Por sorte não disse mais nada, ele foi dormir no quarto ao lado, ficou atento, para ver se ela não iria passar mau, levantou por volta das nove horas, foi espiar, ela estava dormindo, as horas foram passando, ele arrumou a cozinha, comprou comida, arrumou a mesa, foi chamar ela, a acordou tocando no braço sutilmente
- Skylar, acorda, vamos almoçar. - A sua família deve estar preocupada. - Já é uma hora da tarde. Ela despertou desorientada sonolenta, sem saber a onde estava, o que tinha acontecido, havia sonhado com ele, Amin e Agnes, foi sentando confusa - Oi. Ele sorriu apreensivo - Oi, tudo bem? Como está se sentindo? Ela foi levantando se sentindo um pouco tonta - Mau. Nunca mais eu vou beber! Foi direto para a lavanderia, tirou as blusas no quarto, pegou as coisas para ir tomar banho, muito indisposta ainda vomitou, se lembrava de ter tentado o beijar, mais não exatamente tudo o que conversaram, ficou com medo de ter falado o que não devia. Arrumou todas as coisas para levar embora e não voltar, se sentindo apavorada, foi procurar por ele, já com as bolsas, colocou no chão da cozinha séria - Pode pedir um Uber pra mim, por favor? Ele estava sentado no balcão, mexendo no celular, se levantou - Come primeiro, toma um pouco de água, suco. - Está pálida, não pode sair assim. Parou na frente dela, reparando - Vamos almoçar e eu te levo pra casa, se preferir te deixo na esquina ou até falo com os seus pais. Ela foi pegar um copo, encheu de suco evitando olhar para ele - Não! Já está tarde, só pede pra mim, por favor. - Preciso ir para o terminal rodoviário. Ele começou mexer no celular pedindo - Não vou fazer nada o dia todo, posso te levar. - Não precisa ir também, se não quiser. - Vai hoje, pra voltar amanhã. Ela foi lavar o copo, pensando que não queria voltar - Preciso ir, estão me esperando. Ele disse que o carro estava a um minuto, foi indo para a sala, ela foi atrás - Obrigada e desculpa, pelo o que fiz. - Não tenho o hábito de beber, não sei a onde eu estava com a cabeça. - Desculpa mesmo. Ele começou rir percebendo que até ficou menos pálida e mais corada constrangida - Imagina, essas coisas acontecem, você bebeu muito e se confundiu, eu não devia ter te dado bebida. - Não achei que ia passar dos limites assim. - Não sei se lembra, mais não aconteceu nada, a mais. - Só conversamos, eu não quero que pense, qualquer coisa do tipo ou fique confusa. Saíram na calçada, ela ficou olhando para a rua - Eu me lembro! Por favor esqueça o que fiz, estou muito envergonhada. - O que a sua família vai pensar de mim. O carro estava encostando, ele foi abrir a porta - Nada, porque não aconteceu nada. - Pode ficar tranquila, vai descansar aproveitar o resto do fim de semana. - Se precisar de qualquer coisa, me liga, amanhã depois do almoço, vai ter gente aqui, vê se não fica pra rua sozinha de novo. - Tchau Skylar ! Ela agradeceu, deu tchau, foi para o terminal pensando no dinheiro e no celular quebrado, foi para a república, as meninas estavam lá, emprestaram o celular. Tainanda estava louca atrás dela, preocupada, só ia voltar no domingo, Sky contou tudo o que tinha acontecido, chorou muito por ter se jogado em cima de Riven. Mais esperta que ela, Tai já imaginou que ele fez de propósito, só não entendeu porque não ficaram, disse que precisou contar sobre a faculdade e justificou o sumiço de Sky, aos pais dela, usando isso, falou que ela não queria mais estudar e teve vergonha de dizer em casa. No fundo Sky não sabia se queria continuar mesmo, teve medo mais até achou bom, depois de desligar, as meninas perguntaram se ela não mais estudar mesmo, porque não podia ficar lá, sem estar indo pra faculdade e tinha uma outra menina, interessada na vaga. Aproveitaram que Tainanda não estava lá, para pressionar Sky, sem ter coragem de questionar, ela disse que ia dar um jeito e tirar as coisas, praticamente foi convidada a se retirar no fim de semana. O mês estava fechando e ela não tinha pago ainda, sendo pressionada já tirou as coisas, liberando a cama e o armário, deixou suas coisas juntas com as da Tai e ficou na cama dela. Ficou deitada o resto do sábado, Riven ficou em casa o dia todo, pensando nas coisas que conversaram, guardou a lista dela em seu quarto, até começou achar que ela só era muito humilde e nada a mais, ficou menos desconfiado dela, mesmo com a tentativa de beijo. Antes de dormir, procurou as redes sociais dela e não encontrou, ficou com a sensação de que ela lhe trouxe algo bom, um lado seu que a muito tempo, não existia, jovial, sonhador, criativo, aventureiro. No dia seguinte acordou pensando nela e na sua lista, ficou lendo tudo, rindo sozinho, até pensou em fazer uma lista de objetivos também e desistiu, preferiu não sair de casa o dia todo, com receio dela chegar e ficar na rua. Sky não conseguiu esperar Tai chegar, saiu logo depois do almoço, acordou indisposta febril, com o corpo doendo muito, estava ficando resfriada e isso era algo que não podia acontecer, qualquer infecção poderia se agravar, prejudicando sua saúde e coração, o medo do corpo o rejeitar, era constante, mesmo com o tempo passando. Como ainda era um pouco cedo, ela ficou com medo de chegar lá e Riven ainda estar sozinho, ficou em uma sorveteria ali perto, pensou muito no que fazer e desistiu de continuar sendo babá do Amin. Já não tinha mais a empolgação de quando imaginou tudo, nem a energia, depois de ter sido rejeitada, passou a se sentir muito culpada, como uma criminosa usurpadora, querendo a vida de Agnes. Começou imaginar que ia morrer, como um castigo de Agnes e seu coração, que ia a rejeitar também, punir por não aproveitar a chance que a vida lhe deu. Só quando começou escurecer, ela foi para o trabalho, tocou o interfone ansiosa, memorizando o que pretendia falar, Ivan quem saiu abrir o portão, disse que estavam esperando por ela, preocupados. Todos estavam na sala, menos Amin, Sky sorriu sutilmente nervosa - Oi. Violeta se levantou foi cumprimentar ela com beijo, abraço, dizendo que estavam preocupados, Rigel deu oi acenou, Riven deu oi sorrindo, como nunca fez antes pra ela, mostrou o copo - Vamos assistir! Quer? É refrigerante. - O Amin não chegou ainda. Sky foi saindo da sala séria cabisbaixa, com Violeta - Não, obrigada. Foram para a cozinha, Violeta começou a contar sobre a viagem, estava preparando alguns petiscos, Sky deixou a bolsa na cadeira, encostou no balcão, quase sem responder, logo falou sem jeito - Não posso mais continuar vindo. - Eu ia falar com o Riven, mais prefiro falar com a senhora antes. Violeta parou tudo o que estava fazendo, surpresa - Ahhh não menina, é por causa do meu reizinho? - Ele vai se comportar e se... Sky interrompeu - Não, ele é incrível. - Não sei nem por onde começar. Violeta já ficou desconfiada - Aconteceu alguma coisa aqui? Com alguém? - Não é porque são meus filhos viu, que eu vou passar a mão na cabeça. - Pode me contar qualquer coisa. Rigel entrou na cozinha, na distração nervosa, Sky achou que era o Riven, foi ficando emotiva - Não, ninguém me fez nada. Olhou para ele alguns instantes - Eu estava falando pra sua mãe, que não vou continuar vindo. - Eu menti, sinto muito por ter feito isso, não sou mentirosa, eu juro. - Não moro aqui na cidade e meus pais não sabem, do emprego e nem me apoiariam. - Perdi a vaga na república porque parei de estudar, elas já colocaram outra menina no meu lugar.Rigel se aproximou, encostou ao lado dela - Se não vai estudar, é melhor que trabalhe, não?- Você precisa contar aos seus pais, pra depois ver o que vão achar. Violeta deu a volta no balcão - Isso menina. A abraçou consolando - Não vai se precipitando, as vezes seus pais vão gostar da novidade. - Vamos falar com eles, o que acha?Sky estava enxugando os olhos marejados, constrangida - Não vai adiantar, também é longe, vou perder um dia da folga, só indo e vindo, eu sinto muito.Violeta disse que ela estava muito quente, foi pegar o termômetro, Sky engoliu o choro sentida - Só vim me despedir. Olhou para Rigel, achando que era o irmão - Posso me despedir dele?- Não quero o deixar pensando, que foi abandonado por mim. - Ou que eu desisti, por causa dele.- Não é por isso e nem pelo o que aconteceu entre nós na sexta feira. <
Ela ficou emotiva, enxugou os olhos - Você me daria o emprego, se soubesse?Ficou séria, o " enfrentando " - Você só deu, porque a outra desistiu. - Sei que não fui sua primeira escolha. - Até acho que vai gostar, que eu desista.- Assim não precisa se dar ao trabalho de me dispensar e pode colocar a culpa em mim.- E ficar bem com ele. Só depois de falar, ela percebeu que não deveria, ele ficou até sem reação, com a grosseria, se levantou pensativo - Isso não é verdade Skylar. - Não foi honesta porque não quis.- Vou falar com a minha mãe, ver como ele está e já volto. Ela ficou cabisbaixa pensativa, Violeta largou Amin no banho, para ir no quarto conversar com Riven, ele estava irritado, confuso, fechou a porta do quarto - Mãe o que acha?- Não consigo confiar nela.Violeta estava suspeitando dos dois filhos, respondeu com ironia
Ela disse que não, sorriu sutilmente, entraram juntos, ele sentou na sala de espera, quando ela terminou de dar a entrada na recepção, sentou ao lado dele- Pelo menos não está cheio, né? Abaixou a cabeça apoiando nas mãos, cobrindo o rosto, ele concordou, começou ficar preocupado olhando a situação dela, a puxou para se encostar - Já vão chamar, quer água? Ela não quis a água, se encostou sem nem questionar, não disse nada mais já estava com medo, de piorar, algo ruim acontecer, ficou segurando a mão dele, passou na triagem e voltou sentar, logo foi chamada, estava com a saturação baixa, ficou horas lá dentro sozinha, ele ficou trocando mensagens com o irmão, ambos preocupados pela demora. Quando ela saiu de madrugada, ele se levantou, já foi pegando nela a amparando, perguntou se estava melhor e liberada, ela disse que sim, se fez de dopada para não dar detalhes do que aconteceu, ainda mentiu dizendo que lá dentro estava lotado.
Amin não voltou rápido, os dois se fecharam no quarto, Sky foi para seu quarto com vontade de chorar, deixou tudo arrumado, estava sentada esperando com o pensamento distante, se perguntando o que Agnes faria em seu lugar, já que era uma mulher forte e decidida. Rigel se aproximou sorrateiro, bateu na porta que estava aberta - Posso falar com você? Babá má?Pelo sorriso, ela soube quem era, se levantou enxugando os olhos marejados - Sim. Ele estava com uma pulseira feita a mão, nas mãos, mostrou para ela- Eu trouxe de viagem, pra você, deixei aqui na cama, aí fiquei com raiva e peguei de volta. - Já que vai embora, vou te dar, de novo. - Pra não ir achando que não sou legal. Ela sorriu surpresa, chegando mais perto da porta- Trouxe mesmo pra mim? Porque?Pegou na mão olhando com deboche - É tão simples, pra dar a alguém interesseira. - Foi feita por mendigo
Sky travou, ficou olhando sem saber como explicar, seu pai entrou no meio - Ela vai falar, é lógico que não fez nada errado. - Conta filha, como conseguiu esse celular novo? - Estava trabalhando? Dariele se aproximou, a pegou pelo braço com força - Ela vai mentir. Quero saber quem te deu isso? Sky se encolheu com medo de apanhar - Não vou mentir, eu estava trabalhando de babá, eu juro. - Para por favor mãe, está me machucando. - Pode perguntar pra Tai, ela sabe de tudo. - Meu celular estragou, porque o menino jogou na água, me deram esse. Foi indo para o quarto, pegou o celular estragado - Olha aqui, é verdade eu juro. - Fiquei uma semana lá, eu ia contar. Todas as suas coisas estavam espalhadas em cima da cama, sua mãe já tinha olhado tudo, começou mexer na carteira, pegou um preservativo que sempre estava lá, jogou no rosto dela, com a carteira junto - Isso você não usou, eu juro por Deus, que se aparecer grávida aqui, eu lavo as minhas mão
Sky não viu o celular tocar, Amin tentou várias vezes, mandou um áudio revoltado chorando " Você é muito mentirosa babá má feia, tomara que nunca mais criança nenhuma gosta de você de novo, pra não ser abandonada igual tá fazendo comigo. Traidora, odeio você infinito pra sempre... Riven estava o procurando, o pegou no flagra, tentou tomar o celular de sua mão - O que está fazendo Amin? O menino saiu correndo, começou a fazer um escândalo, quase jogou o celular na piscina, correu pelo quintal todo, só parou quando Riven ameaçou bater nele e falou da festa do pijama, como se fossem realmente fazer. Sky já tinha jantado, entrou no quarto para pegar um remédio, voltou para a cozinha mexendo no celular, ouvindo o áudio, deu pra perceber que tomaram o celular dele, antes dela responder, a mensagem foi apagada, ela ficou emotiva com dó, estavam digitando, ela preferiu esperar, Riven ia mandar mensagem e desistiu. Ficou muito bravo, foi dar atenção para Amin, depois de o deixar sozi
Amin ficou olhando sério, voltou para assistir desde o começo, Rigel se sentou mais não pegou o celular de volta - Eeeeee menino, o que foi? - Vem deitar aqui com o tio. Amin continuou assistindo várias vezes, sério - A babá má não gosta de mim né tio, eu sei. - Tá todo mundo mentindo. - Se ela queria ir embora de babá, porque cansou de cuidar de mim, era só ir, mais podia ser minha amiga. - Me trazer frutas, igual aquela vez. - Me ligar se mora longe e a gente tem carros, até caminhão, dava pra ir buscar ela, não é tio? Violeta ouviu a conversa, chamou Riven para espiar, eles estavam na cozinha, Rigel puxou Amin para sentar perto - Vem aqui, vamos conversar. - O Tio não fica mentindo pra você, nós somos parceiros cara, não é? - Devolve o celular do tio por favor. - Chega de ficar
Ele mesmo trocou o tipo de chamada, ficou com o rosto franzido, quando a viu, sorriu espontaneamente - É você mesma! Traidora, me abandonou. Ela sorriu ajeitando o cabelo - E quem mais iria te ligar? Tem outra babá boazinha preferida? - Me traiu Amin? Ele foi sentar evitando Violeta, que estava tentando olhar sem aparecer - O vózinha da licença né. - Nunca nunquinha vou ter outra favorita. - Eu sou fiel babá má. Reparou na aparência dela - Porque você tá descontente Stai? Tá triste né. - É verdade que sua mãe brigou com você, por causa do seu celular? Ela balançou a cabeça que sim, enxugou os olhos disfarçando - E você está dodói? O que aconteceu? Ele sorriu com deboche - Você me passou sua doença né. Mais foi bom, faltei um monte da escola. Ela perguntou quais eram os sintomas, disse que ia fazer uma consulta online, ele contou tudo o que aconteceu na ausência dela, disse com desdenha que ninguém cozinhava direito e nem brincava com ele. Conversaram bas