Capítulo 4: Você de novo

“Abigail Zapata”

Estava tudo correndo tão perfeitamente bem! Até eu encontrar aquela besta no saguão do hotel. O que eu ia fazer? Aquele brutamontes arruinou o meu vestido e meu celular estava quebrado. Eu precisava de um celular novo e precisava de um banho. Eu estava prontinha para ir para o meu compromisso, comprei esse vestido especialmente para isso e agora ele estava destruído.

- O que eu faço agora? – Eu olhava para o funcionário do hotel e estava quase chorando.

- Senhorita, tem uma loja de celulares aqui perto, posso mandar o seu aparelho para o conserto, mas não deve ficar pronto hoje. Quanto ao vestido, podemos entregá-lo amanhã. Eu lamento por não conseguir ser mais rápido. – O funcionário me olhava até constrangido.

- Tudo bem. – Suspirei. Não tinha jeito, eu teria que improvisar. – Eu não posso ficar sem o celular, você acha que eles podem trazer um novo aqui pra mim?

- Com certeza, eu conheço o gerente de lá. Vou ligar imediatamente para ele. – O funcionário era prestativo e tinha uma voz tranqüilizadora.

- Eu vou tomar um banho e trocar de roupa. Quando chegar você pode me avisar que eu desço. Obrigada. – Me virei e saí dali.

Uma hora depois eu estava pronta de novo, mas nem de longe a roupa que eu usava era boa o suficiente. Eu vim à cidade apenas por um dia, eu encontrei um cliente à tarde, jantaria com o Emiliano à noite e no dia seguinte voltaria pra casa, então tinha apenas três mudas de roupa, a que eu usei durante o dia, o vestido que estava arrasado e a roupa que eu usaria no dia seguinte. O que me deixava como única opção a roupa do dia seguinte que era apenas uma calça preta e uma camisa branca sem graça e que não fariam o Emiliano finalmente reparar em mim.

Mandei uma mensagem do meu novo celular para o meu amigo e saí do hotel para encontrá-lo.

- Abi! Que bom te ver! Confesso que é uma grande novidade ver você aqui. Você nunca veio me visitar. – O Emiliano me abraçou e eu aproveitei para me demorar um pouco mais no seu abraço.

- Você decidiu morar muito longe de mim e o meu pai, bem, você sabe, faz milhares de exigências e está sempre ameaçando me deserdar. – Reclamei antes de me sentar.

- E desde quando você liga pra dinheiro? – O Emiliano sorriu.

- Não ligo! Mas a minha madrasta liga e de jeito nenhum que eu vou deixá-la ficar com tudo. Eu odeio aquela mulher!

- É, não tiro a sua razão, a Magda é uma mulher detestável. – O Emiliano e a minha madrasta se tratavam como em uma guerra fria e ela fazia o possível e o impossível para me afastar dele. – Agora me conta as novidades.

- Ai, Emi, me aconteceu uma coisa. – Contei para o Emiliano em riqueza de detalhes o desastre que me aconteceu no hotel. Meu amigo ria como se fosse tudo uma piada.

- Abi, já pensou se você e esse estranho se apaixonam? Já vi isso em filmes. – O Emiliano estava fazendo piada comigo, ele era sempre assim, fazia piada de tudo e estava sempre de bom humor.

- Deus me livre, Emi! Aquele homem é um grosso, mal educado, ignorante. – Mas mal sabia o Emiliana que o meu coração já tinha dono.

- Olha, quanto apelidinho carinhoso! – O Emiliano riu e eu joguei o meu guardanapo nele. – Mas a culpa foi sua mesmo, Abi, distraída no celular.

- Eu estava lendo a sua mensagem! – Eu protestei divertida.

No fim do jantar, o Emiliano e eu havíamos bebido duas garrafas de vinho e eu estava bem alegrinha. Ele me colocou em um taxi, se desculpando por não me levar, mas como sabia que iríamos beber ele não estava de carro. E eu me despedi do meu amigo com tristeza, pois não sabia quando o veria de novo.

Cheguei ao hotel, peguei a minha chave na recepção e fui para o meu quarto, pensando em cair na cama e dormir o sono dos justos. Mas, enquanto eu tentava colocar a chave na fechadura ela caiu da minha mão e eu me curvei para apanhá-la, foi aí que senti algo bater em mim e eu quase caí, fui salva por um braço em minha cintura que me segurou fortemente presa a um corpo masculino. Endireitei o meu corpo e me virei para ver o homem que estava com o braço preso em minha cintura.

- Você de novo, sua doida? – Era aquele homem grosso de novo, mas ele parecia mais manso, com a voz levemente pastosa e o hálito de quem andou bebendo.

- Você realmente não olha por onde anda! – Minha própria voz estava meio arrastada pelo efeito do vinho e eu espalmei as mãos naquele peito largo e firme. Aquele homem tinha músculos, muitos músculos.

- Você é quem estava aí abaixada, como se estivesse planejando me derrubar. – Ele retrucou. – Pelo menos não derramou nada em mim.

Ele abriu um sorriso de dentes perfeitos e brancos que faziam um belo conjunto com aqueles olhos verdes que pareciam ter um halo dourado em torno da pupila. Eu amava o Emiliano e esse homem era uma besta, mas eu não era cega, ele era lindíssimo. Aquele gigante mal educado se aproximou perigosamente de mim, quase como se fosse me beijar, fechou os olhos e aspirou.

- Sabe de uma coisa, sua doida, seu perfume é muito bom. – Ele falou e voltou a abrir os olhos, havia uma luz diferente neles, como se tivessem mudado de cor e o dourado ao redor da pupila foi quase totalmente engolido por um verde mais intenso. – Pena que é doida! – Ele falou e me soltou.

Eu precisei me apoiar na parede para não me desequilibrar. Ele me deu as costas e abriu a porta ao lado da minha e entrou. Mas era muita falta de sorte a minha, estar hospedada justamente no quarto ao lado do daquela besta! Mas era um homem lindo! Mas continuava sendo uma besta e eu ficaria feliz em não vê-lo de novo. Acabei me lembrando da piadinha do Emiliano e as suas palavras bateram em minha mente: “já pensou se você e esse estranho se apaixonam?”. Mas isso seria impossível, o meu coração já pertencia ao Emiliano, mesmo que ele não soubesse.

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