Sila
Quinze dias depois...
— Bom dia, filha! — Mamãe fala um tanto cautelosa ao entrar no meu quarto. Contudo, não lhe respondo, apenas continuo onde estou parada de frente para uma janela e olhando para o nada. — Eu trouxe o seu café da manhã, querida. — Ela diz e no ato, a escuto fechar a porta.
Respiro fundo.
— Sila querida, não fique com raiva do seu irmão, o Deniz só quer o melhor para você. Ele está tentando fazer o que é certo. Filha, você sabe das nossas origens. O que aconteceria conosco se você se casasse com um homem de costumes e realidades diferentes da nossa? Escute,
— Eu seria feliz, mamãe — A interrompo com amargor, secando uma lágrima desgarrada que escorre pelo meu rosto. — Vocês ao menos pararam pra pensar nisso, na minha felicidade? — Viro-me para olhá-la.
— Filha, o Senhor Murat é um homem bom. Ele... — Meneio a cabeça fazendo não. — Ele vai cuidar bem de você.
— Como você sabe disso, hã? — Altero um pouco a voz. — Como pode ter certeza de que ele fará isso, mamãe? Meu Deus, como você pode aceitar uma coisa dessas? Mamãe, aquele homem é um estranho...
— Esse estranho é um homem honrado, Sila e você precisa aceitar isso! — Ela rebate mais firme agora.
Balbucio.
— Eu... conheci alguém, mamãe — confesso abruptamente assim que ela me dá as costas. Dona Eda estanca bem na entrada do quarto e puxa uma respiração. — Ele é americano e nós... nós estamos apaixonados. — Paro de falar repentina quando a porta se abre mais um pouco e Deniz se projeta no seu espaldar. Imediatamente sinto o calor fugir do meu corpo e ofego violentamente. O olhar que ele me lança me deixa muito nervosa. Contudo, ele passa calmamente pela minha mãe e se aproxima de mim sem tirar o seu olhar rígido do meu.
— Que história é essa, Sila? — O som seco na sua voz me deixa receosa, porém, resolvo falar tudo para ele.
— Nos conhecemos logo após a minha formatura em uma danceteria e passamos três dias em uma fazenda na Inglaterra. Deniz, o Taylor está disposto a vir até aqui conversar com vocês. Ele... — Engulo as minhas palavras quando a sua mão acerta uma bofetada violenta no meu rosto e trêmula levo uma mão para o local que me bateu, permitindo as que lágrimas caiam imediatamente.
— Esqueça esse homem, Sila! — Ele ordena com uma frieza que me faz estremecer por dentro. — Você vai se casar com alguém da nossa linhagem, entendeu? Vai manter a tradição da nossa família intacta e fará a vontade do nosso pai! — Meu irmão berra a ordem e dá alguns passos para sair do quarto. Agitada, olho para o meu celular em cima do criado mudo e penso em pedir socorro para a única pessoa que poderá me ajudar nessa hora. Entretanto, Deniz percebe o meu olhar e confisca o aparelho imediatamente.
— O que vai fazer? — questiono, sentindo o meu coração praticamente sair pela boca quando ele o enfia dentro do bolso do seu casaco.
— Você não precisa dessa porcaria! Já disse, esqueça esse homem, Sila! — rosna, saindo do cômodo. Os meus olhos encontram o olhar piedoso de minha mãe e um fio de esperança se acende dentro de mim. No entanto, ela também me dá as costas e sai, fechando a porta outra vez. Segundos depois, eu desabo a chorar na minha cama.
Isso só pode ser um pesadelo! Não é possível que a minha vida feliz e tranquila tenha virado esse inferno do dia para a noite!
... Eu prometo que não a deixarei escapar da minha vida, Sila Yilmaz.
Lembro-me da promessa que Taylor me fez.
Oh Deus, eu preciso encontrar um jeito de avisá-lo sobre o que está acontecendo. Ele precisa vir me salvar de toda essa loucura.
... Então você é turca?
Sorrio, mesmo em lágrimas.
... Me conta como devo agir com a sua família quando for vê-los?
... Pretende ir visitar a minha família?
... Na verdade, eu pretendo roubá-la da sua família, Sila Yilmaz, porque eu quero muito ficar com você!
Ainda consigo sentir os seus beijos e até o seu toque ainda está quente na minha pele. Na verdade, tudo ainda está quente dentro de mim. Como posso me esquecer de algo inesquecível? Como posso dizer não para o primeiro amor da minha vida?
Meu Deus, por que eles estão fazendo isso comigo?
***
Três dias depois...
— Ah, Sila! — Sento-me na cama quando escuto o lamentar da minha amiga assim que ela entra no meu quarto.
— Marli! — Corro feito uma desesperada para os seus braços. — Me diga que conversou com o Deniz? Por favor, me diz que pôs um pouco de juízo na cabeça dele? — peço igual uma condenada quando me afasto dela, lançando lhe um olhar suplicante. Em resposta, a minha amiga bufa.
— Me desculpe, mas eu não consegui, amiga. O Deniz está irredutível. — Desanimada, deixo os meus ombros caírem.
— O que eu vou fazer, Marli, eu estou desesperada com tudo isso. — Minha amiga solta uma respiração alta.
— Ele me contou que o Senhor Murat virá essa noite para fazer um pedido formal de casamento.
Meu coração para uma batida.
— Você precisa me ajudar! — sussurro em lágrimas silenciosas. Contudo, ela me olhar com pesar.
— Sila, eu não sei como farei isso. O Deniz nem me deixou chegar perto de você esses dias e o Hakan mal sai de casa vigiando a porta o tempo todo. Ele controla quem entra e quem sai dessa casa.
— Eles estão me tratando como uma prisioneira, uma criminosa! — resmungo contrariada. — Não importa o que eles façam comigo, Marli, eu não vou me casar com esse homem! — Determino entre dentes. — Nem que para isso eu diga um não na hora que o juiz me perguntar.
— Sila, se eu fosse você não o contrariava. — Franzo a testa.
— Do que você está falando? Quer mesmo que aceite fazer toda essa loucura?! — ralho exasperada. Ela engole em seco.
— Eu… trouxe esse vestido a pedido de sua mãe. — Ela ergue um saco branco pendurado em uma ombreira que eu sequer havia percebido. — Ela me pediu para falar com você e tentar convencê-la... — Atordoada, uno as sobrancelhas.
— Que tipo de amiga é você? — rosno indignada e me afasto no mesmo instante.
— Do tipo que aguentou horas de sermões dos seus irmãos por ter escondido um relacionamento seu com um americano. Eu te disse para ter cuidado, Sila. O que eu posso fazer contra eles?
Puxo uma respiração alta e vou para perto de uma janela. Observo o lado de fora. Tudo parece agitado lá. Os empregados, os meus irmãos, o entre e sai de pessoas. Meneio a cabeça fazendo um não enquanto sinto um nó sufocar a minha garganta.
— Isso não é justo! — sibilo fraco e desanimada. — Eu me apaixonei pela primeira vez e eles nem se deram conta de disso. Fizeram descaso dos meus sentimentos.
— Eu sinto muito, amiga! — Marli sibila, tocando nos meus ombros.
— Me deixe sozinha! — peço com sussurro.
— Sila, eu realmente gostaria...
— Por favor, Marli, eu quero ficar sozinha! — insisto. Ela suspira alto e se afasta. No entanto, leva um tempo até eu escutar porta se fechar e novamente me entrego a um choro dolorido.
***
À noite...
Uma batida suave na porta me desperta dos meus sonhos acordados. Os três dias com Taylor em breve serão apagados dos meus pensamentos e eu serei obrigada a conviver com um estranho que pelo pouco que vi em seu olhar vive de mal com a vida.
— Ah, você está linda, filha! — Mamãe cantarola feliz ao me encontrar pronta para o meu martírio. Entretanto, respiro fundo e me viro para ela. O seu sorriso feliz se desfaz no mesmo instante que ela encontra o meu olhar frio e uma feição séria demais.
— Vamos acabar de vez com isso! — rosno, saindo do quarto sem esperá-la.
Na ampla sala de visitas tenho o vislumbre dos homens acomodados nos sofás. Deniz, Hakan e Sinan estão de frente para o tal Murat, que tem uma feição carrancuda o tempo todo. Contudo, assim que eles percebem a minha presença ficam de pé como se me reverenciasse. Sibilo um boa noite para eles e me acomodo em uma poltrona de onde tenho a visão de todos eles.
O silêncio é quase sepulcral, porém, me sinto queimar por dentro.
— Bom, Senhores e Senhora eu não sou um homem de enrolar com conversas passageiras. Portanto, gostaria de ir direto ao assunto. — Murat fala assim que a minha mãe adentra a sala e se senta ao lado de Sinan. — Eu gostaria de pedir permissão para me casar com a sua irmã, Deniz e se concordar comigo gostaria de informar que o casamento acontecerá em três dias.
Ergo repentinamente o meu olhar.
Três... dias?! Por que tanta pressa?!
— Nós concordamos, Senhor Arslan. — Encaro duramente o Deniz quando ele dá uma resposta sem pensar duas vezes.
É isso, ele não vai perguntar os motivos desse homem? Simplesmente vai me entregar para um estranho e ponto final?
— Nesse caso, gostaria de colocar o anel de compromisso no dedo da minha noiva. — Essa informação faz seus sorrisos se abrirem em seus lábios.
Não acredito que eles estão felizes com essa droga toda! Ralho mentalmente. Contudo, Murat se levanta e mexe no bolso do seu terno. Ele tira uma caixa aveludada e a abre em seguida, se aproximando de mim.
— Pode me dá a sua mão, Sila? — Ele pede mantendo um olhar firme no meu. Ergo as sobrancelhas de uma forma petulante, porém, ergo a minha mão para ele e após retirar o anel de brilhantes da caixa, ele o desliza pelo meu anelar. — Você não sabe o prazer que estou sentindo agora, Senhorita Yilmaz. — Murat sussurra, deixando um beijo cálido nas costas da minha mão e após isso, ele ergue o seu olhar para mim.
— Pena que eu não posso dizer o mesmo, Senhor Arslan! — rebato no mesmo tom, porém, insolente. Entretanto, um sorriso brinca no canto da sua boca com essa minha petulância. É como se isso não o atingisse, sequer o arranhasse e saber disso me faz estremecer de raiva por dentro. Portanto, puxo a minha mão de volta.
— Meus parabéns, Murat! — Deniz fala lhe estendendo a sua mão para um aperto firme como se assim fechassem um maldito acordo e atrevidamente me ponho de pé.
— Bom, espero que fique para o jantar, Senhor Arslan, a final, o Senhor já é praticamente da família, certo? — Mamãe cantarola e ele apenas sorrir para ela.
— É claro, Senhora Yilmaz!
Respiro fundo e decido encerrar essa noite... pelo menos para mim.
— Se essa palhaçada já terminou eu gostaria de voltar para o meu quarto — anuncio secamente. As minhas palavras fazem com que todos me encarem surpresos. Portanto tento sair da sala. No entanto, Deniz segura firme no meu braço e eu fito o seu olhar irritado.
— Não se atreva, Sila! — Ele rosna baixo e entre dentes. Fecho as minhas mãos em punho.
— Eu já fiz o que você queria, não fiz? Portanto, não sou obrigada a comemorar essa loucura com vocês! — rebato baixo, porém, firme, livrando-me do seu agarre e caminho apressada para as escadas, me trancando no quarto em seguida.
Sila— Oi Sila, como você está? — Sinan pergunta calmamente se sentando do meu lado, em um banco de madeira no jardim da nossa casa.— Como acha que eu estou? — sibilo um tanto desanimada, enquanto observo o balançar das plantas. — Amanhã irei me casar com um homem que eu mal conheço e que parece ter um rei na barriga.— Acredite Sila, o Murat não é essa pessoa que você desenhou aí dentro dessa sua cabeça. E o Deniz só quer o melhor para você.— Não acha que ele deveria me perguntar o que é melhor para mim primeiro?— Sei que está chateada, minha irmã, mas tente dá uma chance para ele. — Ele deixa um aperto firme na minha mão que está no meu colo e após soltar um suspiro, sai me deixando sozinha.Para o meu desgosto, um caminhão entra na propriedade Yilmaz e logo eles começam a descarregar alguns objetos de decoração.— Sila? — Mamãe me chama na entrada da casa. — Venha, chegou algo aqui para você. — Ela avisa e eu me forço a me levantar. Dentro da sala, encontro algumas caixas branca
Sila— Venha, Sila eu quero que conheça alguém. — Murat fala me fazendo caminhar na direção do homem que eu amo e no ato, sinto a minha garganta ficar severamente seca. — Taylor, meu irmão querido, você veio! — O Senhor Arslan comemora com uma alegria que nunca vira expressar.Estou confusa, o que está acontecendo aqui?— Murat, meu grande amigo meus parabéns! — Os homens se abraçam fortemente, dando tapinhas nas costas um do outro. Contudo, permaneço paralisada apenas assistindo a essa cena e tentando entender alguma coisa, e quando eles se afastam, encaro os olhos receosos de Taylor.— Sila, esse é Taylor Miller, ele é o meu melhor e grande amigo. — Meu chão simplesmente fugiu de debaixo dos meus pés e ao encarar a sua mão estendida para mim ofeguei.— É um prazer conhecê-la, Sila! — Taylor simplesmente fingiu não me conhecer. Contudo, engulo em seco sem saber o que fazer.— Pode... — sibilo com um tom baixo demais. — Pode pegar algo para eu beber? — peço para o meu noivo sem sequer
SilaA noite escura transformou-se em dia bem diante dos meus olhos, pois não consegui fechá-los nem mesmo por um segundo. À medida que as horas passavam eu tive uma retrospectiva da minha vida e percebi que eu mal a vivi. Em algum momento da noite, uma empregada me ajudou a me livrar do pesado vestido de noiva e eu me permiti tomar um banho demorado em uma tentativa inútil de relaxar. Depois, deitei-me na cama e fitei a janela por horas a fio e agora estou protelando sair desse quarto para conhecer a minha nova gaiola de ouro.— Bom dia, Senhora Arslan! — Uma empregada fala assim que alcanço o topo da escadaria.— Bom dia, e o Senhor Arslan?— Ele já saiu, Senhora.— Como assim, ele já saiu?— O Senhor Arslan já foi para o escritório, Senhora.Que espécie de casamento é esse? Me pergunto, deixando um aceno sutil para a moça e desço as escadas.— Bom dia, Senhora Arslan, o Senhor Arslan pediu para servir o seu dejejum na varanda. É um local amplo, mais iluminado e a Senhora poderá usu
Sila...— Então você se formou em psicologia? — Taylor pergunta se encostando no balcão do bar da fazenda onde estamos a sós. — Devíamos festejar esse acontecimento.— Eu não posso, já fiquei tempo demais aqui com você.— Ah, Sila, por que não fica aqui? Está tão gostoso!— Os meus irmãos me matariam, mas antes eles matariam você.— Não tenho medo de morrer, não depois de te conhecer. — Ele retruca, fazendo um carinho atrás da minha orelha. Os minúsculos beijos cálidos fazem a minha pele se arrepiar e eu me pego sorrindo.— É sério, eu realmente não posso ficar.— Quando você precisa ir?— Eu já deveria estar lá. — Ele respira fundo.— Não a deixarei muito tempo sozinha e longe de mim, Senhorita Yilmaz. — Taylor sussurra.— O que pretende fazer, Senhor Miller?— Eu vou dizer o que vou fazer. Eu vou entrar em um avião, vou até a sua casa, enfrentarei os seus irmãos e a roubarei para mim.Rio sonoramente.Abro os meus olhos abruptamente, resfolegando em seguida e percebo o quarto todo
Murat— Você não devia estar curtindo a sua esposa na lua de mel agora? — Taylor pergunta quando nos acomodamos em uma mesa redonda na calçada de um Café. Sem lhe responder faço sinal para o atendente atrás do balcão e ele se aproxima em segundos.— Gostaria de café turco bem forte — peço e fito o meu amigo do outro lado da mesa.— Eu quero o mesmo e traga algumas torradas também.— Certo. — O rapaz se afasta e agora ele me olha.— O que foi aquilo na noite passada? — inquiro com um tom sério demais.— Aquilo o que, meu amigo?— Taylor, não se faça de besta. Eu percebi que você e a Sila...— Epa, calma aí! O que tem a Sila e eu?Sorrio, porém, não vejo graça alguma no que está se passando pela minha cabeça.— Você me conhece a quanto tempo, Taylor?— Tempo o suficiente para saber que você está encontrando um motivo para fugir desse seu casamento, meu amigo. O que é isso? A sua esposa está sozinha em casa exatamente quando você deveria estar lá com ela. E você está aqui me interrogando
Murat— A culpa foi minha. — Ela me interrompe para a minha surpresa. Continuo a fitá-la e ela continua olhando para a mesa. — Eu o provoquei.Eu realmente não esperava por isso.— Mas fui eu quem perdeu o controle. Não devia ter feito o que fiz com você. — Ela finalmente me olha. — Aqui é a sua casa agora, Sila e eu não admito que diga o contrário.Ela apenas meneia a cabeça em resposta.— Eu peço desculpas por isso!Devo dizer que estou ainda mais surpreso.— Também quero te pedir desculpas e eu prometo que isso não vai acontecer outra vez.O silêncio toma conta da mesa, porém, algo me satisfaz. Ela está comendo e isso dissipa qualquer frustração causada nesses três dias. Satisfeito, começo a comer também.— Você disse que se sente sozinha — falo, atraindo a sua atenção para mim outra vez. — Infelizmente eu não posso ficar dentro de casa o dia inteiro, mas prometo acompanhá-la na primeira e na última refeição do dia.— Não é necessário, Senhor Murat.E lá está a garota petulante out
Murat…— Não vai me contar qual é a surpresa? — Cecília indaga sorridente, enquanto a faço caminhar cuidadosamente, porque os seus olhos estão vendados pelas minhas mãos. Sorrio.— Tenha paciência, meu amor, já estamos chegando lá. Só mais um pouco. Mais um pouco e… chegamos.— Chegamos aonde? — Bem devagar começo a remover as minhas mãos dos seus olhos e espero ansioso pela sua reação.— Murat? — Cecília sussurra enquanto ofega devagar e um sorriso maravilhado começa a se abrir nos seus lábios bem delineados. — Ele é lindo! — Minha esposa resfolega, acariciando com dedicação os pelos marrons que tem algumas manchas brancas e o seu sorriso muito feliz parece se ampliar ainda mais. — Qual o nome dele? — Dou de ombros.— Ele não tem... ainda. Pensei que você gostaria de dar um nome para ele. — A observo pressionar os lábios por alguns instantes, enquanto franze a sua testa pensativa.— Jessé. — Ela sibila, encarando o animal com amor.— Jessé? — A fito curioso, porém, não seguro um sor
Minutos depois, estamos cavalgando devagar pelo campo e indo em direção da mansão. Entretanto, o calor do seu corpo colado ao meu me faz sentir estranho. É como se ela me queimasse, com se ardesse dentro de mim, mas é o seu perfume que me faz fechar os olhos algumas vezes e eu me pego apreciando o seu cheiro doce e suave.Não faça isso, Murat. Ela jamais será sua porque o seu coração está fechado se lembra? Nunca se esqueça disso.***— Boa noite! — Minha esposa diz após entrar na sala de jantar. Sem me conter permito que os meus olhos apreciem os seus cabelos que agora estão úmidos por causa do banho recém tomado e como se tivesse pressa o seu perfume preenche todo o cômodo, me deixando inquieto e incomodado.— Boa noite! — Me forço a dizer, enquanto a observo se acomodar em uma cadeira e em seguida ela começa a se servir. — Tomei a liberdade de escrever os seus limites para você não se sentir perdida nessa casa, Sila — declaro sem desviar os meus olhos de cima dela e no mesmo instan