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Capítulo 8: Os detalhes do testamento

“Abigail Zapata”

A Magda estava de pé, com as faces vermelhas de raiva e o dedo em riste. Mas o testamenteiro não se deixou intimidar e se colocou de pé, dando um tapa seco na mesa que assustou a todos nós.

- Eu não terminei senhora. – O testamenteiro a encarou de forma severa e ela se calou. – Se a Abigail não se casar, todo o patrimônio será destinado a senhora. – Com isso aquela vaca riu, com certeza pensou que eu ficaria solteirona. E o testamenteiro continuou: – A senhora vai receber uma mesada mensal, assim como a Abigail, a quantia paga será a mesma para as duas, a diferença é que a sua será vitalícia se a senhora permanecer viúva, sem colocar outro homem em sua vida, seja como marido, amante, namorado ou amásio, caso isso ocorra a senhora perde a pensão imediatamente. Já a da Abigail cessa em um ano.

- Mas esse testamento é uma piada! – A cobra se manifestou outra vez. E eu era obrigada a concordar. Se eu não me casasse o meu pai cumpriria o prometido e me deixaria sem nada.

- Ainda não terminei, senhora! – Me pareceu que o testamenteiro já estivesse meio impaciente. – O Sr. Zapata determinou que vocês todos devem deixar a casa e os funcionários devem ser dispensados, sendo mantidos apenas os essenciais para a manutenção da casa em ordem. Nenhum dos imóveis pode ser ocupado ou visitado por nenhum de vocês, pois o patrimônio deverá ser preservado para quem o herdará.

- Aquele imbecil está me tirando da minha casa? – Ela estava roxa de raiva.

- Senhora, chega! Contenha-se! O testamento é muito claro. O Sr. Zapata deixou uma mesada generosa para a senhora, assim como para a filha, mas o restante do espólio não pode ser tocado e deverá ser administrado por mim e pelo Antônio Guerreiro. Ao final de um ano, se a Srta. Abigail não se casar, a senhora poderá tomar posse de tudo. Mas se ela se casar a senhora fica apenas coma mesada, desde que cumpra as condições. E para que a senhora e a senhorita não passem por nenhum sufoco, o Antônio providenciará de imediato o pagamento da mesada. – O testamenteiro falou em um só fôlego.

- Eu vou aos tribunais! Eu vou contestar esse testamento. – A minha madrasta gritou.

- Pode ir, mas ele é perfeitamente legal! Vocês não são obrigadas a nada, mas se quiserem colocar as mãos no dinheiro têm condições a cumprir. – O testamenteiro falou mais alto, fazendo a minha madrasta desabar na cadeira e agora sim ela estava chorando inconsolável.

- Bem, eu acabei de fazer a transferência dos valores das mesadas para as contas de vocês duas, podem conferir, por favor? – O Tony informou e eu olhei o meu celular. Era uma quantia bem generosa, eu certamente não precisava daquilo tudo.

- Quando nós temos que deixar a casa? – Perguntei sentindo a minha cabeça girar.

- Em até vinte e quatro horas após a leitura do testamento. Ou seja, até amanhã a essa hora. – O testamenteiro informou.

- Eu não vou deixar a minha casa! – A Magda gritou.

- Terá que deixar, senhora, pois qualquer uma das duas que descumpra qualquer condição do testamento perde o direito a herança, indo o patrimônio automaticamente para a outra. – O testamenteiro avisou.

- Aquele imbecil! Eu suportei por anos, suportei essa garota tola e mimada e agora ele me tira da minha casa? – A Magda estava completamente fora de si e revelou a sua verdadeira face, aquela que eu sempre conheci, mas o meu pai não.

- Testamenteiro? – O Enrico, filho da Magda, chamou a atenção do testamenteiro. – E para mim, o velho não deixou nada?

- Não, meu jovem, para você, que não tem nenhum parentesco com ele, ele não deixou nada. – O testamenteiro falou sem paciência e eu tive vontade de rir no meio daquele caos.

- Vamos, Enrico, vamos arrumar as nossas coisas! – A Magda estava furiosa.

- Senhora, por favor, assine aqui. Ah, e outra coisa, a senhora somente pode levar itens e documentos pessoais, não pode mexer no cofre e tampouco levar qualquer objeto da casa. O mesmo para você, senhorita. – O testamenteiro avisou e a Magda bufou e assinou o documento. – Meus dois funcionários vão acompanhá-los, para que possam atestar que as disposições testamentárias foram cumpridas.

Depois que a Magda e o Enrico saíram da biblioteca eu me virei para o testamenteiro e para o Tony.

- Eu posso ir para qualquer lugar? – Foi a minha primeira pergunta.

- Sim, desde que nós tenhamos o seu contato. – O testamenteiro respondeu.

- E eu não posso mesmo contestar o testamento? Olha, eu não ligaria se o meu pai tivesse mandado distribuir o dinheiro dele aos pobres, mas eu certamente não acho justo essa megera ficar com tudo.

- Numa remota possibilidade de você ter êxito na contestação, Abigail, você teria que dividir tudo com ela. – O Tony me informou. – Sinto muito filha, mas você tem um ano para se casar, se realmente não quer que sua madrasta fique com o que é seu por direito.

- Eu amava o meu pai, mas ele era um tirano! – Bufei.

- É, ele gostava que cumprissem a vontade dele. E ele já teria te casado com o Enrico se esse rapaz não tivesse se mostrado o inútil que é. – O Tony falou e me olhou com suavidade.

- Pelo menos ele não me obrigou a casar com ele. – Respondi.

- E o que você está pensando em fazer. Sabe que pode ir lá pra casa, Celina e eu te receberemos de braços abertos. – O Tony ofereceu e eu sei que seria bem vinda na casa dele, mas eu precisava conquistar o meu noivo, então teria que ir para outro lugar.

- Obrigada, Tony, mas eu vou embora. – Então olhei para o Emiliano ao meu lado. – Acho que vamos ser vizinhos! – Ele abriu um lindo sorriso pra mim.

- De novo! – Ele me respondeu, se lembrando de quando nos conhecemos.

Minha mãe tinha acabado de falecer quando eu conheci o Emiliano e os pais dele haviam se separado. Ele e a mãe foram morar ao lado da minha antiga casa, onde eu vivi até o meu pai se casar com a Magda. Eu me lembro de ter tentado fazer o meu pai se interessar pela mãe dele, mas foi em vão, meu pai não se interessava por mulheres comuns, e como ele mesmo me disse, a mão do Emiliano era uma mulher comum, mas era uma boa mulher, foi isso o que o meu pai não viu, o caráter, nem na mãe do Emiliano e nem na Magda.

Três horas depois eu estava de malas prontas para me mudar para outra cidade e finalmente tentar conquistar o amor da minha vida. Só tinha que ir até o meu atual emprego e pedir demissão. Então liguei para o meu chefe e expliquei a situação, e como ele era um velho amigo do meu pai, compreendeu que eu precisava de novos ares e me liberou do trabalho, concordando em resolver todo o resto com o Tony.

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