Ele ficou sorrindo a olhando com o pensamento distante
- Não, nem um pouco. - Mais me explica melhor, porque os seus pais te prenderam tanto? - Não é normal, que não tenha aprendido andar de bicicleta, ido a festas e passeios escolares. O filme acabou, a bebida dela também, ela estava cada vez mais mole, bêbada, se encostou quase deitando o olhando fixamente - Eles queriam me proteger, de mim mesma e do mundo, porque eu não era saudável e aí criaram uma filha pamonha. - Medrosa, insegura, sem noção, as vezes eu fico me perguntando, como eu poderia ter sido. - Tipo, seria mais independente ou segura, até popular, ou pelo menos rodeada de amigos? - O mais engraçado é que quando as coisas mudaram e eu ganhei um pouco de liberdade, a única coisa que passei a sentir, é a minha vida caindo em queda livre. - Não me sinto completa ou parte de nada. - No último ano, me levanto todos os dias, sem saber quem eu sou. - Acho que eu era mais feliz, quando precisava só obedecer, porque aí podia colocar a culpa de tudo, nos meus pais. - Eles não entendem, como me sinto, vazia. - Parei de tentar explicar, sempre fui um fardo, agora que não precisam se preocupar tanto, eu tento não levar problemas pra eles. - Não sei se quero continuar, com a faculdade. Silenciou envergonhada, fechou os olhos, ele estava colocando outro filme - Tem que ser sincera, não vai largar tudo e ficar na bagunça, né? - Eles vão entender, chega uma hora na vida, que precisamos caminhar com as nossas próprias pernas. - Quando eu quis abrir a transportadora, meu pai não concordou, usei o dinheiro de uma recisão, fiz empréstimos, me endividei no último. - Não era o suficiente, meu irmão fez o mesmo, o dinheiro ele estava guardando a muitos anos, para viajar, tipo conhecer todos os países. - Era o maior sonho da vida dele, dar a volta no mundo. - Eu prometi dar dinheiro a mais, quando o negócio descolasse. - Ele entrou como sócio, meio a meio. - A namorada de longa data, terminou tudo, eles iriam casar fora do Brasil, fazer a viagem juntos, como lua de mel. - Foi bem difícil, ele sofreu demais, ela não quis entender ou tentar se conciliar. - Queria que ele escolhesse, ela ou eu. - Ela nunca gostou muito de como éramos próximos. - Eu me culpo bastante por isso, porque depois ele nunca mais teve um relacionamento igual e eu comecei a namorar, casei. - Fui viver a minha vida e ele ficou parado, sem interesse de construir uma família, pegou aversão a idéia de ter filhos. - Gasta muito, atoa com festas, viagens e toda vez que eu tento conversar, aconselhar, ele j**a na minha cara, que perdeu a chance da vida dele, pra realizar o meu sonho. - E agora ele não tem mais os interesses de antes, de quando as condições financeiras eram diferentes. - No fundo ele nem gosta da transportadora, é complicado. - Agora que as condições são melhores, já não importam tanto. - Está dormindo Skylar? Ela abriu os olhos - Não! Só pensando, não é culpa sua, talvez o relacionamento dele nem estava bom. Riven sorriu percebendo que ela estava bêbada - Na verdade, estava ótimo, o relacionamento. - Você não tem medo? Das coisas que faz? Ela sorriu deduzindo que era um flerte - Não sei, ultimamente ando só com medo de mim. Arqueou as sobrancelhas com deboche, o olhando nos olhos - Das minhas vontades, meus picos de coragem. Ele não desviou o olhar, reparando na postura dela, completamente diferente de sempre - Deveria ter mesmo e tomar mais cuidado. - Você tem namorado? Tem alguém? O olhando fixamente ela sorriu cheia de segundas intenções - Não. Sou bem tranquila em relação a isso! - Apesar de parecer padrão, não sou o tipo que eles gostam. - Porque tenho muita vergonha, de tudo, perto de quem eu não me sinto a vontade. - Já ouviu a história do alarme em carro velho? Ele disse que não conhecia, ela começou rir - É inútil, como olhos bonitos, em pessoas feias. Ele estava sentado virado para ela, tirou o cabelo dela de seu rosto sutilmente, intrigado com o modo dela sair rapidamente de menina vulnerável tímida, para uma mais desinibida - Seus olhos realmente são lindos e você também, porque... Ela achou que estava rolando um clima, agiu no impulso e o beijou, estavam muito perto, ele não pode evitar totalmente, sutilmente a afastou desconcertado rindo - Skylar isso é muito inadequado. Ela o tocou acariciando o peito, barriga, chegando mais perto, dando outra investida - Não é! Não vou contar, a ninguém. Por alguns instantes ele realmente quis aquilo, estava carente, sozinho desde que tudo aconteceu, a achava muito bonita, sendo racional como sempre, se manteve indiferente, foi a afastando com jeitinho - Você bebeu demais, é melhor a gente ir deitar. Ela começou rir, ainda próxima completamente sem noção - Juntos? Ele se levantou a evitando - Não! Foi pegando as coisas, levou para a cozinha, respirou fundo confuso, pensando que estavam sozinhos e talvez, sereia bom deixar rolar, também percebeu que no fundo, ela não era tão bobinha quanto parecia. Mais também imaginou, que poderia ter problemas, por tê-la deixado bêbada, caso ficassem e depois ela viesse a falar, que ele a embebedou de propósito, para usá-la, até abu sar. Ela ficou sem reação, muito constrangida deitada na sala, ao perceber que errou em se oferecer daquela forma, se sentiu muito inferior, ridícula, por ter sido rejeitada, ficou de barriga para baixo, escondendo o rosto nos braços. Ele voltou para a sala, um pouco sem jeito, desligou a televisão, olhando ela, sem saber se estava acordada ou não - Skylar? Tudo bem? - Precisa de ajuda, para ir pro seu quarto? Ela se levantou sem conseguir olhar pra ele - Não! Eu consigo. Quando foi colocar os chinelos, no escuro, acabou se desequilibrando e caiu, mal conseguia levantar, ele se aproximou rindo - Tudo bem? - Eu te ajudo, machucou? A pegou pelo braço, ela começou chorar, se soltando - Me desculpa! Foi indo para a lavanderia cambaleando, ele foi atrás - É melhor deitar no quarto do Amin, vem aqui. Se aproximou a conduzindo, pensando nas câmeras, para sua própria segurança - Tudo bem, essas coisas acontecem, você bebeu muito e se confundiu. Não foi nada! Entrou junto no quarto, a colocou na cama, ela continuou chorando sentida, deitada de costas - Eu não deveria estar aqui, ninguém vai gostar de mim mesmo. - E ela? Será que me queria aqui? - Não vai me ajudar. Ela vai ficar brava comigo! Ele ficou com dó, sentou na beirada da cama, acariciando o cabelo dela, perguntou de quem ela estava falando, Sky adormeceu profundamente.Por sorte não disse mais nada, ele foi dormir no quarto ao lado, ficou atento, para ver se ela não iria passar mau, levantou por volta das nove horas, foi espiar, ela estava dormindo, as horas foram passando, ele arrumou a cozinha, comprou comida, arrumou a mesa, foi chamar ela, a acordou tocando no braço sutilmente - Skylar, acorda, vamos almoçar. - A sua família deve estar preocupada. - Já é uma hora da tarde. Ela despertou desorientada sonolenta, sem saber a onde estava, o que tinha acontecido, havia sonhado com ele, Amin e Agnes, foi sentando confusa - Oi. Ele sorriu apreensivo - Oi, tudo bem? Como está se sentindo? Ela foi levantando se sentindo um pouco tonta - Mau. Nunca mais eu vou beber! Foi direto para a lavanderia, tirou as blusas no quarto, pegou as coisas para ir tomar banho, muito indisposta ainda vomitou, se lembrava de ter tentado o beijar, mais não exatamente tudo o que conversaram, ficou com medo de ter falado o que não devia. Arrumou
Rigel se aproximou, encostou ao lado dela - Se não vai estudar, é melhor que trabalhe, não?- Você precisa contar aos seus pais, pra depois ver o que vão achar. Violeta deu a volta no balcão - Isso menina. A abraçou consolando - Não vai se precipitando, as vezes seus pais vão gostar da novidade. - Vamos falar com eles, o que acha?Sky estava enxugando os olhos marejados, constrangida - Não vai adiantar, também é longe, vou perder um dia da folga, só indo e vindo, eu sinto muito.Violeta disse que ela estava muito quente, foi pegar o termômetro, Sky engoliu o choro sentida - Só vim me despedir. Olhou para Rigel, achando que era o irmão - Posso me despedir dele?- Não quero o deixar pensando, que foi abandonado por mim. - Ou que eu desisti, por causa dele.- Não é por isso e nem pelo o que aconteceu entre nós na sexta feira. <
Ela ficou emotiva, enxugou os olhos - Você me daria o emprego, se soubesse?Ficou séria, o " enfrentando " - Você só deu, porque a outra desistiu. - Sei que não fui sua primeira escolha. - Até acho que vai gostar, que eu desista.- Assim não precisa se dar ao trabalho de me dispensar e pode colocar a culpa em mim.- E ficar bem com ele. Só depois de falar, ela percebeu que não deveria, ele ficou até sem reação, com a grosseria, se levantou pensativo - Isso não é verdade Skylar. - Não foi honesta porque não quis.- Vou falar com a minha mãe, ver como ele está e já volto. Ela ficou cabisbaixa pensativa, Violeta largou Amin no banho, para ir no quarto conversar com Riven, ele estava irritado, confuso, fechou a porta do quarto - Mãe o que acha?- Não consigo confiar nela.Violeta estava suspeitando dos dois filhos, respondeu com ironia
Ela disse que não, sorriu sutilmente, entraram juntos, ele sentou na sala de espera, quando ela terminou de dar a entrada na recepção, sentou ao lado dele- Pelo menos não está cheio, né? Abaixou a cabeça apoiando nas mãos, cobrindo o rosto, ele concordou, começou ficar preocupado olhando a situação dela, a puxou para se encostar - Já vão chamar, quer água? Ela não quis a água, se encostou sem nem questionar, não disse nada mais já estava com medo, de piorar, algo ruim acontecer, ficou segurando a mão dele, passou na triagem e voltou sentar, logo foi chamada, estava com a saturação baixa, ficou horas lá dentro sozinha, ele ficou trocando mensagens com o irmão, ambos preocupados pela demora. Quando ela saiu de madrugada, ele se levantou, já foi pegando nela a amparando, perguntou se estava melhor e liberada, ela disse que sim, se fez de dopada para não dar detalhes do que aconteceu, ainda mentiu dizendo que lá dentro estava lotado.
Amin não voltou rápido, os dois se fecharam no quarto, Sky foi para seu quarto com vontade de chorar, deixou tudo arrumado, estava sentada esperando com o pensamento distante, se perguntando o que Agnes faria em seu lugar, já que era uma mulher forte e decidida. Rigel se aproximou sorrateiro, bateu na porta que estava aberta - Posso falar com você? Babá má?Pelo sorriso, ela soube quem era, se levantou enxugando os olhos marejados - Sim. Ele estava com uma pulseira feita a mão, nas mãos, mostrou para ela- Eu trouxe de viagem, pra você, deixei aqui na cama, aí fiquei com raiva e peguei de volta. - Já que vai embora, vou te dar, de novo. - Pra não ir achando que não sou legal. Ela sorriu surpresa, chegando mais perto da porta- Trouxe mesmo pra mim? Porque?Pegou na mão olhando com deboche - É tão simples, pra dar a alguém interesseira. - Foi feita por mendigo
Sky travou, ficou olhando sem saber como explicar, seu pai entrou no meio - Ela vai falar, é lógico que não fez nada errado. - Conta filha, como conseguiu esse celular novo? - Estava trabalhando? Dariele se aproximou, a pegou pelo braço com força - Ela vai mentir. Quero saber quem te deu isso? Sky se encolheu com medo de apanhar - Não vou mentir, eu estava trabalhando de babá, eu juro. - Para por favor mãe, está me machucando. - Pode perguntar pra Tai, ela sabe de tudo. - Meu celular estragou, porque o menino jogou na água, me deram esse. Foi indo para o quarto, pegou o celular estragado - Olha aqui, é verdade eu juro. - Fiquei uma semana lá, eu ia contar. Todas as suas coisas estavam espalhadas em cima da cama, sua mãe já tinha olhado tudo, começou mexer na carteira, pegou um preservativo que sempre estava lá, jogou no rosto dela, com a carteira junto - Isso você não usou, eu juro por Deus, que se aparecer grávida aqui, eu lavo as minhas mão
Sky não viu o celular tocar, Amin tentou várias vezes, mandou um áudio revoltado chorando " Você é muito mentirosa babá má feia, tomara que nunca mais criança nenhuma gosta de você de novo, pra não ser abandonada igual tá fazendo comigo. Traidora, odeio você infinito pra sempre... Riven estava o procurando, o pegou no flagra, tentou tomar o celular de sua mão - O que está fazendo Amin? O menino saiu correndo, começou a fazer um escândalo, quase jogou o celular na piscina, correu pelo quintal todo, só parou quando Riven ameaçou bater nele e falou da festa do pijama, como se fossem realmente fazer. Sky já tinha jantado, entrou no quarto para pegar um remédio, voltou para a cozinha mexendo no celular, ouvindo o áudio, deu pra perceber que tomaram o celular dele, antes dela responder, a mensagem foi apagada, ela ficou emotiva com dó, estavam digitando, ela preferiu esperar, Riven ia mandar mensagem e desistiu. Ficou muito bravo, foi dar atenção para Amin, depois de o deixar sozi
Amin ficou olhando sério, voltou para assistir desde o começo, Rigel se sentou mais não pegou o celular de volta - Eeeeee menino, o que foi? - Vem deitar aqui com o tio. Amin continuou assistindo várias vezes, sério - A babá má não gosta de mim né tio, eu sei. - Tá todo mundo mentindo. - Se ela queria ir embora de babá, porque cansou de cuidar de mim, era só ir, mais podia ser minha amiga. - Me trazer frutas, igual aquela vez. - Me ligar se mora longe e a gente tem carros, até caminhão, dava pra ir buscar ela, não é tio? Violeta ouviu a conversa, chamou Riven para espiar, eles estavam na cozinha, Rigel puxou Amin para sentar perto - Vem aqui, vamos conversar. - O Tio não fica mentindo pra você, nós somos parceiros cara, não é? - Devolve o celular do tio por favor. - Chega de ficar