Ela disse que não, sorriu sutilmente, entraram juntos, ele sentou na sala de espera, quando ela terminou de dar a entrada na recepção, sentou ao lado dele

- Pelo menos não está cheio, né?

Abaixou a cabeça apoiando nas mãos, cobrindo o rosto, ele concordou, começou ficar preocupado olhando a situação dela, a puxou para se encostar

- Já vão chamar, quer água?

Ela não quis a água, se encostou sem nem questionar, não disse nada mais já estava com medo, de piorar, algo ruim acontecer, ficou segurando a mão dele, passou na triagem e voltou sentar, logo foi chamada, estava com a saturação baixa, ficou horas lá dentro sozinha, ele ficou trocando mensagens com o irmão, ambos preocupados pela demora.

Quando ela saiu de madrugada, ele se levantou, já foi pegando nela a amparando, perguntou se estava melhor e liberada, ela disse que sim, se fez de dopada para não dar detalhes do que aconteceu, ainda mentiu dizendo que lá dentro estava lotado.

Riven tinha ido dormir, Rigel a deixou na porta do quarto, ainda ficou olhando esperando ela deitar, disse que ia ficar na sala e se ela precisasse de qualquer coisa, era só o chamar.

Foi dormir na sala, quando Riven levantou, o acordou para conversar, Rigel contou que não entendeu o que ela tinha, mais que demorou muito tomando medicação, aproveitando a oportunidade, perguntou o que tinha acontecido na sexta feira, entre os dois, para ela até pedir a conta, Riven respondeu sério

- Nada! Ela perdeu o ônibus, ficou na pracinha no final da rua, olha, ela deu sorte.

- Essa menina é muito maluquinha mesmo, cheguei já era tarde, por sorte a vi e parei, pra ver se estava tudo bem.

- Por isso ficou doente, estava naquele frio a horas, chorando com medo de um cara.

- O segurança do posto de combustível, ela foi pedir informações, ele falou alguma bobagem lá.

- Ficamos conversando aqui, na sala e ela bebeu comigo.

Rigel sorriu intrigado, até se sentou

- Só isso?

- Ela achou que eu fosse você, pediu desculpas sei lá, por algo que aconteceu, me pareceu grave.

Riven sorriu pensativo

- Não tenho porque mentir pra você, foi muito constrangedor, pra ela.

- Bebeu demais e achou que eu queria alguma coisa, tentou me beijar e aí já sabe, bateu a ressaca moral depois, chorou envergonhada.

- Achei engraçado, não dei muita importância, porque bebeu e essas meninas, acham que todo homem legal, tem segundas intenções.

Rigel voltou deitar duvidando

- Sei, mais você beijou?

- Não seria nenhum sacrifício.

Riven jogou uma almofada nele

- Não, quero mais do que um rostinho bonito.

- E digo mais, se fosse uma mulher que me atraísse por completo, ainda eu ia pensar mil vezes antes.

- Ganhar uma namorada e perder uma babá, não dá pra mim.

- Acho que ela só quer sair por isso, essa história dos pais, não faz o menor sentido.

Rigel concordou, disse que queria uma babá daquelas pra ele, comentou que já tinha notado, que ela mentiu sobre onde morava, mostrou o perfil dela e dos familiares, Riven ficou pensativo, procurou no próprio celular

- O lado bom é que ela não sabe mentir, o ruim, é que eu não consigo confiar nela.

- Tem alguma coisa, eu não sei.

- Fiquei pensando que talvez seja melhor, que vá embora.

- Não sei se ela é sincera com o Amin ou é tudo fachada por interesse.

Rigel disse que não ia ser fácil encontrar outra e que o interesse óbvio, era no salário, algo normal e talvez no patrão também, Riven saiu da sala rindo, dizendo que aquilo nunca iria acontecer.

Foi acordar Amin, o arrumou para ir a escola e o levou, saíram brigando, porque ele queria ir ver a Sky e não deixaram.

Rigel ficou dormindo, decidiu não ir trabalhar cedo, Ivan saiu como de costume, Violeta levantou cedo, foi no quarto espiar Sky, levar o café da manhã, ver como estava, a acordou sem querer enquanto verificava a temperatura, ela levou um susto imenso, com medo de alguém ver a cicatriz no peito.

Violeta se desculpou, pediu para ela colocar o termômetro e comer, começaram conversar, Sky estava ainda muito indisposta, só queria dormir, nem a viu pegando a receita dos remédios, voltou descansar, sem ter como recusar todo o cuidado que estavam tendo.

Acordou na hora do almoço, com Amin batendo na porta que ia dá lavanderia para o quintal, ele estava gritando a chamando, ela pode ouvir ele correndo no quintal, dizendo ao tio que só queria vê-la um pouquinho, exagerado e atentado, fez um escândalo, até silenciar.

Ela logo se levantou, foi para a cozinha, todos estavam almoçando, Amin se levantou eufórico ao vê-la

- Viu, ela está maravilhosa já, né, lindona.

A abraçou, ela o pegou no colo, começou rir

- Agora sou lindona, é?

- Você já almoçou?

- Já tomou banho?

Ele disse que não queria fazer nada, sem ela, Violeta a chamou para almoçar, Sky sentou com ele no colo

- Obrigada. Não vou conseguir comer agora!

Olhou para Rigel, sorriu sutilmente

- Obrigada por me acompanhar.

Olhou para Riven sem jeito

- Obrigada por me deixar ficar, essa noite.

Ivan começou rir

- Difícil vai ser te deixar ir menina.

Ela sorriu sutilmente, começou ajudar Amin comer, ele começou debochar da comida da avó, comparando com as coisas que Sky fazia, foi falando como quem não queria nada, com um sorriso sapeca

- Falei na escola que na minha casa tem animais pra comer, de frutas, pãozinho, meu amigo queria muito ver isso tudo.

- Stai vamos fazer uma festa de pijamas, aí você faz um monte de coisas legais.

- Todo mundo vai querer ser meu amigo, só pra vim na minha casa comer.

Ela ficou com dó, pensando em como iria se despedir

- Aé, muito legal.

Ele se levantou as pressas eufórico

- Vou pegar o caderno, meu papai vai mandar recado pra mãe de todo mundo.

Parou no meio do caminho

- Não, eu não gosto de todo mundo.

- Vou chamar só quem é mais legal comigo.

Foi para o quarto correndo, Riven ficou pensativo

- Ele não tem amigos, pra ser sincero.

- Já vejo que essa história, vai dar dor de cabeça.

- Não vão vir. Skylar, pode dizer que não vai cozinhar, animais pra ninguém.

Ela respondeu séria

- Mais isso não vou mesmo, preciso ir pra casa. Hoje!

Violeta respirou fundo preocupada

- Poxa, como vamos falar com ele.

Olhou para Riven já repreendendo

- Porque ela tem que se despedir, né.

Antes dele responder, Amin voltou com o caderno, dizendo o que era para escrever, acabou comentando que uma menina da sala, mandou um bilhete daqueles, mais que não convidou ele, porque brigaram, quando ela disse que a mãe dele não existia mais, depois de morrer, e não estava no céu coisa nenhuma, Rigel respondeu tomando a frente de todos

- Ahhh mais nós não vamos convidar ela também e eu vou participar dessa festa cara.

- Vou comprar tudo o que você quiser.

- Pizza de queijo, brigadeiro, bolo de festa, bolinho de calabresa, carne, milk shake, refrigerante.

Começaram rir, Rigel cutucou Sky

- Você sabe fazer milk shake babá má?

- Não vamos deixar o nosso reizinho passar vergonha. Não é?

- O que mais você vai querer Amin?

Ele estava adorando, subiu na cadeira

- Tudo isso tio e panquecas, frutas, babá má você precisa de um pijama bonito e pantufas.

- Vózinha quero um pijama novo.

Sky não respondeu nada, ficou rindo de desespero, Riven o mandou ir guardar o caderno, esperou ele sair da cozinha, se levantou irritado

- Não vai ter festa do pijama.

- Skylar arruma as suas coisas, quando eu for voltar para o trabalho, te levo pegar o ônibus ou até a sua casa, onde preferir.

- Vou conversar com ele.