Capítulo 36

Quando os dois passaram, eles só continuaram rindo, estavam flertando desde que se encontraram, diferente de sempre ele estava querendo algo, até falou de levá-la embora, ela estava o chamando pra dormir com ela, já que a filha ia ficar com Amin.

Riven estava atraído, sempre a achou bonita, uma mulher forte, independente, Laine realmente era isso, só que também oportunista, vulgar, esnobe, ficava com várias pessoas, desde que tivessem boas condições, sempre atrás de alguém para a bancar no futuro, até com pessoas comprometidas ficava e Agnes a odiava por isso.

Porque certa vez, Laine ficou com o marido de uma amiga dela, e nunca escondeu o interesse no Riven, sempre sendo muito simpática, convidando Amin para ir fazer terapia com ela.

Se dizia muito sincera, mais na verdade era uma grande falsa, Rumi que não era muito diferente, a adorava, passou o último ano sempre tentando a jogar para o irmão, Rigel que sabia da má fama, até dizia brincando que o interesse de Laine no Riven, era só enquanto ele era casado, porque ela não foi feliz no casamento e queria destruir o de todo mundo.

Os dois não se davam bem, geralmente até evitavam de saírem juntos com Rumi, ela estava lá fora adorando ver o Riven flertar, torcendo para ficarem, Rigel estava jogando cartas com eles, falou com deboche que era festa do pijama e não do edredom, os dois estavam se beijando na cozinha, a mãe de uma das crianças, chegou para buscá-lo, ligou avisando e Rigel quem atendeu.

O menino ouviu o carro e Sky se levantou com ele, o deixou na sala, foi pegar algumas coisas pra ele levar embora, pelo silêncio não achou que tinha alguém na cozinha, quando viu os dois abraçados no cantinho, não deu pra voltar atrás, entrou na cozinha cabisbaixa desconcertada

- Licença, a mãe do Davi chegou.

- Vou pegar algumas coisas pra ele levar.

Começou mexer nas travessas pegando lanchinhos, doces, os dois estavam ainda próximos, Riven a soltou e ela se manteve abraçada, ele disse que já estava indo, atender o portão, Rigel entrou e viu também

- A mãe do medroso te ligou para avisar que chegou.

Riven foi para a sala

- Estou indo.

Rigel foi para o corredor dos quartos, Laine se aproximou de Sky

- Babá má, você fica de olho na minha princesa por favor?

- Te pago quando vier buscá-la.

Começou rir

- Preciso da noite livre, sabe como é né?

- Você não é cega, quem sabe vai ser babá de dois logo logo.

Sky ficou indiferente séria

- Não precisa pagar nada. E meu nome é Skylar!

Laine estava se sentindo ameaçada, muito arrogante, já tinha bebido o bastante para a máscara cair, sorriu com afronta

- Ok Skylar, e se eu te der umas roupinhas de segunda mão?

- Só um agradinho, apesar que você não deve gostar, prefere o estilo menininha, né?

- Esse pijama é tão fofo, a sua cara.

- Eu tenho tanta coisa boa que não uso.

Sky estava ignorando, já ia sair da cozinha, Laine virou o copo de vinho de propósito perto de Sky

- Aiiii desculpa. Você limpa pra mim querida, por favor?

Pegou o pote, foi para a sala rindo

- Eu levo para o Davi, pode deixar.

Sky respirou fundo, ficou com muita raiva, engolindo o choro, começou limpar, se sentindo humilhada, Rigel entrou na cozinha e tinha ouvido elas um pouco, do corredor enquanto mexia no celular, achou estranho o tom de voz e ao ver a cara de Sky, não teve dúvidas, se aproximou e ofereceu ajuda, perguntou se estava tudo bem, ela só disse não e sim, continuou cabisbaixa.

Rumi o chamou da porta, ele saiu, Sky voltou para a sala recolhendo as coisas, as quatro crianças já estavam dormindo com a televisão ligada, Riven estava no portão conversando, Laine havia saído, Sky voltou deitar, arrasada se sentindo humilhada, Riven entrou

- Vou dar uma saída, se precisar de alguma coisa, pode chamar a minha mãe.

- Obrigada Skylar!

Ela apenas disse " Tá ", desligou a televisão, deitou na ponta, perto de Amin, o acariciando, quando percebeu que foram embora, começou chorar, ficou muito triste, também enciumada, pensando que era muito idiota, de achar que alguém como Riven, teria olhos para ela.

Rumi foi a última a sair, Rigel entrou fechando a casa, quando foi espiar a sala, pode ouvir que ela estava chorando, ficou com dó, se abaixou atrás dela

- Sky, o que aconteceu?

Ela estava deitada se costas, na ponta do colchão, ele a tocou sutilmente no braço

- Você está bem?

- O que a Laine estava falando pra você, na cozinha?

Ela se sentou enxugando as lágrimas

- Nada. Eu estou cheia de problemas, não precisa me colocar em mais.

- É melhor sair daqui ou a sua mãe pode ver e pensar algo errado.

Ele se ajoelhou, a puxou para abraçar

- Vem aqui, ela não vai achar nada e se perguntar, eu falo o que aconteceu, porque eu ouvi.

- Não gosto dela, se acha melhor que todo mundo.

Ficou abraçado a acariciando no cabelo

- Não liga pra isso, a minha irmã é igualzinha, arrogante no último.

- Amanhã eu vou contar.

Ela estava correspondendo ao abraço, se sentindo vulnerável, se afastou

- Não fala nada, eu não quero criar conflito e ela está com o seu irmão.

- Promete que não vai falar?

- Se fizer isso, eu juro que nunca mais falo com você.

- Não quero mais problemas.

Ele sentou ao lado do tapete

- Ata e acha certo? Ela vir na nossa casa, desfazer de você?

- Mais nem se fosse a sua patroa, isso não existe.

- A Agnes nunca, trataria qualquer pessoa assim, e é por estar com o meu irmão, que ele precisa mesmo saber.

Ela estava chorando, ele se levantou

- Vem tomar uma água, um chá, ou vou chamar a minha mãe agora, pra te ver chorando e saber o porquê.

Ela se levantou, foi para a cozinha, pediu água, sentou no balcão passando a mão no peito, sentindo taquicardia

- Eu só estou estressada, não precisa dar tanta atenção, ao que acontece comigo.

Ele a serviu, sentou quase ao lado, com uma banqueta no meio

- Não é por você boba, é pela classe operária.

- Odeio esse tipo de coisas e meu irmão também não vai gostar.

- Porque não me conta, o que aconteceu na sua casa?

- É normal, que ainda apanhe?

- Desculpa perguntar, mais é que você é meio grandinha, né?

Ela estava mais calma, olhando para o copo fixamente

- Não é normal, acho que só apanhei duas três vezes na vida toda.

- Não culpo a minha mãe, ela está com problemas, meu pai eu não sei, se tem outra ou se só largou ela e começou ficar com a outra.

- Eles estão brigando muito e eu sei que a minha mãe está sofrendo, vão se divorciar.

- Eu não queria levar mais problemas pra casa, mas...

- Não consigo estudar, não é o que quero pra mim.

- Pessoas como você, nunca vão me entender.

Ele estava olhando pensativo

- Porque pessoas como eu?

- Você não sabe nada de mim, só conviveu comigo uma semana e bem pouco.

- Talvez se me explicar, até descubra que somos parecidos.

Ela sorriu com deboche

- Será? Em que realidade alternativa?

- Até parece Rigel, já conheci o suficiente pra saber.

- Você fala e faz o que quer, não se importa com a opinião dos outros.

- Sabe do que gosta e quem é.

Ele começou rir

- Uhum, pronto?

- Acha que na sua idade, eu era assim?

- Eu acho bem normal, que na juventude, a gente se sinta meio perdido, indeciso.

- São fases Sky, e quando chegar na minha idade, vai ter todas as suas respostas, que tanto procura.

- Mais preciso te adiantar, que as vezes não são o suficiente, porque quando somos novos, não sabemos o que queremos.

- E quando ficamos mais velhos, nem sempre podemos ir atrás, do que realmente queremos.

- Você não deve estudar algo, que não gosta, ou só vai perder tempo, porque não vai pra frente trabalhando com isso.

- Eu odeio estudar, não gosto de ficar preso em sala.

- Sou o oposto do meu irmão, ele sempre fez provas no meu lugar, inclusive, também adorava se passar por mim.

- Porque assim, podia fazer o que desse vontade, sem sentir o peso de não ser tão perfeito.

Ela se levantou, para pegar mais água

- E você também gostava, de se passar por ele?

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