Capítulo 26

Por sorte não disse mais nada, ele foi dormir no quarto ao lado, ficou atento, para ver se ela não iria passar mau, levantou por volta das nove horas, foi espiar, ela estava dormindo, as horas foram passando, ele arrumou a cozinha, comprou comida, arrumou a mesa, foi chamar ela, a acordou tocando no braço sutilmente

- Skylar, acorda, vamos almoçar.

- A sua família deve estar preocupada.

- Já é uma hora da tarde.

Ela despertou desorientada sonolenta, sem saber a onde estava, o que tinha acontecido, havia sonhado com ele, Amin e Agnes, foi sentando confusa

- Oi.

Ele sorriu apreensivo

- Oi, tudo bem? Como está se sentindo?

Ela foi levantando se sentindo um pouco tonta

- Mau. Nunca mais eu vou beber!

Foi direto para a lavanderia, tirou as blusas no quarto, pegou as coisas para ir tomar banho, muito indisposta ainda vomitou, se lembrava de ter tentado o beijar, mais não exatamente tudo o que conversaram, ficou com medo de ter falado o que não devia.

Arrumou todas as coisas para levar embora e não voltar, se sentindo apavorada, foi procurar por ele, já com as bolsas, colocou no chão da cozinha séria

- Pode pedir um Uber pra mim, por favor?

Ele estava sentado no balcão, mexendo no celular, se levantou

- Come primeiro, toma um pouco de água, suco.

- Está pálida, não pode sair assim.

Parou na frente dela, reparando

- Vamos almoçar e eu te levo pra casa, se preferir te deixo na esquina ou até falo com os seus pais.

Ela foi pegar um copo, encheu de suco evitando olhar para ele

- Não! Já está tarde, só pede pra mim, por favor.

- Preciso ir para o terminal rodoviário.

Ele começou mexer no celular pedindo

- Não vou fazer nada o dia todo, posso te levar.

- Não precisa ir também, se não quiser.

- Vai hoje, pra voltar amanhã.

Ela foi lavar o copo, pensando que não queria voltar

- Preciso ir, estão me esperando.

Ele disse que o carro estava a um minuto, foi indo para a sala, ela foi atrás

- Obrigada e desculpa, pelo o que fiz.

- Não tenho o hábito de beber, não sei a onde eu estava com a cabeça.

- Desculpa mesmo.

Ele começou rir percebendo que até ficou menos pálida e mais corada constrangida

- Imagina, essas coisas acontecem, você bebeu muito e se confundiu, eu não devia ter te dado bebida.

- Não achei que ia passar dos limites assim.

- Não sei se lembra, mais não aconteceu nada, a mais.

- Só conversamos, eu não quero que pense, qualquer coisa do tipo ou fique confusa.

Saíram na calçada, ela ficou olhando para a rua

- Eu me lembro! Por favor esqueça o que fiz, estou muito envergonhada.

- O que a sua família vai pensar de mim.

O carro estava encostando, ele foi abrir a porta

- Nada, porque não aconteceu nada.

- Pode ficar tranquila, vai descansar aproveitar o resto do fim de semana.

- Se precisar de qualquer coisa, me liga, amanhã depois do almoço, vai ter gente aqui, vê se não fica pra rua sozinha de novo.

- Tchau Skylar !

Ela agradeceu, deu tchau, foi para o terminal pensando no dinheiro e no celular quebrado, foi para a república, as meninas estavam lá, emprestaram o celular.

Tainanda estava louca atrás dela, preocupada, só ia voltar no domingo, Sky contou tudo o que tinha acontecido, chorou muito por ter se jogado em cima de Riven.

Mais esperta que ela, Tai já imaginou que ele fez de propósito, só não entendeu porque não ficaram, disse que precisou contar sobre a faculdade e justificou o sumiço de Sky, aos pais dela, usando isso, falou que ela não queria mais estudar e teve vergonha de dizer em casa.

No fundo Sky não sabia se queria continuar mesmo, teve medo mais até achou bom, depois de desligar, as meninas perguntaram se ela não mais estudar mesmo, porque não podia ficar lá, sem estar indo pra faculdade e tinha uma outra menina, interessada na vaga.

Aproveitaram que Tainanda não estava lá, para pressionar Sky, sem ter coragem de questionar, ela disse que ia dar um jeito e tirar as coisas, praticamente foi convidada a se retirar no fim de semana.

O mês estava fechando e ela não tinha pago ainda, sendo pressionada já tirou as coisas, liberando a cama e o armário, deixou suas coisas juntas com as da Tai e ficou na cama dela.

Ficou deitada o resto do sábado, Riven ficou em casa o dia todo, pensando nas coisas que conversaram, guardou a lista dela em seu quarto, até começou achar que ela só era muito humilde e nada a mais, ficou menos desconfiado dela, mesmo com a tentativa de beijo.

Antes de dormir, procurou as redes sociais dela e não encontrou, ficou com a sensação de que ela lhe trouxe algo bom, um lado seu que a muito tempo, não existia, jovial, sonhador, criativo, aventureiro.

No dia seguinte acordou pensando nela e na sua lista, ficou lendo tudo, rindo sozinho, até pensou em fazer uma lista de objetivos também e desistiu, preferiu não sair de casa o dia todo, com receio dela chegar e ficar na rua.

Sky não conseguiu esperar Tai chegar, saiu logo depois do almoço, acordou indisposta febril, com o corpo doendo muito, estava ficando resfriada e isso era algo que não podia acontecer, qualquer infecção poderia se agravar, prejudicando sua saúde e coração, o medo do corpo o rejeitar, era constante, mesmo com o tempo passando.

Como ainda era um pouco cedo, ela ficou com medo de chegar lá e Riven ainda estar sozinho, ficou em uma sorveteria ali perto, pensou muito no que fazer e desistiu de continuar sendo babá do Amin.

Já não tinha mais a empolgação de quando imaginou tudo, nem a energia, depois de ter sido rejeitada, passou a se sentir muito culpada, como uma criminosa usurpadora, querendo a vida de Agnes.

Começou imaginar que ia morrer, como um castigo de Agnes e seu coração, que ia a rejeitar também, punir por não aproveitar a chance que a vida lhe deu.

Só quando começou escurecer, ela foi para o trabalho, tocou o interfone ansiosa, memorizando o que pretendia falar, Ivan quem saiu abrir o portão, disse que estavam esperando por ela, preocupados.

Todos estavam na sala, menos Amin, Sky sorriu sutilmente nervosa

- Oi.

Violeta se levantou foi cumprimentar ela com beijo, abraço, dizendo que estavam preocupados, Rigel deu oi acenou, Riven deu oi sorrindo, como nunca fez antes pra ela, mostrou o copo

- Vamos assistir! Quer? É refrigerante.

- O Amin não chegou ainda.

Sky foi saindo da sala séria cabisbaixa, com Violeta

- Não, obrigada.

Foram para a cozinha, Violeta começou a contar sobre a viagem, estava preparando alguns petiscos, Sky deixou a bolsa na cadeira, encostou no balcão, quase sem responder, logo falou sem jeito

- Não posso mais continuar vindo.

- Eu ia falar com o Riven, mais prefiro falar com a senhora antes.

Violeta parou tudo o que estava fazendo, surpresa

- Ahhh não menina, é por causa do meu reizinho?

- Ele vai se comportar e se...

Sky interrompeu

- Não, ele é incrível.

- Não sei nem por onde começar.

Violeta já ficou desconfiada

- Aconteceu alguma coisa aqui? Com alguém?

- Não é porque são meus filhos viu, que eu vou passar a mão na cabeça.

- Pode me contar qualquer coisa.

Rigel entrou na cozinha, na distração nervosa, Sky achou que era o Riven, foi ficando emotiva

- Não, ninguém me fez nada.

Olhou para ele alguns instantes

- Eu estava falando pra sua mãe, que não vou continuar vindo.

- Eu menti, sinto muito por ter feito isso, não sou mentirosa, eu juro.

- Não moro aqui na cidade e meus pais não sabem, do emprego e nem me apoiariam.

- Perdi a vaga na república porque parei de estudar, elas já colocaram outra menina no meu lugar.

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