguinte foi cedo, levou barras de cereal, dentaduras fini, mini coxinhas, ela estava acordada, tinha acabado de tomar medicação e se despedir de Dariele. O viu entrando e continuou deitada como estava, imóvel - Oi. Bom dia! Ele se aproximou - Bom dia babá má, dormiu bem? - Como passou a noite? Ela se sentou um pouco, seria - A noite foi difícil, tive cólica, acabei de tomar remédio, vou fazer o exame de monitoramento. - Tive um pouco de sangramento, disseram que é normal mas... Ficou emotiva - Acho que não vou segurar esse neném. - Me desculpa por te colocar no meio disso. - Eu não queria nem te contar, pra não passar por tudo atoa. Ele se aproximou a acariciando no cabelo - Não fala assim, vai ficar tudo bem! - Tenta não ficar nervosa, o que tiver que acontecer, vai. - Coloca nas mãos de Deus, eu faço tão parte disso, quanto você. - Só que sem o chororo, vômitos, exames que doem, se quiser eu engordo junto, quer? Ela sorriu sutilmente enxugando os olhos - Eu não consigo comer, só emagreci, ele não tá crescendo por minha causa. - Eu tô tentando, mas não consigo. Ele mostrou as coisas que levou - No começo é assim mesmo, depois vai comer até os rebocos das paredes. - Quer alguma coisa? Ela se levantou com ajuda - Vou tentar comer. Obrigada! Foi para o banheiro comer escondida, ele ficou em pé perto da porta, disse que a Rumi e a Violeta estavam querendo vê-la, fazendo muitas perguntas, Sky abriu a porta - Não era pra ninguém saber, eu fico feliz pela insuportável da sua irmã, mais eu não quero ficar convivendo. - E o seu irmão vai ficar com mais raiva de mim. - Ele já deixou bem claro, que me quer longe da família dele. - Você eu não posso evitar, então. Ele respondeu sério observando o comportamento dela - Ele quem pagou o seu convênio! - Ele disse que você fez muito, pelo filho dele e ele ia retribuir com o seu. - Vocês vão ser obrigados a conviver, em algum momento, né? Ela sorriu pensativa - Sério? Acha que eu vou poder ver o Amin logo? - Eu tô morrendo de saudades dele. Rigel não aguentou se segurar, sorriu com deboche - É só dele, que está com saudades? Ela respondeu de imediato - Não né, mas, quando eu vim embora, percebi que só sentia a sua falta. - É claro que o seu irmão é bonito e charmoso, mal humor é atraente, né. - Só que eu estava cega, tudo de melhor lá, foi com você, eu achei que estava doida por ele. - Porque projetei tudo o que imaginei por meses, eu não queria ele, exatamente. - Eu queria alguém que me enxergasse, como ele via a Agnes. Saiu do banheiro - Você não vai entender, eu só queria me explicar. Ele a ajudou subir na cama, com deboche - Não está dando certo, você só piora tudo, toda vez que tenta melhorar. - Ele é bonito, mal humorado e atraente, é interessante gostar de homem chato, quando você é uma dodóizinha que fica chateada atoa. Ela o afastou sutilmente querendo rir - Não quero um filho irritante, como você. - Não encosta em mim, aiii dói só de me mexer. Segurou a mão dele - Eu senti muito a sua falta, ainda mais sem falar com a Tainanda. - Por várias vezes queria te ligar, contar o que estava acontecendo em casa, só desabafar, pra me sentir acolhida. Foi passando a mão acariciando a cicatriz dele sutilmente - Fiquei muito triste por te magoar e machucar. - Você é tão bonito quanto e eu não quero bagunçar nada e nem te manipular, sei lá o que pensa de mim. - Só queria falar a verdade, pra compensar de alguma forma o que eu fiz. Ele fingiu não dar muita atenção, encostou na cama, a abraçou acariciando o cabelo - Não precisa se explicar, eu percebi que fez confusão, no momento em que viu coisas que não existiam. - Você é muito bonita e com certeza tem uma fila enorme de caras, que gostariam de ficar com você. - Por causa do seu jeitinho mais meigo, carinhosa, distraída, safada. Ela começou rir envergonhada, ele se afastou, foi sentar - Não tem nada de errado com você, só que não faz o tipo dele, nem tem nada em comum com a Agnes, aliás tem sim, a determinação e o carinho pelo Amin. - Eu sempre fiquei tipo em segundo plano, porque ele tem a personalidade mais forte. - Em muitos momentos, eu odi ei ser gêmeo, é chato pra caramba. - Mais a ligação que a gente sente, não tem como explicar, é surreal. - A gente briga, fica competindo medindo forças, mas sabemos, que independente do que aconteça, um sempre vai estar lá, pro outro. - Esquece o que já passou, ninguém nem vai lembrar disso, daqui um tempo. - Só eu vou.Os dois começaram a rir, ela se deitou com a mão na barriga - Quero ficar bem. Ele disse que ela iria e bem rápido, o exame não deu alteração, as cólicas foram diminuindo, depois do almoço ela ficou melhor, dormiu bastante, antes dele ir embora disse que não queria tomar banho, ele brincou dizendo que ia precisar cheirar ela, todos os dias, foi embora pensando nela, se sentindo trouxa, mais sem conseguir parar de a querer bem. Dariele o encontrou lá fora, perguntou como foi o dia deles, ele contou e pediu ajuda, queria fazer algo pra animar ela, relacionado ao bebê.Dariele falou sobre o exame de sangue, gentilmente ele se ofereceu para comprar qualquer coisa, que as duas estivessem precisando, ela disse que só queria o necessário para Sky ficar bem, saudável. Riven não estava sabendo ainda das visitas, levou Amin jantar com Rumi, ela comentou como quem não queria nada, que a " soletrou babá má " estava melhor, ele perguntou como ela sabia, ela respondeu - Ahh o seu irmão foi la
Ele respondeu sendo paciente - Eu só fico preocupado, não estou te culpando por nada. - A minha mãe e a Rumi foram ao Brás e trouxeram algumas coisas, pro neném, eu nem olhei, esperei pra ver com você. Ela estava pegando suco na geladeira, parou na frente dele- Mais eu disse que não queria nada de bebê. Ele respondeu sério - Mais agora já foi, é só guardar, da pra menina ou menino. - Vamos na farmácia pegar os remédios, se você quiser alguma coisa, já aproveita e pega.Ela foi lavar o copo de costas pra ele - Não posso pedir, entrega?- Não quero sair. Ele disse que seria bom irem dar uma volta, ao ver a cara dela brava, pediu o contato da farmácia, ela foi pegar as receitas, explicou pra que era cada coisa, eram vários remédios, vitaminas, ele quem conversou com a farmácia, deu o celular nas mãos dela e foi no carro pegar um cartão, chegaram duas mensagens da " Nina ", deu pra ver só uma parte " Sério amor que ótimo 😻😻 " " Quando vai passar aqui? " Para Sky foi a gota
Ela pensou para responder e mentiu - Sei lá, queria mudar a mim. Ele perguntou com deboche se deu certo, ela disse que sim, igual ao cabelo, para pior. Ele foi penteando até desembaraçar tudo, percebeu que estava muito danificado com as pontas ralas, desalinhado - Pronto. O que dá pra fazer, no seu cabelo? Para melhorar? - Não tem um creme, shampoo sei lá, umas coisas de salão? Ela se levantou, entrou no quarto - Sei lá, tem. Vou ver alguma coisa! Ele se levantou, foi na porta do quarto - Não vai ver nada, né?Ela sorriu sutilmente, foi colocando outro chinelo, passou perfume, estava usando o solitário e a pulseira que ganhou dele, não tirou mais pra nada, exatamente pelo motivo que falou quando ganhou o anel. Foi pegando a bolsa, passou por ele e foi tomar os remédios, mais de dez comprimidos - Não posso demorar pra comer, se não vou passar mau.- Esse lug
Não decidiram nada sobre a revelação, ele foi pra casa, não tinha ninguém lá, antes das vinte horas, voltou para casa de Sky, ela estava sentada na escada sozinha, no escuro, se levantou quando ele chegou, desceu abrir o portão com cara de choro, ele a abraçou, perguntou o que tinha acontecido, se estavam bem, ela foi entrando - Não foi nada com a gente. Entrou e fechou a porta, disse que a mãe tinha saído, começou contar toda sem jeito, que tinham denunciado o tio dela por ab uso, duas familiares e uma vizinha, ele ficou ouvindo sem entender o motivo do nervosismo, logo ela falou sobre a mãe, Dariele foi fazer o mesmo, denunciar, quando Sky falou que não conseguia ir, ele foi entendendo tudo melhor. Ela contou o que aconteceu na casa da vó, chorou bastante, ele ficou se sentindo péssimo com dó, colocou crédito no celular dela, se ofereceu para irem buscar Dariele, soube da história do Tião também. O irmão de Dariele tinha sido preso, quase linchado na rua, ela foi na delegacia
Saiu correndo, abriu o portão pelo interfone, até Riven sair do quarto, Amin já estava na calçada, foi correndo para o ponto de ônibus e sentou, começou chorar sentido, Riven foi atrás correndo, sentou ofegante bravo - Eu não quero bater em você, mas você está pedindo. - Amin sabe que não pode sair sozinho, vai ficar de castigo. Ele se levantou olhando a rua dos dois lados, Riven o segurou pelo braço chamando atenção, Amin foi desfalecendo de propósito, deitou no chão - Vou pegar o mesmo ônibus que a babá má e ir ficar com ela, porque ela não pode ter outra criança e me deixar. - Por isso ela foi embora né?- Todo mundo prefere os bebês. Riven o pegou no colo - Não é verdade! - Nós gostamos de você e dos dois bebês também. - Não é qualquer ônibus, que vai pra onde a gente quer. - Tem que saber andar, é muito perigoso filho. - Se você quiser eu peço pra alguém te levar ver a babá má, mais você tem que prometer, nunca mais fugir. - Porque se algo ruim acontecer com você, eu
Ele se aproximou de Amin sério - Ela que não me deixou contar. O desceu do balcão - Vai ficar com o seu pai um pouco. Olhou para Sky - Porque você está aqui? - Aconteceu alguma coisa?Ela estava o olhando ansiosa, ficou desconcertada, respondeu baixinho - Vim ficar com você, abrir o exame juntos. - Quando eu cheguei, não tinha ninguém. Rumi e Violeta estavam arrumando a mesa, com salgados, docinhos, refrigerantes, Theo pegou Amin a força com brincadeira e saiu no quintal, Riven também foi. Rigel pegou o celular no bolso - Você não disse nada, eu já vi. - Quer ver? Ela ficou surpresa sem jeito - Quero! Ficou feliz?Ele deu o celular nas mãos dela- Sim, eu já esperava por isso. - E você? Gostou?Ela ficou emotiva, devolveu o celular - Uhum! Desculpa por não ser nada do jeito que você queria. Ele a abraçou - Tudo bem! Vamos aproveitar de outras maneiras. - Vou tomar banho, quer ir ficar no meu quarto ou fica de boa aqui? Antes dela responder, Amin jogou a bola dentro
O primeiro passeio romântico de Rigel e Sky foi uma viagem algumas semanas depois, inesquecível para uma charmosa cidadezinha à beira-mar, ficaram em uma pousada aconchegante e só então puderam ter um momento mais íntimo, já que na casa dela não dava e na dele o Amin estava quase sempre junto. Aproveitaram quase uma semana, fazendo tudo da lista dela e começando a dele, que não era safada e surpreendentemente romântica, com tudo para ser feito a dois ou em família. Caminhando de mãos dadas pela praia, sentindo a brisa do mar e o sol, surgiu um novo desejo, casar na praia, algo íntimo simbólico, que era para a família e até o final da viagem, se tornou algo só deles, com direito a fotógrafo, pés descalços. Não contaram a ninguém, gravaram para a família ver, eles tinham um relacionamento encantador e cheio de cumplicidade, aqueles casais até chatos de tão tranquilos, que não brigavam por nada, riam por tudo e se doavam igualmente, sempre pensando no futuro, ansiosos para a chegada
Riven é do tipo mais certinho, totalmente racional, muito inteligente, trabalhou em toda sua adolescência com o pai, em uma pequena transportadora da família e após vê-la falindo, logo abriu a sua própria, em sociedade com seu irmão gêmeo, Rigel. Que é identifico fisicamente e totalmente diferente na personalidade.Rigel é do tipo malandro, passional, bom de lábia, gosta de aproveitar a vida e se arriscar, na adolescência enquanto seu irmão trabalhava dentro da transportadora, no escritório, ele preferia ficar fora, viajando e fazendo entregas. Riven teve poucos relacionamentos na juventude, sempre mais sérios e quando conheceu Agnes, estava solteiro a anos, tinha vinte e cinco anos e ela vinte e um, estavam fazendo um curso juntos, de liderança. Ele estava abrindo a Atlas transportadora e ela a Boutique Bella Bonita, o interesse partiu dela, que não perdeu tempo e após não ganhar nada, além de sorrisos, puxou assunto na saída, em um dia que saíram mais cedo, perguntou se ele morav