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Capítulo 2: Por que a Alice me abandonou?

“Martim Monterrey”

Eu insisti com o Emiliano e ele enfim atendeu ao meu pedido, me levou para a casa da Mônica, mas não me deixou entrar sozinho. A Mônica morava com a mãe, o pai já havia falecido há muitos anos, e foi a mãe dela quem abriu a porta.

- Martim? – A mãe dela me olhou como se eu fosse um fantasma, isso me deu a certeza de que a Mônica sabia mesmo de tudo.

- A senhora não foi ao meu casamento, Dona Teresa! – Falei em um tom sarcástico. A mulher tremeu ao me olhar. – Onde está a sua filha?

- Martim, a Mônica não conseguiu impedir a Alice. – A dona Teresa logo tentou defender a filha.

- Ah, a senhora também sabia! É claro, o corno é o último a saber sempre! – Eu dei uma risada sem nenhum humor. – Onde está a cadela da sua filha?

- Eu não admito que você fale assim da minha filha! – Dona Teresa tentou se impor, mas eu não dava a mínima pra ela.

- Não se preocupe, eu mesmo a procuro. – Entrei na casa e estava prestes a subir as escadas para procurar aquela falsa da Mônica, mas ela apareceu no alto antes que eu subisse o primeiro degrau.

- Não se incomode em me procurar, Martim, eu estou aqui! – A Mônica desceu as escadas como se fosse a dona do mundo e eu queria torcer o pescoço dela. Quando ela chegou ao andar de baixo ela parou em minha frente com o olhar desafiador.

- Eu quero saber de tudo. – A encarei. Ela estendeu a mão e indicou o sofá na sala.

- Melhor sentar. – Ela sorriu, um sorriso frio e debochado.

Eu entrei e me sentei, o Emiliano me seguiu e então a Mônica se sentou calmamente em minha frente e cruzou as pernas. Me encarou por um segundo e então falou.

- Você vai me demitir, não vai? Independente do que eu saiba, independente do que fiz ou não? – Ela ainda se atreveu a perguntar.

- Ah, pode apostar que você não põe mais os pés na minha empresa! – Respondi com um sorriso amargo.

- Mas a empresa não é só sua! – Ela sorriu e olhou para o Emiliano.

- Se o Martim disse que você não põe mais os pés lá, Mônica, é porque você não põe! – O Emiliano me apoiou como eu sabia que ele faria.

- Ah, dane-se! – Ela falou com desdém. – Eu já tenho uma proposta para ir trabalhar para o seu concorrente mesmo! Mas vou te avisar, Martim, vou levar seus clientes! – Ela sorriu maquiavelicamente.

- Isso nós veremos! – Eu não estava dando a mínima para o que ela falava, só queria saber sobre a Alice.

- Fui eu quem apresentou a Alice e o Estevão. – A Mônica começou a falar e se ela não fosse uma mulher eu teria quebrado a sua cara. – O Estevão ficou interessado nela e eu o ajudei a conquistá-la. Sabe que não foi difícil. A Alice é uma idiota, estava com você só pelo dinheiro, porque você alavancou a empresinha medíocre do pai dela. Ela nunca te amou, Martim! – A Mônica deu uma risada.

- Há quanto tempo eles estão juntos? – Perguntei tentando controlar a dor que eu sentia rasgar meu peito.

- Deixa ver, foi no dia do seu último aniversário, na festa. Lembra que ela sumiu por um tempão? Pois é, ela estava transando com ele no banheiro. – A Mônica gargalhou. – Então tem uns oito meses!

Eu senti o ar ficando mais rarefeito e o meu peito parecia que ia explodir, mas eu não podia demonstrar fraqueza, não ali na frente dela.

- Ela teria terminado com você há muito tempo, mas o pai dela precisava de você para manter aquela empresinha dele de pé. Então ela decidiu ficar com você. Ela queria se casar, sabe. Ela não ia te abandonar no altar e depois de um tempo ela pediria o divórcio e levaria metade de tudo o que você tem. Era um plano perfeito. Mas o idiota do Estevão tinha que estragar tudo. Ele a convenceu a fugir, ele vinha falando sobre isso há muito tempo, mas hoje ela me ligou e disse que não ia se casar, eu até tentei convencê-la a não fazer isso, ainda não era a hora, mas ela não me ouviu, disse que o Estevão conseguiu um emprego excelente no México e iria embora com ele. Então ela foi! – A Mônica falava e era como se ela contasse sobre outra pessoa, não sobre a Alice que eu conheci e com quem fiquei por um ano e meio.

- México? – Eu estava tentando processar tudo o que ela disse, mas ela era impiedosa.

- Mas sabe porque ela foi? – A Mônica se inclinou para frente.

- Por que? – Perguntei e a encarei.

- Porque ela está grávida dele. – Essas palavras martelaram na minha cabeça e ficaram ecoando. – Ela descobriu ontem. E ela tem certeza que é dele porque vocês dois sempre se cuidaram, você sempre usou preservativo porque não queria um filho antes de se casar, queria casar e esperar um tempo antes de ser pai. E ela queria engravidar logo e garantir o futuro. Ela queria um filho seu, assim nem precisaria se casar, então parou de tomar a pílula, mas nunca conseguiu te pegar desprevenido. Só que o Estevão, esse nunca ligou para o preservativo e ela acabou grávida dele.

- VAGABUNDA! – Eu não me aguentei e dei um murro na mesa de centro a minha frente.

- Ah, Martim, dói não é mesmo? Ser desprezado, preterido, abandonado. – A Mônica me olhava com desgosto. – Você não deveria ter feito isso comigo. E ainda por cima, se apaixonou pela minha melhor amiga! Aquela sonsa fingida!

- Mônica, você não pode estar com raiva... – Eu a encarei percebendo todo o rancor em sua voz.

Pouco antes de conhecer a Alice eu fiquei com a Mônica, foi numa festa da empresa, eu acabei bebendo demais e a levei pra cama. Foi somente uma maldita noite! Mas aí eu conheci a Alice, num bar, onde eu fui me encontrar com uns amigos, a Mônica e a Alice estavam lá e eu me apaixonei.

- Com raiva por você ter me deixado? Ah, eu estou, Martim, eu sempre estive! – A Mônica declarou.

- Mas nós nunca tivemos nada sério, Mônica! Foi só uma noite! Eu conversei com você e você me disse que estava tudo bem, que tinha sido só diversão pra você! – Me custava a acreditar que aquilo era uma vingança.

- E o que você queria que eu dissesse? Que eu estava apaixonada? Não, eu não engoliria o meu orgulho assim, Martim. – Ela me olhava com ódio.

- Minha nossa, eu estive cercado de serpentes! – Levei a mão ao rosto. – Vamos sair daqui, Emiliano! Eu já sei de tudo o que eu precisava. Mônica, não precisa nem se preocupar de ir a empresa buscar nada, os advogados vão entrar em contato com você.

Me levantei e saí daquela casa. Minha vida havia sido destruída. A mulher que eu amava fugiu com outro, estava grávida dele e só estava comigo por causa do meu dinheiro.

- E agora, Martim, o que você vai fazer? – O Emiliano me perguntou quando entramos no carro, mas eu não tinha a resposta para a sua pergunta ainda. O que eu ia fazer?

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