Capítulo 37

Ele ficou mais sério, como quem pensava em algo importante

- As vezes, as pessoas sempre tratam a gente diferente, as vezes é bom, pra ver quem é quem de verdade.

- Você não é a única a se confundir, mais não tô falando do que aconteceu, entre nós.

- Você entregando seus segredos.

- Já tiveram coisas bem piores.

- Quando me cumprimentam ou falam algo que eu posso responder, eu só respondo normal, depois falo pra ele.

- E nunca vêem a gente como um só, é sempre o Riven e o Rigel, ser gêmeo não é pra qualquer um não.

Ela voltou sentar

- Não aconteceu nada, pra ser segredo, você gosta de me fazer sentir vergonha né?

- Eu bebi e entendi os sinais errados, eu faria isso com qualquer outra pessoa, só tentei beijar ele.

Ele começou rir

- Sei, quais sinais exatamente?

- Eu não perguntei nada a ele, achei que seria chato, por você, pelo modo que se desculpou comigo, por algo que fez.

Ela sorriu envergonhada

- Duvido que não ficam falando mal de mim, ainda mais você.

- Sinais ué, as vezes a gente acha que a pessoa está sendo legal, com segundas intenções, assim como você, me dando as coisas.

- Ele falou que meus olhos eram bonitos.

- Eu não costumo interagir com muitas pessoas e principalmente homens, mais velhos e bem resolvidos piorou.

- Sou muito sem noção as vezes, mais isso, já deve ter percebido.

Ele ficou olhando fixamente pra ela, com aquele sorriso que a irritava

- É, já notei. As pessoas dão sinais diferentes e nem todo mundo, que é legal, quer alguma coisa.

- Como você, demonstra que está interessada em alguém?

- Com uns olhos desses, como pode achar que os elogiar é dar cima?

- Pelo visto vou ter que te ensinar muitas coisas.

Ela desviou o olhar confusa, pensando que nunca o entendia de fato

- É são claros, mais é como se eu tivesse sido notada, como se ele me enxergasse.

- É lógico que sempre falam dos meus olhos, mais é diferente.

- Não sei atacar ninguém, eu não demonstro.

- Nunca cheguei em ninguém, quando partiu de mim, a minha amiga que foi falar.

Começou rir

- Mais não sou puritana tá, só tenho vergonha, medo de ser rejeitada, como fui, na única vez na vida, que tomei uma atitude.

Ele estava bebendo cerveja, levantou pegar outra

- Ah pra tudo tem a primeira vez, vamos fazer um jogo, bem legal.

Voltou sentar

- Como a gente ainda não se conhece bem, é legal.

- Cinco chances, verdade, pergunta, verdade, pergunta e o último cada um escolhe.

Mostrou a mão

- Eu começo, é verdade que você mentiu muito no currículo?

Ela balançou a cabeça que sim, ele abaixou um dedo

- Agora me pergunta, alguma coisa.

Ela ficou com um sorrisinho bobo

- Você acha que eu sou infantil?

Ele começou rir muito, tomou a cerveja

- Ah não exatamente, sei lá, a gente não tem que seguir um padrão comportamental, pra ser sincero, te acho um pouco ingênua.

- Que é algo completamente normal, pra sua idade, sua criação, essas coisas.

Abaixou o terceiro dedo

- É verdade que você, continua mentindo, sobre alguma coisa?

Ela sorriu desconfiada

- Não é verdade e pergunta, são só perguntas, qual o sentido disso?

Ele sorriu irônico

- Que na verdade, não pode mentir, na pergunta pode.

- Vou reformular aqui, o que mais você está escondendo de nós? E porque?

Ela respondeu séria

- A minha ficha criminal, porque eu preciso trabalhar.

- Porque você finge se importar comigo, sabe que não vai conseguir nada, né?

- Ser meu amigo, não faz sentido, nem tem lógica alguma.

Ele respondeu surpreso com a hostilidade

- Foram duas perguntas, não vou te responder como realmente gostaria, porque sei que não está muito bem.

- Se preferir, não dou mais a mínima pra você, passo tropeçando nas suas lágrimas da próxima e não faço nada.

- Como todos os chocolates, salgadinhos de casa e nem te ofereço.

- Você não vai querer conhecer o meu outro lado, babá má.

- Não é porque você não gosta de si mesma, que os outros não podem gostar.

Ela levou a sério, ficou sem jeito

- Desculpa! É melhor eu ir deitar.

Ele também se levantou, foi andando com ela debochando

- Vai chorar de novo?

Ela sorriu cabisbaixa

- Talvez. Sou meio sensível, não briga comigo, está vendo porque eu prefiro não conversar com ninguém.

Ele se aproximou a puxando para perto

- É sensível ou está?

- Me dá um abraço, não estou brigando e nem quero nada.

- Não fica pensando nas coisas ruins que aconteceram.

- Eu posso sim, querer sua amizade.

Ela o abraçou sem jeito pela proximidade, mais se sentiu acolhida

- Tá bom, obrigada por ser legal comigo.

Se afastou

- Foi muito bom poder conversar um pouco, não tô falando com a minha amiga direito, porque a amante do meu pai é tia dela, então.

- Estou sozinha, conversando comigo mesma e me dando péssimos conselhos.

- Se eu falar, que você me deixou triste, eu ganho alguma surpresa, essa semana?

- Um chocolate branco talvez, sorvete.

Ele disse rindo que sim, ela foi deitar rindo

- Você só briga comigo, estou arrasada.

- Boa noite!

Ele deu boa noite, foi deitar pensando no quanto ela era bobinha, já estava tarde, Riven foi levar Laine embora, ela morava só com a filha, já no caminho disse que ele precisava entrar, brincou dizendo que pais tinham poucas chances de estarem sozinhos, e naquela noite, ambos estavam.

Ele até gostou de ficar com ela, mais foi se irritando, achando muito oferecida, porque ele não queria só alguém para tra nsar e ela fingia ser certinha, nas conversas, defensora da moral e dos bons costumes, sempre reclamando de como os homens não prestavam.

E ele estava vendo de perto, como ela se comportava, igual as fofocas diziam, começou se sentir confuso também, não achando certo julgar ela, só por ser mulher.

Ele tinha bebido um pouco, e depois de perder Agnes, nunca mais dirigia depois de tomar nada, quando chegaram na casa dela, ele foi descendo junto, não tinha falado nada de que ia dormir.

Assim que entraram, ela o pegou pela mão, foram sentar no sofá, já trocando beijos e carícias, pelo calor do momento, ele se deixou levar, estava sem se relacionar com ninguém desde que ficou viúvo.

Antes que tudo acontecesse, ele disse que estava tarde e o filho com certeza ia acordar o querendo, dar trabalho a todos, acordar às outras crianças, ela estava no colo dele, respondeu o acariciando tentando abrir a calça

- Não é boa toda essa dependência dele, uma noite não fará mal algum.

- Também deixei a minha filha.

Ele a impediu sutilmente rindo

- Então, com a sua filha, você faz o que quiser.

A conduziu para sair de cima

- Da licença por favor.

- Com o meu filho, eu quem decido o que é melhor.

Falou rindo, mais foi sério o que disse, ela se levantou sem jeito, ele a beijou com muita vontade para se despedir, falou " até amanhã ", ela o acompanhou até o portão, disse que trabalhava com crianças e não quis dar palpite, na criação do filho dele, ele disse que o problema as vezes era ele mesmo e não o menino, foi embora frustrado consigo mesmo.

Mentiu porque não foi para casa de Violeta, inventou aquilo para evitar de dormir com Laine, foi para sua própria casa, pensando que estava se distanciando de Agnes, se arrependeu do que fez, até chorou por não conseguir lidar com a sua real situação.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo