Contrato para o caos: amor à primeira briga
Contrato para o caos: amor à primeira briga
Por: Maria Anita
Capítulo 1: Abandonado no altar

“Martim Monterrey”

Eu estava na porta da igreja, nervoso e ansioso, esperando pela mulher da minha vida, a Alice. Nós estávamos juntos há um ano e meio e agora ela finalmente seria minha esposa, mas ela estava atrasada, muito atrasada para o nosso casamento. Eu nunca entenderia porque algumas noivas se atrasam.

- Calma, Martim, ela deve estar presa no trânsito, você sabe, o trânsito nessa cidade é horrível! – Meu melhor amigo e sócio, Emiliano Quintana estava ao meu lado tentando me fazer parar de andar de um lado para o outro.

- Ela está uma hora atrasada, Emiliano. Alguém conseguiu falar com ela? E se aconteceu alguma coisa? Ela pode ter passado mal, ter sido assaltada... – Coisas horríveis passavam pela minha cabeça. Eu não poderia suportar que nada de mal acontecesse a mulher que eu amava.

- Ninguém conseguiu falar com ela, por isso o seu irmão Ignácio foi até a casa dela verificar. Os pais dela também não chegaram e nem mesmo a Mônica e nós não estamos conseguindo falar com nenhum deles. Mas vamos manter a calma, hoje é um dia de festa, ninguém dá atenção ao celular quando está se preparando para um casamento. – Emiliano era sempre calmo e comedido, um otimista, um bom amigo que eu conhecia desde a infância.

O celular do Emiliano tocou e eu sabia que só poderia ser o meu irmão Ignácio, com certeza com notícias da minha noiva.

- É o Ignácio? – Perguntei assim que o Emiliano tirou o aparelho do bolso do paletó.

- Sim, é ele... – Nem esperei, estava quase desesperado, peguei o celular das mãos do meu amigo e atendi.

- Ignácio, o que houve? A Alice está bem? – Perguntei logo que atendi, eu estava nervoso e preocupado. Ouvi o meu irmão respirar fundo do outro lado da linha.

- Martim, me escuta com calma, a Alice está ótima, mas ela não vai se casar com você. – Meu irmão falava devagar, pronunciando cada palavra com calma e cuidado.

- Que absurdo, Ignácio! Claro que ela vai se casar comigo. Ignácio, me fala, o que aconteceu com a minha noiva. – Exigi num tom firme. Os convidados do casamento estavam todos por ali ao redor e ouviram o que eu disse, todos os olhos se voltaram para mim, mas eu não estava nem aí, era mais importante saber como a Alice estava. Mas o Ignácio fez uma pausa que pareceu longa demais, como se estivesse pensando no que dizer. – Ignácio!

- Olha, não tem um jeito fácil de dizer isso. A Alice não vai se casar com você. Ela fugiu com o Estevão. A essa hora eles devem estar embarcando para o México e nem adianta ir ao aeroporto atrás deles. – As palavras do Ignácio foram como um soco no meu estômago. Isso não estava acontecendo, isso não poderia estar acontecendo.

- Estevão? – Fiquei confuso com o nome por um momento.

- Sim, um dos engenheiros da sua empresa. – Meu irmão confirmou a pessoa a que eu tinha associado o nome.

- Isso não pode... Você está brincando comigo, Ignácio? – Eu queria que tudo fosse uma piada de mau gosto.

- Jamais, Martim. Infelizmente é verdade. Olha, eu nem sei o que te dizer. – Meu irmão parecia mesmo constrangido e sem palavras.

A realidade me atingiu como se fosse um piano caindo sobre a minha cabeça. Meus olhos arderam, meu coração bateu furiosamente no peito, eu senti falta de ar e fiquei meio tonto. Estava prestes a ter um ataque de pânico e foi a pior coisa que eu já senti na vida.

- A Mônica está aí? – Perguntei pela melhor amiga da Alice, se alguém sabia o que estava acontecendo, esse alguém era a Mônica, que para o meu desgosto também era minha funcionária.

- Não. Estão os pais da Alice apenas e eles parecem tão surpresos quanto nós. – Meu irmão estava sendo cuidadoso com o que dizia.

- Deixa eu falar com o pai dela. – Fiz o maior esforço do mundo para me manter firme e manter a minha voz sem nenhum traço de emoção.

- Martim, eu... – A voz do pai da Alice soou ao telefone.

- Escuta bem, o que a sua filha fez, eu vou cobrar com juros! – Eu o estava ameaçando e ele sabia bem o que isso iria lhe custar.

A família da Alice tinha uma pequena empresa de locação de materiais e equipamentos de construção e a minha empresa de engenharia se tornou o seu maior cliente desde que eu conheci a Alice através da Mônica, a minha chefe do departamento de arquitetura. E a minha empresa era grande, muito grande, eu poderia acabar com ele num estalar de dedos e faria.

- Martim, por favor, seja um homem racional, não misture os negócios com o pessoal. – O Jorge, pai da Alice, tentou soar como um grande homem de negócios.

- Racional, Jorge? – Gritei ao telefone. – Você quer dizer pra eu ser um idiota! Mas você está avisado, eu vou acabar com vocês!

Desliguei o celular e o entreguei ao Emiliano. Eu só não joguei o celular na parede porque não era meu. Eu estava em choque, sentindo toda a dor circular em meu corpo como se estivesse me corroendo.

- Martim... Martim! – O Emiliano chamou

De repente, me dei conta de todos ao meu redor me olhando e eu não sabia o que fazer ou o que dizer. Minha mãe se aproximou cautelosa.

- Emiliano, tira o Martim daqui, eu resolvo o resto. – Minha mãe pediu delicadamente ao meu amigo. Eu apenas a olhei e não questionei, não disse absolutamente nada. Com certeza o meu irmão já a tinha avisado.

- Deixa comigo, Dona Yolanda! – O Emiliano me encarou e colocou a mão em meu ombro. – Vem, meu amigo, vamos para a minha casa.

Eu saí caminhando ao lado do Emiliano, quase cambaleando, parecia que o oxigênio não chegava ao meu cérebro. Entrei no carro do meu amigo e só depois que o veículo entrou em movimento eu comecei a sair daquele torpor. Arranquei o alfinete com o jasmim da minha lapela e tirei a gravata, os atirando pela janela do carro.

- Emiliano, me leva para a casa da Mônica. – Falei com o meu amigo, eu precisava tirar essa história a limpo.

- Meu amigo, não, vamos para a minha casa, esfriar a cabeça, depois você conversa com a Mônica. – O Emiliano até podia ter razão, mas eu não deixaria para depois, eu precisava saber, eu precisava de resposta para a pergunta que rodava na minha cabeça. O que tinha acontecido? Por que a Alice me abandonou?

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