Violeta nem deixou Rigel responder
- Já deu vocês dois, quanta besteira. - Até o menino ter idade, ela já vai tá com a vida feita, ter família, se Deus quiser. - E nenhum homem dessa casa, vai ficar de graça com a menina, ou vai? Rigel saiu da cozinha rindo, Riven ficou irritado - Não quero ele atrás da Skylar, depois da errado, vai prejudicar a mim. - Vocês sabem como ele é, adora arrumar sarna pra se coçar. - Tô pra ver os pais dela vindo bater aqui, reclamar. Ivan disse que o filho só estava brincando, Riven foi para o quarto, Violeta falou baixinho ao marido - Se é brincadeira, eu ainda não sei, mais que ele fica olhando, fica. - E ela não dá ousadia, não na minha frente, o olho dela tá grudado no Riven, mas só quando ele não tá vendo. - Repara pra ver, quando ele passa, o olho dela fica grudadoooo. Começou rir - Os dois são iguais, mais só um que chama a atenção dela. Logo o pior! - Vamos ficar de olho, aqui dentro não quero safadeza, mais fora, não temos como controlar nada. - Ela tem cara de quietinha, bobinha, mas como dizem, são as piores. Ivan concordou, disse que não tinha notado nada ainda, além do quanto ela era gentil, os dois foram para o quarto deles. Riven tomou banho e voltou para a sala, de camiseta e shorts, só porque ela estava lá, caso o contrário, ficaria só de shorts, foi sentar com eles, perguntou o que ela queria explicar, sobre o celular, ela respondeu apreensiva - Meus pais ainda não sabem. Apontou o Amin escondido - Disso, e da faculdade. - Então, não posso chegar com um aparelho novo, porque não tenho como pagar. - Mais eu vou contar, logo. Riven achou muito estanho - Mais qual o problema de você fazer isso? - Deviam estar orgulhosos, não? Ela respondeu cabisbaixa - Não confiam em mim, que eu consigo, fazer as coisas. - São super protetores, é só isso. Rigel entrou na sala, de shorts sem camiseta - Não tem pipoca? Ela olhou e virou o rosto rápido, ele no fundo adorava aquilo, flertar e constranger as pessoas, eram dois de seus passatempos favoritos, Riven disse que ela não ia fazer, mais nada pra ninguém, Rigel também sentou para assistir, começou falar do filme com Amin. Logo acabou, Riven foi pegando Amin sonolento no colo - Da boa noite e vamos deitar. Sky se levantou, foi indo para o quarto, deu boa noite para os três, tomou banho e foi deitar, pensando em Riven, imaginando o que ele estava pensando sobre ela. Quase não dormiu com medo de perder hora, no dia seguinte, levantou muito cedo, arrumou a mesa do café para todos, fez o que cada um mais gostava, bolo, torradas, salada de frutas, café, capuccino, suco, Riven levantou primeiro, quando viu não conseguiu disfarçar a surpresa, sorriu intrigado - Bom dia Skylar! - Passou a fada do café da manhã por aqui hoje? Ela estava tirando torradas do forno, sorriu apreensiva com medo dele chamar a atenção - Bom dia! Eu quis fazer alguma coisa diferente, pra vocês, porque é o meu último dia, da primeira semana. Passou por ele, foi colocar na mesa - E todos me receberam muito bem. - Desculpa ir mexendo em tudo. Ele se aproximou em pé olhando a mesa - Eles vão gostar, imagina, é muita gentileza sua. - Não precisa ficar cozinhando nada, que não seja para o Amin, nem limpando a cozinha. - Não lembro se já falamos, sobre o pagamento, tudo bem de quinze em quinze dias? - Até resolvermos a questão do registro? Ela ficou séria, achando que ia levar um puxão de orelhas, balançou a cabeça que sim, ficou esperando ele falar mais alguma coisa, evitando o contato visual direto, ele sorriu percebendo o quanto a intimidava - Se tiver qualquer dúvida, pode perguntar pra mim. - Já tomou o café? Puxou uma cadeira para ela - Senta pra comer comigo! - Não terminamos de conversar ontem. - Estava me falando sobre os seus pais. Ela foi se afastando o evitando, rindo - Ahhh já comi sim, obrigada. - Eles só se preocupam muito. - Eu vou contar, que estou trabalhando. Começou mexer com as coisas na pia, atrás de balcão - Só obedeço por respeito. Sorriu pensativa - Tem dias que dá vontade de ser como o Amin, gritar, rolar, jogar tudo no chão. - Por isso, não o julgo. - Só que se eu chutar o balde, vou ter que pegar depois, então, eu não chuto. Se aproximou da mesa - Quer patê, para comer com a torrada? - Só não sei do que, você gosta. Ele pegou o patê, pensando que nunca confiava, em quem tinha tanta necessidade de agradar aos outros - Como de tudo, não precisa se preocupar comigo, esse é um prazer, que eu não tenho mais, comer. - Vou levar e buscar o Amin na escola hoje, depois do almoço, ele tem natação, acho que você só precisa organizar as coisas dele, ajudar a minha mãe. - Ele vai ficar fora no fim de semana, com a família da Agnes, aí vocês arrumam a mochila, com um pouco de tudo. - Provavelmente até a tarde, vão ter feito tudo o que precisa e você está liberada, não precisa esperar ele chegar. - Pode ir para casa! Ela ficou olhando pensando no que faria para ir embora sem celular, agradeceu, foi acordar o Amin, o levou tomar café da manhã, Riven foi chamar aos outros, pediu para comerem juntos, já que a Skylar tinha arrumado a mesa, para se despedir de todos, ficou rindo pelas costas dela, dizendo que ia fugir e não voltar. Enquanto Amin comia, os outros foram sentar a mesa, tinham muitas coisas, ficaram elogiando bastante, Violeta insistiu para Sky sentar junto, perguntou se ela estava animada para o fim de semana, ela disse que não muito rindo, Riven sorriu com afronta - Ela não contou aos pais, que largou a faculdade pra ser babá. - Skylar se você quiser, eu posso te levar pra casa e falar com eles, me apresentar, levar o Amin junto. - Pra saberem que somos pessoas de bem. Rigel entrou na conversa rindo - E que não vamos te sequestrar, escravizar. Sky começou comer para não responder, sorrindo desesperada, porque além de não morar lá onde colocou no currículo, iria passar vergonha e ser desmascarada, porque os pais falavam da saúde dela, para todos sempre e principalmente das limitações criadas por eles. Apenas disse que não era necessário, foi mexer na lancheira de Amin, para sair da mesa, Riven já soube qual era o ponto fraco dela e imaginou, que lá, saberia pelo menos, o tipo de pessoa que ela realmente era. Primeiro saíram Riven e Amin, que foi para a escola revoltado, porque ficaria o resto do dia sem a babá, depois Rigel e Ivan, Violeta começou limpar a casa, Sky ajudou para enrolar mais tempo ficando lá, ajudou com o almoço também. Violeta contou que iria passar o fim de semana fora, estava eufórica por isso, iriam viajar ela, Ivan, Rumi e Rigel, para a casa de familiares. Sky arrumou as coisas de Amin, enquanto todos almoçavam, ele se despediu a enchendo de beijos, foi para a natação com o pai, Violeta estava arrumando as coisas no quarto, Sky já tinha arrumado as dela também, mais a tarde, pediu para usar o celular de Violeta, ligou para Tainanda, que não atendeu, resolveu mandar mensagem " Tai é a Sky. Meu celular quebrou, vou embora hoje mais tarde, pra aí, vou ficar na república, não vou pra casa esse fds, se a minha mãe perguntar de mim, fala que eu saí, fui no mercado. Quando eu chegar a gente conversa, não responde nada aqui, esse número é da minha patroa!!!! " Achando que ela ia logo chegar, Tai só fez o que Sky pediu, ficou esperando ansiosa e preocupada. Sky foi tomar banho, colocou calça jeans, tênis, blusa de moleton, deixou quase tudo o que levou, no quarto, guardado no armário, somente com o cartão de crédito, ficou pensando em como ir para o terminal rodoviário, sem Violeta saber, quando viu Theodor no quintal prestes a ir embora, resolveu pedir uma carona, saiu lá fora para oferecer água gelada, ele estava terminando de guardar as coisas no carro, nem tinha a visto ainda, ela se aproximou apreensiva - Oi tudo bem? Trouxe água! Ela pegou o copo, sorriu simpático - Melhor agora e você? - Achei que não estava aí, foi muito solitário o meu trabalho hoje. Ela sorriu como quem queria flertar, sem levar jeito algum - Bem, ah, estava arrumando as minhas coisas. - Vou embora, passar o fim de semana em casa! - Pra que lado você vai? - Depois daqui? - Isso vai parecer bem estranho agora, mas, meu celular estragou, não consigo pedir um Uber. Ele devolveu o copo a olhando fixamente - Quer pedir do meu?Desconcertada ela balançou a cabeça que sim, ficou corada de vergonha, ele começou rir - Tô brincando, quer carona né? - Bora lá, eu te levo. Ela começou rir sem jeito - É, não vou te atrapalhar? Ele disse que não, ela entrou correndo pegar as coisas, foi no quarto de Violeta se despedir, contou que ia pegar uma carona, Violeta a acompanhou até o portão, brincou dizendo que era pra ele a levar com cuidado. Assim que entraram no carro, Sky falou que ia encontrar uma amiga no terminal rodoviário, ele nem suspeitou de nada, começou falar sobre o trabalho, onde morava, uma festa que ia no sábado, foi muito gentil e a deixou na frente do terminal, não falou nada sobre ficarem, por achar que ela tinha alguém. Sky o agradeceu, só respirou aliviada quando desceu do carro, foi ver quais eram os horários de ônibus, o último tinha acabado de sair, se sentindo muito burra, por não ter ligado antes, ela ficou sentada pensando, pediu um celular emprestado para uma moça, Tai já a
Ela concordou sem dizer nada, foi indo atrás com receio de algo acontecer entre eles, apesar de estar um pouco obececada por ele, não sabia como iria reagir, caso ele tentasse fazer alguma coisa, até porque suas poucas experiências, foram com rapazes de sua idade, nunca com um homem de verdade. Ele ligou a televisão, ela sentou quase no meio do sofá, molhando a boca na taça, ele sentou ao lado - Quer escolher? O filme? Ela disse que não, ele começou escolher - É bom que tenhamos um tempo a sós, para nos conhecermos melhor, né? - No dia a dia, é tudo sempre muito corrido e tem o Amin, no nosso meio. - Não está forte, bebe mais para esquentar, quando esfria, eu adoro tomar conhaque, até puro, antes de dormir, é ótimo. Ela sorriu sutilmente, tomou um gole maior, reparando nele, parecia diferente, mais comunicativo, simpático, como se pela primeira vez, estivesse a enxergando de fato. Ele estava arquitetando um plano contra ela, aquela oportunidade pareceu perfeita,
Ele ficou sorrindo a olhando com o pensamento distante - Não, nem um pouco. - Mais me explica melhor, porque os seus pais te prenderam tanto? - Não é normal, que não tenha aprendido andar de bicicleta, ido a festas e passeios escolares. O filme acabou, a bebida dela também, ela estava cada vez mais mole, bêbada, se encostou quase deitando o olhando fixamente - Eles queriam me proteger, de mim mesma e do mundo, porque eu não era saudável e aí criaram uma filha pamonha. - Medrosa, insegura, sem noção, as vezes eu fico me perguntando, como eu poderia ter sido.- Tipo, seria mais independente ou segura, até popular, ou pelo menos rodeada de amigos?- O mais engraçado é que quando as coisas mudaram e eu ganhei um pouco de liberdade, a única coisa que passei a sentir, é a minha vida caindo em queda livre. - Não me sinto completa ou parte de nada. - No último ano, me levanto todos os dias, sem saber quem eu sou. - Acho que eu era mais feliz, quando precisava só obedecer, porque aí p
Por sorte não disse mais nada, ele foi dormir no quarto ao lado, ficou atento, para ver se ela não iria passar mau, levantou por volta das nove horas, foi espiar, ela estava dormindo, as horas foram passando, ele arrumou a cozinha, comprou comida, arrumou a mesa, foi chamar ela, a acordou tocando no braço sutilmente - Skylar, acorda, vamos almoçar. - A sua família deve estar preocupada. - Já é uma hora da tarde. Ela despertou desorientada sonolenta, sem saber a onde estava, o que tinha acontecido, havia sonhado com ele, Amin e Agnes, foi sentando confusa - Oi. Ele sorriu apreensivo - Oi, tudo bem? Como está se sentindo? Ela foi levantando se sentindo um pouco tonta - Mau. Nunca mais eu vou beber! Foi direto para a lavanderia, tirou as blusas no quarto, pegou as coisas para ir tomar banho, muito indisposta ainda vomitou, se lembrava de ter tentado o beijar, mais não exatamente tudo o que conversaram, ficou com medo de ter falado o que não devia. Arrumou
Rigel se aproximou, encostou ao lado dela - Se não vai estudar, é melhor que trabalhe, não?- Você precisa contar aos seus pais, pra depois ver o que vão achar. Violeta deu a volta no balcão - Isso menina. A abraçou consolando - Não vai se precipitando, as vezes seus pais vão gostar da novidade. - Vamos falar com eles, o que acha?Sky estava enxugando os olhos marejados, constrangida - Não vai adiantar, também é longe, vou perder um dia da folga, só indo e vindo, eu sinto muito.Violeta disse que ela estava muito quente, foi pegar o termômetro, Sky engoliu o choro sentida - Só vim me despedir. Olhou para Rigel, achando que era o irmão - Posso me despedir dele?- Não quero o deixar pensando, que foi abandonado por mim. - Ou que eu desisti, por causa dele.- Não é por isso e nem pelo o que aconteceu entre nós na sexta feira. <
Ela ficou emotiva, enxugou os olhos - Você me daria o emprego, se soubesse?Ficou séria, o " enfrentando " - Você só deu, porque a outra desistiu. - Sei que não fui sua primeira escolha. - Até acho que vai gostar, que eu desista.- Assim não precisa se dar ao trabalho de me dispensar e pode colocar a culpa em mim.- E ficar bem com ele. Só depois de falar, ela percebeu que não deveria, ele ficou até sem reação, com a grosseria, se levantou pensativo - Isso não é verdade Skylar. - Não foi honesta porque não quis.- Vou falar com a minha mãe, ver como ele está e já volto. Ela ficou cabisbaixa pensativa, Violeta largou Amin no banho, para ir no quarto conversar com Riven, ele estava irritado, confuso, fechou a porta do quarto - Mãe o que acha?- Não consigo confiar nela.Violeta estava suspeitando dos dois filhos, respondeu com ironia
Ela disse que não, sorriu sutilmente, entraram juntos, ele sentou na sala de espera, quando ela terminou de dar a entrada na recepção, sentou ao lado dele- Pelo menos não está cheio, né? Abaixou a cabeça apoiando nas mãos, cobrindo o rosto, ele concordou, começou ficar preocupado olhando a situação dela, a puxou para se encostar - Já vão chamar, quer água? Ela não quis a água, se encostou sem nem questionar, não disse nada mais já estava com medo, de piorar, algo ruim acontecer, ficou segurando a mão dele, passou na triagem e voltou sentar, logo foi chamada, estava com a saturação baixa, ficou horas lá dentro sozinha, ele ficou trocando mensagens com o irmão, ambos preocupados pela demora. Quando ela saiu de madrugada, ele se levantou, já foi pegando nela a amparando, perguntou se estava melhor e liberada, ela disse que sim, se fez de dopada para não dar detalhes do que aconteceu, ainda mentiu dizendo que lá dentro estava lotado.
Amin não voltou rápido, os dois se fecharam no quarto, Sky foi para seu quarto com vontade de chorar, deixou tudo arrumado, estava sentada esperando com o pensamento distante, se perguntando o que Agnes faria em seu lugar, já que era uma mulher forte e decidida. Rigel se aproximou sorrateiro, bateu na porta que estava aberta - Posso falar com você? Babá má?Pelo sorriso, ela soube quem era, se levantou enxugando os olhos marejados - Sim. Ele estava com uma pulseira feita a mão, nas mãos, mostrou para ela- Eu trouxe de viagem, pra você, deixei aqui na cama, aí fiquei com raiva e peguei de volta. - Já que vai embora, vou te dar, de novo. - Pra não ir achando que não sou legal. Ela sorriu surpresa, chegando mais perto da porta- Trouxe mesmo pra mim? Porque?Pegou na mão olhando com deboche - É tão simples, pra dar a alguém interesseira. - Foi feita por mendigo